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HISTÓRIA DA SOCIEDADE NO MUNDO CONTEMPORÂNERO

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HISTÓRIA DA SOCIEDADE NO MUNDO CONTEMPORÂNERO
AULA 1- O PÓS SEGUNDA GUERRA E O REORDENAMENTO MUNDIAL
-Conferências (YALTA – POTSDAM)
-Criação da ONU
-Criação do Estado de Israel
Após a II Guerra Mundial, o mundo passou por grandes transformações, de ordem social, econômica e política. Os anos a partir dos meados do século XX foram caracterizados por realinhamentos e novas alianças internacionais, a descolonização da África e Ásia, pelas fragmentações territoriais e os novos agrupamentos de países conforme interesses políticos e econômicos.
Conferência de Yalta: Ocorrida na Ucrânia entre os dias 4 e 11 de fevereiro de 1945. Com a Alemanha ainda invadida, discutiram questões relativas a futura ONU, divisão da Alemanha, o estabelecimento de governo pró-britânico na Grécia e de governos pró-soviético na Bulgária e Romênia.
Conferência de Potsdam:
Ocorreu em Potsdam, Alemanha, entre os dias 17 de julho e 2 de agosto de 1945.
• Principais tópicos da conferência:
• Reversão de todas as anexações da Alemanha na Europa após 1937 e a separação da Áustria da Alemanha;
• Ocupação da Alemanha pelos Aliados; 
• Julgamento dos criminosos de guerra;
• O estabelecimento da fronteira da Alemanha com a Polônia "linha Oder-Neisse".
• Acordo sobre as indenizações de guerra. 
• Os Aliados editaram a Declaração de Potsdam que ultimou os termos de capitulação do Japão.
 
Criação da ONU:
A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu outubro de 1945, data de promulgação da Carta das Nações Unidas e, na época foi assinada por 51 países, dentre eles o Brasil. Criada logo após a 2ª Guerra Mundial, o foco da atuação da ONU é a manutenção da paz e do desenvolvimento em todos os países do mundo.
O Brasil no contexto internacional – fim do Estado Novo
O ano de 1946 foi marcado pela volta da democracia. A saída de Getúlio Vargas e a entrada de Dutra deram novas áreas à política nacional.
O governo de Dutra começou com a polêmica medida da proibição do jogo no Brasil, mas a presidência ficou marcada pela nova constituição dos Estados Unidos do Brasil, promulgada em 1946, e consagrou as liberdades expressas na constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937.
Embora com a constituição promulgada em um regime democrático, foi nela que o PCB teve seu registro cassado e seus líderes perseguidos. Também foi no governo de Dutra que o Brasil cortou relações diplomáticas com a URSS e entrou em alinhamento com a política externa dos Estados Unidos da América (1948).
AULA 2-GUERRA FRIA: BIPOLARIZAÇÃO MUNDIAL
O século XX presenciou a formação e crescimento da URSS, que, desde 1917, apresentava uma nova opção de modelo econômico. Enquanto, na década de 1930, o mundo capitalista passava por uma grave crise econômica, a URSS alcança índices de crescimento econômico impressionantes. Em contrapartida temos os Estados Unidos como principal economia capitalista e em busca de novos mercados para impulsionar ainda mais a economia.
Plano Marshall: Com a Europa destruída devido à II Guerra Mundial, os EUA lançaram um programa que visava a reerguer os países do velho continente. Essa política ficou conhecida como Plano Marshall.
Com o aporte financeiro, os Estados Unidos financiaram a reconstrução européia após a Segunda Guerra. Essa medida unia os interesses econômicos e políticos, pois ajudava a fortalecer a parceria diminuindo as chances de descontentamento e revolta em relação à hegemonia norte-americana. Nesse momento, Itália e França possuíam fortes partidos comunistas. Assim, essa ajuda garantiria a instalação de grandes empresas norte-americanas nestes países, favorecendo ainda mais o mercado norte-americano.
COMECON: a URSS precisava ajudar os países que haviam se tornado socialistas com o fim da Segunda Guerra a se reconstruírem. Assim, foi lançado o COMECON (Conselho para Assistência Económica Mútua).
O aparecimento do Comecon, que surgiu no contexto europeu do pós-guerra, foi a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall, que visava a apoiar a reconstrução econômica da Europa Ocidental. Além disso, durante o período de existência, reuniu os principais países socialistas do mundo, como URSS, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária, Hungria e Romênia. Mais tarde, outros países juntaram-se à COMECON.
