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Trato Digestivo: Estômago e Intestino Delgado

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Trato digestivo (guilherme ferreira morgado)
	O estômago é responsável pela digestão parcial, secreção de enzimas e de hormônios. Entretanto, sua função principal é transformar o bolo alimentar no quimo, através da ação muscular e química. Ele é revestido por uma serosa delgada. 
	No estômago identificam-se quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro (ou antro). Sendo que as regiões do fundo e do corpo apresentam as mesmas estruturas, logo, histologicamente, considera-se três regiões. 
	A mucosa gástrica é formada por um epitélio que sofre invaginações em direção à lâmina própria formando as fossetas gástricas. Nas fossetas desemboca a secreção das glândulas tubulares ramificadas. A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo frouxo com células musculares lisas e células linfóides. Entre a mucosa e a submucosa há uma camada de músculo liso, a muscular da mucosa. 
	O epitélio que recobre as fossetas gástricas é o colunar simples, sendo que todas as células secretam um muco alcalino. Parte do muco aderida ao glicocálice das células é importante na proteção, já a parte menos aderida é digerida pela pepsina ou misturada com o conteúdo luminal. Logo, esse muco forma uma camada protegendo as células da acidez do estômago. As junções de oclusão entre as células superficiais também são um mecanismo de proteção. Além disso, a rede de vasos da lâmina própria e submucosa retira os metabólitos tóxicos, logo, também protege essas células. 
	A cárdia está na transição entre esôfago e estômago. Na sua mucosa há glândulas tubulares simples ou ramificadas, que são chamadas de glândulas da cárdia. Muitas das células secretoras produzem muco e lisozima. 
	A lâmina própria do fundo e corpo é preenchida por glândulas tubulares ou fúndicas, das quais três a sete abrem-se na fosseta gástrica. Essas glândulas possuem istmo, colo e base.
	As células-tronco estão em pequenas quantidades no colo e no istmo e são colunares baixas com o núcleo na região basal. Elas possuem uma elevada taxa de mitose, sendo que podem originar células superficiais, mucosas do colo ou parietais, zimogênicas e enteroendócrinas. 
	As células da mucosa do colo estão entre as células parietais no colo das glândulas gástricas. Elas secretam uma mucina diferente das células epiteliais mucosas, que apresentam propriedades antibióticas. Possuem um formato irregular. 
	As células parietais ou oxínticas estão presentes no istmo e no colo das glândulas gástricas, mas na base são escassas. Elas são arredondadas ou piramidais com um núcleo esférico. Elas possuem uma abundância de mitocôndrias e sua membrana plasmática sofre uma invaginação formando o canalículo intracelular. Quando ela é estimulada a produzir H+ e Cl-, as estruturas tubovesiculares se fundem com a membrana plasmática formando o canalículo e microvilos, o que aumenta a superfície celular. Além de ácido clorídrico, essas células secretam cloreto de potássio e fator intrínseco gástrico. O íon H+ se origina da dissociação do H2CO3 pela anidrase carbônica que ocorre no citoplasma. Já no canalículo a célula secreta KCl, então, o K+ é trocado pelo H+ formando o HCl. A atividade secretora das células parietais é estimulada pelo sistema nervoso autônomo parassimpático, histamina e gastrina. Sendo que os dois últimos são secretados pela mucosa gástrica. A gastrina também estimula o crescimento dessa mucosa. 
	As células zimogênicas predominam na região basal das glândulas gástricas e possuem características de células que sintetizam e secretam proteínas. Os grânulos no seu citoplasma contêm pepsinogênio, que é convertido em pepsina após ser secretado. Essa célula também produz lipase. 
	As células enteroendócrinas são encontradas na base das glândulas gástricas. Um dos seus produtos de secreção é a serotonina ou 5-hidroxitriptamina, já células D, outro tipo de enteroendócrinas, secretam somatostina, que inibe alguns hormônios, como a gastrina. 
	O piloro possui fossetas gástricas profundas nas quais as glândulas pilóricas tubulares simples ou ramificadas se abrem. Comparado com a cárdia, o piloro possui fossetas mais longas e glândulas mais curtas. Essas glândulas secretam muco com bastante lisozima. Nessa região, estão as células G, que secretam gastrina diante de estímulo parassimpático e distensão das paredes do estomago. No piloro, a camada média muscular é muito espessa para formar o esfíncter pilórico. 
	O intestino delgado é o sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção dos nutrientes e secreção endócrina. Ele possui três partes: duodeno, jejuno e íleo. 
	A mucosa do intestino apresenta diversas estruturas que aumentam a sua superfície. Observado a olho nu apresenta uma série de pregas, plicae circularis, que consistem em dobras da mucosa e submucosa. Essas são mais desenvolvidas no jejuno, mas também estão presentes no duodeno e no íleo. Já as vilosidades intestinais, ou vilos, são projeções alongadas da mucosa. Entre os vilos há pequenas aberturas de glândulas tubulares simples chamadas de criptas. O epitélio dos vilos é formado por células absortivas (enterócitos) e células caliciformes; ele continua com o epitélio das criptas que possui, além dessas duas, células enteroendócrinas, de Paneth e células-tronco. 
