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Caso concreto 12

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			 Plano de Aula: DIREITO CIVIL I
			 DIREITO CIVIL I
			
		
		
			Título
			DIREITO CIVIL I
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				12
			
 
 Tema
		 INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JUR�DICOS
		
		 Objetivos
		 
·         Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos.
·         Examinar o tratamento da figura da nulidade relativa e absoluta no Código Civil.
·         Identificar  os elementos fundamentais caracterizadores da inexistência jurídica.
·         Reconhecer as características, espécies, causas e efeitos da nulidade nos negócios jurídicos.
	Compreender as mudanças relacionadas  ao instituto da simulação no atual Código Civil.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
1 - INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JUR�DICOS
      1.1 A teoria da inexistência jurídica
1.2 Ineficácia e invalidade
1.3 Nulidade: características, espécies, causas e efeitos
1.4 Tratamento da figura da nulidade pelo Código Civil de 2002
1.5 Simulação
 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas de cada turma.
A seguir, algumas sugestões de conteúdo a ser ministrado, como mero exemplo:
Atos ilegais, ilícitos, e nulos
O instituto do ato jurídico cumpre papel essencial no sistema jurídico, como meio de difusão de direitos e obrigações, bases nucleares do direito civil. 
Dúvida inexiste quanto à premissa de que os vocábulos ilícito (lícito) e ilegal (legal) sejam, em tese, similares, inclusive sob a compreensão jurídica. Geralmente, quando se fala que o ato é ilícito se quer dizer, também, ilegal. Assim, ilegalidade e ilicitude têm, abstratamente, a mesma acepção, tanto para o operador do direito quanto para o leigo. 
Concretamente, há, contudo, sentidos que podem diferenciar o ato ilegal do ato ilícito, conforme se captura no corpo das normas jurídicas. 
É correta, em tese, a afirmação de que se identificam, no sistema jurídico brasileiro, atos ilegais e atos ilícitos. Ato ilícito é um ato ilegal que causa prejuízo a outrem; mas nem todo ato ilegal é ilícito, porque nem todo ato ilegal causa prejuízo moral ou patrimonial a outrem. O ato ilícito, além de ferir um princípio ou preceito legal, produz um resultado que lesiona o patrimônio material ou moral da pessoa, física ou jurídica, atingida pelos seus efeitos. 
O ato ilícito pressupõe a discrepância, desarmonia, com um princípio ou preceito legal, mas, necessariamente, há de ter, mais do que potencial ofensivo, gerado resultado que se traduz em dano ou prejuízo, com o conseqüente desabastecimento do patrimônio moral ou material da vítima. Assim é que, no ato ilícito, viola-se direito e, também, causa-se dano a outrem. O binômio direito violado e patrimônio lesado é requisito do ato ilícito. 
Todo ato ilícito é, pois, um ato ilegal. Se não fosse ilegal, não seria ilícito. E é ilícito porque, como se disse, viola o direito e gera dano.
O ato ilegal, por sua vez, é um ato que agride um princípio ou preceito legal, mas nem sempre causa lesão ao patrimônio moral ou material. O ato pode ser ilegal, porque confeccionado sem observar um comando legal, sem, porém, gerar um prejuízo específico ou próprio a uma pessoa. 
No entanto, o ato ilegal pode, ao tempo em que viola a lei ou malfere um princípio, causar dano, situação em que se confunde no ato ilícito e comporta reparação do prejuízo experimentado pela pessoa lesada. O ato ilegal se sujeita ao regime de invalidação; o ato ilícito, raramente. 
No caso de ato ilegal, é possível a cumulação de pretensões de invalidação com ressarcimento ou reparação; no ato ilícito, geralmente, cabe, conforme a sua natureza, apenas buscar a recomposição do patrimônio danificado. O ato ilegal, de regra, é um ato nulo ou anulável. 
Recorde-se que, no desenho jurídico da invalidade do ato (ou negócio jurídico), no qual se faz a composição de suas espécies, a tipificação e a distribuição em causas de nulidade e anulabilidade se industriam pela obra da vontade do homem que legisla. 
Na estrutura do Código Civil, coexistem dois grupos de causas cuja existência gera a invalidade do ato ou negócio jurídico, as quais são acomodadas segundo um grau de rejeição: a) nulidade (grau de rejeição ou intolerância total); e b) anulabilidade (grau de rejeição ou intolerância parcial).
Nulidade
 “ Nulidade é a declaração legal que a determinados atos não se prendem os efeitos jurídicos, normalmente produzidos por dos semelhantes�[1].
Nulidade é o reconhecimento da existência de um vício que impede um ato ou negócio jurídico de ter existência legal, ou produzir efeitos. Vem a ser a sansão, imposta pela norma jurídica, que determina a privação dos efeitos jurídicos dos negócios praticados em desobediência ao que prescreve.
Nulidade absoluta 
São considerados nulos os negócios que por vício grave não tenham eficácia jurídica. Não permitem ratificação.
No Direito brasileiro são nulos os negócios jurídicos se: a manifestação de vontade for manifestada por agente absolutamente incapaz; o objeto for ilícito, impossível, indeterminado ou indeterminável; a forma for defesa(proibida) ou não for prescrita em lei; tiverem como objetivo fraudar a lei; a lei declará-los nulos expressamente; houver simulação ou coação absoluta.
Com a declaração da nulidade absoluta o negócio não produz qualquer efeito por ofender gravemente princípios de ordem pública. De acordo com o artigo 166 do CC, o negócio jurídico é nulo:
	Quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
	Quando o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável;
	O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
	Não revestir a forma prescrita em lei;
	For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
	Tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
	A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
 
