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UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC– DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO ORÇAMENTO EMPRESARIAL PROFESSORA – Ms. STELA MARIS ENDERLI 2017 2 1. PLANEJAMENTO O planejamento é um instrumento empregado para realizar, de forma eficaz e eficiente, a gestão das organizações e o controle financeiro das atividades operacionais e de capital, auxiliando de forma decisiva às tomadas de decisão. Planejar significa pensar antes dos acontecimentos é projetar o futuro. O sucesso de qualquer ação depende muito da previsibilidade desta ação. Ackoff (1981, p.1) observa que o “planejamento é a definição de um futuro desejado e de escolher os meios mais eficazes de alcançá-lo”. Planejar é fazer hoje perguntas sobre o que irá acontecer no futuro e, buscar as respostas mais adequadas para tais questionamentos. De acordo com Oliveira (2009, p.5), “o processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde”. O planejamento deve ser entendido como um processo pelo qual se pode dar maior eficiência à atividade humana para alcançar, em um prazo determinado, um conjunto de metas estabelecidas. O planejamento formalizado é realizado periodicamente, a partir de uma demanda permanente. Com periodicidade certa de elaboração, análise e conclusão, tendo normas que orientam esta ação e que abrangem a compilação de diversos planos de ação. O planejamento organizacional é aquele voltado para empresas. Não obstante, toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá, no entendimento de Oliveira (2009), resultar de decisões presentes, tomadas a partir do exame de impactos das mesmas no futuro, o que lhe proporciona uma dimensão temporal de alto significado. Planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e da sua implantação na empresa. O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável para avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar que o exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório, e conseqüentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos e desafios estabelecidos pela empresa. Segundo, Hoji (2008, p.415) “O planejamento consiste em estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 3 estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados”. Segundo Chiavenato (1987) as empresas não funcionam na base da pura improvisação, logo, precisam desenvolver estratégia empresarial que é basicamente uma atividade racional que envolve a identificação de oportunidades e das ameaças do ambiente onde opera a empresa, bem como a avaliação das forças e fraquezas da empresa, sua capacidade atual ou potencial em se antecipar as necessidades e demandas do mercado ou em competir sob condições de risco com os concorrentes. Características básicas: 1. Não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras das decisões presentes; 2. Não é um ato isolado; 3. O processo de planejamento é muito mais importante que seu produto final. O produto final do processo de planejamento, normalmente, é o plano, sendo que este deve ser desenvolvido pela empresa e não para a empresa. 1.1 Tipos de Planejamento: O Planejamento Estratégico segundo Padoveze (2003) será tão eficaz quanto as premissas que foram nele incluídas sendo um processo que prepara a empresa para o que esta por vir. Conforme Oliveira, Peres Jr. e Silva (2008, p.39) conceituam planejamento estratégico “como o conjunto de objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e planos para atingir esses objetivos, coordenado de forma a definir em que atividade se encontra a empresa, que tipo de empresa ela deseja ser”, Figura 1 – Níveis de Decisão e Tipos de Planejamento ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL Decisões Estratégicas Planejamento Estratégico Decisões Táticas Planejamento Tático Decisões Operacionais Planejamento Operacional rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 4 Fonte: elaborado pela autora a) Planejamento Estratégico - é conceituado como um processo Gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente. b) Planejamento tático - tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. c) Planejamento operacional - os planos de ação ou os planos operacionais. Metodologia de Elaboração e Implementação do Planejamento Estratégico nas Empresas Primeiramente se define em termos de empresa como um todo “como se está” e depois se estabelece “onde se quer chegar”. As fases básicas para a elaboração e implantação do planejamento estratégico podem ser as seguintes: Fase I - Diagnóstico Estratégico Fase II - Referenciais Estratégicos Fase III - Objetivos, metas e estratégias Fase IV - Quantificação Financeira Fase V - Controle e Avaliação Com base no esforço feito para o entendimento da situação atual da empresa, do ambiente socioeconômico, da evolução e tendências do mercado, os gestores devem ter informações suficientes para a sua avaliação. É importante lembrar que os processos de planejamento nunca podem ser considerados prontos ou acabados; os ambientes mudam rapidamente e com freqüência, por isso devem ser flexíveis e ajustados sempre que necessário e não podem inibir a criatividade dos responsáveis pela sua elaboração para ter o tão desejado sucesso no negócio. 1.2. Planejamento a Curto e a Longo Prazo Planejar é tomar decisões. Toda decisão é um plano. Fala-se com frequência em planos de curto e de longo prazo. Interessa ter clareza quanto à natureza e às exigências de cada um destes tipos de planos para não incorrer em graves erros de administração que têm sido a causa de problemas para muitos empreendimentos. Cada tipo de planejamento baseia-se em exigências diversas de investimento, levando em conta aspectos do ambiente externo à empresa e por isto causam inúmeras repercussões que se estendem por um ou mais períodos. rodrigues Destacar rodriguesDestacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 5 1.2.1. Planos de Curto Prazo Os planos de curto prazo baseiam-se em aspectos conjunturais (que mudam facilmente) da economia local, regional ou internacional, tais como concorrências, preços, fenômenos meteorológicos, moda, retrocesso ou progresso em setores econômicos relacionados, e medidas fiscais e financeiras do governo. Não exigem novos investimentos ou aplicações de recursos em ativo imobilizado, mas apenas reorganização da produção, de vendas, treinamentos, alternativas de mix dos produtos ou serviços. Sua influência ou repercussão na empresa dá-se no sentido de um melhor desempenho, de maior eficiência operacional, da utilização mais racional da estrutura de produção e de vendas existentes e da tecnologia empregada. Sua duração, em razão disso, é relativamente breve, não ultrapassando um exercício social. São exemplos de planos de curto prazo os orçamentos operacionais, os orçamentos de caixa, os programas de produção e os planos quanto a níveis de estoques. 1.2.2. Planos de Longo Prazo Em oposição aos planos de curto prazo, os de longo prazo baseiam-se em variáveis estruturais da economia (os que levam tempo para mudar), tais como: capacidade de produção, tecnologia, mercados estruturais, imagem da empresa, aspectos da infraestrutura como transporte, energia e comunicações. Exigem novos investimentos em ativos fixos: instalações, máquinas e equipamentos ou tecnologia; em pesquisa de novos produtos; e na imagem da empresa. Requerem a modificação estrutural do sistema empresarial, alterando substancialmente suas principais características como: capacidade ou volume de produção, custos fixos, tipos de produtos ou serviços, mercados atendidos, etc. Sua duração, por isto, é longa, estendendo-se por vários exercícios sociais – de mais de um a 15 ou 20 anos. São exemplos de planos de longo prazo os orçamentos de investimentos, os planos de lançamento de novos produtos ou serviços, campanhas promocionais que visam a melhorar a imagem da empresa ou conquistar novas faixas de mercado. É muito importante evitar o erro comumente cometido de basear planos de longo prazo em variáveis conjunturais da economia, como tomar decisões de investir em algum empreendimento, em função de que os preços atuais são favoráveis. rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 6 2 INTERAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO O elo de ligação entre o planejamento ou um plano de ação qualquer e a sua execução na realidade de qualquer organização, ocorre a partir do orçamento. Este se coloca como uma forma de visualizar econômica e financeiramente o plano traçado para o futuro da mesma. O orçamento se coloca como uma conseqüência do desencadeamento do processo de planejamento nas organizações. Na medida em que são traçadas diretrizes, objetivos e metas setoriais, torna-se possível a quantificação dessas metas e a orçamentação