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Caderno direito civil - Responsabilidades

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cADERNO DE DIREITO CIVIL 4
Thiago Ferreira
Responsabilidade Civil
Conceito: É buscar a reparação integral dos danos causados por condutas humanas, responsabilizando o causador deste dano.
Funções da responsabilidade civil: 
· Garantir a reparação do dano
· Sansão civil
· Prevenção de comportamento antissocial
· Função educativa
Dever jurídico primário e secundário:
Primário é cumprir suas obrigações, secundário é uma obrigação a indenizar, caso tenha-se descumprido o dever primário de cumprir as obrigações.
Prescrição: É a perda do direito de ir à juízo cobrar a obrigação. No âmbito da responsabilidade civil, em regra, se tem 3 anos para pleitear o pedido ao judiciário.
O código de defesa do consumidor diz que na relação jurídica de consumo, caso haja prejuízo, valerá o prazo máximo de 5 anos para buscar o judiciário para reparar seus prejuízos, pois o legislador entende que o consumidor é uma parte hipossuficiente para exercer o seu direito.
Responsabilidade Subjetiva
Conceito: Nesta, a análise é ao sujeito. A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o prejuízo causado. Poderá ser SUBJETIVA, quando necessária a comprovação de culpa do agente causador do dano, ou OBJETIVA, quando importa comprovar somente a ocorrência do dano e do nexo causal.
Na subjetiva, analisa a questão da culpa do sujeito causador do dano, observa-se a negligencia, imprudência e imperícia. Na objetiva, se baseia na teoria do risco, só se precisa analisar os 3 elementos da responsabilidade
Pressupostos para responsabilidade civil:
· Conduta: Deve ser provada a conduta do agente, podendo ser por ação ou omissão. Regra geral: Cada um responde pelas suas condutas por ação ou omissão, seja pessoa física ou jurídica.
· Dano: Para evitar enriquecimento sem causa
· Conceito de dano/prejuízo: Lesão a qualquer direito patrimonial ou não, material ou imaterial.
· Requisitos do dano: Violação a um direito; certeza do dano; prova do prejuízo.
· Espécies de dano:
· Patrimonial: Lesão a bem e direito economicamente apreciável.
· Danos emergentes: valores/bens perdidos ou gastos.
· Lucros cessantes: Aquilo que a vítima deixou de ganhar.
· Moral: Lesão a direito da personalidade
· Prova de do dano moral e danos presumidos
· Arbitramento do dano: Valor de reparação integral
· Dano à honra subjetiva e objetiva: Subjetivo é aquele que o sujeito pensa sobre si mesmo, objetivo é a imagem que foi passada aos outros.
· Nexo de causalidade: A ligação entre a conduta da pessoa com a conduta do agente que prejudicou.
Excludentes de responsabilidade: São situações que excluem o dever de indenizar, ou ao mesmo, trazem direito de regresso.
Excludentes de ilicitude:
· Estado de necessidade: perigo iminente
· Legitima defesa: agressão
· Exercício regular de um direito e estrito cumprimento de dever legal
Excludentes de nexo causal:
· Caso fortuito (humano) e força maior (natureza). Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir.
· Fato terceiro: quando um terceiro rompe o nexo de causalidade. Ex.: Assalto a ônibus, engavetamento de veículos. OBS: Não confundir a excludente de nexo causal conhecida como fato de terceiro com a responsabilidade civil por conduta de terceiros, como no caso dos pais que respondem pelos atos dos seus filhos menores ou incapazes.
· Culpa exclusiva da vítima: As responsabilidades pelos danos foram causadas por si mesma. Ex.: Caso em que o paciente não segue o protocolo de tratamento estabelecido e gera prejuízos.
Culpa
Conceito: É a inobservância de um comportamento imposto pela norma jurídica.
Espécies: 
· Dolo
· Imprudência (falta de cuidado na ação) 
· Negligencia (falta de cuidado na omissão)
· Imperícia (falta de habilidade especifica na ação e omissão)
Graus: Levíssima, leve e grave.
Responsabilidade civil objetiva
Conceito: Situações nas quais o dever de indenizar existe independentemente de provar culpa do agente.
Hipóteses de responsabilidade objetiva: Quando a própria lei determina e nos casos de atividade de risco.
Teoria do risco:
· Risco criado: Quando a atividade cria um risco. Ex.: Trabalho insalubre ou perigoso.