Alianças Militares:
OTAN: Organização do Tratado do Atlântico Norte: uma aliança militar ocidental criada em 1949 cujo objetivo era a união de forças militares contra o comunismo. Essa aliança era liderada pelos EUA e tinha duas bases nos principais países europeus.
Pacto de Varsóvia: Em resposta a criação da OTAN, em 1955, a União Soviética lança uma união dos países da Europa Oriental, com exceção da Iugoslávia, para evitar que os países se afastassem da influência soviética e para defender militarmente os países socialistas que pudessem ser atacados.
A criação do terceiro mundo e o movimento dos não alinhados
O termo “Terceiro Mundo” foi usado pela primeira vez em 1949, referindo-se aos países pobres da África e Ásia.
Em 1955, países africanos e asiáticos realizaram a conferência de Bandung, onde foi anunciada uma nova posição política, e queriam ser não alinhados, ou seja, buscavam a neutralidade diante dos blocos socialista e capitalista.
História em quadrinhos:
Durante a Guerra Fria, a ideologia contrária ao comunismo precisava ser reforçada todo o tempo, os Estados Unidos não abririam mão da “má propaganda” do regime ao qual se opunha. Portanto, grande parte da produção cultural estava ligada ao contexto da Guerra Fria. Assim, os personagens mais famosos da Marvel e da DC Comics estão inseridos nesse contexto e podem servir como material de estudo do período.
AULA 3- A ALTERNATIVA SOCIALISTA
Durante a Guerra Fria, a URSS tentou expandir o modelo socialista pelo mundo, conseguindo, inclusive, criar uma área de influência direta nas Américas, fazendo os Estados Unidos perceberem a real importância desse regime. Porém, o socialismo se apresentou de formas diferentes para as nações que o adotaram.
Podemos perceber o caso cubano, chinês e vietnamita em que cada um aderiu ao socialismo por inspirações diferentes e, mesmo com a supervisão soviética, administrou seu regime de forma diferente.
O caso chinês é um ótimo exemplo, pois chegou a romper com a União Soviética em defesa de seus próprios parâmetros.
Revolução Chinesa
	
Inicialmente, a China adotou o modelo soviético de desenvolvimento no qual o Estado, controlava a produção industrial do país. No entanto, a receita stalinista de crescimento não alcançou rápida eficiência, sendo motivo de críticas mesmo dentro do partido Comunista Chinês (PCCh).
Houve tentativas de impulsionar o crescimento econômico chinês para que o país se tornasse uma grande potência, porém a industria cresceu muito pouco. E, com isso, a China acabou por perder o apoio soviético.
Revolução Cubana: Ocorrida em 1959, a revolução marcou a mudança política que levaria Cuba a tornar-se o único país socialista da América Latina
O apoio dos EUA a independência de Cuba colocou-a sob domínio norte-americano nos âmbitos econômicos, e políticos. Os EUA nomeavam e depunham governantes apoiados pela elite cubana e legalizados na emenda Platt.
Nos anos 30 essa política se tornou impopular e os Estados Unidos acabaram por nomear um novo governante, Fulgêncio Batista, para exercer a política da boa-vizinhança.
Fidel Castro, jovem advogado, lidera o ataque ao quartel de Moncada, movimento contra a ditadura instalada em Cuba. As forças de Batista reprimem o ataque com violência. Diante da enorme pressão popular, Fidel é libertado, mas é exilado no México em 1954. No México, Fidel e seu irmão Raul fundam o Movimento Revolucionário ou MR-26. Raul apresenta a Fidel seu amigo argentino, Che Guevara, um jovem médico socialista, interessado na luta pela igualdade social na América Latina.
O movimento ganha apoio e é estimulado pelos EUA que não viam mais em Fulgêncio uma figura de conciliação, mas um problema a ser resolvido.Em pouco tempo, o movimento de Castro e Guevarra já contava com mais de dez mil homens. Os guerrilheiros tomam várias cidades do país. Em 1 de janeiro de 1959, Fulgêncio Baptista foge de Cuba, marcando a vitória da revolução.
Inicialmente, a revolução visava a mudanças nacionais radicais e não ao socialismo, o povo ficava dividido entre as elites que apoiavam a intervenção norte-americana e a classe média que temia uma “ditadura comunista”.