setorizada. Para que um planejamento seja base para o orçamento é preciso: verificar se o planejamento prevê a elaboração do orçamento; verificar se estão traçados os referenciais estratégicos; verificar se o planejamento desce ao nível operacional; analisar se as metas são passíveis de quantificação financeira; verificar os prazos do planejamento - curto, médio e longo prazo. Esquema ordenado de implantação de um processo de planejamento e orçamento: 1. Definição de uma metodologia de Planejamento mais adequado à organização; 2. Definição do nível de detalhamento da metodologia do Planejamento perante a realidade e o porte da empresa; 3. Comprometimento das pessoas; 4. Treinamento das pessoas envolvidas; 5. Elaboração das políticas gerais ou objetivos gerais para o futuro da empresa; 6. Elaboração dos objetivos ou planos de ação por área, setor ou divisão; 7. Elaboração das metas setoriais para o próximo ano; 8. Quantificação das metas; 9. Orçamento. A elaboração do orçamento tem por base o planejamento estratégico da empresa, e seu acompanhamento sistemático resulta no controle. Planejamento – no sentido de fixar os objetivos e programar as atividades necessárias para alcançar as metas. Controle – no sentido de avaliar os resultados obtidos, confrontando com as estimativas elaboradas, verificando os desvios e indicando as ações corretivas necessárias. O quadro 1 inserido a seguir faz o detalhamento dos processos de planejamento e orçamento em uma empresa. 7 Quadro 1 Planejamento e Orçamento O que é planejamento O que é orçamento É a definição de um futuro desejado e dos meios eficazes para alcançá-lo. Ë a expressão monetária de um plano operacional. Ë um processo de tomada de decisão por antecipação. É a etapa final de um processo de planejamento. É um processo orientado no sentido de produzir uma ou várias situações futuras. Ë um compromisso de realização. Envolve um conjunto de decisões interdependentes. É um instrumento de acompanhamento e contínua avaliação de desempenho das atividades e dos departamentos. Fonte: Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002) p.117 As definições dos dois processos expressam a interligação entre os dois, o planejamento expressando o futuro desejado e o orçamento detalhando esses planos no curto prazo e a forma como ele vai sendo executado, avaliando as necessidades de correção do rumo ou não. A figura 2 apresenta o relacionamento entre os vários elementos que compõem o processo de planejamento das organizações, demonstrando a interligação entre este e o processo de orçamento. Figura 2 - Fluxograma da interligação entre planejamento e orçamento Fonte: Frezatti (2000, p.23) Base de dados do desempenho passado Expectativas dos interesses internos Avaliação: riscos, forças oportunidades e ameaças Sistema de Informações Gerenciais Missão, Objetivos, Estratégia s e políticas Planos de médio e longo prazos Realizado Expectativas dos interesses externos Orçamento Control e Orçame ntário rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 8 3. ORÇAMENTO EMPRESARIAL O orçamento é a expressão de um plano financeiro e administrativo para a empresa. O plano, antes de ser financeiro, é um plano de operações para a empresa em um determinado período de tempo, geralmente um exercício social, ou seja, um ano. É um instrumento de gestão empresarial de grande poder de racionalidade na utilização dos recursos disponíveis para alcançar os objetivos de lucro ou retorno sobre o investimento. Orçar significa processar todas as informações constantes no sistema de informação contábil atual, introduzindo nesse processo, os novos dados previstos para o exercício seguinte, considerando as alterações já definidas. Diante do exposto, pode-se assegurar que o orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais anuais das empresas, só que com os dados previstos para um novo período. Não se necessita de nada especial para elaborar um orçamento, bastando colocarno sistema de informação contábil, no seu módulo orçamentário, os dados previstos para acontecer no futuro, conforme a melhor percepção ou visão que têm seus gerentes ou gestores da situação atual da empresa e do momento de sua elaboração. É importante lembrar, porém, que o orçamento tem outros objetivos, e estes devem ser buscados pelo conjunto de seus colaboradores, revelando-se ferramenta ideal para o processo de congruência de diversas metas organizacionais e setoriais. O plano orçamentário deve reunir diversos objetivos empresariais na busca da expressão da realidade e do controle de seus resultados. Nesse sentido, é importante lembrar que o plano orçamentário não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. O seu ponto-chave e fundamental está na capacidade de estabelecer um processo de acompanhamento deste plano e coordenar os objetivos para todas as áreas da empresa, de forma que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros estabelecidos. Exemplos de propósitos gerais que devem estar contidos no plano orçamentário, conforme Padoveze (2005, p. 31): 1. Orçamento como sistema de autorização: o orçamento aprovado não deixa de ser um meio de liberação de recursos para todos os setores da empresa, minimizando o processo de controle. 2. Um meio para projeções e planejamento: o conjunto das peças orçamentárias será utilizado para o processo de projeções e planejamento, permitindo, inclusive, estudos para períodos posteriores. 3. Um canal de comunicação e coordenação: incorporando os dados do cenário aprovado e das premissas orçamentárias, é instrumento para comunicar e coordenar os objetivos corporativos e setoriais. 4. Um instrumento de motivação: na linha de que o orçamento é um sistema de autorização, ele permite um grau de liberdade de atuação dentro das linhas aprovadas, sendo instrumento importante para o processo motivacional dos gestores operacionais. 5. Um instrumento de avaliação e controle: considerando também os aspectos de motivação e de autorização, é lógica a utilização do orçamento como instrumento de rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado 9 avaliação de desempenho dos gestores e controle dos objetivos setoriais e corporativos. 6. Uma fonte de informação para tomada de decisão: contendo os dados previstos e esperados, bem como os objetivos setoriais e corporativos, é uma ferramenta fundamental para decisões diárias sobre os eventos econômicos de responsabilidade dos gestores operacionais! Os objetivos gerais devem ser direcionados pelas diversas áreas ou funções da empresa. O processo de estabelecimento dos objetivos deve ser inter-relacionado entre as diferentes áreas da empresa, pois é fundamental coordenar os objetivos gerais com os objetivos específicos. O processo orçamentário tem de permitir a participação de toda a estrutura hierárquica da empresa que tem responsabilidade orçamentária, não devendo ser de uma única direção, de cima para baixo, embora não se tenha dúvida de que, em última instância, e em caso de dúvidas, devem prevalecer os critérios estabelecidos pela cúpula da organização. É importante que todos os envolvidos no processo orçamentário sejam ouvidos. Esse envolvimento permitirá a todos a participação na gestão, pois delega responsabilidades e compromete todos os gestores dos setores específicos. Assim será possível uma gestão adequada da etapa final do plano orçamentário, que é o controle orçamentário, com a análise das variações e do desempenho individual dos gestores. Num orçamento são fundamentais e necessários a participação e o envolvimento dos gestores com responsabilidade pela sua execução. Um processo de orçamento de cima para baixo, de forma impositiva, sem nenhuma participação e envolvimento dos gestores, que devem buscar o alcance dos objetivos e as metas operacionais, tende a produzir resultados inferiores aos pretendidos. Um processo orçamentário conduzido de forma totalmente democrática pode também trazer problemas na condução dos negócios. Nesta forma de condução existe a possibilidade de que os desejos, as necessidades e os objetivos dos diferentes setores não sejam coerentes com os objetivos maiores da organização. Não é improvável que alguns gestores, menos pragmáticos, estipulem metas e objetivos fora do alcance, tanto para cima quanto para baixo no volume de atividades desejadas. Quando estão muito além do possível podem levar o grupo a não acreditar no processo e quando estão muito aquém da possibilidade, fáceis de serem alcançados, também não motivam seus participantes. O tempo para execução de um plano orçamentário imposto de cima para baixo é muito mais curto, pois poucas pessoas participam e determinam o processo de planejamento e a sua mensuração final. O orçamento totalmente participativo depende de muito mais tempo para tomar as decisões, e envolve um número considerável de idas e vindas de papéis e cálculos para os diferentes planos do orçamento. rodrigues Sublinhado 10 Ambas as formas possivelmente levarão a problemas de comprometimento, motivação, coordenação de objetivos pelo grupo, e até, talvez, incorreção na mensuração dos planos gerais e dos diferentes setores das organizações. Como se sabe, em determinado momento pode ocorrer a necessidade de se tomar uma decisão na organização. A decisão segue uma estrutura hierárquica e sempre levará a que algum gestor, no subir da estrutura organizacional, tenha o poder de tomar esta decisão. O que se pode observar é que o sistema orçamentário oscila entre a forma mais participativa e um processo impositivo. O entendimento que se tem é de que nele deve existir o máximo possível de participação para o comprometimento dos seus gestores, mas reservar, aos responsáveis pelos escalões mais altos, a possibilidade de ajustes nas metas dos diferentes setores aos objetivos maiores da organização. 