· Risco proveito: Aquele que tira proveito da atividade danosa. Ex.: Bancos, aviões.
· Risco integral: A lei indica que deve reparar integralmente. Ex.: Meio ambiente, DPVAT.
Exemplos de casos de responsabilidade objetiva que a lei ou o judiciário assim determinam:
· Industria de explosivos, fabricas e prestadores de serviços com produtos venenosos ou tóxicos, energia elétrica ou nuclear. 
· Atividade bancaria 
· Transporte de valores, mercadorias e passageiros
· Contratos de seguro
· Danos ambientais
· Acidentes envolvendo a administração pública
Responsabilidade por conduta de outrem (Art.932, CC)
Conceito: Todo comportamento humano, voluntário ou não, que se exterioriza por uma ação ou omissão causando consequências jurídicas.
Regra geral da responsabilidade civil direta e indireta:
Direta quando o próprio agente causador do prejuízo é responsável.
Indireta o responsável por indenizar é uma pessoa diferente do agente causador do prejuízo.
Diferença entre a conduta de terceiro e fato de terceiro:
Na conduta de terceiro há dever de indenizar, mas de forma indireta.
No fato de terceiro há excludente de responsabilidade por quebrar o nexo causal, assim sem o dever de indenizar.
Os legalmente responsáveis por terceiros:
1. Pais: Por seus filhos menores ou incapazes sob sua autoridade. Neste caso especifico, há impossibilidade de ação regressiva.
2. Tutores e curadores: Por seus tutelados ou curatelados.
3. Empregador: Por seus serviçais, representantes, funcionários e servidores.
4. Donos de hotéis, hospedarias, escolas e etc.: Por seus hóspedes e educandos.
5. Aqueles que tiverem participação no produto do crime.
Ação Regressiva: Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Responsabilidade civil de fato da coisa (Art.936-938, CC)
Origem: Pelo dever de guarda que algumas pessoas possuem, e se não for cumprido gera responsabilidade.
Conceito de guarda: Guarda é aquele que tem a direção intelectual da coisa, ou seja, poder de ordem, de comando, de autoridade.
Espécies dessa responsabilidade.
· Animais: O dono ou detentor do animal, ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
· Ruínas de prédios: O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
· Coisas ou objetos caídos ou lançados de edifícios: Aquele que habitar prédio ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Responsabilidade pelo dano causado pelo animal
É de responsabilidade objetiva do dono do animal, se não provar culpa exclusiva da vítima ou força maior.
· Excludentes dessa responsabilidade: Transferência temporária (Dog Walker; Pet shop). Placas indicativas de animal perigoso.
Responsabilidade por ruína (edifícios e construções)
A responsabilidade é do dono/proprietário.
Casos de desabamento total ou imparcial.
Responsabilidade objetiva.
Responsabilidade por coisas caídas ou lançadas de prédios.
Responsável é aquele que habita.
Hipóteses de afastamento do dever de indenizar.
· Ausência de dano
· Ausência da condição de responsável 
· Caso fortuito ou força maior
· Lançamento de coisas em locais destinados para isso
· Culpa exclusiva da vitima
Responsabilidade nas relações de consumo (Código de Defesa do Consumidor-CDC)
Objetivos: Proteger o consumidor, diminuindo as desigualdades nessas relações, tendo em vista que o consumidor é normalmente hipossuficiente (parte mais fraca na relação).
Princípios nessas relações:
1) Da prevenção: Segurança e controle dequalidade. O fornecedor de um produto ou serviço precisa prevenir danos ao consumidor.
2) Da informação: O consumidor precisa ter todas as informações necessárias sobre um produto ou serviço.
3) Da segurança: Os produtos/serviços devem ser seguros para sua utilidade.
4) Reparação integral: Indenizar todos os prejuízos que o consumidor teve nessa relação;
Partes nessa relação:
Consumidor: Art.2, CDC. Destinatário final do produto, toda pessoa física ou jurídica que utiliza do produto ou serviço como destinatário final.
Fornecedor: Art.3, CDC. Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira que desenvolvam atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, fabricação, distribuição e comercialização de produtos ou serviços colocador no mercado.
Objetos dessa relação:
Produtos: Bem móvel ou imóvel, material ou imaterial adquirido pelo consumidor.
