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2 
Responsabilidade Civil 
Tema XI. 
 
Material para o Curso Módulo Básico dos Tribunais. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo
1
. 
 
1. Conceito, Responsabilidade Jurídica e Objetivo. 
 
“Toda manifestação humana traz em si o problema da responsabilidade.” (José de Aguiar Dias). 
 
Dentro da responsabilidade jurídica, fala-se em uma diferenciação entre a responsabilidade civil e penal, diferen-
ciada quanto aos efeitos e bem da vida tutelado. 
 
Sobre essa independência entre os campos civil e penal, interessante verificar os artigos 200 e 935, ambos do 
Código Civil: 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes 
da respectiva sentença definitiva. 
 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência 
do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 
Qual a função da responsabilidade civil e limite da reparação? 
 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, 
além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, 
equitativamente, a indenização. 
 
Enunc. 379, CJF. O art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possibilidade de se reconhecer a função punitiva 
ou pedagógica da responsabilidade civil. 
 
2. Espécies. 
 
2.1 A depender da norma jurídica violada a responsabilidade civil poderá ser: 
 
- Contratual x Extracontratual ou Aquiliana. 
 
2.2 A depender da necessidade de culpa 
 
Subjetiva x Objetiva 
 
a) Responsabilidade civil subjetiva, decorrente de um ato ilícito culposo, havendo de indenizar. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
1 Advogado. Sócio Fundador do Luciano Figueiredo Advogados Associados. Graduado em Direito pela Universidade Salvador 
(UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito 
Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Li-
vros Jurídicos. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Periscope: @lucianofigueiredo. Contato: lucia-
no@lucianofigueiredo.adv.br 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
b) Responsabilidade Civil Objetiva. 
 
b1) Por previsão em Lei Específica (art 927, p.u). 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
 
- Responsabilidade civil do transportador (art. 734, CC) 
 
- Responsabilidade civil do estado (art. 37, § 6º, CF) 
 
- Responsabilidade Ambiental (Lei 6938/81, art. 14) 
 
- Responsabilidade por Dano Nuclear (art.21, XXIII, CF) 
 
- Responsabilidade Civil do Seguro Obrigatório (DPVAT) 
 
# Responsabilidade objetiva baseada em seguro obrigatório 
 
Súmula 246 do STJ: 
 
S. 246, STJ - O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada 
 
Ainda sobre seguro obrigatório, recente informativo do STJ o confere ao nascituro (Inf. 459). 
 
b.2) Por Atividade de Risco (art. 927, p.u). 
 
Enunciado 38 do CJF: 
 
E. 38 – Art. 927: a responsabilidade fundada no risco da atividade, como prevista na segunda parte do parágrafo 
único do art. 927 do novo Código Civil, configura-se quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano causar a pessoa determinada um ônus maior do que aos demais membros da coletividade 
 
Exemplo de atividade de risco que gera responsabilidade objetiva é aquela ligada ao dano nuclear. 
 
b.3) Por Abuso de Direito 
 
Art 187 do CC e E. 37 do CJF: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
E. 37 – Art. 187: a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se so-
mente no critério objetivo-finalístico. 
 
Na hora da prova? 
 
1) (Banca: CESPE. Analista Judiciário - Área Judiciária). 
Acerca do instituto da responsabilidade civil, julgue os itens seguintes. 
 
Comete ato ilícito e está sujeito à reparação civil a pessoa que, sendo titular de um direito, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Consequências da boa-fé no abuso de direito: 
 
1. Nemo Potest Venire contra factum proprium - significa PROIBIÇAO DE COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO 
– proíbe-se que alguém crie uma expectativa em outrem e viole a expectativa criada. Chamada também de TEO-
RIA DOS ATOS PRÓPRIOS. 
 
Enunc. 362. CJF — Art. 422. A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se 
na proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil. 
 