3.1 – Conceituação Segundo os autores Oliveira, Perez Jr, e Silva (2002 p.117) “O orçamento é o instrumento que traz a definição quantitativa dos objetivos e o detalhamento dos fatores necessários para atingi-los, assim como o controle do desempenho”. A partir desse conceito, pode-se afirmar que o orçamento é o método de planejamento e controle financeiro, vinculado aos planos operacionais e ou de investimentos, que visa otimizar o rendimento de recursos físicos e monetários da empresa. A elaboração do orçamento é tarefa de toda a organização. Cada área será responsável por alcançar determinadas metas, as quais deverão estar harmonizadas com as metas da toda a empresa. O processo orçamentário é um dos instrumentos que permitem acompanhar o desempenho da empresa e assegurar que os desvios do plano sejam analisados e adequadamente controlados. Para a implantação de um processo de orçamento em uma empresa exigem-se as mínimas condições, as quais a seguir encontram-se descritas: (ZDANOWICZ, 2000) a) Estrutura organizacional - compatível com os objetivos e as metas propostas em seu plano geral de operações; b) Contabilidade aberta, informatizada e descentralizada – processo auto-gerenciável - lançamento contábil feito na origem pelo próprio usuário; c) Fixação dos objetivos e das metas da empresa – análise da situação interna e externa; d) Disciplina e seriedade. 3.2 - Vantagens do uso do orçamento: O orçamento como instrumento de controle será sempre útil para qualquer organização, independentemente do seu porte. Os autores Oliveira,Perez Jr e Silva citam as seguintes principais vantagens do uso dessa ferramenta gerencial: rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Sublinhado rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 11 a) Formaliza as responsabilidades pelo planejamento; b) Estabelece expectativas definidas, o que o torna a melhor base de avaliação do desempenho posterior; c) Auxilia os administradores a coordenar seus esforços, de forma que os objetivos da organização em sua totalidade se harmonizem com os objetivos de suas partes; d) Formaliza um instrumento de comunicação; e) Dota a organização de um instrumento de controle operacional, permitindo a comparação dos resultados alcançados com as metas preestabelecidas. 3.3 - Características do Orçamento: O orçamento pode ser caracterizado pelas seguintes premissas básica segundo Zdanowicz ( 2000, p.24-25): a) Projeção para o futuro – deverá especificar o quanto e quando as atividades deverão concretizar-se, considerando, em parte, o presente para projetar o futuro; b) Flexibilidade na aplicação – Ter mecanismos que permitam a rápida adaptação às mudanças que ocorram no mercado; c) Participação direta dos responsáveis – todos os níveis da empresa deverão participar do processo e comprometer-se com a execução; d) Global – todas as unidades e atividades da empresa deverão participar; e) Prático – a elaboração do orçamento deverá ser em tempo hábil, para que a sua execução possa ocorrer no momento certo; f) Critérios uniformes – é necessária a definição de princípios e padrões para ser possível a avaliação do orçamento; g) Quantificação – expressa em valores físicos e monetários; h) Economicidade – deverá revelar, em termos econômicos, o que se terá de fazer e o que ser pretende fazer na empresa no período orçamentário. 3.4 – Elementos que interferem no orçamento O Orçamento é feito descentralizado em subunidades ou divisões, ou seja, centros de responsabilidades, seguindo a estrutura organizacional existente, através deles os planos são executados, os objetivos são atingidos e o controle é obtido. O orçamento pode ser estruturado: de acordo com os níveis de autoridade e de responsabilidade; de acordo com as linhas de produtos e serviços. Para a elaboração de um orçamento é necessário considerar a história e as condições com os quais esse desempenho se correlaciona. Quanto a utilização de fatos históricos, desde que as condições básicas não tenham sofrido drásticas modificações, é com base em desempenhos passados que resultados futuros podem ser previstos. rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 12 É com base em dados históricos que se descobrem correlações entre fenômenos aparentemente independentes, esses são de fundamental importância para a projeção de custos fixos predominantemente projetados com base na experiência anterior da empresa. Quando as variações interferem em um ou em outro suborçamento, ou seja, são ao menos em parte, dependentes das variações de um ou outro fenômeno, dizemos que existe correlação entre eles. Tem-se como exemplo o orçamento da produção que engloba as projeções com consumo de matéria-prima, a mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação. Estes apresentam estreita correlação com os valores projetados no orçamento de vendas. Aliada às informações históricas e as correlações que ocorrem entre os orçamentos é preciso considerar um conjunto de fatores internos e externos a empresa: I) Condições Externas Gerais: a) Políticas - estabilidade política e social tendência do nível de estatização política governamental de preços política salarial e de financiamentos b) Econômicas - índice de preços renda nacional, PIB, PNB fatores internacionais utilização de mão-de-obra disponível utilização da capacidade de produção instalada II) Condições externas em relação ao mercado - a) Quanto ao consumidor - alterações do orçamento familiar fatores sócio-psicológicos mudanças tecnológicas mercado de exportações fatores demográficos b) Concorrência - novos competidores novos produtos concorrentes planos de exportação outras informações - estratégias de preços dos competidores, etc. 13 II) Condições internas da empresa planos de expansão política de produtos política de preços participação da empresa no mercado Com base nas melhores informações disponíveis no momento da sua elaboração, previsões são desenvolvidas e, a partir delas, alternativas de ação são construídas, analisadas e julgadas comparativamente e, em função disso, decisões são tomadas, evidentemente sempre atendendo ao objetivo básico de lucratividade ideal. Sobre todo esse conjunto de dados e de decisões, são construídos os orçamentos empresariais. Portanto, conclui-se que quanto melhores as informações têm-se: previsões melhor desenvolvidas, aprofundando a análise, qualificando a tomada de decisão e construindo alternativas de ação para a empresa. Em resumo, para a elaboração de bons orçamentos é preciso considerar: os dados históricos; as correlações; a análise interna; a análise externa. A conclusão a que se chega, sendo o orçamento uma simulação de receitas, despesas e lucros decorrentes de operações futuras da empresa (e, portanto, muito dependente de previsões), esse para ser eficiente, deve contar com uma técnica apurada de antecipação de acontecimentos futuros. Obviamente, por mais apurada que seja essa técnica, as previsões orçamentárias serão sempre previsões e não adivinhações. É preciso que alcance na sua previsão, uma relativa aproximação da realidade, sem a qual qualquer orçamento degenera em simples ficção, um acúmulo de cifras desconexas e incompatíveis com a realidade. A eficiência de um orçamento é medida pelo seu grau de acerto entre o orçado e o realizado de forma a permitir a realização dos ajustes e ampliações necessárias no tempo certo. O procedimento orçamentário prevê a possibilidade de correções periódicas de rumo, à medida que forem se manifestando distorções significativas entre a evolução real das operações da empresa e as previsões originalmente desenvolvidas. Por fim, a gestão orçamentária é uma técnica difícil de manejar e custosa de executar, não se compreende um esforço desses, na empresa, senão com base em motivos bem precisos e em intenções bem determinadas. O estudo dessas