Serviços: Toda atividade desempenhada por pessoa física ou jurídica numa relação de consumo. Salvo relação trabalhista,
Responsabilidade civil nas relações de consumo por vícios do produto ou serviço Art.18 e 20, CDC.
Objetos que geram essa responsabilidade: Vícios dos produtos ou serviços não se referem a acidentes ocasionado pelo mesmo, mas sim defeitos que os produtos ou serviços possuam que interfiram em alguma dessas características:
· Qualidade; quantidade
· Que tornem o produto impróprio ou inadequado ao uso que foi criado
· Que lhe diminuam o valor
· Aqueles que trazem divergência entre a embalagem/propaganda e o produto ou serviço efetivo
Possibilidades ao consumidor nos casos de vício:
· Solicitar que o vício seja sanado em até 30 dias
· Se não for resolvido pode ainda:
· Substituir o produto/serviço por outro da mesma espécie
· Pedir restituição da quantia paga
· Pedir abatimento proporcional no preço de um novo produto/serviço
Vício oculto: vício oculto é um defeito ou falha de fabricação que se manifesta após certo tempo de uso do produto, não sendo notório. São os mesmos prazos, mas contados a partir do momento em que o defeito se apresentou.
Prazo decadencial para requerer responsabilização pelo vício do produto ou serviço:
· 90 dias para bens duráveis a partir da entrega do produto ou execução do serviço.
· 30 dias para bens não duráveis a partir da entrega do produto ou execução do serviço.
Responsabilidade civil por fato do produto ou serviços (Acidentes nas relações de consumo): Defeitos.
São defeitos que gerem acidentes com o consumidor. 
Responsável passivo art.12 e 13, CDC. Fornecedor
Responsabilidade do comerciante: Quando for indicado o fornecedor; quando não conservar corretamente os produtos, principalmente os perecíveis.
Excludentes de responsabilidade nas relações de consumo:
A. Se provar que não colocou o produto ou serviço defeituoso no mercado. Ex.: Carga roubada.
B. Se provar que, embora tenha colocado o produto ou serviço no mercado, o defeito não existe.
C. Se provar culpa exclusiva da vítima (consumidor) ou de terceiros (como exemplo, comerciante).
Responsabilidade civil por cobrança antecipada de dívida ou por dívidas já pagas (art.940, CC)
Conceito: A conduta de demandar judicialmente dívida já paga integralmente ou em parte ou cobrança de importância superior à devida é tida como ato ilícito pelo uso abusivo do credor.
Repetição do indébito: O excesso do pedido deduzido resulta na indenização concernente ao pagamento na forma dobrada do valor ou equivalente ao exigido.
Direito e responsabilidade do sucessor hereditário
A transmissão causa mortis do direito à indenização.
Momento de abertura da sucessão: Com a morte.
Sucessores e suas espécies: São aqueles que irão receber a herança
· Sucessores (quem recebe a herança): tem bônus e ônus em relação à herança.
· Herdeiros: título universal, um conjunto de bens.
· Legítimos: Lei
· Necessários:
· Descendentes+cônjuge
· Ascendentes+cônjuge
· Cônjuge/Companheiro (a)
· Facultativos: Parentes colaterais até quarto grau.
· Irmãos; Sobrinhos, Tios, Primos
· Testamentário: Ato de vontade do autor da herança 
· Máximo 50% da herança
· Legatários: Bem certo, determinado. Título Singular. Pessoa específica que recebe um bem específico indicado pelo autor da herança.
Dívidas do de cujus e responsabilidade dos sucessores: A responsabilidade dos sucessores está limitada às forças da herança. Até onde o patrimônio da herança chega ao sucessor para atingir as dívidas.
ITCMD (imposto de transmissão causa mortis ou doação): É um imposto de competência estadual aplicado sobre doações, bem como transmissões de bens e demais tipos de distribuições nos processos de herança, por exemplo. No Espirito Santo, o valor desse imposto é de 4% do valor total.
Dividas do de cujus e responsabilidade dos herdeiros:
O patrimônio do falecido é a garantia do cumprimento das obrigações contraídas ou decorrentes de lei quando em vida, mas os herdeiros não respondem com seus próprios bens por encargos superiores às forças da herança transmitida em decorrência da morte do seu titular.
Morte como forma de extinguir relações jurídicas: 
A morte possui eficácia para extinguir a punibilidade no âmbito do direito penal, causar a vacância do cargo público, a extinção do contrato de trabalho, ao fim de uma relação contratual de cunho personalíssimo. 
