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IED PRIVADO II - Prof. Thiago Borges - Andreza Duarte

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Caderno Ied Privado II 2020.2 
Prof. Thiago Borges 
1° e 2° Bimestre 
 
Andreza Duarte 
 
IED PRIVADO II - PARTE GERAL DO CC – FATOS JURÍDICOS 
 
Fatos Jurídicos: acontecimentos da vida que proporcionam algum tipo de 
relação jurídica. 
 
Diferenciar fatos do mundo da vida x fatos jurídicos: depende da determinante 
descrição do fato. 
 
● Descrição do fato jurídico é feito pela norma jurídica. 
 
 
O Direito tem uma relação essencial com a comunicação e com a linguagem. 
 
 O direito, enquanto sistema social se comunica com a sociedade 
gerando expectativas de comportamento. 
 
 As normas jurídicas são expectativas de comportamento social (dever 
ser), que geram novas expectativas. 
 
 O direito enquanto sistema social que descreve parcialmente a 
sociedade tem uma abertura cognitiva para receber as demandas da 
sociedade por modificação da sua estrutura normativa, de maneira a ser 
atualizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O papel do direito civil na realização constitucional/ Constitucionalização 
do direito civil. 
 
● O direito privado, historicamente, se organizou em paralelo ao direito 
público. Não havia uma relação de comunicação entre o direito civil e o 
constitucional até o século XX. 
 
● A partir da constituição Wheimer e a mexicana, que incorporaram direito 
subjetivo para as relações privadas a serem observados pelo estado, 
estabeleceu-se uma relação de comunicação entre o direito público e 
privado. 
 
 
● A constituição enquanto norma prescritiva revela um projeto de estado ao 
criar suas instituições e bases normativas, mas também cria uma série de 
expectativas de construção de uma sociedade desse estado que deverá 
realizar aquelas expectativas nela propostas. 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma o conteúdo definido pelo direito civil precisa ser interpretado à luz 
daquilo que foi proposto como sociedade na constituição, especialmente no 
art.5°. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distinção entre o direito e o não direito - Qual a fronteira do direito, ou seja, 
o campo que separa os fatos que integram o direito daqueles que não integram 
o direito. 
 
A linguagem tem um papel importante nessa distinção, pois pode- se descrever 
um determinado fato de diversas formas, sem manifestar os elementos que 
importam ao direito, ou dando ao fato alguma relevância para o direito. 
 
 A Norma recorta elementos do fato a serem jurídicos. 
 
A moral influencia as decisões políticas que levam à constituição do 
Direito; 
 
 Por vezes, o direito incorpora em sua linguagem elementos da moral, assim 
o próprio direito confere uma abertura semântica ao aplicador para fazer 
uso da moral nas argumentações jurídicas. 
 
 
Ronald Dworkin e Gustav Radbruch são autores que entendem direito e moral 
como indissociáveis, diferentemente de Kelsen e Hart, grandes autores 
positivistas, cuja teoria pura do direito, parte de uma dissociação do direito com 
a moral. 
 
● Em Kelsen, a norma fundamental é válida por que é aceita como tal pela 
sociedade. 
 
● Para Hart, a norma de reconhecimento dispensa o seu próprio 
reconhecimento por ser socialmente aceita. 
 
 
O pós-positivismo atrai a moral de volta para o direito - ideia de 
argumentação e proporcionalidade - usar a abertura semântica das normas –
princípios - para reatar a comunicação com a moral. 
 
As novas correntes positivistas rechaçam o recurso à moral como forma de 
decisão. 
 
● PJ Exclusivo - nega qualquer aproximação com a moral. 
● PJ Inclusivo - admite que a moral seja incorporada como direito 
 
A abertura semântica dos princípios permite fundamentar as decisões com 
base na moral ou somente se poderá decidir com base no direito, ainda que 
utilizando expressões da moral inseridas nas normas? 
 
No momento não há como admitir que juízos morais possam interferir no 
momento da decisão. 
 
 Somente pode o aplicador utilizar o elemento moral quando a norma 
descreve-o. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Discussão do texto de Pontes de Miranda - 
 
O fato é jurídico em razão da norma ou por si mesmo? 
 
 Ao descrever o fato a partir desse elemento a norma colore os fatos do 
mundo da vida tornando-os fatos jurídicos. Realiza uma diferenciação entre 
os elementos que integram e que não integram o mundo jurídico. 
 
 
Suporte fático abstrato - fato descrito na norma, descrição hipotética do fato 
de maneira abstrata. 
 
Suporte fático concreto - a descrição hipotética da norma é realizada no 
mundo concreto, de forma coincidente. 
 
 
Direito objetivo - Equivale ao Law do inglês - ordenamento 
Direito subjetivo - Equivale ao Right no inglês - faculdade 
 
Os direitos subjetivos e deveres são consequência do direito objetivo, que os 
cria e garante-os. 
 
● A distinção ocorre por uma limitação linguística latina. 
 
● O direito objetivo é resultante da política, a conquista de direitos 
subjetivos demanda uma ação política que modifique o direito objetivo. 
 
A norma jurídica seleciona não apenas os fatos, mas também os elementos 
que integrarão a descrição, deixando de fora outros elementos que considere 
desnecessários para a eficácia jurídica. 
 
A norma jurídica é uma composição de um fato hipotético com uma prescrição 
decorrente do seu acontecimento no mundo da vida; Fato hipotético é suporte 
fático abstrato; acontecimento no mundo da vida é suporte fático concreto. 
 
Incidência 
 
● É a correspondência descritiva entre o fato ocorrido no mundo da vida e o 
fato descrito no suporte fático abstrato na norma. 
 
Assim o fato é considerado jurídico a partir da incidência, extraindo o efeito 
jurídico. 
 
 
As questões jurídicas podem ser de fato ou de direito 
 
● As partes discordam quanto à descrição dos fatos ou quanto à interpretação 
do direito. 
 
● O juiz julga conforme os fatos de acordo com os elementos trazidos aos 
autos do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação Jurídica 
 
Código civil 2002 - 
Parte Geral - elementos constitutivos da relação jurídica 
 
● livro I- relativo aos sujeitos (pessoas e entes despersonalizados; 
capacidade de direito - potencial para titularizar direitos e deveres) 
 
● livro II - objetos (bens e direitos) 
 
● livro III - fato propulsor (fatos jurídicos que ensejam as relações jurídicas) 
 
Qual natureza jurídica de algo - enquadrar nesses critérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS. 
 
Fatos jurídicos lato sensu 
1) Fatos jurídicos stricto sensu 
2) Atos-fatos jurídicos 
3) Atos jurídicos em sentido amplo 
1. Lícitos 
a. Ato jurídico em sentido estrito 
b. Negócios jurídicos 
2. Ilícitos 
a. Ato ilícito em sentido estrito 
b. Abuso de direito 
 
1. Fato jurídico Latu Sensu – todo fato jurídico, sentido amplo. 
 
2. Fato jurídico Stricto Sensu – sentido estrito; fatos naturais, que podem ou 
não envolver a presença humana na descrição do fato. 
 
 Fato ordinário, exemplo; nascimento, morte, etc. 
 Fato extraordinário; pandemias, desastre natural, etc. 
 
3. Atos fatos jurídicos – Comportamento humano a que norma atribui 
consequências jurídicas, no entanto a vontade não constitui um elemento 
da descrição do suporte fático abstrato. 
 