A economia cubana estava diretamente ligada aos Estados Unidos que, nesse momento, interrompe o comércio com Cuba. Esse fator fará com que ela decida pelo alinhamento à URSS. Temendo dificultar as relações com os Estados Unidos, outros países ocidentais também irão interromper o comércio com Cuba. Os únicos países a ajudarem-na foram a União Soviética e a China, que passaram a comprar o açúcar cubano por preços elevados.
O governo norte-americano não aceitou facilmente a libertação cubana. Em 1961, o presidente Kennedy enviou tropas para invadir o país, porém não obteve sucesso e, no mesmo ano, Cuba oficialmente se tornou um país socialista.
Guerra do Vietnã: A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Essa guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
Nessa aula, você:
Tratou dos três países que adotaram o Socialismo no mundo durante o século XX, quais sejam: China, Cuba e Vietnã.
Deu-se conta de que em nenhum desses países a chegada ao poder foi pacífica, muito pelo contrário, foi recheada de conflitos.
AULA 4- POLÍTICA EXTERNA NORTE-AMERICANA E SOVIÉTICA
A luta constante pela manutenção da hegemonia capitalista e socialista fez com que Estados Unidos e União Soviética criassem formas de exportar e manter seus modelos políticos e econômicos, utilizando planos de ajuda, intervenções diretas, sabotagem, espionagem.
Estados Unidos e União Soviética criaram o Plano Marshall, Comecon, a OTAN, o Pacto de Varsóvia, entre outros, como forma de conter a expansão um do outro e evitar que seus aliados se revoltassem, garantindo seus interesses econômicos.
Com a Revolução Cubana em 1959 e a instauração de um governo socialista nas Américas, as relações se tornaram turbulentas e os Estados Unidos passaram a intervir diretamente nas Américas para impedir que o sistema socialista avançasse.
Com as crises no período de 1973 a 1979, o clima de confiança mútua ficou abalado. A União Soviética, que enfrentava uma instabilidade política mais intensa do que os Estados Unidos vai receber reclamações ligadas à liberdade política, pois a URSS interferia diretamente nos partidos comunistas das outras nações e com a sucessão de crises, perde forças para reprimir as reclamações.
A propaganda, a espionagem e o terrorismo foram extremamente utilizados na Guerra Fria. No caso norte-americano, até mesmo o cinema foi utilizado como forma de exportar seus valores para o mundo.
Reflexos na América Latina: os anos de chumbo
Os Estados Unidos, desde 1823, com a doutrina Monroe defendiam a “América para os americanos”, porém, com a Guerra Fria, tiveram que ampliar esse conceito para impedir que o sistema socialista se expandisse. Embora estivessem firmes na Europa, não mediram esforços para afastar o socialismo das Américas, principalmente após a Revolução Cubana.
Ação americana na Guatelama: Em 1954, Os Estados Unidos, articularam um golpe para depor o presidente da Guatemala, Jacobo Arbenz, que fora eleito com o apoio dos comunistas.
Ação americana no Chile: Com a ideia de que as ditaduras militares eram necessárias à América naquele momento, os Estados Unidos vão ajudar a formar o golpe militar que depôs o presidente socialista Salvador Allende.
Ditadura na Argentina: Com a crise que ocorreu no final dos anos de 1960, o país passou por um período em que os líderes políticos ficavam pouco tempo no poder. Em 1976, houve o golpe que ficou conhecido como “Guerra Suja”, liderado pelo general Jorge Rafael Vindela, colocando no poder do país uma junta militar, fechando o congresso e perseguindo oposicionistas.
Ditadura no Brasil: A década de 1960 no Brasil representa um período de crise e instabilidade política. O presidente eleito em 1961, Jânio Quadros, renuncia, após sete meses de governo, buscando aumentar seus poderes políticos, porém a renúncia é aceita, gerando mais um problema: os militares de direita não queriam a posse de seu vice, João Goulart pela identificação do mesmo com o trabalhismo de Getúlio Vargas. As crises são controladas e ele toma posse.
AULA 5- MOVIMENTOS CULTURAIS (1960-1970)
Durante as décadas de 1960 e 1970, ocorreram enormes transformações sociais e comportamentais em todo o mundo. 
Da Europa à América Latina, eclodiram movimentos, majoritariamente guiados pela juventude, que visavam desde a derrubada de ditaduras até a luta contra o consumismo cada vez mais crescente na sociedade ocidental.
