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Dos ausentes Capitulo 7 Lições de Direito Civil Nehemias Domingos De Melo

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Lição 7 Dos Ausentes 
1) CONCEITO DE AUSENTE. 
Considera-se ausente o individuo que desaparece do 
seu domicilio, não tendo noticias de seu paradeiro, e 
sem deixar representante ou procurador legal com 
poderes para administrar os seus bens. 
2) QUAL A IMPORTANCIA DO INSTITUTO? 
É de suma importância o instituto, se o ausente tiver 
bens, surge um problema relativo a guarda, 
conservação e destino dos bens, seja em nome dos 
interesses do próprio ausente, seja com relação aos 
seus herdeiros. Resumo: 
a) O ausente pode estar vivo: existe providências a 
serem tomadas para preservação dos bens. 
b) O ausente faleceu: preserva-se o interesse dos 
herdeiros. O juiz declara a ausência, procura se 
proteger os interesses do desaparecido ou dos seus 
herdeiros. 
3) CURADORIA DE AUSENTE. 
A requerimento de qualquer interessado ou mesmo 
o Ministério Público, o juiz nomeará curador, para 
administrar os bens do ausente. 
Existe uma ordem de preferência para que se 
nomeie curador: 
a) O cônjuge: é o primeiro a ser indicado desde 
que não esteja separado judicialmente ou de 
fato por mais de dois anos. A regra aplica-se 
também a união estável. 
b) Os pais e descendentes: na falta de cônjuge ou 
companheiro, a curadoria caberá aos pais ou 
descendentes, nesta exata ordem. 
c) Qualquer outra pessoa: o juiz poderá nomear 
qualquer pessoa para curadoria (curador dativo) 
caso não haja cônjuge ou parentes ou os mesmo 
sejam impedidos ou incompatíveis. 
4) SUCESSÃO PROVISÓRIA. 
Após um ano da arrecadação dos bens, ou três anos, 
caso tenha o ausente nomeado procurador, a lei 
permite que interessados requeiram abertura da 
sucessão provisória, como se o ausente fosse 
falecido. 
A arrecadação dos bens será feita pelo curador, que 
irá inventariar todos os bens, e os administrar 
enquanto não forem partilhados. 
 Somente após 180 dias a sentença que determina a 
sucessão provisória produzirá efeitos. 
5) LEGITIMIDADE PARA REQUERER A 
ABERTURA DA SUCESSÃO. 
 Independentemente de sucessão provisória e sem 
prestar qualquer garantia poderão tomar posse dos 
bens dos ausentes, os descendentes, os ascendentes e o 
cônjuge. Os demais sucessores deverão prestar 
garantia para serem emitidos na posse. As pessoas que 
têm legitimidade para requerer a abertura da sucessão 
provisória são as seguintes: 
a) O cônjuge: 
Não podendo estar separado de fato ou 
judicialmente de fato do ausente. 
b) Os herdeiros: 
Admitem-se os herdeiros presumidos, quantos os 
legítimos e testamentários. E devemos incluir o 
convivente, já que o companheiro é herdeiro nos 
termos da lei. 
c) Os credores: 
Qualquer pessoa que tenha crédito ou direito a 
fazer valer contra o falecido. 
6) SUCESSÃO DEFINITIVA 
Os interessados poderão requerer a sucessão 
definitiva e o levantamento das cauções, após dez 
anos de transitada em julgado a decisão que 
determinou a sucessão provisória. Reduzido para 
cinco anos o prazo se o ausente contar com mais de 
80 anos. Sendo assim os bens que eram provisórios 
agora viram definitivos, porém esse domínio é 
resolúvel, o ausente pode retornar. 
7) RETORNO DO AUSENTE 
Dentro de dez anos seguintes da sucessão definitiva 
se o ausente regressar retomará os bens no estado 
que eles se encontrarem, e bens alienados o ausente 
terá direito a valores recebidos. 
8) AUSENCIA E DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO 
Um motivo para a dissolução do casamento é a 
morte presumida do ausente. 
(Livro: Lições de Direito Civil. Melo, Nehemias 
Domingos. Lição7, Dos Ausentes)

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