 O ato jurídico se configura independentemente da existência ou não da 
vontade na descrição do fato concreto. 
 
Exemplo: CC, art. 1,233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de 
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. 
 
Exemplo: CC Art. 1.263 – quem se assenhorar de coisa sem dono para logo 
lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
 
Ato jurídico em sentido amplo – a manifestação da vontade é um elemento 
cerne 
 
1) Lícito – Conforme as expectativas de comportamento – consequências são 
as desejadas pela vontade 
 
2) Atos jurídicos em sentido estrito - ato jurídico lícito que não é negócio.Atos lícitos, decorrentes da manifestação da vontade, cuja consequência 
jurídica decorre da lei. Logo a manifestação da vontade preenche o suporte 
fático previsto na norma, a qual determina seus efeitos. 
Exemplo: voto. 
 
Único artigo no código – CC, art. 185 – aos atos jurídicos lícitos que não sejam 
negócios jurídicos, aplicam-se no que couber, as disposições do título anterior. 
 
 
3) Negócios jurídicos – possibilidade de auto regulação pela manifestação de 
vontade. 
 
É instrumento para exercício da autonomia privada. 
 
Atos lícitos cuja eficácia será decorrente da manifestação de vontade 
constitutiva do próprio ato. – consequências são estabelecidas no negócio 
jurídico. Exemplo: Contratos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Ilícito - Desconforme as expectativas de comportamento – consequências 
são diversas das desejadas pela vontade. 
 
A. Art. 186 – aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. – ato ilícito em sentido estrito. 
 
 Agente 
 Ação ou Omissão 
 Voluntário (dolo) ou por negligência ou imprudência (culpa) – obs: é movida 
pela vontade, mas o resultado não é desejado. 
 Causalidade 
 Dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. 
 Violação de direito 
 
A norma se completa com o art. 927° - aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outem, fica obrigado a repará-lo. 
 
B. Art. 187 – também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa fé ou pelos bons costumes. (abuso de direito) 
 
A primeira consequência do abuso do direito é que o Estado não irá tutelar 
conforme esperado pelo titular do direito. 
 
OBS: O abuso do direito pode se concretizar sem dano, pois o artigo não 
menciona. 
 
Se o exercício abusivo causar dano, surge a obrigação de reparar. CC, 
Art.927 
 
 
 
 
Art.188. Não constituem atos ilícitos (excludentes de ilicitude) 
 
 Os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
 
No exercício regular de um direito reconhecido (se contrapõe ao abuso de 
direito) 
 
 A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão à pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação dos negócios jurídicos 
 
Quanto ao sujeito 
 
 Unilateral – negócio que exige apenas uma manifestação de vontade para 
se formar. Ex.: testamento. 
 
 Bilateral – Impõe manifestação de vontade de dois sujeitos em torno de um 
objeto comum, com consenso. Ex.: casamento. 
 
 Plurilaterais – manifestações de vontades plurais, ex.: contrato social de 
empresa. 
 
 
Quanto ao momento da eficácia 
 
 Inter vivos – dependem da ocorrência do evento morte para ocorrer a 
eficácia. 
 Mortis causa – eficácia é deixada para após da morte. Ex.: seguro de 
vida. 
 
Consensuais – basta ao consenso para ser suficiente. 
Reais – implica a entrega de uma coisa, um ato-fato, além do consenso. Ex.: 
comodato; 
 
 
 Informais – aqueles em que o ordenamento não estipula forma para a 
manifestação da vontade. 
 
 Formais – a lei prescreve uma forma como requisito de validade; 
 
 Solenes – a forma prevista em lei constitui em um ritual que somente 
conduz ao negócio jurídico referido. 
 Típicos - tem previsão no ordenamento 
 
 Atípicos – estão no campo da criatividade humana, decorrem da autonomia 
privada, não sendo previsto expressamente em lei. 
 
 
 Simples: atrelamento da vontade que preveem apenas prestações 
recíprocas. Ex.: compra e venda. 
 
 Complexos: coligação de negócios que gera apenas um negócio. Ex.: 
cartão de crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REPRESENTAÇÃO 
 
Quando uma pessoa manifesta vontade em nome de outra em uma relação 
jurídica. Art.120, CC. 
 
Voluntária – se dá por meio de um contrato chamado de mandato. Ex.: 
procurador; advogado. 
 
A procuração é o instrumento do mandato. O objeto do mandato é a concessão 
de poderes de representação. 
 
Legal – decorre da lei. Ex.: tutor, curador. 
 
 
CC, Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de 
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. 
 
 
 Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio 
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, 
celebrar consigo mesmo. 
 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o 
negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido 
subestabelecidos. 
 
A, representando B, realiza um negócio consigo mesmo. 
 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em 
nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob 
pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. 
 
 
Poderes 
 
Gerais – poder de mera administração que não implicarão em acréscimo ou 
decréscimo do patrimônio da pessoa. 
 
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. 
 
Especiais – devem ser expressos se exorbitam a administração ordinária. 
 
§1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que 
exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes 
especiais e expressos. 
 
 §2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. 
 
 
 Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. 
 
Mandatos gerais x mandatos especiais 
 
 Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios 
determinadamente, ou geral a todos os do mandante. 
 
Poderes individuais, conjuntos, alternativos e sucessivo (hierarquia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de 
interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do 
conhecimento de quem com aquele tratou. 
 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio 
ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a 
anulação prevista neste artigo. 
 
 
Procuração *ad negotiam* - prática de atos extrajudiciais no geral. 
 
Procuração *ad judiciam* - para representar em juízo em interesse dos 
judicionários. São conferidas apenas aos advogados inscritos na ordem de 
advogados do Brasil. 
 
 
IED PRIVADO – 2 BIMESTRE 
 
NEGÓCIO JURÍDICO – 
 
Definição Ponteana (pontes de Miranda) 
 
Plano da existência: define, ontologicamente, a essência do jurídico (e por 
consequência, do não jurídico). 
 
Categorias como os fatos jurídicos em sentido estrito; atos-fatos jurídicos e 
atos jurídicos stricto sensu – pela mera existência (que se dá pela incidência) 
produzem eficácia, sem passar pelo plano da validade. 
 
A inexistência por sua vez atinge aos fatos cuja descrição não se traduz em 
nenhuma prescrição normativa, não produzindo qualquer efeito no mundo do 
direito. 
 
O plano da existência é pressuposto de análise dos planos da validade e 
eficácia. 
 
 
Plano da validade – confere legitimidade jurídica à manifestação de vontade 
para a produção de efeitos, a partir de critérios e requisitos para que a vontade 
manifestada seja tutelada pelo estado. 
 
A validade é um plano de dever ser, logo, deontológico/axiológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EXISTÊNCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
 
Elementos da existência do NJ: Elementos estruturais, faltando qualquer um 
deles o negócio inexiste; sendo que não há uniformidade sobre sua 
enumeração. 
 
 Declaração de vontade – Para o direitosomente a vontade que se 
exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático do negócio 
jurídico. A declaração de vontade é o instrumento da manifestação de 
vontade. 
 
OBS: o princípio da autonomia da vontade é limitado pelo princípio da 
supremacia da ordem pública, onde o estado interfere nas manifestações de 
vontade em nome da ordem pública. 
 
A manifestação da vontade pode ser expressa, tática e presumida. 
 
