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Administração Pública

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A expressão Administração Pública aparece em dois sentidos:
· Subjetivo, forma ou orgânico: designa os entes que exercem a atividade administrativa, compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa. 
· Objetivo, Material ou Funcional: Ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente ao Poder Executivo. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GORVERNO
	Legislação (Legislativo) é o ato de produção jurídica primário, porque fundado única e diretamente no poder soberano, do qual constitui exercício direto e primário; mediante lei, o Estado regula relações, permanecendo acima e à margem das mesmas; 
	Jurisdição (Judiciário) é a emanação de atos de produção jurídica subsidiários dos atos primários; nela também o órgão estatal permanece acima e à margem das relações em que os próprios atos se referem;
	Administração (Executivo) é a emanação de atos de produção jurídica complementares, em aplicação concreta do ato de produção jurídica primário e abstrato contido na lei; nessa função, o órgão estatal atua como parte das relações a que os atos se referem, tal como ocorre nas relações de direito privado. A diferença está em que, quando se trata de Administração Pública, o órgão estatal tem o poder de influir, mediante decisões unilaterais, na esfera de interesses de terceiros, o que não ocorre com o particular. Daí a posição de superioridade da administração na relação de que é parte.
ATOS PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS DAS FUNÇÕES LEGISTIVA, EXECUTIVA E JUDICIÁRIA
	Além das exercer as funções típicas, como o legislativo criar leis e o judiciário de julgar, os mesmos realizam funções que não são próprias de sua natureza. Quando por exemplo, o Legislativo e Judiciário, exercem os poderes hierárquico ou Disciplinar. Seja também, quando o Executivo participa da função legislativa, dando início a projetos de lei, quando veta projetos aprovados pela Assembleia, quando adota medidas provisórias, com força de Lei. O Legislativo, no mesmo sentido, também exerce a função judicante, como quando o Senado processa e julga o Presidente da República por crime de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles, ou quando o Conselho Nacional do Ministério Público, o PFR e o AGU nos crimes de responsabilidade. 
	Pode se dizer que, no Direito brasileiro, as funções políticas repartem-se entre Executivo e Legislativo, com acentuada Predominância do Primeiro. 
	
			REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
A Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de Direito privado ou a Direito Público.
Basicamente, pode-se dizer que o regime administrativo se resume a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições. 
A LINDB contêm positivados vários princípios do Direito Administrativo. 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
· LEGALIDADE
· SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: Presente no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atuação. Irrenunciável pela autoridade administrativa. É implícito constitucionalmente mas explícito em legislação infraconstitucional. 
· IMPESSOALIDADE
· PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE
· ESPECIALIDADE
· CONTROLE OU TUTELA
· AUTOTUTELA: Duas súmulas do STF: 346: a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos; 473: a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
· HIERARQUIA 
· CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO
· PUBLICIDADE
· MORALIDADE ADMINISTRATIVA
· RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE
· MOTIVAÇÃO
· EFICIÊNCIA
· SEGURANÇA JURÍDICA, PROTEÇÃO À CONFIANÇA e BOA-FÉ
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: 
	NORMATIVO: Normalmente fala-se em poder regulamentar, são atos apelos quais a Administração exerce o seu poder normativo, tendo em comum a lei. Podem se dividir em Originários e Derivados, sendo os primeiros emanados de um órgão estatal em virtude de competência própria, outorgada imediata e diretamente pela Constituição, para edição de regras instituidoras direito novo, enquanto os segundos, tem por objetivo a “explicitação ou especificação de um conteúdo normativo preexistente, visando à sua execução no plano da práxis. 
	DISCIPLINAR: é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeiras à disciplina administrativa; é o caso de um estudante de uma escola pública. 
	DECORRENTES DA HIERARQUIA: 
					AULA G7-01
Conceito de Direito Administrativo: 
	Heli Lopes Meireles: Conjunto harmônico de regras e princípios, um sistema administrativo que rege os órgãos, entidades e agentes públicos no exercício da atividade administrativa, com o objetivo de realizar de forma DIRETA, CONCRETA e IMEDIATA os fins Desejados pelo Estado. 
	Realizar de forma DIRETA quer dizer que o Estado irá agir independentemente de provocação (Fica afastado então o estudo do Judiciário enquanto realiza a atividade jurisdicional). De forma CONCRETA, quer dizer que os efeitos são concretos (Fica afastada então a função Legislativa). De forma IMEDIATA, atividade jurídica do Estado (Afasta a Mediata, ou seja, a função social do País). 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
· LEI (EM SENTIDO AMPLO, L.O, L.C, M.P, CF)
· JURISPRUDÊNCIA
· DOUTRINA
· COSTUMES
· PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
· OS TRATADOS INTERNACIONAIS
Sistemas Administrativos ou Mecanismos de Controle
CONTENCIOSO ADMINSTRATIVO ou SISTEMA FRANCES: Os atos praticados serão revistos pela própria administração. Excepcionalmente, o Judiciário irá controlar (Atividade Pública de Caráter Privado, Estado e Capacidade das Pessoas, Repressão Penal, Propriedade Privada).
JURISDIÇÃO ÚNICA ou SISTEMA INGLES: Praticado um ato pela Administração Pública, a mesma pode controlar, mas via de regra, quem realmente decide é o Judiciário. 
Não é possível um sistema misto, tendo em vista que em ambos os casos se mescla um pouco de cada sistema. 
DIFERENÇAS ENTRE ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
ESTADO: É a pessoa jurídica de Direito Público. Tem o Povo, Território e o Governo.
GOVERNO: É o comando desse Estado, um dos elementos do Estado, sendo esse Governo Soberano.
ADMINISTRAÇÃO: É a maquina administrativa que compõe o Estado, estrutura do Estado. 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS
“Pedras de Toque do Direito Administrativo” = Dois princípios bases (Supremacia... e indisponibilidade...)
Supremacia do Interesse Público: é a superioridade, a sobreposição do interesse público sobre o interesse privado. Pressuposto Lógico de Convívio social. A Superioridade não é do Gestor, a superioridade não é da maquina Administrativa. Indisponibilidade do Interesse Público. PRINCÍPIO IMPLÍCITO, MAS EXPLÍCITO NA LEI ORDINÁRIA. 
Indisponibilidade do Interesse Público: o agente público não pode abrir mão do interesse público. É um limite ao Princípio da Supremacia do Interesse Público (a Administração Pode QUASE TUDO, mas não pode abri mão do interesse público). O Administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos para o Administrador de Amanhã. O Administrador público exerce função pública = encargo + obrigação + múnus público. 
LEGALIDADE: 
Legalidade para o Direito privado: O particular pode tudo, menos o que a lei proíbe (critério de não contradição à lei)
Legalidade para o Direito Público: O Administrador somente pode fazer aquilo que está na lei (Critério de Subsunção à lei).
“Administrar é aplicar a lei de ofício” (Princípio da Legalidade).
Controle de Legalidade em Sentido Amplo: Verificação pelo Judiciário, de um ato administrativo com a lei. 
Princípio da Reserva de Lei: Diferenteda Legalidade, este princípio diz que terá lei para alguma determinada matéria. Escolha de uma matéria para alguma lei. 
IMPESSOALIDADE: 
Conceito: A Administração Pública tem que tratar a todos sem discriminações, benéficas ou dentrimentosas. Nem favoritismo, nem perseguições são toleráveis. Simpatias pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa. (Celso Antônio Bandeira de Mello). 
Ato administrativo também é impessoal. 
Administração Pública deve agir com ausência de subjetividade, não podendo buscar interesses pessoais, políticos ou dos amigos. (Ex: Licitação e Concurso Público). 
MORALIDADE:
Moral comum X Moral Administrativa. A moral comum é o certo e errado do dia-a-dia, enquanto a moral administrativa é mais rigorosa do que a moral comum, deve-se haver uma melhor administração. 
 Moralidade está ligada a Honestidade, boa fé, lealdade.
Falando de Nepotismo:
É vedado pela lei. O STF declara constitucional a resolução 7 do CNJ, qual diz que não se pode nomear parentes para o poder judiciário. 
13ª Súmula Vinculante veda nepotismo nos Três Poderes
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” 
Exceção: Agentes políticos estão fora dessa proibição. 
PUBLICIDADE:
O administrador precisa dar conhecimento/Ciência. É uma condição de eficácia dos Atos Administrativos (é a partir da publicidade que o ato administrativo passa a surtir efeitos). É o início da contagem de prazo. É mecanismo de controle (fiscalizar). 
Sua exceção ocorre na intimidade, a honra e imagem, a vida e intimidade das pessoas, a integridade do Estado.
Publicidade é além de expedir um certificado, é realizar de portas abertas, enviar convites, como ocorre na modalidade de licitação convite.
 Caso eu queira comprar uma empresa, vou assim até o órgão público para receber informações relativas à empresa, e o órgão público me nega, qual o remédio Constitucional correto? Mandado de Segurança. 
“Art. 37, §1°- A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” (Publicidade e Impessoalidade). 
EFICIÊNCIA:
Produtividade, o administrador deve ter rendimento funcional, evitando desperdícios, sendo ágil e econômico. 
Consequências da introdução deste princípio no texto constitucional com a EC 19/98, tendo em vista que até essa data, falavam que o servidor público não era eficiente por causa da estabilidade, sendo assim, as consequências: I) Estabilidade dos Servidores Públicos (para se adquirir estabilidade deve ser eficiente, sendo criada a avaliação Especial de Desempenho e Avaliação Periódica de Desempenho); II) Racionalização da Máquina Administrativa (Não se pode gastar acima do limite com folha de pagamento).
ISONOMIA: 
Tratar desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade. 
Analisar o objetivo da norma. Ex: Cadeirante não pode presta concurso para bombeiro, não fere o princípio da Isonomia. 
Limite de idade não fere tal princípio. 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA:
Contraditório: Ter conhecimento, ciência dos acontecimentos. Tem suas bases nos pilares da: I) LÓGICA: Bilateralidade e; II) POLÍTICA: Ninguém pode ser julgado sem ser ouvido. 
Ampla Defesa: Oportunidade de Defesa. Tem algumas exigências, quais são: I) Defesa Prévia; II) Direito à Informação; III): Direito de Defesa Técnica – Lei n° 8112/90, art. 156; STJ Sm 343, Súmula V. 5, sendo, “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição”.; IV) Direito a Produção de Provas; V) Direito de Recursos (Súmula Vinculante 21).
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE:
Razoabilidade: Exige do Administrador de forma razoável, coerência, proibição de excessos. 
Proporcionalidade: Equilíbrio entre os benefícios e prejuízos causados.
Representam limites à Discricionariedade do Administrador.

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