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ELEMENTOS DA PETIÇÃO INICIAL

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PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 1 de 8 
ELEMENTOS DA PETIÇÃO INICIAL1 
 
* Jurisdição é inerte (CPC15, art. 2o). Portanto, o processo se desenvolve por iniciativa da 
parte 
 
* Fato Processual: acontecimento natural que tenha influência sobre o processo. (CPC15, 212: 
horários do dia / CPC, 223, § 1o: inundação, morte) 
 
* Ato Processual: ação humana que produza efeito jurídico em relação ao processo. 
 
Portanto, o processo se desenvolve por iniciativa da parte interessada (autor), por meio de um 
ato processual, que recebe o nome de petição inicial (exordial, inaugural ou “vestibular”). 
 
Atos processuais das partes: 
a) postulatórios: ato praticado pela parte com o fim de obter resposta judiciária (pleitear, 
demandar) 
b) dispositivos: ato em que se abre mão, em regra em prejuízo próprio, de determinada 
posição jurídica processual ativa (ex: desistência do processo, CPC15, 485, VIII) 
c) probatórios/instrutórios: ato destinado ao convencimento do juiz (ex: juntada de 
documentos) 
d) reais: ato que não se manifesta por palavras, mas por condutas materiais das partes no 
processo (ex: pagamento de custas). 
 
Exemplo de relevante ato postulatório da parte: petição inicial 
 
Forma do ato processual: 
2 forças opostas: necessidade de forma para garantia da sociedade (certeza e segurança) X 
evitar que o processo se reduza a mera observância de formas (formalidades / burocracia). 
 
* Forma: aquilo que dá eficácia e validade ao ato processual, conforme observância de tempo, 
lugar e modo referente a tal ato. 
 
Regras do CPC15 (principalmente, arts. 188, 277, 281 e 283 – princípios da liberdade das 
formas e instrumentalidade do processo):: 
 
a) forma determinada somente quando a lei obriga (critério da utilidade). 
 
b) se a forma determinada não for observada: nulidade, se houver cominação na lei (ex., art. 
280); salvo se não houver prejuízo (art. 283, p.u.). 
 
c) somente os atos subseqüentes que decorrem do ato nulo é que também serão considerados 
nulos (causalidade). 
 
Características dos atos processuais: 
- língua portuguesa (CPC15, 192) 
- tradução juramentada / via diplomática (CPC15, 192, p.u.) 
- cotas marginais (CPC15, 202) 
- tinta indelével, assinada, sem abreviaturas (CPC15, 209) 
- rasuras (CPC15, 211) 
 
1
 Cf. capítulo 4 do Manual de Prática Civil – Tartuce, Dellore e Marin. 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 2 de 8 
 
Requisitos formais extrínsecos da petição inicial: 
- escrita 
- vernáculo 
- assinada 
 
Com a petição inicial, o direito de ação é exercido, e em conseqüência provocada a jurisdição, 
que se exerce através do processo (CPC15, 312). 
 
Além de instaurar o processo, a petição inicial identifica a demanda, já que traz os 
denominados elementos identificadores da ação, que são as partes, a causa de pedir e o 
pedido (cf. CPC15, art. 337, § 2.º). 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 
E se a petição inicial não trouxer algum desses requisitos? 
 
 
Art. 319 - A petição inicial indicará: 
III - os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
Causa de pedir: o que lastreia o pedido (Por que o autor pede em juízo determinada 
providência? Qual o fundamento do pedido do autor?). 
 
- Fatos: fato ou ato jurídico (eventos / acontecimentos), ocorridos no plano material, que 
originaram a lide (causa de pedir remota). 
 
- Fundamentos jurídicos: consequência jurídica pretendida pelo autor, decorrente dos fatos 
narrados (causa de pedir próxima). 
 
Há necessidade de citar os fundamentos legais (artigos de lei) na petição? 
 