motivações deve ser conduzido de modo a mostrar como cada pessoa, dentro da empresa, se beneficia do funcionamento de tal técnica, levando-a, por conseguinte a contribuir para a sua implantação. rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 14 3.5. Principais causas de falhas na implantação de um sistema de orçamento: A seguir são apresentadas as principais causas de falhas na implantaçãode um sistema de orçamento: Estrutura organizacional inadequada Sistema ineficaz de registro contábil Falta de um sistema de custos definidos Falta de apoio efetivo da cúpula administrativa Expectativa grande demais em relação ao novo processo de trabalho Implantação muito apressada Supervisão e administração deficientes Expectativa prematura de resultados Falta de cooperação necessária Falta de êxito na análise dos resultados e na apuração das causas das variações Falta de dados históricos Papelada excessiva ou detalhes excessivos Período de projeção longo demais Falta de definição do processo de elaboração do orçamento Falta de flexibilidade na reformulação das estimativas Pesquisa de mercado mal feita Falta de decisões globais sobre as políticas de preços, salários, despesas, etc. É importante destacar os fatores críticos que interferem na elaboração, implementação e acompanhamento do processo orçamentário e para um melhor entendimento o quadro 2 a seguir traz esses fatores resumidos: Quadro 2 - Sistema orçamentário e fatores críticos para o sucesso Fatores imprescindíveis Abrangência, oportunidade, qualidades e características do sistema orçamentário Envolvimento da alta direção, dos demais executivos e funcionários. Apoio da alta direção. Empenho integral e participativo de cada integrante do quadro de funcionários da empresa. Adaptação organizacional Adequação da estrutura organizacional Evitar duplicação ou diluição de esforços e responsabilidades. Considerar a cultura da organização Clara definição dos objetivos e dos padrões de desempenho Antes do momento de decisão Padrões comparáveis com resultados Comunicação integral Responsabilidade e objetivos Todos os níveis da estrutura organizacional 15 Definição de expectativas realistas Evitar conservadorismo exagerado Evitar otimismo irracional Procurar alcançar alto nível de eficiência global Oportunidade Plano de datas Relatórios de desempenho oportunos Reconhecimento do esforço individual e do grupo Justo, compreensível e preciso Evitar estereótipos e preconceitos na avaliação da performance Acompanhamento do desempenho Se inferior às metas, adotar ações corretivas, de forma construtiva Se favorável, divulgar para as demais áreas Fonte: Oliveira, Perez Jr. e Silva ( 2002, p.117) São as seguintes as fases do processo de elaboração do plano: 1) a da previsão; 2) a da avaliação da projeção e 3) a do controle. A fase de previsão é a do trabalho de projeção numérica de cálculo e quantificação propriamente dita, quando se coloca no papel tudo aquilo que a empresa tem de expectativa que vá acontecer durante o próximo exercício social. Nesta primeira fase se verificam as condições atuais da conjuntura econômica geral, das políticas de preços e estimativas de inflação. Para Padoveze (2005, p. 50), [...] nessa etapa é que são desenhados os cenários econômicos imagináveis ou possíveis, considerados sempre dentro de condições probabilísticas. Informações como tamanho e variação do PIB, tamanho do mercado, participação da empresa no mercado, forças concorrentes, consumo efetivo versus consumo teórico, etc., devem ser consideradas para o processo de previsão. Na etapa a seguir, a fase da avaliação das projeções, os dados devem ser submetidos a uma avaliação pelos setores responsáveis pelo planejamento financeiro geral e, após as respectivas críticas, far-se-á a devolução das peças iniciais para o acerto das previsões. Esses dados deverão estar ajustados com uma certa antecedência ao início do ano seguinte, de forma que os responsáveis pelos diversos setores das áreas da empresa já estejam preparados para a sua instituição e execução. A terceira etapa é talvez a mais importante, a fase do controle, na qual deve ser verificado se as projeções ou os objetivos previstos foram atingidos. Padoveze (2005, p. 50) argumenta que é “por meio da análise das variações que se avaliará o desempenho das áreas de responsabilidade e eventuais correções necessárias a serem feitas”. As etapas do processo devem ser traduzidas num cronograma de datas para serem elaboradas e quanto mais especificadas forem os detalhes destas fases de elaboração, melhor.Ressalta-se que o responsável pela condução do processo e sua equipe deverá rodrigues Destacar 16 acompanhar este cronograma desde o início das atividades da primeira etapa até a data de execução dos planos e o lançamento da informação no sistema contábil. 3.6 Categorias de Orçamento Segundo Oliveira, Perez Jr. e Silva (2000) a elaboração do plano de resultados pode ser dividida em três grandes grupos, com características distintas, porém interdependentes, são elas: 1) Orçamento econômico – consiste na fixação de metas para os itens que compõem a demonstração de resultados (receitas e despesas). O ponto chave do desse planejamento é o orçamento de vendas, ele é o ponto de partida de todo o processo orçamentário. Os principais suborçamentos que compõem o planejamento econômico são: orçamento de vendas, orçamento de produção, orçamento de matéria-prima, orçamento de mão-de-obra direta, orçamento de custos indiretos de fabricação, orçamento de despesas administrativas, orçamento de despesas comerciais e de despesas financeiras. 2) Orçamento Financeiro – consiste na elaboração de suborçamentos das atividades que influenciam o fluxo de caixa. O planejamento financeiro permite à empresa obter as informações antecipadas quanto à necessidade ou disponibilidade de recursos financeiros, o que beneficia a tomada de decisões sobre os fatores que interferem no gerenciamento do fluxo de caixa. Os principais suborçamentos que compõem o planejamento financeiro são: orçamento de contas a pagar, orçamento de contas a receber, orçamento de aplicações, orçamento de empréstimos e orçamento de caixa. 3) Orçamento de Capital- consiste na elaboração das estimativas de investimentos, principalmente em imobilizado, que serão utilizados para geração de receitas futuras, portanto, precisam ser depreciados ou amortizados. A adoção do planejamento financeiro e do orçamento pela empresa pressupõe a prévia análise de todos os fatores relevantes dos sistemas operacional e estratégico. Os principais aspectos dos processos de planejamento e controle financeiros deverão ser definidos antes de se estruturar um programa equilibrado do plano geral de operações para o período em questão. (ZDANOWICZ, 2000,p.26) A figura 3 ilustra a composição e a preparação do orçamento anual, ou seja, o fluxo das informações desde o orçamento de vendas até os resultados finais expressos nas Demonstrações Contábeis. 17 Figura 3 – Exemplo de integração entre o orçamento econômico ou operacional, o orçamento financeiro e o orçamento de capital. Fonte: Adaptado de Lunkes (2003,p.43) A seguir são apresentados individualmente os suborçamentos de cada categoria. Inicia- se pelo orçamento econômico ou operacional formado pelo: orçamento de vendas, de matéria- prima, de mão-de-obra direta, de custos indiretos de fabricação e das despesas operacionais. Na seqüência, serão trazidos os conceitos do orçamento financeiro juntamente com os seus suborçamentos e concluindo o orçamento de capital. Orçamento de vendas/receitas Orçamento da Produção Orçamento dos custos de matéria-prima Orçamento dos custos de mão- de-obra direta Orçamento dos custos indiretosde fabricação Orçamento dos custos dos produtos vendidos Orçamento das despesas: Pesquisa e desenvolvimento Vendas e marketing Distribuição Administração Demonstração de resultado orçada Orçamento de capital Balanço patrimonial orçado Orçamento de caixa 18 4. ORÇAMENTO ECONÔMICO OU OPERACIONAL O orçamento operacional/econômico consiste na fixação de metas para os itens que compõem a demonstração de resultados (receitas e despesas). O ponto chave desse planejamento é o orçamento de vendas, ele é o ponto de partida de todo o processo orçamentário. Os principais orçamentos que compõem o planejamento econômico são: orçamento de vendas, orçamento de produção, orçamento de matéria-prima, orçamento de mão-de-obra direta, orçamento de custos indiretos de fabricação, orçamento de despesas administrativas, orçamento de despesas comerciais e de despesas financeiras. 