Os efeitos da declaração da nulidade absoluta é “ex tunc�, como se o ato jamais tivesse existido.
Ato Ilícito
Consideram-se ilícitos os atos jurídicos quando infringem as normas legais instituídas. Uma vez praticados, geram relação jurídica, independentemente da vontade do agente (art. 186 CC). Por exemplo, a agressão, o furto, o homicídio geram a obrigação de pagar indenização (art. 927 CC) à vítima do evento danoso e ilícito ou a seus herdeiros; o excesso de velocidade na direção de veículo gera a obrigação de pagar  multa ao Estado etc.
A ação humana, da pessoa jurídica ou do ente despersonalizado capaz de geral ato jurídico ilícito é qualificável tanto subjetiva quanto objetivamente.
 No primeiro caso está a teoria da responsabilidade subjetiva, que nasce do dolo ou da culpa do agente causador do dano. O dolo é um elemento psíquico, a intenção ou vontade consciente, que sustenta um ato capaz de causar dano a outrem, ou que, ao ser praticado, o seu autor o tenha feito de forma que assuma o risco de causar o dano a outrem. É exercício de ato ilícito, portanto,e, como tal, proibido pelas normas jurídicas. 
 A culpa é caracterizada pela execução de ato danoso por negligência, imprudência ou imperícia.
Negligência – é aquele que causa o dano a outrem por omissão (o motorista não troca a pastilha de freio do veículo na época devida e com isso provoca um acidente ao pisar no freio e o mesmo não funcionar/ colocar um vaso na janela e derruba-lo em cima de alguém).
Imperícia – é o profissional que não age como cuidado que dele se espera; é o profissional que não trabalha usando o conhecimento necessário e exigido por sua profissão (o cirurgião que deixa um pedaço de gaze dentro do paciente que operou).
Imprudência – é o que causa o dano por ação (motorista ultrapassa um sinal vermelho e causa um acidente).
Simulação -  Em matéria de defeitos dos negócios jurídicos, talvez a grande inovação, é o fato do vício da simulação ter sido colocado como um fato, uma causa de nulidade e não mais de anulabilidade.
Tradicionalmente, no nosso Código de 1916, os vícios dos negócios jurídicos eram erro, dolo, acuação, simulação e fraude contra credores, todos esses atos ocasionando a anulação do ato jurídico com um prazo prescricional de 4 anos. Hoje temos um prazo decadencial de quatro anos também para a anulação desses negócios, mas com exceção da simulação.O ato simulatório não é mais uma causa de anulabilidade, mas de nulidade, portanto nunca prescreverá, nunca terá um prazo de decadência. Trata-se de uma opção que o legislador fez e o Ministro Moreira Alves explana que a principal razão de se modificar o contexto da simulação é justamente aquele dispositivo dificultoso que tínhamos no Código de 1916, pelo qual um simulador não podia alegar a simulação contra outro. Isto praticamente nulificava o alcance da simulação, tanto que a jurisprudência chegou até a passar por cima desse requisito muitas vezes. Em razão disso, sendo o ato nulo, qualquer parte interessada, direta ou indiretamente, pode fazer com que ele seja declarado assim.
A simulação é o artifício ou fingimento na prática ou na execução de um ato, ou contrato, com a intenção de enganar ou de mostrar o irreal como verdadeiro, ou lhe dando aparência que não possui. 
A entrada em vigor do novo Código Civil trouxe, entre as alterações promovidas no Direito Privado brasileiro, a transformação da simulação de hipótese de anulabilidade (artigo 102 do Código de 1916) em hipótese de nulidade pleno iuris (artigo 167 do Código de 2002). Em fato, o novo artigo 167 diz ser nulo o negócio jurídico simulado, esclarecendo o seu § 1o que há simulação nos negócios jurídicos quando (I) aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; (II) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; (III) os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. É precisamente a previsão anotada no artigo 167, § 1o, III, que nos interessa: os chamados cheques pré-datados (a bem da precisão técnica, cheques pós-datados), quando assinalam uma data de emissão futura caracterizam, nos termos do dispositivo, uma simulação.
 