Não. “Jura novit curia” (O juiz conhece o direito) 
“Da mihi factum, dabo tibi jus” (Dá-me os fatos que te dou o direito) 
* “A lei não exige a declinação do fundamento legal, mas, sim, os fatos e fundamentos 
jurídicos do pedido que constituem a causa de pedir” (STJ, REsp 2.403). 
* “Causa de pedir. Irrelevância de o acórdão fundar-se em dispositivo legal diverso do 
indicado pelo autor, desde que considerou os mesmos fatos” (STJ, REsp 1.925). 
 
Contudo: 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 3 de 8 
(i) para que um recurso especial (REsp) seja conhecido, na hipótese de violação de dispositivo 
legal (CF, art. 105, III, “a”) – e no mesmo sentido o Recurso Extraordinário (RE) –, 
necessário que haja o prequestionamento (STF, Súmula 282) 
(ii) levando em conta a grande quantidade de leis em nosso país, em temas muito específicos, 
conveniente a indicação dos dispositivos legais aplicáveis (Cf., NCPC, art. 376). 
 
Não integra a causa de pedir: 
(i) A norma jurídica apontada (artigos de leis citados) 
(ii) A qualificação jurídica dada pelo autor a determinado fato (ex: responsabilidade objetiva / 
subjetiva; contrato anulável por erro / dolo / coação). 
 
Alteração da causa de pedir: 
(i) antes da citação: permitido, basta ao autor peticionar (art. 329, I, a “contrario sensu”) 
(ii) após a citação / até o saneamento: somente se réu concordar (art. 329, II) 
(iii) após o saneamento do processo: impossível, qualquer caso 
 
Não é alteração da causa de pedir: 
(i) explicitar circunstâncias acidentais (trazer aos autos maiores “detalhes” dos fatos narrados 
– não sendo possível, por certo, alterar a essência dos fatos) 
(ii) apontar diferente qualificação jurídica do mesmo fato (na inicial o autor afirma que houve 
dolo, em réplica afirma que aquele fato na verdade corresponde a erro) 
(iii) indicar dispositivos legais antes não indicados, sem alteração dos fatos 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ESTADO. BALA PERDIDA. 
Cuida-se de ação de indenização por danos físicos, psicológicos e estéticos contra o Estado, ajuizada 
por vítima de disparo de arma de fogo efetuado por policial militar, em razão de perseguição policial 
contra assaltantes. Para o Min. Relator, a prescrição da ação indenizatória teve como lastro inicial o 
momento da constatação das lesões sofridas e de suas consequências. Tendo a recorrida ajuizado a 
ação em 13/1/2004, revela-se inocorrente a prescrição, porquanto o completo delineamento das 
lesões sofridas e a constatação da irreversibilidade de seu quadro clínico deram-se no ano de 2002. 
Quanto à ofensa do art. 264 do CPC, sob o fundamento de que o acórdão recorrido entendeu pela 
conduta comissiva do Estado e de que a parte alega, na inicial, a existência de omissão, 
transmudando-se de ofício a causa de pedir após já contestada a lide, o Min. Relator entende que as 
razões não prosperam, uma vez que eventual modificação do dispositivo legal aplicável ou a mudança 
de caracterização jurídica do fato base pedido não incidem sobre o veto do art. 264 do CPC. (...) Os 
elementos de convicção já existentes nos autos permitem configurar o fato administrativo (a 
perseguição policial e o tiroteio em via pública), o dano (lesões sofridas pela vítima) e o nexo causal 
(que tais lesões decorrem de errôneo planejamento de ação policial, com veementes indícios de que o 
projétil de arma de fogo que atingiu a autora teria sido disparado de armamento utilizado pelos 
policiais militares). Diante disso, a Turmaconheceu parcialmente do recurso do Estado e, nessa 
parte, negou-lhe provimento. REsp 1.056.605-RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/3/2009. 
 