4.1 - Orçamento de Vendas O orçamento de vendas é o ponto de partida para a elaboração do orçamento geral; isso porque para a maioria das empresas o planejamento das atividades emerge tendo por base a demanda de produtos para determinado período, sendo, portanto, o plano e o volume de vendas pontos críticos na questão do orçamento geral. Assim, segundo Welsch (1994), caso as vendas não sejam estimadas de forma realista, todas as outras peças orçamentárias do orçamento serão influenciadas em virtude da interdependência entre elas. 4.1.1 Conceituação O orçamento de vendas constitui-se na planificação futura das vendas da empresa para determinado período, relacionando em suas projeções os produtos e/ou serviços que serão oferecidos e distribuídos em cada mercado de atuação, indicando a quantidade, o preço unitário e a receita total. O plano de vendas é o alicerce do orçamento e a partir dele se desencadeiam as demais peças orçamentárias. Ele é formado pelas receitas e despesas de vendas. Os principais componentes desse plano são: Previsões das vendas; Preço de venda dos produtos; Impostos sobre vendas; Adições e abatimentos sobre vendas. Segundo Zdanowicz, (2000, p.35) o principal objetivo do orçamento de vendas é atender com qualidade os clientes, oferecendo o preço certo, a quantidade certa, o produto certo, no lugar certo e no tempo certo. Isso permite a empresa projetar a receita operacional bruta para o período considerado. As variáveis restritivas a serem consideradas na elaboração do orçamento de vendas são a capacidade de produção, a capacidade de distribuição e o capital de giro. rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 19 4.1.2 Fatores que interferem nas projeções Para ser fazer as projeções das vendas é preciso realizar um diagnóstico da empresa e de seu macroambiente, visando a identificação das restrições internas e externas às vendas da empresa. As principais restrições na visão de Sanvicente e Santos (1995,p.44) são: a) Restrições internas – capacidade produtiva insuficiente, estrutura administrativa inadequada, pessoal não habilitado para o exercício de suas funções, dificuldades na obtenção de fundo para capital de giro, entre outros. b) Restrições externas - evolução política do país, inflação, mercado fornecedor de matérias-primas, mão-de-obra, concorrentes, etc. Para que os objetivos da área de vendas sejam atingidos é necessário que se tomem algumas decisões sobre: preços, produtos, distribuição e propaganda. Política de preços - preço é a expressão do valor de troca que se oferece por alguma coisa que satisfaça uma dada necessidade ou desejo. O preço de um bem ou de um serviço deve ser ótimo para a empresa que oferta e para o consumidor que o demanda numa relação recíproca de ganho. Os principais fatores que influenciarão na projeção do preço de venda serão: (ZDANOWICZ, 2000) a) A qualidade dos produtos concorrentes; b) Os serviços que oferece; c) O preço de venda dos produtos concorrentes; d) A oferta de produtos similares no mercado; e) A procura do produto no mercado; f) A capacidade de produção da empresa; g) As características do processo produtivo na empresa; h) As condições futuras de mercado. Para estabelecer os preços dos produtos no entendimento de Sanvicente e Santos(1995, p.46-47) são utilizados basicamente dois métodos: o método de custo e o método da concorrência, sendo que muitas vezes são utilizados ambos procurando-se analisar as prováveis reações do mercado. Política de Produtos – o ciclo de vida dos produtos e a sua determinação é relativa, pois, varia de produto a produto, contudo a empresa deverá estar atenta ao projetar as vendas de seus produtos e ou serviços em seu futuro mercado de atuação, considerando o ciclo de vida de cada um deles. O ciclo de vida de um produto é: pré-teste, introdução, crescimento, maturação, saturação, declínio e rejuvenescimento. Política de distribuição – é nesse momento que são definidos os caminhos que levarão os produtos do fabricante aos consumidores finais. rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar rodrigues Destacar 20 Política de propaganda – define os produtos prioritários, as campanhas a serem feitas, os veículos a serem utilizados, etc. 4.1.3 Métodos para estimação das vendas Dentro do foco da previsão de vendas, Alexandre Hamilton Institute (1976, apud Sobanski, 1994, p. 25) destaca que “as metas em vendas não se estabelecem ao acaso” e por isso merecem uma análise mais “cuidadosa” ou “criteriosa”. Dentre as inúmeras técnicas de previsão de vendas conhecidas, o autor destaca as mais frequentemente empregadas por empresas norte-americanas. São elas (acompanhadas de uma simplificada descrição do método): Figura 4 – Técnicas de previsões de vendas • Apuração da tendência de vendas • Opinião da equipe de vendas • Opinião dos executivos Aspectos gerais do planejamento de • Análise da indústria vendas • Análise correlacional • Abordagens múltiplas Fonte: Adaptado de Sobanski (1994). A seguir, conforme Sobanski (1994), cada uma delas é descrita: a) Apuração da tendência de vendas: Procura-se reconhecer alguma tendência de aumento,queda ou estabilidade nas vendas, considerando-se, inclusive, o ciclo de vida de cada produto e projetando-se depois as vendas futuras. As previsões serão mais precisas se forem levadas em conta as variações sazonais e os efeitos dos ciclos econômicos de expansão ou contração nos negócios. b) Opinião da equipe de vendas: A direção pode solicitar aos vendedores e aos chefes distritais(ou somente ao pessoal de uma dessas faixas hierárquicas) suas opiniões sobre as vendas futuras nos âmbitos de suas regiões. A soma destas opiniões comporia a previsão a constar nos planos da empresa, todavia seus palpites poderão estar subestimados, na esperança de que gerem quotas de vendas mais favoráveis. Além disso, pode ocorrer que os vendedores não levem em conta as condições econômicas gerais, cuja evolução, aliás, nem sempre é fácil de estimar. 21 c) Opinião dos executivos: Neste método a previsão de vendas geralmente resulta do consenso dos diretores em reuniões, durante as quaiscruzam suas opiniões, formuladas a partir de seus conhecimentos sobre as condições econômicas gerais e sobre os fatores que afetam suas funções na empresa e na indústria. Costumam também considerar os dados obtidos por alguns dos outros métodos aqui indicados. d) Análise da indústria: É feita uma previsão da demanda total de produtos, a ser atendida pela venda da empresa e de todas as demais do mesmo ramo de negócios. Conhecendo-se a faixa de mercado atual da empresa, estima-se sua participação futura e obtém-se a previsão de suas vendas. Este método só é aplicável em empresas que têm uma faixa significativa no mercado. e) Análise correlacional: Em inúmeras situações estarão identificados fatores econômicos e ambientais que condicionam a estrutura. Materiais e edificações dependem fortemente do número de construções. Uma papelaria, por exemplo, do número de alunos matriculados em uma escola próxima; [...] lojas de departamentos, da capacidade de compra da população. Há casos em que se combinam diversos fatores, influindo simultaneamente sobre as vendas de um produto. f) Abordagens múltiplas: Em certo número de empresas, nunca se utiliza um único método, porém uma combinação da vários deles. 4.1.4 Informações oriundas do orçamento de vendas Com a elaboração desse orçamento a empresa terá informações segregadas em dois grupos: I) Econômicos: a) Receitas Brutas; b) Impostos diretos sobre vendas (IPI, ICMS); c) Despesas com vendas (comissões, propaganda e publicidade, transporte, pessoal, aluguel, etc.); II) Financeiros: a) Recebimento de vendas; b) Pagamento de Impostos diretos; c) Pagamento de Despesas; A partir dessas informações têm-se o quadro do montante da receita principal da empresa e o cronograma de ingressos e de desembolsos relacionados as vendas. 22 Esses dados quanto às estimativas de vendas podem ser segmentados por: produto; por tipo de cliente; por região comercial; por filial; por canal de distribuição. Dando uma visão detalhada e específica para os administradores da empresa. Na estimação das vendas de empresas produtoras de artigos sazonais, como brinquedos, artigos de lã ou artigos de praia que têm grande parte do seu faturamento concentrado em um curto período de tempo durante o ano, têm-se muitas dificuldades para planejar o ano, Sanvicente e Santos (1995) sugerem as seguintes alternativas: a) Produzir proximamente aos picos de vendas, o que resulta em uma grande capacidade ociosa durante o resto do ano; b) Manter seu ritmo de produção constante, o que requer uma menor capacidade produtiva, mas exige em contrapartida um investimento maior estoques durante todo o ano. c) Diversificar a linha de produtos. d) Quando possível buscar deslocar de maneira favorável a procura no tempo. O orçamento de vendas é peça importante por se relacionar com as demais áreas e departamentos da empresa, que irão necessitar de informações seguras sobre as vendas para a programação de suas necessidades de matérias-primas, mão-de-obra direta e despesas indiretas de fabricação. Desta forma, o orçamento de vendas deverá satisfazer as necessidades do cliente, do funcionário, do acionista e da comunidade, bem como garantir a sobrevivência da organização. 