Exemplo: Ausência de anulação de compra e venda feita pelo cônjuge, com ausência de outorga uxória, mas no 
qual o cônjuge obteve vantagens (depósito em conta) e não argüiu a anulação por 17 anos (na época do CC/16 o 
prazo era de 20 anos – Súmula 494, STF): 
 
EMENTA: 
Promessa de compra e venda. Consentimento da mulher. Atos posteriores, Venire contra Factum Proprium”. Boa-
fé. A mulher que deixa de assinar o contrato de promessa de compra e venda juntamente com o marido, mas de-
pois disso, em juízo, expressamente admite a existência e validade do contrato, fundamento para a denunciação 
na outra lide, e nada impugna contra a execução do contrato por mais de 17 anos, tempo em que os promissários 
compradores exerceram pacificamente a posse sobre o imóvel, não pode depois se opor ao pedido de forneci-
mento de escritura definitiva. Doutrina dos Atos Próprios. 
(STJ, 4 T, REsp 95539/SP, Rel Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Julgado em 03.09.96). 
 
2. Supressio/Surrectio (Verwirkung/ Erwikung). 
 
Caracteriza-se a supressio quando o titular cria em alguém a expectativa de que não vai exercer um determinado 
direito, permitindo que terceiro o faça em seu lugar. É a perda da eficácia de um direito longamente não exercido. 
 
O CC traz um exemplo de supressio e surrectio, que esta no art. 330 do CC. 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao pre-
visto no contrato. 
 
O STJ tem alguns precedentes de supressio e surrectio: 
 
- Entendeu o STJ que os proprietários de um imóvel que fazem uso da área comum do condomínio, de forma ex-
clusiva e com a autorização da assembleia, não podem, posteriormente, serem ceifados em seu direito, pois con-
figura supressio e surrectio. 
 
Vide REsp 356.281/RJ, Relatora Ministra Nancy Adrighi, Julgado em 23.04.02. 
 
- REsp 1096639 / DF de Relatoria da Ministra Nancy Andrighi julgado em 12.02.2009 
 
- REsp 207509/SP Relatoria do Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. 
 
3. Tu quoque. 
 
Trata-se de uma abreviação da frase latina traduzida em “até tu brutos” (filho adotivo brutos do rei participava da 
conspiração contra ele). 
 
4. Substancial Performance - ou Adimplemento Substancial ou Inadimplemento Mínimo.Enunc. 361, CJF — Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, 
de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do 
art. 475. 
 
O STJ já pronunciou-se acerca do tema em algumas oportunidades, como ilustra um julgamento de 2009: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ementa: 
 
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NEGATIVA DE 
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL DO CON-
TRATO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 320/STJ. AFASTAMENTO DA MORA. IMPOSSIBILIDA-
DE. ABUSIVIDADE 
APENAS DE ENCARGOS DA INADIMPLÊNCIA CONTRATUAL. 
1. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional nos embargos de declaração quando o Tribunal de origem 
enfrentar a matéria posta em debate na medida necessária para o deslinde da controvérsia, ainda que sucinta-
mente. A motivação contrária ao interesse da parte não se traduz em maltrato ao art. 535 do CPC. 
2. "A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento" (Súmula 
320 do STJ). 
3. A jurisprudência desta Corte Superior prega que a inadimplência do consumidor estará plenamente 
justificada se houver a cobrança de encargos abusivos da normalidade, afastando-se, em tais casos, a 
mora do devedor. Todavia, a mora não poderá ser afastada se os encargos considerados abusivos forem 
somente da inadimplência contratual. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
AgRg no Ag 1140717 / SC. Relator Ministro VASCO DELLA GIUSTINA. T3 - TERCEIRA TURMA. Julgado em: 
15/10/2009. 
 
b.4) Responsabilidade Objetiva pelos Riscos do Desenvolvimento: 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respon-
dem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação (= RISCOS DO 
DESENVIOLVIMENTO). 
 
b.5) Responsabilidade Civil Indireta. 
 
É indireta quanto ao agente, e objetiva quanto ao fundamento. 
 