1. Expressa: feita por meio da palavra, gestos, sinais ou mímicas, de modo 
explícito. 
 
2. Tácita- vontade que se revela pelo comportamento do agente, poderá 
ocorrer se a lei não exigir que seja expressa. Ex. aquisição de propriedade 
móvel pela ocupação. 
 
3. Presumida – quando a lei deduz a declaração de certos comportamentos 
do agente, sendo que são juris tantum, ou seja, admitem prova em 
contrário. 
 
O silêncio como manifestação da vontade – poderá ocorrer nos casos que a 
lei o dispor ou se ficar convencionado previamente no contrato ou se decorrer 
de usos e costumes, cabendo ao juiz analisar cada caso. 
 
 
 
 Sujeito/ Agente – pessoas e entes despersonalizados, capazes de direito. 
 
 Idoneidade do Objeto – o objeto deve apresentar os requisitos ou 
qualidades que a lei exige para que o negócio produza os efeitos 
desejados. 
 
 
 
 
 
Teoria da declaração e a teoria da estrutura 
 
A manifestação de vontade é reptícia, ela tem o sentido em que é recebida pelo 
destinatário. Entre a vontade real e a manifestação, o código determina que se 
deva seguir a vontade como manifestada. (CC, art.110°) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interpretação no Negócio Jurídico 
 
A interpretação da vontade manifestada é destinada a atribuir o sentido que 
produzirá efeitos jurídicos. 
 
O CC optou por estabelecer regras de interpretação (CC art.113°) 
 
 Boa fé– trata-se de boa fé objetiva, sentindo da conduta adequada e 
esperada dentro de uma negociação, observando elementos como: 
segurança, informação, sigilo e interesses envolvidos. 
 
Presume-se que as partes estavam agindo de boa fé quando concluíram o 
negócio jurídico. Com isso, buscam-se atribuir as vontades manifestadas 
sentido que melhor refletir uma conduta de boa fé entre as partes. (vide 
enunciado 609 da Súmula jurisprudencial STJ) 
 
 
 Usos do lugar – costumes – práticas tradicionais. 
Não se refere apenas aos locais não urbanos, um exemplo é a lex mercatória 
que define práticas comerciais amplamente aceitas, como as ‘’incoterms’’ 
cláusulas relativas à distribuição dos riscos no comércio internacional. 
 
OBS: art.113°, V - 
1 – Presumir que efetivamente houve negociação entre as partes. 
 
2- Partes detém algum nível de conhecimento das circunstâncias econômicas 
do negócio. – espera-se que a parte que tinha mais conhecimento, informou a 
que tinha menos – ex.: juros, os modelos de pagamento, etc. 
 
 
OBS: art. 2035, p.único - Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar 
preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para 
assegurar a função social da propriedade e dos contratos. 
 
Validade dos Negócios Jurídicos (art. 104, CC): Requisitos de validade – 
faltando um eles, o negócio é nulo ou anulável. 
 
 
Capacidade do agente – trata-se da capacidade de fato ou exercício (art. 3° e 
4° CC) 
 
 A vontade dos relativamente incapazes não é desprezada pelo 
ordenamento (esta que é levada em consideração), mas está sujeita a 
uma ratificação pelo assistente do incapaz. 
 
OBS: art.105 e 106 do código civil. 
 
 
Licitude, possibilidade e determinabilidade do objeto. 
 
Licitude – conformidade com o ordenamento - existe objetos legalmente 
vedados e outros que decorrem de uma percepção do ordenamento, embora 
não sejam vedados. 
 
Ex.: Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
Ex.: p.único art.2.035 (contrariar a ordem pública) 
 
O objeto jurídico ou imediato é uma conduta humana denominada prestação, já 
o objeto mediato são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação 
jurídica obrigacional. 
 
 
 
 
 
 
Possibilidade – o objeto deve ser possível, pois se impossível, física ou 
juridicamente, o negócio é nulo. 
 
A impossibilidade pode ser: 
 
 Total: inválido. 
 
 Parcial / relativa: pode-se analisar a validade da parte impossível apesar da 
invalidade na parte impossível, conforme o interesse das partes. 
 
 
Subjetiva ou objetivamente. 
 
 Subjetiva – quanto ao sujeito 
 
 Objetiva – quanto ao objeto em si. 
 
 
Originária e Superveniente 
 
 Originária – invalida o negócio 
 
 Superveniente – o objeto era possível na época do negócio e 
posteriormente tornou-se impossível – extinção por resolução e não 
invalidação. 
 
 
OBS: Dispõe o art.106 do CC – Impossibilidade inicial relativa do objeto 
não invalidade o negócio. 
 
 
 
 
 
 
 
Determinabilidade – suficiência dos critérios de determinação. 
 
 Momento da conclusão do Negocio Jurídico – negócio tem que ser 
determinado ou determinável. 
 
 No momento da execução – negócio tem que ser determinado. 
 
 
Liberdade de forma, salvo quando prevista em lei / forma prescrita ou não 
defesa em lei. 
 
Forma – a maneira pela qual a vontade se manifesta. Ex.: verbal, não verbal. 
 
A forma em princípio é livre – não defesa quer dizer não proibida, a lei pode 
descrever o que é permitido por exclusão. 
 
Se a lei nada diz sobre a forma, prevalece à liberdade em regra, a não ser nos 
casos em que a lei exija forma específica. Art.107 CC. 
 
Liberdade de forma não quer dizer que um Negócio jurídico pode não ter forma, 
pois é elemento constitutivo. Ex.: CC art.108 – (prescrição da forma em lei). 
 
Liberdade, consciência e boa-fé da manifestação da vontade. 
 
Deve-se observar que a manifestação de vontade se reveste de uma estrutura 
composta de todos os requisitos de validade como pressuposto de sua eficácia. 
A validade do ato se mede no momento da manifestação de vontade. 
 
 
 
 
 
 
Motivo/ Causa – O motivo é pessoal e em regra, não integra o NJ. Da mesma 
forma a causa nem sempre integra o negócio jurídico. 
 
 Motivo – situa-se no plano subjetivo, é a intenção das partes. 
 
 Causa – situa-se no plano objetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Validade e Invalidade 
 
Validade – conformidade com os requisitos estabelecidos no ordenamento 
para que a manifestação de vontade possa estabelecer regras que regulem a 
esfera privada das pessoas. 
 
Invalidade – não conformidade com os requisitos do ordenamento, o que 
impede, a priori, a tutela sobre a eficácia das regras estabelecidas pela 
manifestação da vontade. 
 
Consequência da invalidade decorre da sua natureza ilícita, logo se configura 
como uma sanção. Sanção da ineficácia negativa da tutela. 
 
A invalidade, em sentindo amplo, abrange: 
 Inexistência do negócio Jurídico 
 Nulidade Absoluta / Stricto Sensu 
 Nulidade Relativa ou Anulabilidade 
 
 
Qual a diferença entre inexistente e inválido? 
O inexistente não é fato jurídico porque nenhuma norma lhe atribui efeito 
algum. 
 
O inválido é fato jurídico logo necessariamente existente, porém não contem 
elementos complementares, não atende aos requisitos exigidos pela norma. 
 
Quais efeitos que são produzidos quando o NJ é existente e inválido? 
 
O ato existente inválido pode produzir efeitos não desejados pelo manifestante; 
penais; administrativos; processuais. 
 