4.2. Orçamento da Produção O planejamento da produção é uma etapa muito importante, sendo a base das demais peças orçamentárias em termos operacionais e dos novos investimentos, a serem realizados pela empresa. O orçamento da produção para Welsch (1983, p.129) “é uma estimativa da quantidade de bens que devem ser fabricados durante o exercício orçamentário”. a) Primeiro passo - estabelecer políticas quanto ao nível de estoques. b) Segundo passo - quantidade total de cada produto a ser fabricado durante o período. c) Terceiro passo - programar e distribuir a produção durante o período. Um programa equilibrado de produção é considerado fundamental, para um processo de fabricação econômica. 4.2.1 Políticas de estoque É preciso buscar o equilíbrio, quanto aos estoques, um nível excessivamente alto, causa custos elevados de armazenagem, riscos e investimentos. Um nível insuficiente traz a impossibilidade de atender aos pedidos de vendas e de produção com rapidez. 23 Os estoques incluem matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados; materiais de manutenção e de novos projetos. Na seqüência estão descritos os fatores importantes na avaliação para se estabelecer políticas de estoque. (WELSCH, 1983) 1. Quantidades necessárias para atender as exigências em termos de vendas - orçamento de vendas; 2. Perecibilidade dos produtos; 3. Duração do período de produção; 4. Instalações para armazenamento; 5. Adequação dos recursos financeiros para cobrir o custo de produção dos estoques - volume excessivo de capital de giro aplicado; 6. Custos de manutenção dos estoques - mão de obra, seguros, impostos, aluguéis, depreciação, transporte e manejo. Os estoques envolvem dois tipos de custos: os de manutenção excessivo e os de manutenção insuficiente. A solução ótima minimiza o valor total dessas duas categorias de custos. A estabilidade das vendas de produtos determinará a política de estoques a ser adotada pela empresa. Assim, será importante analisar, previamente, se o consumo dos produtos que serão produzidos e vendidos não sofrerá oscilações, ou seja, não irá apresentar períodos de sazonalidade. O ideal para a empresa será manter um estoque mínimo e de equilíbrio, tendo em vista ao planejamento financeiro, em termos de liquidez e capital de giro. A sazonalidade das vendas é característica de muitas indústrias e o maior problema enfrentado pelas empresas na flutuação da produção refere-se ao efeito sobre pessoal como: dispensas periódicas, desestímulo aos colaboradores, despesas com treinamento, etc. e que um nível de produção estável minimizaria. O planejamento da produção aliada a política de estoque auxilia a administração a diminuir os efeitos da sazonalidade. 4.2.2 Capacidade de produção A determinação da capacidade de produção deverá estar em consonância com o orçamento de vendas, visando assim atender a demanda dos produtos da empresa na qualidade e quantidade certas. Neste sentido, o orçamento de vendas não poderá ser superior à capacidade de produção, pois a empresa não conseguirá cumprir suas metas de vendas, gerando o desgaste da imagem junto aos clientes. Por outro lado, o orçamento de vendas não poderá ser muito inferior à capacidade de produção pois a empresa irá operar com capacidade ociosa, o que é sempre uma situação delicada, em termos econômico-financeiros. 24 Exercícios de Orçamentos de Vendas e Produção 1) A empresa Don Pablo comercializa dois produtos camisas e calças. Esta projetando o seu orçamento em quantidades para o quarto trimestre de 2017. Considere o histórico das vendas a seguir e a expectativa do mercado para a projeção em quantidades. Considere que o mercado esta em queda prevendo- se uma redução de 5%. mês/ano camisas % calças % mês/ano camisas % calças % out/13 320 130 nov/13 280 165 out/14 350 145 nov/14 312 180 out/15 395 160 nov/15 344 200 out/16 425 175 nov/16 376 218 out/17 nov/17 média mês/ano camisas calças ano camisas calças dez/13 415 150 2013 1.015 445 dez/14 450 170 2014 1.112 495 dez/15 496 188 2015 1.235 548 dez/16 560 210 2016 1.361 603 dez/17 2017 média 2)A empresa Nordeste vende farinha de trigo e esta projetando as suas vendas em quantidades e a receita para o segundo semestre de 2017. A empresa tem capacidade de produzir 112.000 unidades/mês. Considereo histórico de vendas a seguir: a) Analise o comportamento das vendas em unidades e em R$ relacione premissas que devem/podem ser consideradas para a projeção de vendas para 2017. Bem como, analise a evolução do preço e projete para 2017 considerando a previsão da inflação de 9%. meses/ano 2013 2014 % 2015 % 2016 % média % 2017 projetado % de variação julho 60.000 65.000 62.000 68.000 agosto 52.000 58.000 54.000 60.200 setembro 53.000 72.000 68.000 74.000 outubro 90.000 98.000 95.000 106.000 novembro 95.000 106.000 101.000 109.000 dezembro 96.000 108.000 104.000 109.000 Total 446.000 507.000 484.000 526.200 média/ano 74.333 84.500 80.667 87.700 Inflação prevista 2017 6,00% preço Kg R$ 1,745 R$ 1,862 R$ 1,887 R$ 1,996 Receita por semestre 778.270,00 944.034,00 913.308,00 1.050.295,20 Orçamento de vendas em reais orçamento de vendas em quantidades 25 b) A empresa Nordeste tem por política manter 30% das suas vendas do mês em estoque, elabore a projeção do orçamento de produção: Item julho agosto setembro outubro novembro dezembro Vendas em unidades estoque inicial estoque final Unidades a produzir 3) Caso Indústria Netuno Ltda A Indústria Netuno Ltda fabrica barcos. Os barcos são vendidos em todo o país e têm muita aceitação. Os produtos da empresa são notórios por seu estilo e sua durabilidade. A indústria vem utilizando projeções orçamentárias a alguns anos, seguindo o processo tradicional. O orçamento para o segundo semestre de 2017 está sendo elaborado pelas gerências e para isso a Controladoria entregou a todos os gerentes responsáveis as informações para embasar as projeções. a) Vendas dos semestres/anos anteriores: Produto 2º sem/11 2º sem/12 2º sem/13 2ºsem/14 2º sem/15 2º sem/16 2º sem/17 Barco de pequeno porte 28 30 32 35 32 38 Barco de porte médio 15 16 18 20 18 22 b) Preços dos produtos: Barco Pequeno – R$ 3.600,00 com previsão de reajuste de 10% em julho; Barco Médio – R$ 7.600,00 com previsão de reajuste de 9% em julho. c) A Netuno SA estava utilizando 60% da sua capacidade de produção para o barco pequeno e 50% da capacidade para o barco médio, no segundo semestre de 2011. d) A empresa projeta um crescimento nas vendas do Barco Pequeno de 5% e do Barco Médio de 8%. e) Impostos sobre as vendas – ICMS de 18%, PIS – 1,65% e COFINS – 3% Pede-se: 1) Com base nessas informações projete o orçamento de vendas demonstrando as quantidades previstas, os preços e o total da receita. Pequeno Médio Unidades Preço por Unidade Receita Bruta (-) Despesas ICMS (18%) (-) Despesas (PIS e COFINS 4,65%) Receita Líquida 2) Analise o comportamento dos dois produtos dessa empresa propondo quais, na sua opinião, seriam as decisões a serem tomadas para os próximos meses. 26 4. 3 Orçamento do Custo de Produção Esses custos podem ser classificados em três grandes categorias: matéria-prima, mão- de-obra direta e custos indiretos de produção. 4.3.1 – Orçamento de Matérias-primas De acordo com Oliveira, Perez Jr. e Silva (2008, p.134) também com base no plano mestre de produção, será elaborado o orçamento de matéria-prima. “Para cada tipo de produto a ser produzido deve existir uma lista de materiais, onde devem estar discriminadas todas as matérias-primas e suas respectivas quantidades necessárias para a produção de cada unidade de produto”. Para Lunkes (2008, p.47) o orçamento de matéria-prima “define padrões de consumo ou o quociente entre a quantidade de cada tipo de matéria-prima e o volume físico de produção, quocientes entre consumo de matéria-prima de horas de MOD ou horas máquina e estudos e padrões de engenharia”. No planejamento e controle das necessidades de matéria-prima a empresa deve considerar: (WELSCH, 1983) 1. Determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da produção; 2. Estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas; 3. Elaboração do programa de suprimentos; 4. Determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção. O orçamento de matéria-prima produz quatro sub orçamentos: a) Orçamento de matérias-primas; b) Orçamento de compras; c) Orçamento de estoques de matérias-primas d) Orçamento do custo das matérias-primas consumidas Existem dois tipos de matérias-primas: as diretas que incluem os materiais integrantes do produto final e são diretamente identificadas; e as indiretas que não são