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Constituição Imperial de 1824 - Resumo

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DISCIPLINA DE HISTÓRIA DO DIREITO 
CURSO DE DIREITO – 2º SEMESTRE
AUTORES:
MICHEL PEREIRA RODRIGUES RA: D29GDI-2
LUCAS NUNES OLIVEIRA RA: D1607C-6
MATHEUS MORETI RA: N118HA-0 
JOSÉ ROSA DE OLIVEIRA RA: D357JE-9
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1824
CAMPINAS – SP
2017
AUTORES:
MICHEL PEREIRA RODRIGUES RA: D29GDI-2
LUCAS NUNES OLIVEIRA RA: D1607C-6
MATHEUS MORETI RA: N118HA-0 
JOSÉ ROSA DE OLIVEIRA RA: D357JE-9
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1824
Trabalho sobre a Constituição Brasileira de 1824 apresentada à professora de História do Direito, Adriana Heitmann, como parte dos requisitos necessários para obtenção de nota final em sua disciplina. 
CAMPINAS – SP
2017
Introdução: panorama social, cultural e político
Quem intente explicitar o quadro sociológico do direito brasileiro não pode esquecer a situação colonial originária desse quadro.
O direito, como a cultura brasileira, em seu conjunto, não foi obra da evolução gradual e milenária de uma experiência grupal, como ocorre com o direito dos povos antigos, tais como o grego, o assírio, o germânico, o celta ou o eslavo.
O fato colonial, tanto em matéria de direito, como em qualquer outro setor da cultura, impôs, a uma região habitada por povos primitivos de cultura neolítica, toda uma tradição cultural alienígena e todo um sistema jurídico já em adiantado estágio de evolução cultural.
Um direito, uma língua, uma religião, um sistema político, um conjunto de hábitos e costumes sociais, toda uma herança social, toda uma cultura em seu estágio atual de desenvolvimento, eis o conjunto de dons culturais que o fato colonizador instala, de improviso, numa região colonizada.
Das três etnias que compuseram inicialmente nossa nacionalidade, apenas a lusa pôde trazer uma colaboração definitiva à nossa formação jurídica.
Os índios vivendo em tribos nômades ou sedentárias, todas elas na fase neolítica da evolução cultural, não viviam ainda um sistema jurídico diferenciado, sendo-lhes suficientes os seus tabus para a elementar regulamentação da vida coletiva. O domínio do grupal sobre a ainda pouco diferenciada personalidade individual fazia o resto; ou melhor: o principal.
Se alguma contribuição os indígenas trouxeram a formação do direito pátrio, não o fizeram na condição de uma cultura que colabora sob a forma da imposição de seus mores (costumes) e de suas leis, mas na humilde condição de objeto de direito real, ou como objeto da proteção jurídica, quando normas foram criadas para proteger o selvagem da escravidão. Nos grandes produtos da cultura espiritual é óbvio, porém, que sua contribuição seria nenhuma, ou quase insignificante. Tal foi o que aconteceu no plano do direito.
Também do negro, para aqui trazido na condição de escravo, se sua presença é mais visível e assinalável no contexto cultural brasileiro, a sua própria condição servil e a desintegração cultural a que lhes impelia a imigração forçada a que se viam sujeitos, não lhes permitiu também pudessem competir com o luso na elaboração do direito brasileiro. Este, não somente pela condição de representante da cultura mais evoluída, como também - e especialmente - pelo seu posto privilegiado de colonizador - senhor e conquistador daquelas duas raças dominadas - gozou de todas as possibilidades de conformar a seu talante o futuro direito da nacionalidade que se formava. Outra coisa não poderia ser o direito que haveria de reger originariamente a colônia senão fruto de uma transplantação do direito luso, o direito do povo colonizador. Essa era uma imposição irrecorrível das circunstâncias e que, portanto, refoge a qualquer crítica que se lhe queira opor. Outra coisa não permitia a situação colonial, carente de toda substância comunitária própria. Como empresa manejada de fora pela metrópole, o direito metropolitano era o único que se lhe poderia aplicar, pois.
Apenas o empenho colonial teve de repercutir no processo legislativo da metrópole, que se viu forçado a legislar um direito especial para a direção e organização da própria empresa colonial. Nesse caso, estão as cartas de doação e os forais das capitanias em que - é de observar-se - a monarquia portuguesa se servia de uma pretérita experiência feudal (o beneficium) a fim de consolidar o processo capitalista de formação do Estado nacional. Também nesse caso estão os regimentos dos governadores gerais, quando o governo português verificou a falência da utilização do processo feudal na colonização, bem como numerosos alvarás e cartas régias, regimentos de funcionários coloniais, as leis, cartas régias e alvarás que compõem a vacilante legislação portuguesa no que se refere à escravidão vermelha etc. A todo esse acervo legislativo colonial vem se juntar uma série de leis e cartas régias especialmente aplicadas ao Brasil, quando da transmigração da família real para essas plagas - a abertura dos portos, a elevação do país a reino unido, a criação de numerosas repartições essenciais à presença da corte no Brasil, a nomeação de Dom Pedro príncipe regente etc.