 
 
NULIDADE ABSOLUTA – NEGÓCIO JURÍDICO NULO 
 
A Nulidade é a sanção, imposta pela norma, determinando a privação dos 
efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve. 
 
O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública. Ausentes os 
requisitos para o seu plano de validade do art.104, CC. 
 
É nulo o Negócio Jurídico, Quando: – art.166, CC.I – For celebrado por absolutamente incapaz, sem a devida representação. 
(previsão do art.3°, CC) 
 
II – Quando o objeto for ilícito, impossível, indeterminado ou 
indeterminável. A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. O ilícito 
é nulificante, ou seja, aquele que tem como pressuposto ser contrário ao 
direito. 
 
III – Quando o motivo determinante do negócio, para ambas as partes, for 
ilícito. Quando há conluio das partes para alcançar um fim ilegítimo. 
 
IV – Quando o negócio não se revestir de forma prescrita em lei 
 
V - Quando for preterida alguma solenidade que a lei considera essencial 
para a sua validade. 
 
VI – Quando negócio tiver como objetivo fraudar a lei imperativa. Nesse 
caso, há uma infringência oblíqua ou indireta da norma proibitiva; pois o 
objetivo é dar ao negócio aparência de legalidade. 
 
VII – Nulo será o negócio quando a lei expressamente o declarar – 
expressa/textual ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção – 
implícita/virtual. 
 
Além dessas previsões... 
 
 É nulo o negócio simulado – subsiste apenas o que se dissimulou. 
 
 O negócio jurídico eivado de coação física é nulo de pleno direito, pela 
ausência de vontade; - alguns consideram causa de inexistência. 
 
 
 
Efeitos e procedimentos decorrentes do reconhecimento da Nulidade 
Absoluta: 
 
É proposta a ação declaratória de nulidade, seguindo o rito ordinário. 
 
 Essa ação é imprescritível, não sendo sujeita nem à prescrição ou a 
decadência, porquanto envolve preceitos de ordem pública, não convalesce 
com o decurso do tempo (art.169, CC). 
 
 A nulidade absoluta pode ser alegada por qualquer interessado, ou o 
Ministério Público quando lhe couber intervir (art.168, CC). E deve ser 
pronunciada pelo Juiz, sedo a chamada declaração ex officio; (art.168, 
p.único, CC). Não pode o magistrado suprir a nulidade absoluta. 
 
 A sentença que declara a nulidade absoluta tem efeitos contra todos (erga 
omnes); e seus efeitos declaratórios são também ex tunc, retroagem desde 
o momento do trânsito em julgado da decisão até o surgimento do negócio 
tido como nulo; são considerados nulos todos os atos e negócios 
celebrados nesse lapso temporal. 
 
 
 
 
 
Conversão do NJ NULO 
 
Art. 170 – se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, 
subsistirá este quando o fim que o visavam às partes permitir supor que o 
teriam querido se houvessem previsto a nulidade. 
 
Se for possível desconsiderar o elemento considerado porventura inválido, e 
mantendo os demais elementos se chegar a outro ato jurídico que atende aos 
requisitos de validade, este será considerado. 
 
Cabe salientar que não se corrigiu o ato para torna-lo válido; mas se aproveitou 
a mesma manifestação de vontade para lhe dar um sentido jurídico de 
validade. 
 
 O negocio nulo se transforma em outro negócio, totalmente válido, visando 
à conservação contratual e a manutenção da vontade e da autonomia 
privada. 
 
É essencial para tanto que as partes denotem intenções de celebrar esse novo 
negócio, pois sem esse elemento subjetivo a conversão não é possível. 
 
Além disso, o negócio a ser convertido deve ter os requisitos mínimos de outro 
negócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NULIDADE RELATIVA– NEGÓCIO JURÍDICO ANULAVEL 
 
A nulidade relativa envolve preceitos de ordem privada. Cria uma situação de 
instabilidade por estabelecer um direito subjetivo de requerer a anulação do 
ato. A anulação ou não do ato dependerá da manifestação do interessado e da 
sentença anulatória. 
 
É anulável o negócio jurídico, quando (art.171, CC): 
 
I - For celebrado por relativamente incapaz, sem devida assistência, conforme 
o rol do art.4°, CC. 
 
II - Diante da existência de vício no negócio jurídico, como erro, dolo, coação 
moral ou psicológica, lesão, estado de perigo e fraude contra credores. 
 
III – Demais casos especificados de anulabilidade. 
 
 
Efeitos e procedimentos decorrentes do reconhecimento da Nulidade 
Absoluta: 
 
É pleiteado o reconhecimento da anulabilidade por meio da ação 
anulatória, seguindo o rito ordinário. 
 
 Essa ação tem natureza constitutiva negativa; relacionada a direitos 
potestativos, submetendo-se a prazos decadenciais. 
 
Art.178, CC – É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a 
anulação do negócio jurídico, contado: 
 
I – no caso de coação, no dia em que ela cessar. 
II – no caso de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão; do 
dia em que se realizou o negócio jurídico. 
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
Art.179, CC – Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem 
estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar 
da data da conclusão do ato. 
 
 A anulabilidade não pode ser reconhecida ex officio pelo Juiz, deve ser 
arguida pela parte interessada/prejudicada. 
 
 De acordo com o art.172, CC, o negócio anulável pode ser confirmado 
pelas partes, salvo direito de terceiro – devendo conter a substancia do 
negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. (convalidação 
expressa) 
 
 É dispensada a confirmação expressa quando o negócio é cumprido em 
parte pelo devedor, ciente ele do vício que o atingia. A confirmação assim 
se dá de forma tácita ou presumida. Art.174, CC. 
 
 O art.175 estabelece a irrevogabilidade da confirmação, seja expressa ou 
tácita. Com ela, extingue-se todas as ações ou exceções para requerer a 
anulabilidade do negócio anterior. 
 
 O art.176 traz outra hipótese de convalidação, na qual, se a anulabilidade 
do ato resulta de falta de autorização de terceiro, será validado se este a 
der posteriormente. 
 
 O menor púbere não pode invocar sua idade se dolosamente a ocultou 
quando inquirido pela outra parte, ou se no ato de obrigar-se, declarou-se 
maior. O negócio nesse caso se reputa válido. Art.180, CC. 
 
 Conforme o art.181, ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação 
anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele 
a importância paga. 
 
 A ação anulatória tem efeitos inter partes; e classicamente, prevalece a 
premissa de que os efeitos são Ex nunc (não retroativos). A ação 
desconstitui o negócio desde o nascimento (art.182, CC). 
 
 
Teoria das nulidades No plano da eficácia 
 
O ato nulo produz efeitos apenas aparentes, o que denominado de eficácia 
putativa. 
 
O ato anulável, antes da anulação, produz uma eficácia instável, chamada de 
interimística (Pontes de Miranda) que pode ser mantida, caso o ato seja 
convalidado, ou pode ser extinta se anulado. 
 
 
Somente a lei poderá expressamente, conceder uma eficácia plena aos 
atos nulos e aos atos anulados. 
 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos 
os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos 
os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
 
§ 1 o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus 
efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. 
 
§ 2 o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os 
seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão. 
 
 
 
 
 
 
 
VÍCIOS / DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
A manifestação de vontade, para ser válida, deve ser livre e espontânea. São 
requisitos de validade a liberdade, a consciência e a boa fé. 
 