diretamente relacionadas ao produto - Ex.: graxas e lubrificantes. O orçamento de matérias-primas trata dos materiais diretos e os indiretos são incluídos no orçamento de custos indiretos de fabricação. Principais Finalidades; As principais finalidades em termos de detalhamento das necessidades de matéria- prima, para Welsch (1983, p.150) são: 1. Fornecer informações sobre quantidades aos departamentos de compras - planejadas e adequadas; 2. Fornecer informações em quantidades para permitir a projeção de custos; 3. Fornecer dados para o estabelecimento de níveis de estoque; 27 4. Fornecer dados para determinação das necessidades de caixa; 5. Fornecer informações para o controle de consumo de matérias-primas. Elaboração do orçamento de matéria-prima Os dados básicos para preparação do orçamento são: a) Volume da atividade - orçamento de produção b) Taxas padrão de consumo de cada tipo de matéria-prima. Obtidas quando? Durante o desenvolvimento original do produto; A partir de estudos de engenharia; Com base em registros de consumo O orçamento de compras é uma importante área de redução de custos. E especifica: 1. Quantidades de cada tipo de matéria-prima a ser comprada; 2. As épocas em que as compras devem ser feitas; 3. Custo estimado da compra. Outro fator importante é a projeção do custo unitário da matéria-prima usada, sendo essa uma tarefa não muito fácil porque fatores diversos influenciam na determinação dos preços. É preciso então analisar alguns fatores como as: Condições econômicas; Perspectivas da indústria; Procura de matéria-prima; Condições de mercado; Políticas de Estoque – Uma política ótima de estoque constitui-se num conjunto de regras de decisão que permitem atender às necessidades de consumo a um custo mínimo em termos de investimentos em estoques. Essas regras precisam estar detalhadas de forma que contenham informações, na grande maioria dos itens, sobre estoques mínimos e máximos a serem mantidos, sendo esses limites fixados em quantidades físicas ou valores monetários. Para Sanvicente e Santos (1995, p.79) existem dois sistemas básicos de controle de estoques: a) Sistema de reposição por quantidade fixa ou estoque mínimo – onde a reposição deve acontecer quando o estoque atinge um certo nível pré-determinado. b) Sistema de reposição por período fixo – consiste na reposição em datas pré- fixadas. 4.3.2 - Orçamento de Mão-de-obra direta O orçamento de mão-de-obra direta tem como finalidade determinar os gastos previstos em relação a quantidade e o valor total de horas de mão-de-obra diretamente aplicado para a produção, subdividido por centros de responsabilidade e/ou setores. 28 As principais razões para a preparação de um orçamento de mão-de-obra-direta envolvem o fornecimento de dados planejados para o volume necessário de mão-de- obra direta, o número de empregados exigidos, o custo unitário de fabricação do produto, necessidades de fluxo decaixa e para permitir o controle do trabalho realizado, (WELSCH, 1983, p.162). Para Lunkes (2008) o orçamento de mão-de-obra direta é de responsabilidade dos gerentes dos respectivos departamentos da organização, onde são determinadas as horas necessárias para atender à fabricação estimada. E ainda acrescenta que, onde existem diferentes níveis de complexidade de mão-de-obra, estes devem ser especificados em separados na elaboração do mesmo. De acordo com Sanvicente e Santos (1995), orçar mão-de-obra direta significa: - Estimar a quantidade de mão-de-obra direta necessária para cumprir o programa de produção; - Projetar a taxa horária que será utilizada, dividida por departamento; - Calcular o custo total de mão-de-obra. O planejamento e o controle dos custos de mão-de-obra envolvem decisões do tipo: (WELSCH, 1983) 1. Necessidades de recursos humanos; 2. Recrutamento; 3. Treinamento; 4. Avaliação e especificação de tarefas; 5. Avaliação de desempenhos; 6. Negociação com sindicatos; 7. Administração salarial. Elaboração do orçamento A elaboração desse orçamento envolve dois passos básicos analisados a seguir: 1) Determinação do número de horas necessárias – a) Registro de tempos e movimentos pela engenharia industrial; b) Estimativas diretas do supervisor; c) Estimativas por um grupo assessor, com a utilização de métodos estatísticos. 2) Valorização em termos monetários Em média trabalham-se 40 horas semanais X 4,4 semanas/mês Salário mensal dividido por 176 horas = custo hora mensal. a) Taxas médias de remuneração por departamento; b) Multiplicando-se os tempos padrão pelas taxas médias resulta no custo de mão-de- obra por unidade produzida. 29 c) Multiplicando o número de unidades a serem produzidas pelo custo da mão-de-obra por unidade tem-se o custo total da mão-de-obra direta. Encargos Sociais - FGTS – 8%; Contribuições- 5,8%; INSS Patronal - 21% - 34,8% Provisões - Provisão 13º salário (100%/12) - 8,33%; Provisão de férias (100%/12) - 8,33% 1/3 adicional de férias - 2,78% - 19,44% Ociosidade - horas disponíveis - n.º funcionários X 176 ( - ) horas utilizadas efetivamente. 4.3.3 - CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Conforme Oliveira, Perez Jr. e Silva (2008, p.134) “os custos indiretos de fabricação normalmente possuem natureza fixa, por isto, podem ser utilizados custos históricos corrigidos ou novas cotações efetuadas pelos diversos departamentos da fábrica”. Segundo Lunkes (2008) “os custos indiretos de fabricação abrangem todos os custos fabris que não podem ser classificados como MOD e MP, e são incorridos em nível de departamento ou em nível de fábrica como um todo”. O custo direto é aquele que é facilmente atribuível a um determinado produto. Enquanto que custo indireto é aquele que apresenta algum grau de dificuldade para ser atribuído aos produtos ou às atividades produtivas. Ex. salários dos supervisores. Os Custos Indiretos de Fabricação representam aquela parte do custo total de produção que não é diretamente identificável com produtos ou trabalhos específicos. Exemplos: Materiais indiretos Mão-de-obra indireta Despesas diversas de fabricação - impostos, seguros, depreciação, materiais de consumo, luz, água, gás e manutenção. Cada vez que é necessária utilizar-se de qualquer fator de rateio para a apropriação ou cada vez que há o uso de estimativas e não de medição direta, o custo é considerado como indireto. Problemas dos custos indiretos: 1. Controle dos custos; 2. Rateio dos custos aos produtos fabricados. É muito importante considerar o fato de que os custos indiretos de produção incluem muitos tipos distintos de despesas, isso cria problemas consideráveis para a administração, especialmente no rateio desses custos. Para determinar os custos dos produtos por unidade é evidentemente necessário ratear os custos indiretos. Nas empresas existem dois tipos distintos de departamentos: 1. Departamentos de Produção ( fins) - são aqueles que trabalham diretamente com o bem fabricado; 30 2. Departamentos de Serviços (meios) - não trabalham diretamente com os produtos, mas fornecem serviços auxiliares aos departamentos de produção e a outros departamentos de serviços. Ex. manutenção ou reparos, fornecimento de energia elétrica, compras, planejamento da produção, etc. Preparação do Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação: Na elaboração do orçamento dos custos indiretos de fabricação é necessário: Previsão de despesas para os departamentos; As previsões devem obedecer a classificação de custos utilizada pela contabilidade; As despesas devem ser indicadas por período. Nessas estimativas para se ter segurança é preciso ter qualidade dos dados contábeis; e muita seriedade, pela administração, no planejamento das despesas. Os custos indiretos de fabricação apresentam três finalidades principais: 1. Determinar o custo planejado dos produtos fabricados; 2. Estimar as saídas de caixa; 3. Para fins de controle do próximo ano. Todos os custos indiretos só podem ser apropriados, pela sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos, etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, um subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só é aceita por não haver alternativas melhores. Há recursos matemáticos e estatísticos que podem ajudar a evitar esses problemas, mas nem sempre é possível a sua utilização. 4.4 Despesas Operacionais O orçamento de despesas operacionais é uma das peças auxiliares que irá compor o sistema de planejamento financeiro e orçamento da empresa. É constituído por despesas administrativas, de vendas, tributárias e financeiras, ou seja, são todos os gastos que irão incorrer no período projetado, exceto os custos de produção. Orçamento de despesas operacionais compreende os gastos de administração pertinentes à direção, ao gerenciamento, ao material de expediente, etc.; as despesas comerciais necessárias para a realizar a venda de produtos e/ou serviços; os custos financeiros decorrentes de operações de empréstimos e financiamentos captadas pela empresa; e os gastos com encargos fiscais definidos por impostos, taxas e contribuições de melhoria, (ZDANOWICZ, 2000, p.72). O orçamento de despesas operacionais caracteriza-se por relacionar todas as atividades, que servirão de apoio às áreas fins. Para que possam desempenhar suas funções, de forma eficaz, eficiente e efetiva. 