Movimento Negro: Nos anos de 1950, nos Estados Unidos, ainda existia o apartheid.  Os negros eram proibidos de frequentar lugares reservados para brancos, como bares e restaurantes. O fato de haver escolas somente para negros e lugares reservados para estes deixava claro a institucionalização do preconceito racial. Um dos principais líderes dos direitos civis dos negros, em 1963, o reverendo King reuniu mais de 250 mil pessoas em Washington, onde proferiu seu mais famoso discurso, I have a Dream, no qual pregava a igualdade de direitos entre negros e brancos. Martin Luther King foi assassinado em 1968 por um branco em Memphis, Tenessee.
Movimento Hippie: paz e amor: Mais do que um estilo, este é um movimento extremamente politizado em suas origens. Pregavam contra as armas nucleares, a Guerra do Vietnã e eram favoráveis à paz mundial e ao amor livre.
Movimento Feminista: O movimento feminista remonta ao século XIX, primeiro, com o envolvimento das mulheres na abolição da escravidão. Depois, com a luta pelo voto.
Maio de 1968: O ano de 1968 foi marcado por grandes manifestações em todo o mundo. Em maio de 68, na França, os jovens foram às ruas reivindicando liberdade de expressão e direitos trabalhistas.
A Juventude nas ruas: No mundo todo, a censura gerava protestos. 
Na Europa, a proibição de exibir filmes e as manifestações conservadoras contra as demais formas de cultura, como o teatro e a literatura, acabaram gerando uma série de manifestações. 
Na América Latina, boa parte dos países vivia sob o regime militar. Estados Unidos e União Soviética viviam a Guerra Fria, o que acirrava as tensões mundiais e legitimava o controle do Estado sobre os meios de comunicação.
Liberdade de Imprensa: A censura dirigia sua atenção, sobretudo para os jornais. A constante vigilância provocou a proliferação dos panfletos e jornais clandestinos que, por não estarem sujeitos ao crivo do Estado, denunciavam a violência, a corrupção, os desaparecimentos e prisões, além de exigirem mudanças urgentes no regime e nas Constituições que os legitimavam.
Grandes mudanças
Os movimentos culturais deram base à diversas mudanças importantes nas sociedades contemporâneas:
- Diretos iguais, independente da etnia e do gênero;  
- Primeiras manifestações contra guerras e armas nucleares;  
- Conquistas de direitos trabalhistas.
Ditadura Militar e repressão no Brasil: No Brasil, como vimos na aula passada, o período foi marcado pelo golpe civil-militar a João Goulart e a instauração da ditadura militar que se estendeu até 1985. Embora iniciada em 1964, o recrudescimento da ditadura aconteceu em 1968 com O Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI 5, que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968. A ditadura militar brasileira ficou marcada pela censura aos meios de comunicação, além da tortura utilizada como ação do Estado sobre presos políticos.
Cultura brasileira: Cinema / Teatro / Música: As décadas de 1960 e 1970 foram um momento fértil para o surgimento de vários movimentos artísticos e culturais que transformaramas concepções estéticas vigentes. Tal fato se deu no campo cinematográfico, teatral e musical.
Teatro: Nos teatros eram encenadas peças baseadas nas novas concepções do Oficina e do Arena.
Cinema: No cinema, dois movimentos marcaram a cinematografia nacional, no primeiro caso a mundial: o Cinema Novo e o Cinema Marginal.
Música: O Tropicalismo era cantado ao som das guitarras elétricas.
Nessa aula, você:
Tratou dos movimentos de contra cultura que surgiram no mundo e no Brasil nas de 1960 e 1970.
Atentou para o fato de que os movimentos culturais, por mais estilizados que fossem, faziam parte de um movimento maior de contracultura.
AULA 6 - A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA: O NEOLIBERALISMO
Os anos de 1980 resgataram a efervescência na luta entre capitalismo e socialismo, a détente foi abandonada e se intensificou a busca de mercados e novas políticas para promover o capitalismo e manter sua hegemonia.
Surge então o neoliberalismo, baseado na defesa dos direito individuais em detrimento aos direitos coletivos, que irá se adequar à lógica capitalista e servir como modelo.
Os países capitalistas em geral, inclusive os do terceiro mundo, irão aderir ao novo modelo que será defendido e propagado principalmente por dois governantes: Ronald Reagan e Margareth Thatcher, o primeiro, presidente dos Estados Unidos e a segunda, Primeira Ministra britânica.
O Estado de Bem-Estar Social: Welfare State, em Inglês, foi um modelo político em que o Estado servia como agente na regulamentação das ações econômicas, políticas e sociais. Desenvolveu-se principalmente na Europa. 