Vícios do negócio são defeitos decorrentes de anomalias na formação ou 
declaração de vontade. 
 
 
O art.178, CC menciona: É de quatro anos o prazo de decadência para 
pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: 
 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia 
em que se realizou o negócio jurídico; 
 
 
 Nessas hipóteses, ocorrem defeitos chamados vícios de consentimento 
(com exceção dafraude a credores); pois criam um conflito entre a vontade 
manifestada e a real intenção de quem a manifestou. 
 
 Já a fraude contra credores é exteriorizada com a intenção de prejudicar a 
terceiros, é considerada por tanto, um vício social. 
 
Erro ou Ignorância – art.138° 
 
Consiste numa falsa representação da realidade, na qual o agente engana-se 
sozinho. Erro é a ideia falsa da realidade; ignorância é o completo 
desconhecimento da realidade. 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa 
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
 Erro substancial 
 
O erro é substancial quando recai sobre circunstancias e aspectos relevantes 
do negócio; é a causa determinante, de forma que se o erro não ocorresse, o 
NJ não seria celebrado. 
 
 
 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
 
I - interessa à natureza do negócio (quanto à espécie; o tipo de negócio), ao 
objeto principal da declaração (manifestação da vontade recai sobre objeto 
diverso do que tinha em mente), ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 
(quando se supõe que o objeto tenha determinada qualidade, que na verdade 
se verificar posteriormente, inexistir). 
 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira 
a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo 
único ou principal do negócio jurídico. (é a interpretação errada da norma 
jurídica aplicável a situação concreta, sem intenção de contrariá-la). 
 
 
 
 
 Erro acidental – é aquele que, se não corresse, ainda sim o NJ seria 
concluído, embora de outra maneira. 
 
É um erro que recai sobre circunstâncias secundárias do negócio. 
 
 
 
 
 
 O Falso Motivo 
 
O motivo são razões subjetivas, consideradas acidentais, ou seja, sem 
importância para apreciar a validade do negócio. 
 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso 
como razão determinante. 
 
Se uma pessoa faz uma doação a outra, porque é informada de que o 
donatário é seu filho, a quem não conhecia, ou é a pessoa que lhe salvou a 
vida, e posteriormente descobre que tais fatos não são verdadeiros, a doação 
poderá ser anulada somente na hipótese de os referidos motivos terem sido 
expressamente declarados no instrumento como razão determinante. Se não o 
foram, não poderá ser invalidada. Não se admite, em face da dicção do citado 
art. 140, a anulação de negócio jurídico pela manifestação tácita da vontade. 
 
 
 Transmissão errônea da Vontade 
 
Art. 141 – a transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável 
nos mesmos casos em que o é a declaração direta. 
 
O que é a transmissão da vontade por meios interpostos? Representação. 
O erro do representante, legal ou convencional, é anulável nas mesmas 
hipóteses em que é anulável o ato do próprio agente; mas apenas em caso de 
mero acaso ou equívoco. 
 
Incidindo a hipótese de erro intencional do representante; a parte que o 
escolheu fica obrigada a indenizar; e o representante poderá responder em 
face do representado. 
 
 
 
 
 Convalescimento do Erro 
 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de 
vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se 
puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, 
a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na 
conformidade da vontade real do manifestante. 
 
Trata-se de aplicação do princípio da conservação dos atos e negócios 
jurídicos, segundo o qual não há nulidade sem prejuízo. 
 
Ex.: “João pensa que comprou o lote n. 2 da quadra A, quando, na verdade, 
adquiriu o n. 2 da quadra B. Trata-se de erro substancial, mas antes de anular 
o negócio o vendedor entrega-lhe o lote n. 2 da quadra A, não havendo assim 
qualquer dano a João. O negócio será válido, pois foi possível a sua execução 
de acordo com a vontade real”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dolo 
 
Conceito das relações cíveis e empresariais, caracterizadas pela paridade de 
forças, equilíbrio econômico e inexistência de vulnerabilidades. 
 
Induzimento ao erro. Uma parte usa de artifício fraudulento para obter a 
manifestação de vontade da outra. 
 
Para anular o negócio, o dolo deve ser substancial, isto é, se não houvesse 
fraude o negócio não seria concluído. O dolo para anular o negócio deve ser a 
causa da manifestação de vontade. 
 
O dolo acidental não permite a anulação do negócio, mas pode levar a uma 
indenização por perdas e danos se houver. 
 
O dolo pode se configurar por ação (positivo) ou omissão (negativo) 
 
 
Dolos Bonus x Dolus Malus 
 
Dolos Bonus – não vicia a manifestação de vontade. Induzimento lícito á 
pratica do negócio jurídico. (há até profissões voltadas a este fim) ex.: 
publicitário. 
 
 
Dolos Malus – compro mete a validade do NJ, por macular a manifestação de 
vontade. Ex.: propaganda enganosa. 
 
Dolo de terceiro – art.148° 
Para o NH ser anulável, a parte prejudicada precisa provar que quem se 
aproveitou do negocio tinha conhecimento do dolo ou pelo menos devia ter 
pelas circunstancias do negócio, 
Em caso da parte para quem o negócio verteu em proveito não saber nem 
dever saber do dolo, o negócio será válida e a parte prejudicada só poderá 
clamar perdas e danos do terceiro que o prejudicou. 
 
Dolo do representante – art.149° 
 
Legal – representado só responde até o limite do proveito que obteve com o 
NJ. O Representante responderá sozinho pelas perdas e danos. 
 
Convencional – representado além de responder pelo proveito que obteve, 
responderá solidariamente com o representante pelas perdas e danos 
decorrentes do NJ. 
 
OBS: E m dolo recíproco o negócio não é anulável. 
 
 
 
Coação 
 
Vis absoluta – vis significa força, coação física. Ex.: tortura, violência efetiva 
contra pessoa, obtendo com isso manifestação de vontade. 
É causa de inexistência do negócio jurídico, a manifestação de vontade é 
desprezada pelo ordenamento, não produzindo ato jurídico, resta apenas o ato 
lício praticado por quem coagiu. 
 
Vis compulsiva – é a coação psicológica, em que uma pessoa ameaça a outra 
de grave dano para obter sua manifestação de vontade. Permite a anulação do 
NJ por coação. 
 
 
Elementos da coação 
 
Figura do agente coator 
Pessoa coagida 
Fundado temor – causado pela figura do agente coator. 
Risco de dano iminente 
Gravidade do dano iminente. 
 
Obs: p.único art.151 
Art.152 – no apreciar da coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a 
condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais 
circunstancias que possam influir nela. 
 
Art. 153 – não se considera coação: 
A ameaça do exercício normal de um direito – credor ameaça entrar em juízo 
contra devedor. 
Nem o simples temor reverencial – situações de hierarquia e autoridade. 
 
Art. 154 – vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta 
responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
 
Art.155 – subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro sem 
que a parte que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento, mas o 
autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado 
ao coacto. 
 
 
Estado de perigo 
 
Art. 156 – configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido 
pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa (desproporçãoentre as prestações assumidas pelas partes). 
 
P.único – tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz 
decidirá segundo as circunstâncias. 
 
No estado de perigo não há agente coator. O perigo que leva à manifestação 
de vontade decorre das circunstâncias. 
 
