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1. INTRODUÇÃO A palavra fruta é originária do latim fructus, que significa fruição, ou seja, gratificação, satisfação, poder, provavelmente, uma alusão à doçura de uma fruta madura. É da natureza da fruta o sabor agradável ao paladar. As frutas podem ser definidas como os frutos de certas espécies de vegetais. Sob outro aspecto, indicam a parte carnuda e comestível que engloba as sementes das plantas. (ARAÚJO, 2014). A qualidade dos frutos é atribuída aos caracteres físicos que é responsável pela aparência externa, entre os quais destacam-se o tamanho, a forma do fruto e a cor da casca. Essas características estão relacionadas ao conjunto de atributos referentes à aparência, sabor, odor, textura e valor nutritivo. Na produção de frutos destinados à indústria de sucos, deve-se dar ênfase a tecnologias que confiram aos frutos alto rendimento em suco, boa consistência, maior teor de açúcar e acidez elevada (PINTO, 2003). Diversos fatores influenciam as características físicas e físico-químicas de frutos, podemos citar os que mais destacam-se, por exemplo, a constituição genética, condições edafoclimáticas, tratos culturais e tratamento pós-colheita (LIRA JUNIOR, 2005). A firmeza do fruto é um atributo de qualidade que pode indicar o seu estádio de maturação ou ponto de colheita, influenciando na sua comercialização. Assim, frutos com baixa firmeza tem menor resistência ao transporte, armazenamento e ao manuseio. O teor de sólidos solúveis totais e a acidez titulável são parâmetros que também podem indicar o ponto de colheita do fruto, mas é um parâmetro químico (FAGUNDES E YAMANISHI, 2001). Para que sejam adotadas técnicas que visem o melhor desempenho no sistema de comercialização das frutas, é importante sejam conhecidos os fatores que contribuem para a formação e qualidade dos produtos, buscando a melhoria do sistema de comercialização para atender às exigências cada vez maiores dos consumidores (RODOLFO JUNIOR, 2007). O relatório teve como objetivo geral analisar as características físicas dos frutos maça, abacate e maracujá. 2. METODOLGIA A aula foi realizada no laboratório de Bromatologia e Bioquímica dos alimentos (CCS) da Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Portela. 2.2. Materiais ➢ Algodão ➢ Água destilada ➢ Balança semi-analítica ➢ Béquer ➢ Colher ➢ Faca ➢ Frutas (maça, abacate e maracujá) ➢ Paquímetro ➢ Prato 2.3. Métodos O fruto foi tomado, pesado inteiro e depois separado a polpa, a casca e o caroço, após pesado separadamente, e então com o auxílio do paquímetro retirado suas medidas. Ao final relacionado o peso do fruto inteiro ao peso da sua polpa obtendo o seu rendimento. 3. RESULTADOS As tabelas abaixo mostram os resultados dos parâmetros físicos das frutas e de suas principais estruturas: casca, sementes/caroço e polpa obtidos na prática. Tabela 1. Peso total da maça e sua casca com respectivas médias. Frutas Parâmetros Maça Abacate Maracujá Espessura da casca (mm) 1,16 53,68 6, 69 Peso da casca (g) 13,87 53, 68 77, 62 Peso da polpa (g) 118,01 378, 54 71,00 Diâmetro das sementes\caroço (mm) 2, 79 51, 27 1, 73 Comprimento das sementes\caroço (mm) 7,98 39, 58 6, 64 Peso das sementes\ caroço (g) 0,41 73, 74 20, 18 Diâmetro da fruta (mm) 66,05 97, 24 79, 28 Comprimento da fruta (mm) 61,35 93, 72 113, 72 Peso da fruta inteira (g) 139,83 480, 22 225, 30 Pesos das aparas (%) 2,52 - 6, 33 Rendimento (%) 84, 4 78,8 31,5 Fonte: Laboratória de Bromatologia e Bioquímica dos alimentos e Departamento de nutrição da UFPI, Teresina-PI. Nos países em desenvolvimento, as perdas pós-colheita de frutas ultrapassam 20% da produção. No caso do Brasil, este valor chega até a 40% em algumas regiões do Nordeste, o que leva a uma procura constante de métodos alternativos para minimizar essas perdas. A maçã é uma boa fonte de fibras, minerais e vitaminas, sendo que o Brasil apresenta uma produção importante, com exportação expressiva. Os cultivares Gala e Fuji são os de maior destaque. A produção brasileira de maçã concentra-se na Região Sul do país, com cerca de 100% da produção nacional (MOURA, 207). Um trabalho feito com quatro tipos de maçãs, observou-se que a cultivar Golden delicious é bastante diferente das demais quanto ao peso que é de 147,1g e diâmetro de 72,06mm, sendo classificada de tamanho pequeno de acordo com a legislação brasileira (RIBEIRO, 1986). As demais cultivares são classificadas como de tamanho médio (PINTO,1977). Em um estudo o peso médio encontrado para as maçãs foi de 179,8 gramas. No presente trabalho, a maçã também é considerada de tamanho pequeno, com valor médio 63,2 mm, demostrado na tabela 1. As áreas de cultivo