Em diversos países, após o crack da bolsa de Nova York, em 1929, foi se formando a ideia de que o Estado deveria interferir na economia para tentar melhorar os índices de crescimento. As intervenções irão regular e apaziguar os problemas ocorridos na sociedade, o Estado servirá como estabilizador político-econômico.
O neoliberalismo: Surge o neoliberalismo, uma readaptação do liberalismo clássico, onde defende-se a não intervenção do estado na economia. O Estado passa a ser o moderador das atividades econômicas, somente intervindo quando necessário, agindo como regulador. Defende o livre comércio como forma de garantir o crescimento econômico dos países capitalistas.
Os defensores dessa política caracterizam seus pontos fortes justamente na ideia de que ela impulsiona e faz a economia crescer, estimulando o aumento na produção, investindo na exportação, aumenta a competitividade e desenvolve também a tecnologia.
Margareth Thatcher e Ronald Reagan: Margareth Thatcher foi primeira ministra britânica de 1979 a 1990, e Ronald Reagan exerceu dois mandatos como presidente dos Estados Unidos, de 1981 a 1989. São considerados expoentes da política neoliberal e marcam o período do fim da détente e reafirmação da luta contra o comunismo. Os dois trabalharam em sincronia para expandir o modelo neoliberal pelo mundo e garantir a hegemonia capitalista.
Essa política neoliberalismo os direitos individuais e principalmente os do consumidor serão os mais importantes e, portanto, defendidos e preservados. Ele visava à privatização de empresas estatais e a retirada do Estado da economia, defendendo que o sistema capitalista era capaz de se autorregular e, assim, acabar com as próprias crises.
A experiência neoliberal na América Latina: Esse período coincide com o fim ou, pelo menos, afrouxamento das ditaduras militares instauradas na América Latina, que no período de redemocratização irão aderir à política neoliberal. Desde muito cedo, a América Latina sofreu influências e intervenção direta dos Estados Unidos, fazendo com que se desenvolvessem ali as mesmas práticas de consumo.
AULA 7- O BRASIL NO CONTEXTO INTERNACIONAL:
Durante a década de 1980, a América Latina lutava pelo crescimento econômico e ao mesmo tempo travava o duelo contra altas taxas de inflação. No Brasil, os anos 80 se inauguram com uma profunda crise, iniciada por pelos menos dois fatores: as rígidas restrições externas, provocadas por dois choques do petróleo (em 1973 e 1979) e o aumento dos juros americanos entre 1979 e 1982.
A ditadura militar começava a  apresentar brechas para a volta da democracia. Devido à inflação, o governo do presidente Figueiredo negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e admite a impossibilidade de pagar a dívida externa. A ajuda vem, e com ela as duras exigência do FMI, como a redução de salários e a diminuição do gasto público. Em outras palavras, o governo aceita frear o crescimento brasileiro. Esse cenário econômico também foi percebido em outras partes da América Latina.
Ao final da década de 1970, o Brasil passava por uma crise econômica, e, não distante da realidade dos demais países da América Latina, enfrentava altos índices de inflação. Para controlar a crise, o governo foi obrigado a tomar medidas de retração da economia para seu posterior ajuste.
A virada política com o final da ditadura promoveu também uma mudança na esfera econômica. Os novos parâmetros da economia mundial e a grande influência norte-americana com que o país teve contato foram primordiais para a estruturação de políticas econômicas voltadas para o neoliberalismo. O Estado passou a intervir menos na economia para apenas regulá-la.
Em 1978, Figueiredo, do MDB, foi eleito e, logo ao assumir, em 1979, assinou a Lei de Anistia, permitindo que presos políticos, artistas e demais exilados pudessem voltar ao Brasil.
A Constituinte de 1986 e a Constituição de 1988: A Constituição foi promulgada dia 5 de outubro de 1988.
Dividida em nove títulos, passou a garantir direitos democráticos como:              
• Direito de voto a analfabetos.
• Voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos.
• Direitos trabalhistas como: licença maternidade de 120 dias, e paternidade de 5 dias, direito à greve, liberdade sindical, entre outros. 
• O mandato do presidente passou a 4 anos ao invés de 5, e é instituída a possibilidade de segundo turno nas eleições municipais,
   (apenas nas cidades com mais de 200 mil habitantes). 
• O aparelho censório foi desmontado, 
• O divórcio se tornou legal, 
• Criação dos direitos da criança e do adolescente.
• Criminalização do racismo.