Nos demais casos, as obrigações do contrato transmitem-se aos herdeiros do finado. Mas os efeitos da morte sobre o contrato não se reduzem à extinção do contrato, ou à substituição da parte por seus sucessores. Podem estes resilir o contrato, em certos casos, pedir a restituição da coisa, em outros, e até exercer direitos especiais contra a outra parte.
Responsabilidade civil por morte e por lesão corporal (art.948)
Morte da vítima: A indenização deve corresponder ao pagamento das despesas com tratamento, funeral e luto da família (danos emergentes), bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima (lucro cessante), conforme art. 948, Código Civil.
O dano moral: Deve ser pago de uma só vez, juntamente com os danos emergentes, não cabendo o parcelamento na forma de pensão, como ocorre com os lucros cessantes em razão de que o dano moral não tem natureza de ressarcimento.
Alimentos (Pensão) indenizatórios aos familiares: 
· Pensão para filhos menores do falecido: A pensão é prestada aos filhos menores (porque já se presume a dependência financeira) até que atinjam a maioridade ou até os 25 anos de idade se estiver estudando), pois é presumido que já tenham se casado ou concluído curso de nível superior, porém se contraírem matrimônio antes do limite estabelecido, a pensão é exonerada (valendo também para o cônjuge ou companheiro que contraírem nova união). Essa idade é estabelecida em razão do Poder Familiar que se aplica até essas idades.
· Pensão para os pais ou cônjuge do falecido: Também já se presume a dependência financeira e quando ocorre a morte do chefe de família, o autor do homicídio deverá pagar a família uma pensão alimentícia até a data em que a vítima completaria os 65 anos de idade, pois essa é a idade média do brasileiro, e se ele já tinha 65 anos a prestação de alimentos durará 05 anos. Vale salientar que essa taxa de idade média é feita pelas estatísticas do IBGE, e aumentou para 73 anos entre os homens e 77 entre as mulheres, então pode ocorrer também um aumento no prazo de prestação alimentícia. No que concerne ao valor da prestação alimentícia, essa pode ser cobrada de uma vez, ou de mês a mês. A pensão deve ser equivalente a 2/3 da renda da vítima, e se ele tiver mais de uma renda, os valores devem ser somados.
· Obs1.: Quando a morte é de pessoa que não trabalhava ou que atuava em casa, por exemplo, a esposa que não exercia atividade remunerada, mas que de alguma forma, contribuía na mantença do lar, como os serviços domésticos, por exemplo, é também suscetível a indenização, podendo a pensão ser fixada em um salário mínimo, sendo prestada ao marido desde que não contraia nova união, e aos filhos atéque atinja a maioridade ou 25 anos se estiver estudando.
· Obs2.: Quando a morte é de filho menor de idade que ainda não trabalhava, é importante lembrar da Súmula 491, do STF onde diz que: “É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado”, portanto, quando se tratar de filho menor que não exercia atividade remunerada, mais que ainda tenha idade, a indenização pelos danos materiais ainda é devida. Seguindo a acumulação de indenizações cabe ainda a indenização por danos morais. Quanto ao valor estipulado para indenizar, a jurisprudência vem fixando em 1/3 do salário mínimo. No que tange à duração da pensão, o Supremo Tribunal Federal determinou que a indenização deve ser calculada entre os 14 até os 25 anos de idade, haja vista que o trabalho ao menor de 14 anos é proibido, e mais uma vez há a presunção de que aos 25 anos ele se afastaria do lar.
Impossibilidade de prisão por débitos desse tipo de pensão indenizatória:
 Vale ressaltar que, segundo Cândido Rangel Dinamarco, o inadimplemento da devida prestação alimentícia não gera prisão civil, como ocorre nos casos de Direito de Família, pois estes são para fins de execução especial, portanto, excluindo os que surgem de uma indenização decorrente da responsabilidade civil.
Lesão leve ou grave (Art. 950 do CC): A indenização consiste em danos emergentes (despesas com tratamento) + lucros cessantes (que pode ser até o fim da incapacidade, se temporária; ou, durante toda a sobrevida, se permanente). O valor é fixado com base nos seus ganhos e na proporção da redução de sua capacidade laborativa, arbitrada por perícia médica.