- Responsabilidade civil pelo fato da coisa ou de animal 
 
a) A responsabilidade pelos animais (art. 936) 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou 
força maior. 
 
b) a responsabilidade por ruína de edifício ou construção (Art. 937) 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de 
falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
 
c) a responsabilidade por objetos lançados ou caídos (art 938). 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou 
forem lançadas em lugar indevido. 
 
- Responsabilidade Civil Por Ato De Terceiro (art. 932): 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins 
de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
 
 
 
 
 
 
 
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Observações quanto ao dispositivo: 
 
# Responsabilidade Objetiva: 
 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, 
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
 
# A redação do Inc. III derrubou a Súmula 341 do STF: 
 
Súmula 341, STF: É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto. 
 
Cabe ação em regresso? 
 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pa-
gou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
 
Na hora da prova? 
 
2) (Banca: CESPE. Analista Judiciário - Área Judiciária). 
Considere que o motorista particular de Pedro, ao ultrapassar sinal vermelho, tenha atropelado Carla, que, 
em consequência do atropelamento, sofreu ferimentos dos quais decorreram danos materiais. Nessa situ-
ação hipotética, Pedro: 
 
A) poderá não responder pelos danos, se provar que o motorista agiu infringindo a lei. 
B) responderá por culpa presumida, já que o motorista é considerado um instrumento seu. 
C) responderá por culpa in eligendo. 
D) responderá pelo risco ínsito à atividade desempenhada pelo motorista. 
E) responderá pelos danos, se comprovada a culpa do motorista. 
 
O incapaz pode ser civilmente responsabilizado? 
 
- Art 928 do CC 
 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obriga-
ção de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do neces-
sário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
E. 39 – Art. 928: a impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de 
indenização equitativa, informado pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da pessoa humana. Como 
consequência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo limite humanitário do dever de indeni-
zar, de modo que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do 
responsável, mas se reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua dignidade. 
 
O art. 116 do ECA disciplina que 
 
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o 
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o 
prejuízo da vítima. 
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. 
 
E. 40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente co-
mo devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais 
nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas sócio-educativas ali pre-
vistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Na hora da prova? 
 
3) (Banca: CESPE. Analista Judiciário - Área Judiciária). 
Antônio, vivendo sob a guarda de seus pais aos dezessete anos de idade, tomou emprestada a bicicleta de 
sua mãe e, ao conduzi-la de forma imprudente no caminho para a escola, lesionou José, que ajuizou ação 
buscando a reparação de seus prejuízos. 
Considerando essa situação hipotética à luz da disciplina da responsabilidade civil, assinale a opção cor-
reta. 
 
A) Somente os pais de Antônio deverão responder pelos prejuízos causados a José, dado que os pais respondem 
pelos ilícitos praticados pelos filhos que estejam sob sua autoridade. 
B) Os pais de Antônio poderão eximir-se da responsabilidade pela reparação do dano se comprovarem que não 
contribuíram culposamente para o seu surgimento. 
C) Antônio responderá pela reparação do dano somente se seus responsáveis não tiverem a obrigação de reparar 
ou condições de fazê-lo. 
D) No caso de Antônio responder pelo dano a reparação deverá ser integral, conforme a regra geral da responsa-
bilidade civil e indiferente à eventual limitação ou ao esgotamento de seu patrimônio. 
E) Os pais de Antônio poderão eximir-se da responsabilidade pelo dano, se o emanciparem logo após o fato e 
antes de ajuizada a ação por José. 
 
3. ElementosGerais da Responsabilidade Civil 
 
- Conduta Humana 
- Nexo de Causalidade 
- Dano ou Prejuízo 
 
3.1 Conduta Humana 
 
Ato, ação e comportamento humano, seja positivo ou negativo. 
 
Precisa ser voluntária? 
 
Ser voluntária é sinônimo de ser dolosa? 
 
3.2 Dano ou prejuízo: 
 
Traduz a violação a um interesse jurídico patrimonial ou moral. O dano para ser indenizável tem que ser certo, não 
podendo ser hipotético. 
 