e a produção do maracujá têm crescido nos últimos anos. O Brasil produziu, em 2005, um total de 479.813 t. em uma área de 35.820 ha. Geralmente, utilizam-se os frutos de melhor aparência externa para o mercado de fruta fresca, enquanto os demais são destinados à industrialização. Suas classes são determinadas pelo diâmetro equatorial (transversal) do fruto, usando uma escala numérica (1-5). Após a classificação da fruta, o produto de melhor qualidade é remunerado a preços significativamente superiores, até 150% a mais que o obtido com a comercialização dos frutos das classes inferiores, em determinadas épocas do ano (HAFLER, 2009). A espessura de casca do maracujá-amarelo variando de 0,40 a 0,67 cm, e observaram que esta variável é inversamente proporcional ao rendimento em suco, e que não há relação entre tamanho do fruto e espessura da casca. O rendimento em suco considerado para industrialização deve ser, no mínimo, de 33% em relação à massa total do fruto. O rendimento do maracujá da referida prática teve o seu rendimento de 31, 5%, valor menor do que pode ir para a industrialização. O comprimento médio dos frutos variou de 11, 37 cm, superiores aos obtidos por Nascimento et al. (1999), que variaram de 7,13 a 7,91 cm, e ainda da faixa encontrada por Vianna-Silva et al. (2008), com 9,17 cm a 10,04 cm. A massa de um fruto é normalmente proporcional ao número de sementes viáveis e, no maracujá, ao rendimento de suco, uma vez que cada semente é envolta por um arilo. Através da análise de correlação realizada entre a variável número médio de sementes por fruto e as variáveis peso médio do fruto e rendimento de polpa, confirmou- se a influência do número de sementes sobre essas características, apresentando uma correlação média entre elas (FORTALEZA et al., 2005). Um estudo observou efeitos benéficos do consume de gordura monoinsaturada de origem vegetal como óleos de oliva, canola, nozes e abacate, com uma significante redução do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. O abacate é uma das frutas que mais se destaca pela sua qualidade nutricional. É rico em ácido oléico e b-sitosterol, uma gordura insaturada utilizada como coadjuvante no tratamento de hiperlipidemias. Em um estudo com dieta enriquecida com 1,68 g de fitosteróis por dia, observou-se a redução da concentração de colesterol total e o LDL em 10 e 12%, respectivamente (TANGO, 2004). Analisando diferentes tipos de abacates tiveram como média para a massa total o valor de 746,87 g. Valor muito superior ao encontrado no presente trabalho, o que provavelmente deve-se ao fato de haver diferentes espécies e frutos de até 1052,97 g (OLIVEIRA et al, 2003). Daiuto et al. (2009) estudando essa variedade obteve o valor de 129, 3 g de massa média; e a proporção casca,polpa e caroço presentes no fruto foram respectivamente de 28,13, 58,71 e 13,16%. Durante a prática, pode-se perceber que a maior perda foi do maracujá, tendo um rendimento de apenas 31, 5%, já o abacate e a maça obtiveram rendimentos parecidos sendo 78,8 e 84, 4% respectivamente. 4. CONCLUSÃO Diante do exposto, as frutas que obtivemos na aula prática pode ser realizados os parâmetros físicos, exceto as aparas do abacate, sendo importante para a indústria. REFERÊNCIAS ARAÚJO, W. M. C.; MONTEBELLO, N. P.; BOTELHO, R. B. A. Alquimia dos alimentos. 3 ed. São Paulo: Senac, 2014. DAIUTO, E. R. et al. Estabilidade físico-química de um produto de abacate acondicionado em diferentes embalagens e conservado pelo frio. Alim. Nutr., Araraquara v.21, n.1, p. 99-107, jan./mar. 2010. HAFLE, Oscar Mariano et al. Produtividade e qualidade de frutos do maracujazeiro- amarelo submetido à poda de ramos produtivos. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, v. 31, n. 3, p. 763-770, Sept. 2009. FAGUNDES, G. R.; YAMANISHI, O. K. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DE FRUTOS DE MAMOEIRO DO GRUPO 'SOLO' COMERCIALIZADOS EM 4 ESTABELECIMENTOS DE BRASÍLIA-DF. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 541-545, dezembro de 2001. FORTALEZA, J. M. et al. Características físicas e químicas em nove genótipos de maracujá- azedo cultivado sob três níveis de adubação potássica. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 27, n. 1, p. 124-127, Abril 2005. LIRA JUNIOR, J. S. de et al. Caracterização física e físico-química de frutos de cajá- umbu (Spondias spp.). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.25, n. 4, p. 757- 761, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 20612005000400021&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 5 de outubro de 2017. MOURA, S. C. S. R. de et aL. 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