Há o dolo de aproveitamento pela parte contrária que se beneficia da 
onerosidade excessiva assumida pela parte em perigo. 
Lesão – Origem do reconhecimento da lesão no direito: relacionada à 
cobrança de juros excessivos 
 
 
Requisitos: 
 
A manifestação de vontade é dada por: 
Premente necessidade econômica. 
Inexperiência com negócios 
 
Desproporção entre as prestações das partes envolvidas – a desproporção 
lesiva deve ser medida no momento em que a manifestação de vontade é 
proferida. 
 
Se na origem do NJ, as prestações são proporcionais, mas a desproporção 
advém de fatos posteriores, o NJ não poderá ser anulado por lesão. 
 
 
Obs: para configuração da lesão, independe da prova do dolo de 
aproveitamento, logo, a vítima da lesão não tem ônus de provar que a outra 
parte sabia da sua necessidade ou inexperiência. 
 
Obs: art.157 §2 – possibilidade de manter o NJ quando se puder suprir a 
lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fraude contra credores – 
 
Art.158 – Os atos praticados pelo devedor insolvente, ou que se torna 
insolvente, que prejudicam os interesses dos credores quirografários ou com 
garantia reduzida em receber seus créditos por insuficiência de recursos. 
 
 
É vício social, e não um vício de consentimento – o consentimento não é 
maculado, mas sim o seu efeito, por que causa dano não a quem consente, 
mas a terceiros. 
A fraude independe da prova do dolo/ intenção de fraudar, o prejudicado não 
tem o ônus da prova da má intenção. 
 
 
Glossário: 
Transmissão gratuita de bens – ex.: doação. 
 
Remissão de dívida – perdão da dívida gera a extinção gratuita do crédito. 
 
Devedor insolvente – tem passivo (dívida) maior que ativo(bens e direitos de 
crédito). 
 
Credor quirografário – sem garantias reais ou fidejussórias, nem privilégios 
legais. – Tem apenas um contrato. 
 
 
Poderão ser anulados por fraude contra credores: Transmissões gratuitas 
de bens e perdões de dívidas. 
 
Quem pratica a fraude contra credores? – 
O devedor já insolvente 
O que se torna insolvente pelos negócios praticados 
Quem sofre a fraude contra credores? 
Credor quirografário 
§1° - Credores cuja garantia se tornar insuficiente 
 
 
Relação obrigacional 
Credor – sujeito ativo, titular do direito a uma prestação 
Devedor – sujeito passivo que deve uma prestação – dar, fazer ou não fazer – 
em favor do credor. 
Relação de vínculo de crédito e débito 
 
Patrimônio – total de relações obrigacionais e reais (créditos, débitos e bens) 
Patrimônio Líquido – ativo menos passivo. Se positivo – solvente/ Negativo – 
insolvente. 
 
 
Art. 159 – serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor 
insolvente, quando a insolvência for notória ou houver motivo para ser 
conhecida do outro contratante. 
 
Art.160 – se o adquirente dos bens do devedor insolvente não tiver pago o 
preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando 
em juízo, com a citação de todos os interessados 
 
P.único – se inferior, o adquirente para conservar os bens poderá depositar o 
preço que lhes correspondia ao valor real. 
 
Compra de bem de devedor insolvente: 
O preço deve ser o de mercado 
O pagamento deve ser feito em juízo com a citação dos credores 
 
 
A ação movida para anular o negócio por fraude contra credores se chama 
Ação Pauliana 
 
Legitimados para mover: credores quirografários e os credores com garantia 
reduzida 
 
Legitimados passivos – devedores insolventes ou reduzidos à insolvência; e 
os beneficiados. 
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários 
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, 
ou à subsistência do devedor e de sua família. 
 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá 
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Simulação 
 
Absoluta – Não há NJ dissimulado, pratica-se um ato que na verdade não é 
nenhum ato. 
 
Ex.: cônjuge A, desejando separar-se do Cônjuge B, pratica atos simulados de 
doação de bens para seus amigos C, D e E, reduzindo o patrimônio de A/B de 
100 para 80. Pede o divórcio e a partilha divide em 40/40. Um ano após o 
divórcio, C, D e E doam 20 para A. 
 
Por meio das doações A distorceu a partilha, e as doações não foram de fato 
desejadas. – reserva mental, art.110 – A manteve reserva mental de não doar 
no mundo da vida aquilo que no mundo do direito doou. C, D e E tinham 
conhecimento da reserva mental de A. 
 
O Cônjuge B entrará com ação declaratória de nulidade das doações, fazendo 
com isso que as doações sejam desconsideradas, voltando os 20 doados a 
integrar o patrimônio partilhado. 
A seria condenado a pagar a B 10, de modo a restabelecer o equilíbrio na 
partilha. 
 
 
Relativa – Há um NJ dissimulado, cujos efeitos e são desejados pelas partes, 
ou por uma delas, mas não podem aparecer no mundo do direito. 
 
Ex.: A empresta 1000 a B, prazo de devolução: 1 ano com juros de 500 
 
O que acontece no mundo do direito: B vende por simulação para A uma casa 
de 2000$ por 1500$. B aluga por simulação a casa de A por 125/mês. Se B 
quitar todas as prestações, A devolve a casa. 
 
Pacto comissório – ato nulo por simulação, que visa fazer um empréstimo com 
juros abusivos. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
 
§ 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou transmitem; 
 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
 
§ 2 o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes 
do negócio jurídico simulado. – ineficácia do ato simulado não se aplicará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano da Eficácia 
 
Tipos de eficácia 
 
 
Elementos acidentais – ou fatores eficaciais, são cláusulas do NJ que 
interferem na produção de efeitos. 
 
 
Condição – clausula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, 
subordina o efeito do negócio a evento futuro e incerto. 
 
Voluntariedade; futuridade e incerteza; uma condição determinada por lei é 
considerada como um requisito de validade. 
 
Condição suspensiva – impede os efeitos imediatos do NJ – produz se o efeito 
ocorrer 
 
Condição resolutiva – extingue os efeitos do NJ – deixa de produzir se o evento 
ocorrer. 
 
Condições ilícitas: violação da lei, ordem publica ou bons costumes; condições 
perplexas ou puramente potestativas. 
 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando 
resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. 
 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição 
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a 
que ele visa. 
 
Art. 127 – se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará 
o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por 
ele estabelecido. 
 
Havendo condição suspensiva, direito não é adquirido. Trata-se dedireito 
eventual, que depende da ocorrência do evento futuro e incerto para a 
inquisição. 
 
 
Ex.: João doou terreno para Pedro sob condição suspensiva de ele ter filhos. 
Antônio, grileiro da região, ocupou ilegalmente o terreno de João. 
Pedro, como titular de direito eventual, pode entrar com uma ação possessória 
contra Antônio para garantir o direito de João sobre o terreno. 
 
 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, 
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, 
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. 
 
Ex.: Em 1 de março de 2018 João doa terreno para Pedro sob condição 
suspensiva de ele ter filhos. 
Em 12 de janeiro de 2019 João vende o terreno para Ana. 
Em 5 de maio de 2020 Pedro teve a primeira filha. 
 
O que acontece: a venda do terreno para Ana é incompatível com a doação 
feita, e portanto invalida. O terreno fica com Pedro já que a condição se 
realizou. 
 
 
 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, 
o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução 
continuada ou periódica, a sua realização condição resolutiva de, salvo 
disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde 
que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos 
ditames de boa-fé. 
 