31 O orçamento das despesas operacionais será caracterizado por itens de gastos que deverão ser pagos ou incluídos no orçamento de caixa do comitê de planejamento financeiro e orçamento da empresa, decorrentes da administração para viabilizar a produção ou a compra e a venda de mercadorias projetadas no período orçado, (ZDANOWICZ, 2000, p.73). Welsch (1983) coloca que o orçamento detalhado de despesas para cada centro de responsabilidade devem serem incluídos no plano anual de resultados por várias razões, principalmente: - Para que os efeitos das diversas receitas planejadas e as despesas correspondentes possam ser agregadas numa projeção da demonstração dos resultados do exercício. -Para que as saídas de caixas exigidas por custos e despesas possam ser planejadas com realismo. - Para fornecer um objetivo inicial de despesa de cada centro de responsabilidade. -Para fornecer um padrão a ser usado durante o exercício orçamentário para cada item de despesa de cada orçamento, para fins de comparação aos custos mais reais em relatórios de desempenho. 4.4.1 Despesas Administrativas As despesas administrativas incluem todas as despesas necessárias para a gestão das operações de uma empresa e também os itens relativos a pessoal, viagens, telefonemas, telegramas, material de escritório, depreciação, seguros, energia elétrica, etc. As despesas administrativas estão relacionadas a gestão das atividades como: controladoria, diretoria, contabilidade, tesouraria, pessoal, limpeza, vigilância, etc. Os principais itens que se caracterizarão como despesas administrativas, segundo Zdanowicz (2000), são: alugueis e condomínios; salários, gratificações, férias, 13º salário, indenizações, aviso prévio e encargos sociais do pessoal administrativo; material de expediente; comunicação; manutenção e consertos dos prédios, máquinas e equipamentos; assinaturas de jornais e revistas especializadas; despesas com água e energia elétrica; depreciações de itens do ativo imobilizado vinculados a administração; contribuições a entidades de classes e filantrópicas e despesas com apólices de seguros etc..; As despesas administrativas são por natureza, predominantemente despesas fixas e o orçamento das despesas administrativas baseia-se principalmente nos dados históricos das despesas departamentais. 4.4.2 Despesas de vendas As despesas de vendas compreendem todos os gastos efetuados com a venda e a distribuição dos produtos. 32 A elaboração do orçamento de despesas de vendas deve ocorrer concomitantemente à do orçamento de vendas. Isso se explica: as despesas de vendas serão maiores ou menores em função dos esforços necessários para que as vendas previstas sejam realizadas. Se o objetivo é atingir um novo território já dominado pela concorrência, os esforços de marketing (propaganda, equipe de vendas, despesas de viagem, etc) evidentemente serão maiores do que se não fosse cogitada a alteração de mercado da empresa. A elaboração conjunta dos orçamentos de receitas de vendas e de despesas de vendas pode ser feita determinando-se, em uma fase preliminar as vendas desejadas, e a seguir o que precisara ser feito para possibilitá-las. A fase seguinte é de análise da relação incremento de vendas/incremento de despesas de vendas. Essa análise é indispensável, pois ela pode até mesmo invalidar uma meta de vendas, caso seja considerada inviável em vista dos altos custos a ela associados. 4.4.3 Despesas Tributárias O orçamento de despesas tributárias é o instrumento que procurará relacionar, em sua projeção, todos os tributos que a empresa deverá recolher em nível federal, estadual e municipal no período orçamentário. As principais despesas tributárias são: a) Contribuições para o PIS e COFINS; b) Imposto predial, territorial urbano; c) Imposto de renda; d) Imposto sindical; e) Imposto de importação; f) Imposto sobre serviços de qualquer natureza; g) Imposto sobre propriedade de veículos automotores; h) Taxas de licenças junto a exatorias, prefeituras e órgãos públicos; i) ICMS e IPI, etc. 4.5 Orçamento da Demonstração do Resultado do Exercício A projeção do Demonstrativo de Resultado do Exercício será uma das peças orçamentárias mais importantes dentro do sistema de planejamento global da empresa. Essa Demonstração permitirá visualizar, de forma sintética, todos os instrumentos auxiliares, que comporão o planejamento econômico, ou seja, os orçamentos de vendas, produção despesas operacionais, bem como o lucro líquido operacional ou prejuízo operacional projetados. Essas informações serão importantes para que se possa analisar e concluir se o retorno sobre o investimento será ou não aceitável, comparado às aplicações dos mercados acionário e financeiro. 33 O Demonstrativo de Resultado do Exercício projetado será a demonstração, que irá permitir o conhecimento antecipado sobre a capacidade da empresa em gerar lucros para o período orçado, bem como a taxa de retorno sobre o investimento projetado. Esta projeção permitirá a análise e a avaliação dos resultados que serão alcançados com a implantação do plano estratégico desenvolvido e a sua adequação em relação aos objetivos estabelecidos. Principais objetivos: (ZDANOWICZ, 2000) a) Avaliar a eficiência do plano geral de operações, obtendo relações significativas entre as receitas, os custos e as despesas operacionais; b) Analisar e comparar as situações econômicas, atual e futura da empresa; c) Constituir-se em instrumento de planejamento e controle econômico; d) Informar aos atuais e novos acionistas sobre a provável remuneração dos capitais investidos na empresa; e) Projetar todas as contas diferenciais resultantes ou não da atividade fim da empresa. Ainda de acordo com Zdanowicz (2000) acrescenta que as principais características da DRE serão: - Confrontar os valores estimados e realizados, buscando verificar a eficiência e eficácia do plano geral de operações da empresa; - Estabelecer relações relevantes entre receita operacional, o custo dos produtos, operacional. - Analisar as tendências. - Fornecer informações aos credores sobre as condições econômicas da empresa e, posteriormente, a sua possibilidade em pagar as obrigações com terceiros. No momento em que se faz um eficiente levantamento e análise dos resultados futuros, tem-se em mãos uma importante ferramenta de gerenciamento, sendo possível assim, trabalhar de forma mais eficaz o planejamento. 34 5. ORÇAMENTO FINANCEIRO O processo de globalização, juntamente com a tecnologia da informação, faz com que as empresas estejam preparadas para as mudanças constantes, para isso precisam de ferramentas que auxiliam na boa gestão da empresa. O mercado competitivo impulsionou as empresas a terem um planejamento de seus recursos financeiros, onde se busca minimizar custos e maximizar resultados. “Fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período” (ZDANOWICZ, 2004, p. 23). Para tanto, o fluxo de caixa tornou-se uma ferramenta indispensável na administração financeira das instituições, pois qualquer decisão tomada provoca mudança no caixa. Segundo Frezatti (2006, p.28), Considerar o fluxo de caixa de uma organização um instrumento gerencial não significa que ela vai prescindir da contabilidade e dos relatórios gerenciais por ela gerados. Ao contrário, com o fortalecimento dos relatórios gerenciais gerados pela contabilidade se pretende aliar a potencialidade do fluxo de caixa para melhor gerenciar suas decisões. Trata-se de considerar que o fluxo de caixa também deva ser arrolado como instrumento que traga subsídios para o processo de tomada de decisão. Na verdade, o simples reconhecimento disso já é um grande passo para que os gestores do negócio possam dispor de informações adequadas. O fluxo de caixa é um sistema que demonstra os ingressos e desembolsos financeiros de uma entidade em um período estabelecido evidenciando a disponibilidade ou não de recursos financeiros. Sendo assim, o fluxo de caixa tornou-se uma ferramenta essencial, pois “o caixa de uma empresa gera lucro quando há disponibilidade de recursos para aplicação, que conseqüentemente receberá juros” (Silva, 2005, p.11), e ao contrário se tiver mais compromissos que disponibilidade, “a empresa utilizará recursos de terceiros, pagando juros pela captação, para fazer frente aos compromissos assumidos, o que tornará
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