[1]     BEVIL�QUA, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. 4a edição. Ed. Ministério da Justiça. Brasília. 1972.
Nome do livro: Curso de Direito Civil vol.1 Parte Geral - ISBN - EAN-13: 9788530927929
Nome do autor: NADER, Paulo
Editora: Forense
Ano: 2009.
Edição: 6a
Nome do capítulo: Invalidade do Negócio Jurídico
N. de páginas do capítulo: 15
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:
 
Caso Concreto 1
 
Ramon Lopez, argentino, proprietário no Brasil de dois imóveis, alienou um deles por escritura particular e o segundo por escritura pública. O primeiro teve seu registro negado, sob argumento de falta de observância da forma legal determinada. Já o segundo, entrou em exigência, porque não constava do instrumento do negócio jurídico a outorga da mulher de Ramon Lopez, que não compareceu no ato da escritura, pois fora presa no aeroporto de Assunção, envolvida com excesso de bagagem e pequenos recuerdos considerados destinados para comercialização, pelos agentes alfandegários. A assinatura da mulher, pelo regime matrimonial, se considera indispensável para perfeita elaboração do negócio. 
1) Tendo em conta,  em ambas as hipóteses, a existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos, responda:
a)Na primeira hipótese – da escritura particular –, quais destes elementos estão presentes? 
 
b) No que se refere à segunda hipótese, da mesma forma, analise-a, tendo em mente que o registro, para ambos os casos, se impõe como complementar necessidade para constituição plena da propriedade.
 
2)Como se analisam os negócios jurídicos diante dos planos da existência, validade e eficácia?
 
 
Caso Concreto 2
 
Antônio comparece ao seu escritório e formula a seguinte consulta: Ele outorgou procuração para a Administradora KXM LTDA., para que esta locasse um imóvel de sua propriedade. Constava neste documento os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar valores e demais condições do contrato, receber os aluguéis e os acessórios da locação, bem como para dar quitação. Na carta que encaminhou o instrumento de mandato à Administradora, Antônio recomendou, por escrito, que o imóvel não fosse locado para órgãos públicos, para escolas e para hospitais. Estipulou, ainda, que o aluguel mínimo mensal deveria ser de R$ 10.000,00. Duas semanas depois, recebeu em sua casa uma cópia do contrato de locação recém-assinado pela Administradora, como sua procuradora, no qual figurava como locatária a Secretaria de Segurança Pública do Estado. O aluguel mensal fora fixado em R$ 7.500,00. 
1) Antônio pode anular o contrato de locação ? Por quê?
 
QUESTÕES  OBJETIVAS
 
1) “A�, consumidor, com a finalidade não revelada de transportar substâncias entorpecentes que provocam dependência psíquica e física, celebra com “B�, fornecedor, contrato de compra e venda de material próprio para transporte de objetos, sem anunciar ao vendedor o seu propósito, que somente vem a ser descoberto por este após a consumação do contrato.
Ante essas considerações e de acordo com o Código Civil, assinale a alternativa CORRETA:
(A)         Há nulidade do negócio em razão de motivo ilícito, sendo a invalidade decorrente do fato de o consumidor destinar  o bem negociado à prática de um delito. 
(B)         A compra e venda é considerada como negócio com objeto ilícito ante a presunção de participação do vendedor no projeto criminoso. 
(C)         Não sendo comum (razão determinante assumida por ambas as partes) o propósito de destinar o objeto adquirido  para fins ilícitos ao tempo da declaração de vontade, não resta  afetada a validade do negócio. 
(D)        O motivo passou à categoria de causa, provocando a nulidade porque ilícito. 
(E)         O negócio jurídico está viciado por falso motivo, determinante para a prática do ilícito. 
 
 
2)Considerando o Código Civil e as seguintes assertivas:
I - Incorre em   nulidade  o negócio jurídico quando apresente objeto indeterminável.
II - Nulifica o negócio jurídico ofensa cometida contra lei imperativa, que tanto pode dar-se por ofensa frontal ou direta, convencionando-se o que a lei proíbe (“agere contra legem�), como a partir de negócio jurídico lícito e válido que, por via reflexa, atinge o resultado proibido (“agere in fraudem  legis�).  
III - É  nulo  o  contrato  de  compra e venda se a fixação do preço resta com o exclusivo arbítrio de uma das partes. 
IV - É  nulo  o  negócio  jurídico praticado direta e pessoalmente por quem, em razão de causa transitória,não possa exprimir a sua vontade. 
V - É nulo o negócio jurídico  por vício resultante de dolo. 
Assinale a alternativa CORRETA:
(A)         Somente as assertivas I, II, III e IV estão corretas.
(B)         Somente as assertivas I, III e V estão corretas.
(C)         Somente as assertivas II, III e V estão corretas.
(D)        Somente as assertivas I, II, e IV estão corretas.
(E)         Todas as assertivas estão corretas.

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