• Reconhecimento da cultura indígena, entre outros.
AULA 8 - DERROCADA DA URSS
Durante a década de 1980, ficou nítido o atraso econômico da União Soviética em relação aos países ocidentais. Nessa década, o modelo no qual toda a economia estava concentrada no estado mostrou-se insuficiente para atender às demandas sociais. A URSS fechada para os países não socialistas, não conseguiu se manter como grande potência e continuar no páreo contra os Estados Unidos.
Enquanto o mundo assistia o ruir da União Soviética, a China, que já exercia políticas de abertura de mercado e que desde cedo já havia negociado, inclusive, com os Estados Unidos, firmava-se cada vez mais no comunismo e como potência mundial.
Planos: Glasnost / Perestróica: Os dois planos foram lançados juntos no novo governo que se iniciava em 1985, de Mikhail Gorbachev, aliando transparência (Glasnost) e restauração econômica (Perestróica).
A Glasnost foi uma política que consistia em uma abertura nas discussões internas do país, um processo que acabou por intensificar a instabilidade, pois contribuiu com os conflitos étnicos e regionais já existentes. Dentre as medidas da Glasnost, encontramos a libertação de presos políticos, o afastamento de funcionários corruptos e a censura sobre jornais e livros foi suspensa.
A Perestróica foi política de reestruturação econômica e, para tanto, foi decidido que as tropas enviadas ao Afeganistão deveriam ser retiradas, pois havia a necessidade de baixar os custos com a defesa. Outras medidas foram o fim do monopólio do Estado sobre alguns setores, a permissão para a abertura de empresas privadas no país, a permissão para as empresas estrangeiras atuarem na indústria de bens de consumo e no comércio varejista, o estímulo à renovação tecnológica e à competitividade entre as empresas.Queda do Muro de Berlim: A conferência de Potsdam dividiu a Alemanha em quatro zonas de influência: britânica, francesa, norte-americana – capitalista e soviética - socialista.
A divisão na Alemanha criou a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federalista Alemã (RFA).
Berlim ficava bem no centro a Alemanha Oriental e tambem foi dividida em quatro zonas de influência. Mesmo com a divisão, as pessoas podiam circular de Berlim ocidental para Berlim Oriental.
Berlim ocidental era uma espécie de vitrine capitalista no meio no mundo socialista. Os EUA fizeram da capital alemã o símbolo do sucesso e da felicidade capitalista, enquanto o lado oriental, sem muito apoio soviético, padecia com prédios antigos, automóveis velhos e uma precária qualidade de vida.
Essa diferença nos modelos de vida fez com que, em 1948, Stalin mandasse fechar todos os acessos terrestres de Berlim para a Alemanha ocidental. O Muro de Berlim foi construído em 13 de agosto de 1961 como medida tomada pela República Democrática Alemã (RDA) para separar o lado socialista do capitalista.
A queda do muro de Berlim, que se tornou um dos marcos do final da Guerra Fria, foi um acontecimento espontâneo, não dependeu de nenhuma ordem direta do governo. Após o anúncio do governo da Alemanha Oriental que dava permissão para visitar o lado ocidental, Em 9 de novembro de 1989, uma multidão de alemães saía para encontrar o outro lado do muro. Logo partes dele fora destruído abrindo espaço para, em menos de um ano, exatamente em 3 de outubro de 1990, a Alemanha celebrasse sua reunificação.
Fim da URSS: Desde a queda de Stálin, a União Soviética já passava por grandes mudanças que iniciaram a descentralização política. Os governos seguintes presenciaram a denúncia e a condenação de práticas stalinistas. Viram que o fechamento da URSS para as nações não socialistas provocavam um atraso na economia do país e os enormes gastos obtidos com a corrida armamentista da Guerra Fria. Em 1985, Gorbachev assume e começa a dar sinais para o fim da Guerra Fria, porém suas ideias e práticas inovadoras (Perestróica e Glasnost) não impulsionam a economia conforme o esperado, além de gerar uma cisão dentro do Partido Comunista.
O caso chinês: Desde a instauração do modelo comunista em 1949, a China seguia uma linha diferente da defendida e aplicada na União Soviética. Optou pela coexistência pacífica em relação ao bloco capitalista, o que contribuiu para o corte nas relações diplomáticas com a URSS. Assim, a China ficou em patamar de igualdade e começava a se apresentar como uma potência em ascensão. A partir de 1971, inicia uma aproximação com os Estados Unidos. 