	As células absortivas são colunares altas, no seu ápice há uma camada homogênea denominada borda em escova, que quando observada no microscópio eletrônico é vista como uma camada de microvilosidades. Cada microvilosidade é uma protrusão cilíndrica do citoplasma apical. A função mais importante da célula absortiva é internalizar as moléculas dos nutrientes; além disso, também produz certas enzimas como a dipeptidase e dissacaridases. 
	As células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas são menos abundantes no duodeno e aumentam de número conforme se desce para o íleo. Produzem a mucina, que vai originar o muco que protege e lubrifica o revestimento do intestino. 
	As células de Paneth estão localizadas na porção basal das glândulas intestinais. Elas são exócrinas e nos seus grânulos há lisozima e defensina, enzimas que atacam a parede da bactéria. Logo, a lisozima também controla a microbiota intestinal. 
	As células-tronco estão localizadas no terço basal da cripta, próximas às células de Paneth. As células M são epiteliais que recobrem folículos linfóides das placas de Peyer, localizadas no íleo. Nelas há muitas invaginações contendo linfócitos e células apresentadoras de antígenos. Essas células M também podem capturar antígenos e transportá-los para os macrófagos, logo, elas são um elo importante na defesa imunológica intestinal. A sua lâmina basal é descontínua, o que facilita o trânsito de células. 
	A mucosa intestinal está sujeita a microorganismos potencialmente invasivos, logo, existe uma série de mecanismos de defesa. As IgAs são a primeira linha de defesa, depois as junções intercelulares oclusivas impossibilitam a penetração desses microorganismos e como principal barreira estão os macrófagos e linfócitos localizados na mucosa e submucosa. 
	O intestino também possui células com características do sistema neuroendócrino difuso, ou seja, essas células, quando estimuladas, liberam grânulos de secreção e os hormônios podem exercer efeitos parácrinos ou endócrinos. Esse tipo de célula se divide em aberto, a qual o ápice da célula possui microvilosidades e está em contato com o lúmen, e do tipo fechado, na qual o ápice é recoberto por outra célula epitelial. 
	A lamina própria do intestino delgado é formada por conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e musculares lisas. Ela reveste o centro da microvilosidade, sendo que o músculo liso é o responsável pela movimentação rítmica. A camada seguinte é a muscular da mucosa e depois a submucosa. Na submucosa da porção inicial do duodeno existem glândulas tubulares enoveladas ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais, que são as glândulas duodenais ou de Brunner. As células dessa glândula secretammuco alcalino, que protege da acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo. 
	A lâmina própria e a submucosa possui agregados de nódulos linfóides conhecidos como placa de Peyer. As camadas musculares são bem desenvolvidas nos intestinos. 
	Os vasos sanguíneos que nutrem o intestino penetram na camada muscular e formam um grande plexo na submucosa. A partir dessa camada partem ramos que suprem a muscular da mucosa, lâmina própria e vilosidades. Já os capilares linfáticos surgem como de fundo cego no centro das vilosidades, sendo importantes para absorção de lipídios. A inervação é composta por uma parte extrínseca e outra intrínseca. A parte intrínseca é formada pelo plexo nervoso mioentérico nas camadas musculares e o plexo nervoso da submucosa. Já a inervação extrínseca pertence ao sistema nervoso autônomo, sendo formado por fibras colinérgicas que estimulam a atividade da musculatura lisa e também adrenérgicas que exercem o papel oposto. 
	O intestino grosso é formado por ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide, reto e ânus. A camada mucosa não possui pregas, exceto na porção distal, nem vilosidades. As criptas intestinais são longas com grande quantidade de células caliciformes e absortivas, já poucas enteroendócrinas. 
	O intestino grosso tem a função de absorver água, fermentação e formação da massa fecal. A absorção de água é passiva seguindo o transporte ativo de sódio. 
	A lâmina própria é rica em células linfóides e em nódulos que podem se estender até a submucosa, essa abundância é justificada pela população bacteriana da região. A camada muscular longitudinal externa forma as tênias do cólon, que são bandas espessas. Já a camada serosa é caracterizada por protuberâncias pequenas pedunculadas formadas por tecido adiposo chamadas de apêndices epiplóicos. 
	Na região anal, a camada mucosa forma uma série de dobras longitudinais chamadas de colunas retais ou de Morgagni. Sendo que cerca de 2 cm antes da abertura anal a mucosa se torna pavimentosa estratificada. 
	O apêndice é um divertículo do ceco. É caracterizado pela presença de nódulos linfóides abundantes; além disso, suas glândulas intestinais são menores e menos numerosas, também não há tênias do cólon.

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