Ex.: João alugou bem para Ana, mas condicionou a eficácia do aluguel a 
possibilidade de Pero vir a ter filho. Se ele os tiver, a locação se extingue. 
Se a locação de 30 meses durou 18 e Pedro teve filha, os 18 alugueis pagos 
não serão atingidos pela ineficácia. 
 
 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo 
implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer. 
 
Uma condição sempre vai favorecer ou desfavorecer uma parte. Ex.: João 
doou terreno para Pedro com a condição deste ter filhos biológicos. 
João tem dois filhos: José e Luiz, que não tem interesse na doação para Pedro. 
 
José e Luiz causam a esterilidade de Pedro – impedem que a condição seja 
implementada – obstam a condição. Pedro poderá alegar que a condição, 
antes possível, foi impossibilitada maliciosamente, requerendo em juízo que 
seja reputada como verificada – ocorrida – presumida como se tivesse 
ocorrido. 
 
Considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente 
levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento. 
 
 
Ex.: José deixa em testamento um apto, para Pedro, mas a eficácia ficou 
suspensa ate que José, morador do apto, saísse espontaneamente o bem. 
Pedro engana José para que este saia do apto, espontaneamente, fazendo 
com que a condição se implemente. 
 
A condição se reputará como não ocorrida devido a má-fé. 
Fatores eficácias – Termo 
 
Termo – caracteriza-se pela expressão ‘’ quando’’ 
 
Evento futuro e certo – certeza tem a ver com ocorrência do evento 
(fenômeno/acontecimento); 
 
 
Tipos de termo 
 
Termo certo e incerto – quanto ao momento da ocorrência 
 
 
Termo inicial ou final 
 
Inicial – assemelha-se a condição suspensiva – aplicam-se as mesmas 
normas no que couber. Art.35° 
 
Não há o início da eficácia até o termo inicial. 
Não suspende a aquisição do direito, atingindo apenas o poder de exercê-lo. 
 
 
Final – assemelha-se a condição resolutiva - aplicam-se as mesmas normas 
no que couber. Art.135° 
Quando acontece o termo final, extingue-se a eficácia. 
 
Entre o termo final e o termo final ocorre o prazo – lapso temporal. – art.132° 
(as partes podem acordar de outra forma). 
 
OBS: Art. 133° (herdeiro) e devedor. 
 
 
Presume-se o prazo em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor 
do instrumento, ou das circunstancias, resultar que se estabeleceu a benefício 
do credor, ou de ambos os contratantes. 
 
 
Não havendo termo inicial, a eficácia do NJ presume-se imediata. 
 
Art. 134° - Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde 
logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de 
tempo. 
 
 
Não havendo termo final, a eficácia tem tempo indeterminado. Ex.: 
serviços de telefonia, streaming, qNetflix e etc. 
Qualquer das partes poderá a qualquer tempo estipular termo final e dar o fim a 
relação jurídica. 
 
 
Obs: não se confunde com NJ vitalícios, que tem termo final, no caso, o próprio 
evento morte. 
 
A morte pode ser uma condição? SIM! Quando a cláusula se refere a um tipo 
de morte específico, p.ex ‘’ morte por acidente ‘’. 
 
 
Por vezes, não são possíveis termos finais para as partes. Pois a eficácia 
pode se impor em razões legais. 
 
Ex.: plano de saúde não pode ser finalizado pela operadora, pelo fato de 
alguém estar sendo excessivamente custoso. 
 
O seguro obrigatório não pode ser desfeito pelo contratante, pois ele é 
condição do licenciamento de circulação do veículo. 
 
 
Encargo 
 
Configura-se como uma prestação assumida por uma das partes que se atrela 
á eficácia de um negócio. Normalmente está vinculado a uma liberalidade, - NJ 
gratuito ou benéfico. 
 
O cumprimento do encargo está atrelado ao recebimento de um benefício, 
decorrente de um negócio. 
 
O encargo não impede nem a aquisição, nem o exercício do direito 
resultante do negócio jurídico, exceto quando o encargo for estabelecido 
como uma condição. 
 
Isto é: quando o encargo for condição para a eficácia do negócio, aplica-se o 
regime jurídico das condições ao encargo. 
 
Neste caso, a pendencia do encargo firmado como condição suspensiva, 
impede a aquisição e o exercício do direito até o seu cumprimento. 
 
 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se 
constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o 
negócio jurídico. 
 
A regra: se o encargo for ilícito ou impossível, será considerado como não 
escrito (não existente, sem eficácia). 
 
Exceção: se o encargo for o motivo determinante da liberalidade, sendo ilícito 
ou impossível, o NJ será inválido. 
 
Se for possível, da manifestação de vontade das partes, concluir que o negócio 
não teria sido realizado se não fosse pelo encargo, ele deve ser considerado 
como o motivo determinante do negócio. 
 
Vai depender em concreto da interpretação dos termos de manifestação de 
vontade das partes. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por 
inexecução do encargo. 
 
No caso da doação, o não cumprimento do encargo permite a revogação do 
NJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ato ilícito 
Art. 186 – Ato ilícito stricto sensu 
Art. 187 – Abuso de direito 
 
Agente – o autor do ato ilícito, pessoa cuja conduta resulta na consequência 
dano, que é necessária para configurar o ato ilícito, 
 
Ação ou omissão voluntária – dolo 
 
Ou negligencia ou imprudência – culpa 
 
Viola direito de terceiro – direito tutelado de terceiro 
 
Causa – relação de causa e efeito entre conduta e dano. 
 
 
Teorias 
Causalidade direta e imediata – dentre as condições para o evento dano, 
qual deles atua direta e imediatamente? 
 
Causalidade adequada – dentre as condições para o evento dano, qual delas 
é a mais adequada para sua produção? 
 
 
Dano 
 
É preciso a reunião desses elementos para que se fale em ato ilícito. – em 
regra. 
 
 
 
 
Adotou-se a Teoria subjetiva do ilícito (integra o elemento culpa lato sensu 
(dolo ou culpa em sentido estrito) para configuração do ilícito). 
 
Ao adotar a teoria subjetiva do ilícito, o ordenamento exige que a vitima 
comprove que o autor do dano agiu com dolo ou pelo menos com culpa para 
responsabil iza-lo. 
 
 
Obs: art. 927, p.único. Prevê como exceção, a responsabilidade objetiva 
(dispensa a culpa como elemento integral do ilícito), nas hipóteses 
expressamente previstasem lei ou nas atividades de risco. 
 
Responsabilidade Civil – é a obrigação de reparar/compensar o dano causado 
por um ato ilícito. (art. 927° e ss, CC) 
Dano pode ser patrimonial/material ou extrapatrimonial 
 
Dano patrimonial/material – é aquele que implica a redução do patrimônio 
material da vítima. 
 
Dano extrapatrimonial/moral – é aquele que atinge a dignidade da vítima, 
tem um caráter existencial. Está diretamente ligado á violação dos direitos de 
personalidade. 
 
A indenização é medida pela extensão do ano, é arbitrada judicialmente, pois 
não é mensurável objetivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Se o abuso do direito resulta para a vítima um dano, o autor fica obrigado a 
reparar conforme o art. 927° (complemento). 
 
 
Agente 
Titular de um direito subjetivo 
Exercício irregular do direito subjetivo 
Excede os limites impostos por lei: fim econômico, o fim social, boa fé, e bons 
costumes. 
 