Art. 950: Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento (danos emergentes) e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
Informativo 536 STJ: o art. 950 do CC permite o pagamento de uma única vez quanto aos alimentos indenizatórios pelo período de incapacidade, mas o Informativo 536 do STJ não permite aplicar isso para os casos de alimentos nos casos de morte.
Responsabilidade civil na área da saúde (Art.951)
Responsabilidade do paciente: Entre médico e paciente existem obrigações para ambas as partes. Portanto, o paciente é também responsável pela sua própria cura, pois pouco adianta o esforço e trabalho do profissional e sua equipe auxiliar se o paciente não segue as orientações prescritas.
As consequências da falta de responsabilidade do paciente são: geração de custos adicionais com consultas, exames, medicamentos, e internações hospitalares e prejuízo no resultado do tratamento.
Das Condutas dos pacientes:
· Deixam de tomar o medicamento quando sentem o alivio dos sintomas;
· Automedicação baseada em critérios pessoais ou indicação de leigos;
· Substituição da medicação prescrita em função do preço ou porque já se possui um medicamento para a mesma finalidade em casa;
· Não segue as orientações como dieta e repouso;
· Não toma os cuidados pré e pós-operatórios;
· Abandono de tratamento;
· Não informar seu histórico de saúde corretamente.
Responsabilidade dos profissionais de saúde: Considera-se profissional liberal a pessoa física que presta serviço técnico, intelectual ou cientifico. 
Art. 951. O disposto nos arts. 948 (indenização no homicídio), 949 (indenização na lesão corporal) e 950 (defeito que impeça para o trabalho)aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
O médico assim como os profissionais liberais em geral, respondem com base na culpa profissional, ou seja, a responsabilidade civil é objetiva.
Responsabilidade do hospital por erro médico: O STJ tem reiterado o entendimento de que a responsabilidade do hospital por erro médico é subjetiva, devendo se comprovar a culpa do médico (preposto) sendo a do hospital (preponente) presumida, bem como pelo fato do hospital (empregador) responder pelos atos de seus funcionários (médicos, enfermeiros, etc.)
Responsabilidade objetiva do hospital: O STJ diz que somente em um aspecto o hospital responde objetivamente, quando se refere a serviços auxiliares do hospital, como instalações, enfermagem, exames, radiologia.
Espécies de cirurgia plástica:
· A reparadora: o cirurgião plástico luta contra uma patologia. Obrigação deste cirurgião é de meio, como de todos os demais médicos. Responde subjetivamente.
· A estética: obrigação de resultado final ao paciente. Ele projeta o resultado melhor do que o paciente está hoje.
Obs.: O STJ entende que a cirurgia plástica estética que cause danos gera responsabilidade civil OBJETIVA. O cirurgião tem obrigação de resultado (responsabilidade contratual ou objetiva). Por tratar-se de obrigação de resultado, a culpa do médico por eventual erro é presumida, ou seja, cabe a ele demonstrar a quebra do nexo causal a fim de se eximir da responsabilidade (REsp. 236.708/MG).
Direito de não se submeter a procedimento ou cirurgia: É direito no paciente negar tratamento, devendo ser informado das consequências e formalizar sua responsabilidade quanto a isso.
Art. 15 do CC. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Termo de consentimento informado: Trata-se de uma declaração, firmada pelo paciente, com base no art. 15 do CC, e, a luz do princípio da boa-fé, segundo a qual afirma estar ciente dos riscos e consequências da intervenção clínica.
Teoria da perda de uma chance na área da saúde: pode ser aplicada ao médico, quando deixa de utilizar um meio adequado mais provável de atingir a cura. Ela nasce pela conduta omissiva do profissional, mas deve ser provado o nexo de causalidade daquela omissão com o dano (e sua extensão).
A perda de uma chance é quando o profissional deixa de usar uma manobra médica que deveria ser usada para o caso concreto. O médico é responsabilizado pelo uso indevido dos meios.
Ex.: O paciente chega ao hospital em estado grave enfartando e não recebe nenhum atendimento.
Ex.: O médico realiza o exame A, quando ele na verdade deveria ter usado o exame B. Ele não adotou o procedimento correto na análise do caso da paciente. E a paciente morreu. Neste caso, há direito à indenização, não porque a paciente morreu, mas a paciente poderia ter tido uma sobrevida, ou um tratamento que lhe conferisse menos sofrimento se fosse feito o exame certo. Assim, a indenização é reduzida.