A chegada da corte portuguesa ao Brasil e a imediata abertura dos portos realizará velho sonho da classe dominante na colônia, misto de burguesia e feudalismo enriquecidos pela exploração latifundiária e escravocrata da terra e pela exportação dos produtos tropicais que essa exploração produzia.
Vendo escapar-lhe a colônia, as cortes portuguesas, após a volta do monarca à metrópole europeia, tentaram apertar novamente os laços de dependência, fazendo retornar o reino unido à condição de simples colônia.
A tal regresso não poderia sujeitar-se aquela classe dirigente brasileira que, face à alternativa entre um movimento emancipador e a volta aos laços de absoluta sujeição colonial, preferiu a alternativa proclamada por Dom Pedro às margens do Ipiranga. Em termos sociológicos, pois, nossa emancipação política resultou do agravamento das contradições entre as classes dominantes da colônia e do império. Em condições políticas favoráveis, a primeira pôde orientar o príncipe regente no sentido da independência. Proclamada a emancipação nacional, urgia a elaboração de um sistema jurídico autônomo, uma vez que o direito português vigente no país até então, dirigido todo ele pelo empenho colonizador, não se poderia compactuar com o novo status político do país.
Fragmentação e dispersão do poder político na colônia
O sistema unitário, inaugurado com Tomé de Sousa, rompe-se em 1572, instituindo-se o duplo governo da colônia, que retoma a unidade cinco anos depois. Em 1621, é a colônia dividida em dois “Estados”: o Estado do Brasil, compreendendo todas as capitanias, que se estendiam desde o Rio Grande do Norte até São Vicente, ao sul; e o Estado do Maranhão, abarcando as capitanias do Ceará até o extremo norte. Sob o impulso de fatores e interesses econômicos, sociais e geográficos esses dois “Estados” fragmentam-se e surgem novos centros autônomos subordinados a poderes político-administrativos regionais e locais efetivos. As próprias capitanias se subdividem tangidas por novos interesses econômicos, que se vão formando na evolução colonial.
Assim, por exemplo, o Piauí erige-se em capitania independente do Maranhão; Minas destaca-se de São Paulo; Rio Grande do Sul torna-se capitania etc.
Enfim, o governo geral divide-se em governos regionais (Estado do Maranhão e Estado do Brasil), e estes, em várias capitanias gerais, subordinando capitanias secundárias, que, por sua vez, pouco a pouco, também se libertam das suas metrópoles, erigindo-se em capitanias autônomas. Cada capitania divide-se em comarcas, em distritos e em termos. “Em cada um desses centros administrativos o capitão-general distribui os representantes da sua autoridade, aos órgãos locais do governo geral: os ‘ouvidores’, os ‘juízes de fora’, os “capitães-mores’ das vilas e aldeias, os ‘comandantes de destacamentos’ dos povoados, os ‘chefes de presídios’ fronteirinhos, os ‘capitães-mores regentes’ das regiões recém-descobertas, os regimentosda ‘tropa de linha’ das fronteiras, os batalhões de ‘milicianos’, os terços de ‘ordenanças’, as ‘patrulhas volantes’ dos confins das regiões do ouro”.
Efeitos futuros
Neste sumário, já se vê delinear a estrutura do Estado brasileiro que iria constituir-se com a Independência. Especialmente, notamos que, na dispersão do poder político durante a colônia e na formação de centros efetivos de poder locais, se encontram os fatores reais do poder, que darão a característica básica da organização política do Brasil na fase imperial e nos primeiros tempos da fase republicana, e ainda não de todo desaparecida: a formação coronelística oligárquica.
O contexto imperial
Fase Monárquica 
A fase monárquica inicia-se, de fato, com a chegada de Dom João VI ao Brasil em 1808, e vai-se efetivando aos poucos. Instalada a corte no Rio de Janeiro, só isso já importa em mudança do status colonial. Em 1815, o Brasil é elevado, pela lei de 16 de dezembro, à categoria de Reino Unido a Portugal, pondo em consequência fim ao Sistema Colonial, e monopólio da Metrópole. Um passo à frente foi a proclamação da Independência a 7 de setembro de 1822, da qual surgiu o Estado brasileiro sob a forma de governo imperial, que perdurou até 15 de novembro de 1889.
