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Sociologia Jurídica - Aula 2

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Resumo Aula 2:
A Pré – Sociologia do Direito I
É tradição entre os pensadores da sociologia considerar que esta é uma ciência moderna. Entre seus fundadores podemos citar Marx, Durkheim, Auguste Comte, entre outros. Até o século XVIII, todas as reflexões a respeito da sociologia seriam uma espécie de compreensão não-científica sobre a sociedade.
Os séculos anteriores produziram absurdas conexões da sociedade com a metafísica, porém também produziram vigorosos pensamentos a respeito da sociedade. Apenas a benefício do didatismo, a corrente de pensadores da sociologia anteriores a Comte é chamada de pré-sociologia.
A sociologia do direito é a própria sociologia geral com um objeto de estudo específico, o Direito; Existe apenas uma distinção temática, tal qual pode se verificar na sociologia da religião ou na sociologia política. É também certo que a sociologia do direito tem o condão de imprimir algumas marcas no próprio direito, uma vez que é mais fácil que algumas questões jurídicas sejam manipuláveis a partir da própria visão que o jurista tenha delas. Surgiu no século XIX, e nesse tempo já estará assentado em bases estáveis, até hoje.
A compreensão social dos Gregos
Pais sociológicos contemporâneos: Weber, Durkheim, Marx e principalmente Aristóteles (Totinho, Aris (tinha que fazer uma graça, me desculpem ahahaha)). A relevância do pensamento social CLÁSSICO se deve em grande parte, às próprias condições sociais da Grécia antiga, em especial de Atenas. Os tempos antigos não são capitalistas, pelo contrário o modo de produção escravagista impõe arranjos sociais e mudanças muito específicas.
Importante: A visão social dos modernos parte do INDIVÍDUO PARA A SOCIEDADE, E A DOS GREGOS PARTE DA SOCIEDADE PARA O INDIVÍDUO.
Tomamos o mundo sempre pela perspectiva individualista; os gregos o tomam a partir do próprio contexto social, da pólis.
Importante: Se a pólis a cidade estado grega,e a partir dela que se inicia a reflexão social, pode-se dizer que o pensamento social grego é político ,ao passo que o pensamento moderno é individualista.
O capitalismo fomenta e realça o individualismo, já os gregos tem mais liberdade para propor um modelo que explique a sociedade a partir dela mesma.
	Platão: Explicará a sociedade a partir de FENÔMENOS SOCIAIS e não a partir do plano individual. Ele insiste que a régua que mede a sociedade é ela mesma. Assim então, não há homem justo numa sociedade injusta, porque sendo esta injusta, todos os membros que a compõem são injustos também.
Platão diz que há um vínculo indissolúvel entre sociedade e indivíduo. Se a pólis é injusta, os seus também são. Por ação, omissão ou falta de entendimento de suas responsabilidades sociais. Para este, e para os demais pensadores gregos clássicos, a compreensão social é molecular, toma o indivíduo a partir da sociedade e não fora dela.
Os modernos fomentam que: consideram que há sociedades injustas e pessoas justas no meio delas. 
Ex: Nosso Brasil Varonil, em que uma pessoa paga seus impostos, não mata e nem rouba, ou seja ela é justa. Mas o País é uma sociedade injusta.
Os modernos apregoam a teoria do contrato social. Para Platão e Aristóteles, há um vínculo INDISSOLÚVEL entre os indivíduos e a sociedade.
Aristóteles
Se inspira em Platão, que tinha uma visão radical e transformadora da sociedade, porém Aristóteles tinha uma visão mais compreensiva e respeitosa em relação à vida social, e a partir daí nasce a expressão “Conformismo Aristotélico”. Aristóteles também reforça a primazia da sociedade sobre os indivíduos, e em seu livro (Ética a Nicômaco), escreve a respeito da justiça social, ressaltando o fato de que a injustiça se revela na carência e no excesso na distribuição dos bens sociais. A sociedade deve ser medida pelo todo social, e não pelos indivíduos isoladamente.
Importante: Em A política, este afirma que o homem é um animal político (zoon politikon), e essa qualificação é fundamental uma vez que com isso, os homens vivem necessariamente em sociedade não porque querem, mas porque é de sua natureza. Não é uma escolha mas sim um fato natural e necessário, que ele chama de Animal Político, que come, bebe, dorme para fazer suas necessidades naturais, o homem também vive em sociedade.
A pré sociologia moderna quer ressaltar o individualismo, e portanto abomina a visão social aristotélica.
IMPORTANTE: Aristóteles, ainda em A Política, diz que o homem é social porque nasce de uma sociedade conjugal, da relação entre um homem e uma mulher, portanto nunca poderá ser individualista no nascimento e na sua criação.
Os medievais
Os gregos foram a base da explicação social dos romanos durante a maior patê de sua história. O pensamento grego só foi abandonado quando ao final da Idade Antiga, entrou em cena uma nova explicação do mundo, a do CRISTIANISMO. Pode dizer então que a pré – sociologia entrou em uma nova fase.
- A figura de Paulo de Tarso.
Em seu livro (A Epístola aos Romanos) Paulo de Tarso ressalta o fato de que o mundo é governando a partir da vontade de Deus o que explica todas as mazelas e benesses sociais. Platão discutia a respeito do caráter do bom governante e Aristóteles caminhava pelos meios pelos quais se resolvia o problema da carência e do excesso na distribuição das riquezas. O cristianismo de Paulo afirmava o fato de que todo governante detém o poder através da vontade divina e a distribuição das sortes e das riquezas na terra não pode ter por causa outra coisa que não o querer de Deus.
Com isso cortou-se o laço que vinculava a sociedade às ações humanas o que foi típico de Platão e Aristóteles. A pré sociologia EMPOBRECEU-SE.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino
Santo Agostinho destaca-se como o mais importante pensador da cristandade. Seu estudos anteriores de filosofia o aproximaram da filosofia clássica de Platão e daí busca a elaborar uma filosofia cristã.
Ele trabalha a partir de uma distinção entre o mundo de Deus e o mundo dos homens. Em seu pensamento, a Terra e a vida social são eivadas de corrupção devido ao pecado original do homem. Daí não se pode esperar plenitude de virtudes ou de justiça na sociedade porque os indivíduos que a compõem são pecadores.
Para Santo Agostinho, somente a salvação poderá levar o homem à justiça e à virtude, e também ressaltará o fato de que a justiça não se faz nem se espera em sociedade, mas apenas em Deus.
O pensamento dele foi o mais importante para toda a Idade Média cristã, perdurou a maior parte de desse período. Seu pensamento só foi alterado no fim da Idade Média, com São Tomás de Aquino.
São Tomás de Aquino:
Seu pensamento é marcadamente teológico, mas com menos intensidade que o pensamento de Santo Agostinho. Este reincorpora elementos que expliquem a vida social a partir da ação dos próprios homens, defendendo então que o homem não se salvaria apenas pela fé mas também por suas atitudes.
O pensamento dele é o menos metafísico que o de Santo Agostinho, é também mais realista, permitindo que se enxergue a sociedade como objeto de análise.

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