Responsabilidade funcional do estudante de medicina: : não existe Código de Ética do Estudante de Medicina reconhecido e aprovado pelo CFM. Segundo a Resolução nº 1, de 4/5/89, que altera a Res. nº 9, de 29/5/83 do Ministério da Educação, a Faculdade de Medicina é a responsável pelas ações que atribuir aos seus alunos.
Termo de compromisso do estudante de medicina que deve aplicado pelos Diretores Técnicos da Unidade de Saúde: de não prestar atendimento médico sem supervisão do preceptor; não assinar atestados, relatórios ou receitar; não receber remuneração a não ser sob a forma de bolsas de estudos.
Responsabilidade civil dos farmacêuticos: todos os procedimentos inerentes aos fármacos e medicamentos para uso humano são atividades privativas do profissional farmacêutico.
Condutas que podem gerar essa responsabilidade: venda de substâncias proibidas, vencidas ou deterioradas; venda de medicamentos controlados sem a receita médica ou da troca do produto receitado pelo médico por outro.
Responsabilidade civil por usurpação ou esbulho (Art.952)
Art. 952 do CC. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valordas suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Diferenças entre esbulho, turbação e ameaça: 
São conceitos pertencentes ao direito das coisas, no âmbito do direito civil. São formas diferentes de perturbação do direito de posse.
· Turbação em sentido jurídico, decorre da prática de atos abusivos que podem afrontar direitos de outrem ensejando o impedimento do livre exercício da posse, sem contudo, causar o efeito perda. pode se manifestar por meio de diversos atos abusivos, tais como: a derrubada de uma cerca limítrofe, o trânsito de pessoas ou máquinas em propriedade alheia, o uso indevido de calçada e estacionamento privativo. é uma ofensa menor ao direito de posse. Consiste em um esbulho parcial no qual o possuidor perde somente parte da posse de um bem, sem que haja perda de contato com o bem turbado. Ex.: João leva seus cavalos todos os dias para pastar na fazenda que é de propriedade de Jorge.
· Esbulho (ou esbulho possessório): consiste na privação total da posse de um bem, onde o possuidor perde todo o contato com o bem esbulhado. Logo, é a retirada forçada do bem de seu legítimo possuidor, que pode se dar violenta ou clandestinamente. Ex.: João invade a fazenda de Jorge e cerca a propriedade, impossibilitando o dono de acessar o local.
· Ameaça: é apenas a iminência de um esbulho ou turbação. Não é, portanto, uma ofensa concretizada, mas somente um receio justificado de ter o direito de posse violado. Ex.: Manifestantes se reúnem na frente de um prédio público e ameaçam ocupar o local.
Ações possessórias possíveis:
As medidas judiciais cabíveis nos casos de ofensa ao direito de posse são chamadas de ações possessórias, que são:
· Em casos de esbulho: cabe ação de reintegração de posse.
· Em casos de turbação: cabe ação de manutenção de posse.
· Em casos de ameaça: cabe interdito proibitório.
As consequências do esbulho ou da usurpação é a perda ou deterioração do bem.
Indenizações cabíveis havendo responsabilização do agente: Havendo restituição do bem: a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes que o proprietário deixou de receber no período do esbulho.
Faltando o bem ou a coisa: dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado, mais perdas e danos, como lucros cessantes.
Preço da Afeição: É o valor sentimental que o bem pode ter para o proprietário, que pode ser maior que o próprio valor material do mesmo. Para os casos em que deve ser restituir o equivalente ao bem, será estimado seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Responsabilização por ofensa à honra (Art. 953)
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Noções Gerais: calúnia, injúria e difamação estão tipificadas no Código Penal dentro dos crimes contra a honra.
Conceitos:
· Calunia: consiste em atribuir falsamente a alguém a autoria de um crime, sendo necessário que seja narrado publicamente um fato criminoso.
· Difamação: consiste em imputar a alguém um fato ofensivo a sua reputação, embora o fato não constitua crime, como ocorre com a calúnia
· Injúria: ocorre quando uma pessoa dirige a outra pessoa algo desonroso e que ofende a sua dignidade – é o famoso xingamento. Como ofende a honra subjetiva, ao contrário do que ocorre com a calúnia e difamação, aqui não é necessário que terceiros tomem ciência da ofensa.
