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Dos Crimes contra a Administração Pública

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Dos Crimes contra a Administração Pública
São crimes que possuem alto nível de reprovabilidade, uma vez que embora seja a Administração Pública o sujeito passivo “direto”, os resultados alcançados pela prática desses delitos podem atingir de forma devastadora toda a sociedade. Isso se dá no caso concreto em razão da impossibilidade de se oferecer/executar as atividades da administração pública em favor dos interesses públicos. Os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (artigo 37, CF) regem a Administração Pública. 
Os crimes cometidos contra a Administração pública podem ser praticados por particulares, ou por funcionários públicos. Nesta ultima hipótese eles serão chamados de crimes funcionais. 
Os delitos funcionais dividem-se em:
Próprios: Quando o funcionário público é essencial para a sua configuração. Isto é, o funcionário público é o único sujeito que pode praticar o crime. 
Impróprios: Nesta hipótese, o sujeito ativo é um particular. 
 Concurso de Pessoas:
Autoria: execução do núcleo do tipo;
Coautoria: duas ou mais pessoas dividem os atos executórios do núcleo do tipo;
Participação: se dá em atos acessórios:
- induzimentos: cria a ideia;
-instigação: encorajar numa ideia que já existe;
- auxiliar: colaborar materialmente.
Aqui, pode ocorrer concurso de pessoas. Neste caso, a elementar “funcionário público” se comunicará se o particular souber dessa condição do agente, conforme artigo 30, CP.
Funcionário Público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo (sentido estrito), emprego (relação funcional geralmente temporária) ou função pública (tarefas/atribuições que fazem parte do serviço prestado pelos servidores públicos em nome da administração).
	§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal (autarquias: INSS; empresas públicas: CEF, ECT; sociedades de economia mista (BB, Petrobras; e fundações instituídas pelo Poder Público), e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública (como transporte coletivo, coleta de lixo, etc.).    Aplicada na terceira fase do sistema trifásico de aplicação da pena.
        § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
No caso de condenação por crime praticado contra a administração pública, tem-se como efeito automático a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: Artigo 92, I, CP.
 a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.  
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. 
Na hipótese de absolvição na esfera penal, há a possibilidade de aplicação de sanção de natureza administrativa, como:
Advertência;Artigo 127 da Lei 8.112/90: Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos.
Suspensão;
Demissão;
Cassação da aposentadoria ou disponibilidade;
Destituição de cargo em comissão;
Destituição de função comissionada.
Admissibilidade do Princípio da Insignificância nos Crimes contra a Administração Pública
O STF admite desde que estejam presentes no caso concreto os seguintes requisitos:
Mínima ofensividade da conduta;
Nenhuma periculosidade social da ação;
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade da conduta;
Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
O STJ não admite a aplicação de tal princípio sob o argumento de que, sua incidência fere aos princípios que regem a administração pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Legalidade.
Crimes:
PECULATO: Art. 312 
Peculato – apropriação: Apropriar-se: tomar para si, ou agir como se fosse o dono da coisa. 
- o funcionário público: sujeito ativo do crime.
- de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular: objeto material.
- de que tem a posse em razão do cargo: o cargo do agente deu acesso livre à coisa.
Consumação: quando o agente inverte a posse.
 
Peculato – desvio: ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: dar destinação diversa da correta ao dinheiro, valor, ou bem móvel.
Consumação: quando a gente dá destinação diversa.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Peculato – furto: § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Consumação: quando o agente subtrai e se mantem na posse, ainda que por um curto período de tempo.
Peculato culposo: § 2º - Se o funcionário concorre (participa) culposamente para o crime de outrem (Nesta hipótese, o funcionário público age com negligência, imprudência ou imperícia facilitando a ocorrência do crime praticado por outrem com dolo – que pode ser funcionário público ou particular. Por essa razão responde culposamente.).
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Reparação do dano: 
- Antes da sentença: extingue a punibilidade;
- Após a sentença: diminui ½ da pena imposta.
Observação: Artigo 33, § 4o, CP: O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM: Artigo 313, CP.
- Apropriar-se: tomar para si;
- de dinheiro ou qualquer utilidade: que possa ser revertida em vantagem patrimonial;
- que, no exercício do cargo: o agente precisa estar de fato desempenhando suas atribuições ou atividades habituais;
- recebeu por erro de outrem: erro espontâneo, ou seja, não provocado elo agente.
Consumação: quando o agente se apropria.
Em regra, o crime se dá por meio da ação, mas pode ser configurado por via da omissão, quando o funcionário público, vê seu colega se apropriando de tal vantagem e nada faz para impedir o erro.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES: Artigo 313-A. 
- Inserir: o próprio funcionário o faz;
- ou facilitar: para que terceiro o faça;
- o funcionário autorizado: sujeito ativo; 
- a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública;
- com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. (aqui, não é preciso que o agente consiga obter vantagem para fins de consumação do delito, senda se percebida, tratada como exaurimento do crime)
Consumação: com a inserção, alteração, ou exclusão de dados.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.         
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES: Artigo 313-B. 
- Modificar: de forma radical;
- ou alterar: de forma menos radical; 
- o funcionário: sujeito ativo não autorizado;
- sistema de informações (banco de dados) ou programa de informática (software)
- sem autorização ou solicitação de autoridade competente.,
Consumação: quando agente não autorizado efetivamente modifica ou altera.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. 
Extravio, sonegação ou inutilizaçãode livro ou documento: Artigo 314, CP. 
- Extraviar: descaminhar/ perder-se o destino;
- livro oficial ou qualquer documento: protocolo, relatórios, etc.; (aqui o agente precisa saber que o livro ou documento é oficial, e que atende a interesse administrativo, caso contrário haverá erro do tipo)
- de que tem a guarda em razão do cargo: funcionário público responsável pelo objeto material;
- sonegá-lo: ocultar, sumir, não entregar;
- ou inutilizá-lo: tornar inútil, imprestável; podendo ocorrer a destruição total ou parcial.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Concussão: Artigo 316, CP. 
- Exigir: impor, ordenar, determinar;
- para si ou para outrem;
- direta (ele mesmo faz) ou indiretamente (usa de interposta pessoa para fazer);
- ainda que fora da função (licença, férias, etc.), ou antes, de assumi-la (antes de tomar posse) mas em razão dela;
- vantagem indevida (de cunho patrimonial, sexual, sentimental, etc.)
Aqui, o delito reta consumado com a exigência, sendo a percepção de vantagem mero exaurimento do crime.
Aqui, o agente se vale do temor que inspira em razão de ser ele um funcionário público para auferir a vantagem. E a vitima por sua vez, entrega a vantagem por temer represálias, haja vista que o agente exalta suas funções. 
Consumação: com a exigência.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação: § 1º 
- Se o funcionário;O agente “cria” um tributo, e o exige.
- exige;
- tributo (impostos, taxas) ou contribuição social (INSS);
- que sabe (age com dolo direto) ou deveria saber indevido (age com dolo eventual);
- ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso (constrangedor, humilhante, que atinge a dignidade da pessoa humana) que a lei não autoriza:
Aqui, o agente tem por finalidade recolher os tributos ou contribuição social aos cofres públicos.
Consumação; com a exigência.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Modalidade qualificada: § 2º
 - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
 
Elementar:
Classificação:
Sujeitos:
Objeto e bem:
Consumação e tentativa:

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