Não há, portanto direito absoluto e ilimitado. 
 
Excludente de ilicitude – exercício regular do direito. 
Logo, o exercício irregular é ilícito. 
 
 
O código civil adotou a teoria objetiva do abuso do direito, dispensando a 
prova de culpa como elemento constitutivo dessa categoria ilícita, ao contrário 
do ilícito em geral. 
 
Caberá a vítima, no caso de um abuso de direito, demonstrar a causalidade e o 
dano sofrido para ser indenizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prescrição e decadência 
 
Efeito do tempo sobre os atos jurídicos. 
 
Classificação dos direitos subjetivos 
 
1 – Direito a uma prestação 
 
Relações obrigacionais – credor x devedor – Credor têm direito a uma 
prestação, e o devedor tem o dever de cumprir uma prestação. 
 
A prestação pode ser de dar alguma coisa, e fazer ou não fazer algo. 
 
O fundamento de direito a uma prestação pode ser um negócio jurídico ou 
outro fato jurídico, ou seja, da lei. 
 
2 - Direitos potestativos 
‘’Facultas agendi ‘’ são faculdades de agir garantidas pelo ordenamento. 
Exerce-se por meio de declaração de vontade, sujeitando a(s) outra(s) parte(s). 
 
Ato do próprio titular que, ao declarar seu interesse juridicamente tutelado, 
sujeita a outra parte aos seus efeitos. Nos direitos potestativos os sujeitos 
passivos encontram-se em estado de sujeição. 
 
 
3 - Direitos da personalidade – Direitos inerentes a condição de pessoa. 
São irrenunciáveis; erga omnes; intransmissíveis. Vitalícios; inalienáveis; 
imprescritíveis. (não se pedem pelo não exercício) 
 
 
 
 
 
 
Classificação das ações 
 
Ações meramente declaratórias 
 
Visão obter declaração do poder judiciário. A sentença meramente declaratória 
visa apenas estabilizar uma situação jurídica controversa. 
 
 
Ações condenatórias – direito a uma prestação 
 
A sentença condenatória impõe ao sujeito passivo de uma prestação o 
cumprimento desta prestação. Tem a ver com o exercício judicial do direito a 
uma prestação. 
 
O titular do direito a uma prestação violada tem o poder de exigir, por meio do 
Estado, o cumprimento da prestação. Este poder se chama pretensão. 
 
Ações constitutivas – direitos potestativos 
O objetivo da sentença constitutiva: cria modifica ou extingue uma situação 
jurídica por meio do exercício de um direito potestativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prescrição 
 
É o prazo para exercício de pretensão pelo titular de um direito a uma 
prestação violada pelo descumprimento do devedor. A prescrição fulmina a 
pretensão. 
 
Logo, prescrição está diretamente relacionada a um direito a uma prestação. 
Com a prescrição o credor não pode mais exercer a pretensão, e não pode 
mais exercer o poder, por meio do Estado, de exigir o cumprimento da 
prestação. 
 
 
Decadência 
 
É a perda do direito potestativo pelo não exercício no prazo estabelecido na lei 
ou pela vontade das partes. 
 
OBS: nem todo direito potestativo está sujeito a prazo para exercício; 
A decadência implica a perda do direito, e não somente do poder de exercê-lo; 
 
Logo a decadência está diretamente ligada aos direitos potestativos. 
 
 
 
Prescrição x 2. Decadência 
 
A prescrição não extingue o direito de crédito, apenas retire a sua força. A 
relação crédito/débito não se extingue pela prescrição. 
 
Ex.: instituto do pagamento indevido, restituição é repetição do indébito; 
 
 
 
Art. 882° Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, 
ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. 
 
Se o devedor pagar após a prescrição se consumar, com a perda do prazo de 
prescrição ele não poderá reclamar do credor a devolução. 
 
A Prescrição não extingue a dívida, portanto isso torna o pagamento devido. 
 
 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, 
sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; 
tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis 
com a prescrição. 
 
O interessado nesse caso é quem deve, pois a prescrição lhe beneficia. Porém 
só pode haver renuncia da prescrição após passado o prazo. 
 
Qualquer declaração do dever de que renuncia a prescrição antes da sua 
consumação é nula. 
 
 
A renúncia pode se expressa, renovando o prazo para exercício da pretensão, 
ou tácita, quando o devedor se oferece para pagar a dívida, mesmo prescrita. 
 
O prazo prescricional começa a contar a partir da violação do direto a uma 
prestação pelo não cumprimento espontâneo pelo devedor. 
 
 
OBS: No Direito civil, toda pretensão sofre prescrição. 
 
 
 
 
 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das 
partes. 
Se uma clausula contratual estabelece um prazo prescricional diferente do 
estabelecido em lei para aquela pretensão será nula. 
 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra 
os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, 
ou não a alegarem oportunamente. 
 
Se for credor o relativamente incapaz e o seu representante não entrou com 
ação para cobrança do seu crédito, poderá entrar com ação ao seu assistente. 
Da mesma forma se for devedor, e o assistente não alegar a prescrição. 
 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o 
seu sucessor. 
 
Se o credor morre o prazo prescricional passa para os seus herdeiros, e 
continua a correr. 
 
 
A Decadência pode ser legal ou convencional, na qual as partes podem fixar o 
prazo. 
 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida 
por lei. 
 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode 
alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
 
A parte tem que alegar a decadência, no caso de decadência convencional. 
Por outro lado à decadência legal o juiz declara de ofício, independente das 
partes o alegarem. 
 
Quem aproveita a decadência é o sujeito passivo. 
 
Ex.: Ação anulatória de negócio jurídico. 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem 
estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar 
da data da conclusão do ato. 
 
O direito potestativo de anular um ato anulável decai, em regra, em 2 anos, 
salvo quando a lei estipular prazo distinto (ex.: art.178) 
 
A decadência também é chamada de caducidade. 
 
Não decaem os direitos potestativos não submetidos à prazo. 
 
A expressão ‘’imprescritíveis’’ refere-se tanto à prescrição quanto a 
decadência. Utiliza-se a expressão para todas as situaçõesjurídicas não 
sujeitas ao decurso do tempo. 
 
São imprescritíveis as ações meramente declaratórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impedimento, suspensão e interrupção de prazo prescricional 
 
Causas de impedimento e suspensão: 
 
Ocorrida uma das causas, o prazo é perdido e recomeça a contar de onde 
parou se a causa de suspensão ou impedimento deixar de existir. 
 
Impedimento – quando o prazo prescricional vai iniciar a causa já existe. 
 
Suspensão – o prazo inicia e a causa é superveniente. 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela 
ou curatela. 
 
 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ; 
 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou 
dos Municípios; 
 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de 
guerra. 
 
Trata-se de quando essas pessoas forem o credor. 
 
 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
 
I - pendendo condição suspensiva; 
 
II - não estando vencido o prazo; 
 
III - pendendo ação de evicção. 
Causas de interrupção 
 
Só pode ocorrer uma vez. Ocorrida uma interrupção e deixando de existir, o 
prazo reinicia (do começo). 
 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, 
dar-se-á: 
 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
 
III - por protesto cambial; 
 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em 
concurso de credores; 
 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito pelo devedor. 
 
Ex.: confissão de dívida. 
 
 
 
 
Art. 206. Prescreve: 
 
§ 5 o Em cinco anos: 
 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento 
público ou particular;

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