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Desvio angular ou deformidade angular

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DESVIO ANGULAR EM POTROS
Alunos: Camila Lagranha, Eduarda Lamberti, Fabio Piffero, Frederico Rott e Vanuza Azolin
Professora: Claudia Duarte
Desvio angular ou deformidade angular do membro (DAM) é uma doença ortopédica do desenvolvimento, e trata-se de um desvio lateral ou medial do eixo vertical do membro em relação a sua articulação de origem. O desvio é denominado conforme a articulação envolvida, quando lateral designa-se “valgus” e quando medial, “varus”. O mais comumente encontrado é o carpo valgus.
Podem ocorrer concomitantemente deformidades flexurais do membro ou de lassidão, sendo estas um desvio do plano sagital, ficando a articulação cranial ou caudal à linha de prumo, ou ainda as deformidades rotacionais, para fora ou para dentro.
As causas para essas deformidades podem ser congênitas, por diversos motivos como mau posicionamento uterino, aspectos como super ou subalimentação da égua podem levar ao nascimento de um potro frágil, lassidão da articulação, ossificação endocondral defeituosa, mau desenvolvimento dos ossos metacárpico acessório, imaturidade esquelética por gestação gemelar, nascimento prematuro, entre outros. Ou adquiridas, como deficiências ou alterações metabólicas, casqueamento impróprio, excesso de peso, desequilíbrios nutricionais.
O diagnóstico deve ser estabelecido com exame clínico e físico, realização de inspeção, palpação e radiografia da articulação para que se possa estabelecer o ângulo de desvio. Considera-se grau leve quando entre 5 e 10 graus, moderado entre 15 e 25 graus e grave quando maior a 25 graus.
As técnicas mais utilizadas para o tratamento cirúrgico são a transecção e elevação periosteal, a realização de ponte transfisária e a fixação com parafuso transfiseal.
O artigo Single transphyseal screws for the correction of moderate to severe angular limb deformities in 28 Thoroughbred foals traz como alternativa de tratamento cirúrgico para desvio angular a fixação de apenas um parafuso transfiseal. O ângulo do desvio foi calculado antes e após a fixação do parafuso, bem como o grau de melhoramento dessa angulação. Desvios valgus ou varus foram melhorados em 4 a 5 graus num período de 15 a 30 dias e em 8 a 11 graus num período de 11 a 56 dias.
As condições da deformidade angular requerem manejos corretivos e apropriados. As deformidades podem ser auto limitantes ou requerem apenas um tratamento conservativo onde se incluem restrição de exercícios, uso de talas, casqueamento corretivo e em alguns casos o uso de ferraduras especiais que contemplem um desvio lateral ou medial. Em casos mais graves ou aqueles que não respondem ao tratamento conservativo, outros tratamentos direcionados a aceleração ou retardação do crescimento devem ser considerados. A escolha da técnica dependerá do potencial de crescimento da fise no desenvolvimento do potro.
Os potros do estudo foram avaliados através de exames clínico e dinâmico do sistema locomotor bem como radiograficamente. Desvios maiores ou iguais a 4 graus nos boletos, maiores ou iguais a 10 graus no carpo valgus, ou maiores ou iguais a 2 graus no carpo varus foram inclusos no estudo.
Foram avaliadas para cada caso, as radiografias nas projeções dorsopalmar e dorsoplantar do membro, feitas no momento da colocação do parafuso, e no momento ou após sua retirada.
Antes da intervenção cirúrgica, todos os potros foram examinados de pé e caminhando em linha reta em uma superfície firme. Os membros afetados foram posteriormente com vistas dorsoplantar e dorsopalmar tomadas com o raio-x em um ângulo reto ao plano frontal do membro com um mínimo de 10 cm dos ossos longos acima e abaixo da articulação afetada incluída na projeção. 
Para o carpo, o ângulo de desvio foi calculado após desenhar duas linhas, uma através do meio do raio distal e uma através do meio do McIII / MtIII diáfise. Para os desvios dos boletos, as linhas foram desenhadas através do McIII / MtIII e P1. O ângulo de desvio foi calculado onde essas linhas se cruzaram. Foram utilizados protocolos padrões de medicação pré anestésica e anestesia.
Os parafusos transfiseais individuais foram colocados sob anestesia geral usando a mesma técnica descrita por Kay e Hunt (2009). Os cascos foram equilibrados e as extensões foram colocadas conforme necessário.
Um regime padrão de exercício controlado foi seguido no pós-operatório. Os potros foram reavaliados a cada semana para avaliar o ângulo dos membros e decidir no momento da remoção do parafuso. Uma vez que o membro apareceu clinicamente reto, foram realizadas radiografias para avaliar o alinhamento dos ossos, para verificar se a correção do desvio angular foi completa.
Com a exceção de um potro que apresentava reação periosteal persistente, todos os casos foram relatados como excelentes resultados.
Técnica descrita por Kay e Hunt 
É importante minimizar o trauma no periósteo, criando somente uma incisão de estocada e usando uma broca de 4,5 mm ou de 3,2 mm para criar um apoio horizontal no terceiro metacarpiano distal para "assentar a broca" de 3,2 mm ou uma de 2,5 mm para o furo. A perfuração deve atravessar a fise e os primeiros 25% da epífise, garantindo assim o engate de aproximadamente 60 a 75% do comprimento da epífise. O parafuso deve ser o mais vertical possível. Isto é conseguido colocando o parafuso perto da placa de crescimento (1-1.3 cm proximal a ele). São utilizados parafusos corticais auto-roscantes de 3,5 mm ou 4,5 mm, e a cabeça do parafuso é deixada logo acima do periosteo, que facilita a identificação da cabeça do parafuso e o engate pela chave de fenda no momento da remoção, que pode ser realizada de pé ou sob anestesia geral. A cirurgia foi finalizada com a sutura da pele.

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