Proclamada a Independência, o problema da unidade nacional impõe-se como o primeiro ponto a ser resolvido pelos organizadores das novas instituições. A consecução desse objetivo dependia da estruturação de um poder centralizador e uma organização nacional que freassem e até demolissem os poderes regionais e locais, que efetivamente dominavam no país, sem deixar de adotar alguns dos princípios básicos da teoria política em moda na época.
O constitucionalismo era o princípio fundamental dessa teoria, e realizar-se-ia por uma constituição escrita, em que se consubstanciasse o liberalismo, assegurado por uma declaração constitucional dos Direitos do Homem e um mecanismo de divisão de poderes, de acordo com o postulado do art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, segundo o qual não tem constituição a sociedade onde não é assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação dos poderes.
 A Constituição Imperial de 1824
O sistema foi estruturado pela Constituição Política do Império do Brasil de 25 de Março de 1824. Declara, de início, que o Império do Brasil é a associação política de todos os cidadãos brasileiros, que formam uma nação livre e independente que não admite, com qualquer outro, laço de união ou federação, que se oponha à sua independência (art. 1°). O território do Império foi dividido em províncias, nas quais foram transformadas as capitanias então existentes (art. 2°). Seu governo era monárquico hereditário, constitucional e representativo (art. 3°). O princípio da divisão e harmonia dos poderes políticos foi adotado como “princípio conservador dos direitos dos cidadãos, e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias que a Constituição oferece” (art. 9º), mas segundo a formulação quadripartida de Benjamin Constant: Poder Legislativo, Poder Moderador, Poder Executivo e Poder Judiciário (art. 10º). O Poder Legislativo era exercido pela assembleia geral, composta de duas câmaras: a dos deputados, eletiva e temporária, e a dos senadores, integrada de membros vitalícios nomeados pelo Imperador dentre componentes de uma lista tríplice eleita por província (arts. 13, 35, 40 e 43). A eleição era indireta e censitária. O Poder Moderador, considerado a chave de toda a organização política, era exercido privativamente pelo Imperador, como chefe supremo da nação e seu primeiro representante, para que incessantemente velasse sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais poderes políticos (art. 98). O Poder Executivo, exercido pelos ministros de Estado, tinha como chefe também o Imperador (art. 102). O Poder Judiciário, independente, era composto de juízes e jurados (art. 151). No art. 179, a Constituição trazia uma declaração de direitos individuais e garantias que, nos seus fundamentos, permaneceu nas constituições posteriores.
Mecanismo político do poder central
A chave de toda a organização política estava efetivamente no Poder Moderador, concentrado na pessoa do Imperador. “Realmente, criando o Poder Moderador, enfeixado na pessoa real, os estadistas do antigo regime armam o soberano de faculdades excepcionais. Como Poder Moderador, ele age sobre o Poder Legislativo pelo direito de dissolução da Câmara, pelo direito de adiamento e de convocação, pelo direito de escolha, na lista tríplice, dos senadores. Ele atua sobre o Poder Judiciário pelo direito de suspender os magistrados. Ele influi sobre o Poder Executivo pelo direito de escolher livremente seus ministros de Estado e livremente demiti-los. Ele influi sobre a autonomia das províncias. E, como chefe do Poder Executivo, que exerce por meio dos seus ministros, dirige, por sua vez, todo o mecanismo administrativo do país”. Aqui, o Rei reinava, governava e administrava, como dissera Itaboraí, ao contrário do sistema inglês, onde vigia e vige o princípio de que o Rei reina, mas não governa.
A Constituição Imperial 
A Assembleia Constituinte foi convocada por Dom Pedro I, antes mesmo da Proclamação da Independência, e veio a instalar-se em 3 de Maio de 1823. Nascida por iniciativa do Imperador, já surgiu com a soberania sufocada, conforme ilustra a frase proferida por Dom Pedro I, no seu discurso inaugural:
“Como Imperador constitucional, e mui principalmente como defensor perpétuo deste Império, disse ao povo, no dia 1º de dezembro do ano próximo passado, em que fui coroado e sagrado, que com minha espada defenderia a pátria, a nação, e a constituição, se fosse digna do Brasil e de mim. Espero que a constituição que façais mereça minha imperial aceitação”.