Fatos distintos envolvendo uma mesma relação jurídica: somente os fatos trazidos pelo autor, 
na inicial, é que fazem parte da causa de pedir. Outros fatos eventualmente relacionados à 
lide, mas que não estão na inicial, não fazem parte da causa de pedir (ex. despejo. O locatário 
deixa de pagar e também descumpre cláusula contratual que permite a retomada do imóvel 
pelo locador; se a inicial somente fizer menção à falta de pagamento, será necessária outra 
demanda para discutir o descumprimento contratual). 
 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 4 de 8 
NCPC adotou a chamada teoria da substanciação (oposto da teoria da individuação): há 
necessidade de se indicar os fatos, e não só a relação jurídica (NCPC, art. 319, III). 
 
Nominar as ações: desnecessário. “O nome com o qual se rotula a causa é sem relevância 
para a ciência processual” (STJ, REsp 7.591) 
 
Nome errado: irrelevância, sem conseqüência prática; o que importa é a causa de pedir e o 
pedido. “Denominação errônea. Irrelevância. É irrelevante a denominação, quando possível 
o julgamento da ação, sem mudança da causa de pedir, ou do pedido”. (STJ, REsp 33.157). 
 
Exemplo: embargos de terceiro / embargos à execução. 
 
Contudo, em alguns casos, esta saída não se mostra possível (ex: Rescisória / MS). 
 
 
Petição inicial (NCPC, art. 319, IV e V): pedido e valor da causa2 
 
Art. 319 - A petição inicial indicará: 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
 
* Pedido: providência requerida pelo autor ao órgão jurisdicional – ou seja, aquilo que o autor 
pede quando se dirige ao Judiciário. 
 
O pedido deve ser certo e determinado (NCPC, arts. 322 e 324). 
 
- Objeto imediato: providência jurisdicional pleiteada (condenação ao pagamento, declaração 
da existência ou inexistência de determinado direito ou coisa, constituição ou desconstituição 
de determinada relação jurídica); tem conteúdo processual 
 
- Objeto mediato: bem da vida pretendido pelo autor (a quantia em dinheiro, a coisa a ser 
entregue, a desconstituição do casamento); tem conteúdo material. 
 
Em certas hipóteses, o pedido pode ser genérico (indeterminação do objeto mediato – incisos 
do art. 324, § 1º). * e o dano moral? 
 
O pedido é interpretado de forma restritiva ou ampliativa? 
CPC73, art. 293: restritiva 
NCPC: ? Art. 322, § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé. 
 
Porém, mesmo que não se peça, o juiz pode se manifestar quanto a: 
(i) honorários, juros legais e correção monetária (art. 322, §1º) 
(ii) prestações sucessivas (art. 323) 
(iii) conforme o caso, multa diária (art. 536, § 1º) 
 
Ressalvado o acima exposto, se o juiz (vício da sentença - art. 141 e 492): 
(i) der além do que foi pedido? Julgamento “ultra petita” 
(ii) der algo diferente do que foi pedido? Julgamento “extra petita” 
(iii) der aquém do que foi pedido? Julgamento “infra petita” 
 
2
 Cf. capítulo 4 do Manual de Prática Civil – Tartuce, Dellore e Marin. 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 5 de 8 
 
Alteração do pedido (mesmas hipóteses da causa de pedir): 
(i) antes da citação: possível, mediante simples petição (art. 329. I) 
(ii) após a citação / até o saneamento: com concordância do réu (art. 329, II) 
(iii) após o saneamento do processo: impossível 
 