Com a morte de Mao Tse-Tung em 1976, os rumos da política chinesa caminharam para uma abertura ainda maior.
Os dirigentes chineses dizem que é um socialismo de mercado. De fato, a China é hoje o país que mais cresce no mundo e seu setor privado já ultrapassa o público. Estima-se que dentro desse panorama a China, em alguns anos, se tornará a maior economia mundial. A China consegue manter sua unidade política dentro do comunismo e, ao mesmo tempo, articular sua economia nos moldes capitalista permitindo crescimento econômico, diretamente oposto à União Soviética que passa por sua maior crise, política e econômica.
AULA 9- O MUNDO ATUAL: GLOBALIZAÇÃO
A queda do socialismo nos países do leste europeu, a abertura econômica chinesa e a alta tecnologia em comunicação e no transporte e, concomitantemente seu baixo custo, contribuíram para o evento que ficou conhecido como Globalização. A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política dos países do globo no final do século XX e início do século XXI. O mundo passa a ser tratado como uma aldeia global.
O que significa globalização:
O fim da Guerra Fria, a dissolução da URSS, a reunificação alemã, a abertura econômica na China e as reformas econômicas na Índia, contribuíram para a ideia de que o modelo capitalista seria o meio correto de guiar a economia e promover o crescimento econômico. Os Estados Unidos, saíram como os vencedores da guerra fria. A base da economia da maioria dos países do mundo já não dependia mais do campo. As indústrias estavam imersas nas políticas neoliberais e a constante expansão pela busca de novos mercados fez com que a economia se tornasse cada vez mais unificada. Os produtos circulavam por praticamente todo o mundo e as economias estavam  dependentes umas das outras.
A comunicação em massa vai servir para levar para o mundo, o modelo de democracia, de consumo, de cultura dos Estados Unidos.
A globalização é vista também como uma padronização dos costumes, pois a constante propaganda e exportação de produtos acabam por influenciar as culturas fazendo com que se perca o que há de nacional em cada país.
Críticas a globalização: Um dos críticos mais ferrenhos da Globalização é Eric Hobsbawn. Ele diz no livro “Globalização, democracia e terrorismo” que sobre a Globalização três observações são importantes:
 Globalização acompanhada de mercados livres, trouxe consigo uma dramática acentuação das desigualdades econômicas e sociais no interior das nações e entre elas.
O impacto é mais sensível para os que menos se beneficiam dela. Isso gera pontos de vista opostos sobre ela: os que estão protegidos contra seus efeitos negativos – os empresários, profissionais de alta tecnologia e os formados em cursos de educação superior – e os que não estão protegidos.
Embora a escala real da globalização permaneça modesta, seu impacto político é desproporcionalmente grande. Assim, a imigração é um problema político substancial na maior parte das economias desenvolvidas do Ocidente.”
Fórum Econômico: O Fórum Econômico Mundial foi iniciado em 1971, pelo professor alemão Klaus Schwab, através da Comissão Européia. Inicialmente recebeu o nome de Fórum Europeu de Gerenciamento e tinha uma representatividade menor. Posteriormente, com a presença de líderes políticos em 1974, pela primeira vez, e com os próprios acontecimentos no mundo, percebeu-se que as discussões poderiam ser mais amplas.
A partir de 1987, passou a ser chamado de Fórum Econômico Mundial, apresentando a proposta de um debate de conflitos internacionais.
Trata-se de uma organização internacional independente, sem fins lucrativos, um espaço para discussão de diversas problemáticas de impacto mundial, onde presidentes, representantes de ONGs, celebridades, intelectuais e representantes de empresas se reúnem anualmente.
Fórum Social Mundial: 
Diversos países sediaram o fórum, entre eles o Brasil, que foi o responsável pela primeira edição do fórum, em Porto Alegre - Rio Grande do Sul. O FSM pretende ser um espaço aberto e democrático e tem-se mostrando como um movimento antiglobalização. Sua realização é sempre um evento importante no contexto mundial, pois acontece ao mesmo tempo que o Fórum Econômico mundial, mas com uma agenda trazida pelos diversos movimentos espalhados pelo mundo. 
A importância do movimento só vem aumentando e cada vez mais conta com grandes personalidades e líderes de todo o mundo.
AULA 10- O TERRORISMO NO MUNDO ATUAL
A década de 1990 traz novos desafios para a economia mundial, a grande concorrência faz com que áreas de livre comércio sejam criadas para favorecer determinados países e garantir o crescimento econômico. Enquanto isso, os Estados Unidos afirmam, cada vez mais, sua posição como única potência mundial, exportando sua cultura, seu modelo político e econômico.