As intenções liberais de alguns dos integrantes da constituinte desde logo desagradaram o Imperador. No projeto, composto por 272 artigos, dividiam-se as funções do Estado em três poderes, e o Imperador não recebeu bem as limitações impostas ao executivo. Antônio Carlos, que havia sido indicado para a comissão especial que deveria redigir o projeto de Constituição da Assembleia Constituinte, nela eleito o seu redator e que foi “o líder de fato da Assembleia”, tinha posição consciente do momento de transição que se passava, declarando em discurso proferido na sessão de 29 de julho, ter encontrado a base das atribuições constitucionais do Imperador “na necessidade de um poder vigilante e moderador nos governos representativos (...) como atalaia da liberdade e direitos dos povos”. Vale registrar ainda que António Carlos, esse verdadeiro pai do constitucionalismo no Brasil, acabou sendo o autor do projeto apresentado pela comissão à assembleia nacional.
Contudo, o confronto entre os poderes da Assembleia (concebida como plenamente soberana, independente mesmo com a monarquia presente, apesar da posição contrária de Antônio Carlos) e do imperador culminou, em 12 de novembro de 1823, na dissolução daquela por um verdadeiro golpe nos caminhos constitucionais e democráticos recém-adotados no Brasil. Como analisa Bonavides,”(...) convocada aquela Assembleia, uma enorme contradição de titularidade de soberania logo se instalou: o poder constituinte do Imperador, de que ele em momento algum abdicou e o poder constituinte da nação; Este soberano na forma, na doutrina e na aparência, mas na realidade de feição delegada, obrigado a ferir com o primeiro uma batalha verbal de hegemonia, prenúncio da que iria arrastar o corpo constituinte à dissolução de 12 de novembro de 1823”.
A redação do novo projeto da constituição do império coube a um Conselho de Estado, instituído pelo Imperador. Teve como fonte principal o antigo projeto, que havia sido apresentado por António Carlos à Assembleia Constituinte, mas acrescentou a figura que caracterizou a arquitetura do novo modelo: o inovador e, ao mesmo tempo, centralizador (na feição acertada em 1824) Poder Moderador.
Posteriormente, o projeto foi submetidoà consulta das câmaras municipais, em uma espécie de referendum. A maioria das câmaras concordou com ele, o que se deveu, segundo Odilon Araújo Grellet, à pouca compreensão da população sobre o regime delineado e ao prestígio de que, então, gozava o Imperador. Entre as câmaras que, ao contrário, criticaram o projeto, destacaram-se as de Itú, do Recife e a da cidade de Salvador. 
A constituição outorgada em 1824 adotava a ideologia liberal inspirada pelas revoluções do século XVIII. Fruto de um movimento que quebrou a dependência do Brasil em relação ao absolutismo monárquico português, preocupava-se em garantir certos direitos individuais e dividir os poderes do Estado.
Atuação na vida política
Talvez um dos pontos mais radicais desta constituição fora o sistema de eleições. Não obstante o Brasil de colônia tornou-se um país independente, a política não sofreu nenhuma grande alteração, tendo em vista a continuação do poder político nas mãos da elite. O voto era censitário e a eleição indireta, ou seja, para eleger um candidato ao cargo de senador ou deputado, a pessoa votava em um corpo eleitoral e o corpo eleitoral votava nos candidatos. Para votar no corpo a pessoa teria obter renda anual acima de 100 mil conto de réis; para fazer parte do corpo eleitoral teria de ganhar mais de 200 mil contos de réis anuais e para ser um deputado teria de ser católico e ter renda anual mais de 400 mil conto de réis. Os deputados possuíam cargos temporários (tal como atualmente) e os senadores cargos vitalícios. Além dos deputados e senadores também havia o conselho de Estados. Para ingressar no Conselho de Estado a pessoa deveria ter acima de 40 anos, ser católico, renda anual acima de 800 mil conto de réis e ser um homem sábio, intelectual e capaz. Como vemos esse cargo exigia a maior renda e outros requisitos, isso pois a função dos membros do Conselho de Estado era organizar e administrar os assuntos acerca das guerras e orçamentos do Estado. 
Conclusão
Com a constituição política de 1824, outorgada pelo príncipe, o país recebia a sua estruturação jurídica básica como uma monarquia hereditária, constitucional e unitária. Os poderes do Estado eram quatro: o executivo, exercido pelo Imperador através dos seus ministros; o legislativo, pelo senado, eletivo e vitalício, e a câmara dos deputados, eletiva e temporária; o judiciário, por juízes e jurados e, finalmente, o poder moderador, confiado ao monarca como estabilizador do choque entre os vários poderes.
Bibliografia
A.L. Machado Neto, “ Sociologia Jurídica”- Editora Saraiva, 6° edição (1987), págs 307 a 318;
J.A. Silva, “Curso de Direito Constitucional Positivo” - Malheiros Editores LTDA, 33° edição (2009), págs 69 a 77;
A.R. Tavares, “Curso de Direito Constitucional” - Editora Saraiva, 13° edição (2015), págs 75 a 82;

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