INVESTIGAÇÃO. PATERNIDADE. ALIMENTOS. Cinge-se a questão a definir se pode ser conferida a retroação à 
data da citação dos alimentos fixados na investigação de paternidade, ainda que requerido expressamente, na inicial, o 
pagamento da pensão alimentícia a partir da prolação da sentença de mérito, nos termos do art. 7º da Lei n. 
8.560/1992. A Turma não conheceu do recurso, por entender não se ter configurado o dissídio jurisprudencial nem ter 
havido violação por parte do acórdão recorrido dos dispositivos legais apontados pela recorrente. No acórdão, conclui-
se estar implicitamente assentado que não se aplica à hipótese o abrandamento da proibição de julgamento ultra petita. 
Os limites da lide e da causa de pedir foram fixados na petição inicial, cabendo ao Judiciário zelar para que a linha 
estabelecida pela própria autora não seja ultrapassada em prejuízo da outra parte. Nada há, dessa forma, para retocar na 
decisão recorrida, que aplicou diligentemente o Direito à espécie. Ressaltou-se que, na verdade, os vícios apontados 
confundem-se com a tentativa da recorrente de corrigir equívoco cometido na formulação do pedido inicial. REsp 
1.079.190-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/10/2008. 
 
Cumulação de pedidos, mesmo que não conexos (art. 55) em face do mesmo réu: possível 
(art. 327). Condições: 
(i) pedidos compatíveis 
(ii) competente o mesmo juízo 
(iii) mesmo procedimento (ou utilização do comum – sendo possível a aplicação de “técnicas 
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais 
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento 
comum” – art. 327, § 2º). 
 
Há ainda o pedido sucessivo: quando os vários pedidos cumulados mantiverem vínculo de 
dependência entre si, hipótese em que o acolhimento de um ou mais pedidos condiciona o 
acolhimento de outro (exemplo típico: investigação de paternidade c/c petição de herança). 
 
Pedido pode ser alternativo 
(art. 325: pede-se “A” ou “B”, indistintamente). ORDEM DE PREFERÊNCIA É DO JUIZ! 
 
Pedido pode ser eventual / subsidiário. ORDEM DE PREFERÊNCIA É DO AUTOR 
(art. 326: pede-se “A”, e somente se este pedido não vier a ser concedido, é que se pede “B”; 
é o caso de pedido principal / subsidiário). 
 
* Pedido / Requerimento (distinção mais técnica que prática) 
 
Pede-se uma providência 
Requer-se uma diligência 
 
Ex: Pede-se seja o réu condenado ao pagamento de indenização 
 Pede-se seja o réu condenado no ônus da sucumbência 
 Requer-se seja o réu citado por oficial de justiça 
 Requer-se a produção de provas. 
 
Como já visto, o pedido por ser, exemplificadamente: 
a) condenatório 
b) declaratório positivo 
c) declaratório negativo 
d) constitutivo positivo 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 6 de 8 
e) constitutivo negativo 
f) declaratório c/c condenatório 
g) desconstitutivo c/c condenatório 
 
Com partes, causa de pedir e pedido: elementos identificadores da demanda (relevância para 
os casos de conexão, continência, coisa julgada, litispendência) 
 
-x- 
 
Art. 319 - A petição inicial indicará: 
V - o valor da causa; 
 
Toda causa cível, contenciosa ou não, terá um valor (NCPC, art. 291). 
 
 
 
Importância do valor da causa (processual e fiscal): 
(i) competência / obrigatoriedade de advogado no Juizado Especial (Cível: Lei 9.099, art. 3o I 
e art. 9o; e Federal: L. 10.259, art. 3°); 
(ii) base de cálculo para multas e outras penas impostas pelo juiz (NCPC art. art. 77, §2º,3º e 
6º e 81, § 3ºo: litigância de má-fé / 968, II: rescisória / 1.026, §§ 2º e 3º: embargos de 
declaração protelatórios); 
(iii) fixação dos honorários sucumbenciais de advogado (NCPC, art. 85, §§ 2º e 6º); 
(iv) base de cálculo para pagamento da taxa judiciária (fiscal). 
 
Portanto, ineficaz (como se não escrita) a declaração “Dá-se à causa o valor de R$ x, apenas 
para fins fiscais”, visto que a fixação terá todas estas conseqüências processuais. 
 
Fixação do valor da causa: 
 
a) legal ou obrigatória (NCPC, art. 292 e leis especiais, como art. 58, III da L 8245/91): 
questão de ordem pública, valor determinado pelolegislador. 
 
b) voluntária: estimativa feita pelo autor (ex: investigação de paternidade, anulatória de 
casamento). 
 