Quantificação do dano - Art 944 do CC e Enunciado 46 do CJF 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, 
eqüitativamente, a indenização. 
 
3.3 Nexo de Causalidade 
 
É o liame (cano) que une o agente ao dano. 
 
I. TEORIA EQUIVALÊNCIA DE CONDIÇÕES (da Condicio Sine qua) 
 
II. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: 
 
III TEORIA DA CAUSALIDADE DIRETA OU IMEDIATA 
 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e 
os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Causas Excludentes da Responsabilidade Civil 
 
Hipóteses nas quais há o rompimento do nexo causal. 
 
4.1 Caso Fortuito e Força Maior (art. 393 CC): 
 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente 
não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível 
evitar ou impedir. 
 
# Qual a diferença entre fortuito interno e externo? 
 
4.2 Estado de Necessidade e Legítima Defesa (art. 188 do CC) 
 
# Atenção aos arts. 929 e 930: 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, 
assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do da-
no ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
 
4.3 Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito (art. 188 do CC): 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
 
4.4 Culpa Exclusiva da Vítima 
 
E se for culpa concorrente? 
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se 
em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
4.5 Fato de Terceiro: 
 
Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida 
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
 
5. Outras Responsabilidades. 
 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da 
vida da vítima. 
 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento 
e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver 
sofrido. 
 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe 
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim 
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depre-
ciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Enunciado 48 do CJF sustenta que tal preceito normativo “institui direito potestativo do lesado para exigir paga-
mento da indenização de uma só vez, mediante arbitramento do valor pelo juiz, atendidos os arts. 944 e 945 e a 
possibilidade econômica do ofensor”. 
 
No mesmo sentido percebe-se o Enunciado 381, segundo o qual o lesado poderá exigir que a pensão seja arbi-
trada, e paga, de uma só vez, salvo impossibilidade econômica do devedor, hipótese na qual o juiz pode fixar ou-
tra forma de pagamento de acordo com a condição financeira do ofensor e os benefícios resultantes do pagamen-
to antecipado. 
 
Fiquem ligados: o art. 533 do NCPC (equivalente ao 475-Q do CPC/73) estabelece regras para o cumprimento da 
sentença que fixou a indenização em prestações periódicas. 
 
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimen-
to do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. 
§ 1
o
 O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de 
alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável 
enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. 
§ 2
o
 O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pes-
soa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia 
real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. 
§ 3
o
 Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, 
redução ou aumento da prestação. 
§ 4
o
 A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. 
§ 5
o
 Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou can-
celar as garantias prestadas. 
 
Súmula 313 do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA “Em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária a 
constituição de capital ou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da 
situação financeira do demandado”. 
 
Súmula 490 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL “A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve 
ser calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores”. 
 
 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no 
exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, 
agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. 
 
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pa-
gar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar 
o seu equivalente ao prejudicado. 
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu pre-
ço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele. 
 
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao 
ofendido. 
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, eqüitativamente, o valor da 
indenização, na conformidade das circunstâncias do caso. 
 
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobre-
vierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo 
antecedente. 
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: 
I - o cárcere privado; 
II - a prisão por queixa ou denúnciafalsa e de má-fé; 
III - a prisão ilegal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Repetição de Indébito. 
 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, fica-
rá obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora esti-
pulados, e a pagar as custas em dobro. 
 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou 
pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobra-
do e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contes-
tada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. 
 
7. Transmissibilidade da Obrigação de Indenizar. 
 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
 
8. Questões Jurisprudenciais Frequentes. 
 
a) Veículo Locado - STF 
 
S. 492: A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este 
causados a terceiro, no uso do carro locado. 
 
b) Veículo Alienado sem Registro da Transferência no DETRAN - STJ 
 
“Súmula 132. A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo dono resultante de 
acidente que envolva o veículo alienado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1 – CERTO 
2 – E 
3 – C

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