O terrorismo é uma forma de violência que pode ter diferentes motivos: religioso, político, nacionalista, étnico etc. Usa a violência, física ou psicológica, em tempos de paz, como estratégia política. É uma prática bastante antiga das sociedades, mas teve seu momento se ascensão, por assim dizer, com a Guerra Fria.
Tanto os Estados Unidos como a União Soviética desenvolveram poderosas agências de espionagem e se utilizaram da espionagem e do terrorismo para legitimar seus poderes. Assim, com a GuerraFria o terrorismo incorpora as agências de várias estados.
Terrorismo - 11/09/2001 nos Estados Unidos: O caso de terrorismo de maior impacto, e por isso mais presente na memória, foi o ataque ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de Setembro de 2001. Nesta data dois aviões atingiram as torres gêmeas, o World Trade Center, em Nova Iorque (EUA), trazendo os prédios abaixo. Aliados aos ataques aos prédios, outros ataques, como ao Pentágono, foram executados no mesmo dia. Os aviões foram sequestrados após decolarem, burlando toda a segurança aérea do país e demonstrando como o plano foi meticulosamente planejado.
Os alvos escolhidos para o ataque representam a posição de potência mundial exercida pelos Estados Unidos. O World Trade Center era o símbolo da economia capitalista globalizada enquanto o Pentágono, símbolo do poderio militar estadunidense. Tais ataques foram executados por árabes muçulmanos pertencentes à Al-Qaeda, organização fundamentalista e extremamente conservadora. Sendo Osama Bin Laden, fundador e líder da organização, o responsável pelos atentados.
Em uma era de globalização e de altos investimentos na indústria, as influências que os EUA exerciam no mundo se estendiam ao campo cultura. Por isso, tais grupos extremistas em relação aos fundamentos do islamismo eram contra tal interferência. Outro fator que contribuiu para a insatisfação em relação aos Estados Unidos está na sua ligação com o Estado de Israel, os grupos fundamentalistas defensores do islamismo não aceitam tal Estado e, em casos mais extremos, são a favor de sua exterminação.
A ocupação norte-americana e britânica não se deu apenas como resposta ao ataque, as relações entre esses países são também fundamentadas na questão econômica, pois os países árabes em questão possuem grandes reservas de petróleo, importantíssimo para a economia norte-americana.
No Estados Unidos, grande parte da população apoiou a invasão aos países do Oriente Médio. Medidas extremas foram tomadas em relação aos árabes, como a aprovação de leis que aumentavam os poderes da polícia. Prisões e investigações podiam ser executadas sem a necessidade, em alguns casos, de evidências, suspeitos foram detidos na base militar de Guantánamo, em Cuba.
Novos desafios da economia globalizada: Os anos 90 representaram o aumento na disputa pelo mercado internacional. 
Nações comunistas começaram a abrir seus mercados e ficava cada vez mais difícil para os Estados Unidos garantirem sua hegemonia econômica. Foi criado um plano de integração entre os Estados Unidos e países da América Latina que se caracterizava como um grande mercado em expansão e, portanto, seria primordial para os Estados Unidos facilitar as relações econômicas.
Porém, logo adiante, os Estados Unidos observaram a criação da União Européia e dos Tigres Asiáticos. Esses blocos econômicos eram áreas de livre comércio que favoreciam e atendiam os interesses desses países. Logo a América Latina seguiria a mesma tendência.
Em 1994, foi criada o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), uma aliança entre os Estados Unidos, Canadá e México. A intenção era facilitar o comércio de mercadorias derrubando taxas alfandegárias e aumentando as exportações para impulsionar as economias dos países pertencentes. Esse bloco econômico visava, gradualmente, à inclusão dos demais países da América Latina, porém no mesmo ano foi criado o MERCOSUL.
O MERCOSUL, área de livre comércio de amplo interesse para o investimento europeu e asiático, representando uma ameaça aos Estados Unidos,composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Porém, a criação do bloco não garantiu a independência em relação ao capital estrangeiro. As movimentações econômicas ainda se estruturavam baseadas nos interesses das grandes multinacionais.
Nesse momento a Rússia, ex-URSS, não se encaixava em nenhuma das novas políticas econômicas, não pertencia a nenhum bloco. Com a dissolução da URSS o país se transformou em líder da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), o que representou um grande mercado para o país.

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