Para fixação do valor da causa, leva-se em consideração o momento da propositura. 
São irrelevantes as modificações que possam ocorrer durante o processo. 
 
Alteração do valor da causa? 
Pode ser feita antes da citação, em analogia às hipóteses da causa de pedir / pedido. 
 
Valor da causa errado: 
 
Réu pode impugnar o valor da causa (art. 293: em preliminar de contestação ) 
 
Juiz pode modificar de ofício, em se tratando de valor da causa fixado em lei? 
Não há consenso. O mais comum é o juiz determinar que o autor emende a petição, para que 
seja dado o correto valor à causa. 
 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 7 de 8 
Se por um erro do autor a inicial não trouxer valor da causa, deve o réu apresentar a 
impugnação? 
 
Ausência de valor da causa é diferente de valor da causa errado. E também, deve o réu 
apontar, em preliminar de contestação, a falha na inicial, que não observou os requisitos 
constantes do art. 319 do NCPC. 
 
Reconvenção tem valor da causa? 
Sim, por se tratar de outra demanda (art. 292). 
 
Petição inicial (NCPC, art. 319, VI): provas 
 
Art. 319 - A petição inicial indicará: 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 
Apesar de se tratar de um requisito da petição inicial, o momento principal (mas não o único) 
para produção de provas será a fase instrutória (audiência; cf. NCPC, art. 361 e 449). 
 
Objetivo de produzir provas é formar o convencimento do juiz quanto aos fatos debatidos nos 
autos (NCPC, art. 371: princípio do [livre?] convencimento motivado). 
 
Em geral, somente os fatos devem ser provados, mas não o direito (exceção: NCPC, art. 376). 
 
Como se percebe do NCPC, art. 319, trata-se de um requisito necessário da petição inicial. 
Praxe: “Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova permitidos em lei, 
especialmente documental, testemunhal, pericial etc.”. 
 
JEC (L. 9.099, art. 33): desnecessidade deste requerimento (diminuição da formalidade). 
Deveria o NCPC ter seguido o exemplo? 
 
 
* O que pode ser prova? Tudo, ainda que não especificado em lei, desde que legal e 
moralmente legítimo (NCPC, art. 369). 
 
E-mail? Aqruivo de telefone? Whatsapp / telegram? Facebook? 
 
Prova ilícita é inadmissível (CF, art. 5o, LVI.) 
 
 
* Quanto a parte deve propor a realização de alguma prova? autor, na inicial (NCPC, art. 319, 
VI); réu, na contestação (NCPC, art. 336, in fine). 
 
A decisão a respeito de qual prova deve ser produzida, pela lei, é no saneamento (NCPC, art. 
357, II: delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, 
especificando os meios de prova admitidos). 
 
Vale lembrar que, nos termos do NCPC, art. 370, cabe ao juiz deferir provas de ofício. 
 
 
* Ônus da prova: 
 
PROFESSOR LUIZ DELLORE MACKENZIE – CPC II 
Petição inicial: introdução Página 8 de 8 
- autor: fato constitutivo do seu direito (NCPC, art. 373, I) 
- réu: fato impeditivo, modificativo e extintivo do direito do autor (NCPC, art. 373, II) 
- relações de consumo, inversão (CDC, art. 6o, VIII – hipossuficiência + verossimilhança) 
 
Novidade: ônus dinâmico da prova (art. 373, § 1º: Nos casos previstos em lei ou diante de 
peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir 
o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, 
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído.) 
 
- fato incontroverso ou notório independe de prova (NCPC, art. 374) 
- aquilo que ordinariamente ocorre (máximas de experiência) também não precisa ser provado 
(NCPC, art. 375) 
 
Se autor não se desvencilhar de seu ônus: improcedência do pedido (NCPC, art. 487, I)

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