Proibição de uso de imagem alheia sem autorização: A utilização da imagem de cidadão, com fins econômicos, sem a sua devida autorização, constitui locupletamento indevido, ensejando a indenização.
Agentes Políticos/ Pessoas notórias e direito à informação: Os agentes públicos têm sua atuação controlada pela população por meio da publicidade. Já em relação às pessoas notórias, sobressai a exposição a que se submetem pela natureza de seu trabalho. Tanto as pessoas públicas quanto as notórias podem ter sua imagem divulgada, sem necessidade de autorização, desde que a veiculação ocorra em contexto informativo. Nesses casos, haveria interesse geral pela informação.
Indenização nos casos de violação de imagem: em relação à quantificação da indenização, cabe ao juiz avaliar a repercussão no meio em que a vítima vive. A consequência social do dano relativamente à pessoa da vítima é uma condição pessoal importante para valorar da indenização no momento do arbitramento.
Biografias não autorizadas: foi publicado no dia 10/06/2015 a decisão na ADI nº 4815 indicando que “STF afasta exigência prévia de autorização para biografias”, pois a ministra Cármen Lúcia destacou que a CF prevê, nos casos de violação da privacidade, da intimidade, da honra e da imagem, a reparação indenizatória, e proíbe “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. 
Assim, uma regra infraconstitucional (Art. 20 do CC) não pode abolir o direito de expressão e criação de obras literárias. “Não é proibindo, recolhendo obras ou impedindo sua circulação, calando-se a palavra e amordaçando a história que se consegue cumprir a Constituição”, afirmou.
Responsabilidade Civil Por Ofensa à Liberdade Pessoal
Bem jurídico tutelado é a honra da pessoa humana.
Liberdades como: de locomoção, crença, religião, pensamento, opinião, filosofia de vida etc., entretanto, no Brasil essa liberdade deve ser exercida dentro dos parâmetros constitucionais
Dever de indenização nos casos de privação de liberdade:
Art. 630 do CPP. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Situações que causam essa indenização:
· Manutenção da prisão mesmo depois de ordem de soltura (alvará): manter a pessoa presa mesmo depois de ter sido determinada sua liberdade.
· Erro Judiciário: seja do juiz ou qualquer outro servidor público, bem como nos casos de erro do sistema, quando declara o direito no caso concreto sob falsa percepção dos fatos, fora da realidade ou por interpretação errada da lei.
· Prisão Indevida: por ser ilegítima ou abusiva (em desobediência à realidade dos fatos e requisitos legais).
Obs.: prisão indevida não se confunde com prisão que se mostrou necessária em um certo momento no decorrer do processo, mesmo que não seja mais necessária depois.
Mera absolvição não gera dever de indenizar: Independente do motivo da absolvição (falta de autoria, de materialidade, falta de provas, prescrição etc), o fato da pessoa ter ficado presa durante o processo e ter sido absolvida no final não caracteriza dever de indenizar se as prisões tiverem sido corretas e necessárias durante o julgamento.
Responsabilidade Civil Automobilista e do Transportador
Responsabilidade civil do transportador em relação aos seus empregados: É uma responsabilidade contratual, configurando acidente de trabalho e a indenização, em regra é pleiteada ao INSS, mas se houver dolo ou culpa do empregador, pode ser pleiteada indenização no direito comum, 
Art. 7º da CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, acargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
Responsabilidade civil do transportador em relação à terceiros:
A responsabilidade neste caso é extracontratual.
a) Se o transporte é realizado por prestadora de serviço público (art. 37 § 6º da CF), respondendo as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos.
b) Se não for prestadora de serviço público (art. 14 e art. 17 do CDC), verifica-se a relação de consumidor por equiparação.
Art. 17 do CDC. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. 
Em relação aos passageiros, a responsabilidade é contratual e objetiva.
Transporte aéreo: em razão da teoria do risco, a responsabilidade da companhia aérea é objetiva.
Observações sobre transporte aéreo:
a) OVERBOOKING: O STJ também firmou entendimento de que o famigerado overbooking (RESP 211.604/SC) é prática ILÍCITA, imoral e vergonhosa.
b) Mala extraviada ou danificada: Conversão de Varsóvia limita o valor para indenização de mala extraviada, mas o STJ diz que o extravio de bagagem não sofre tarifamento.
Questões especiais envolvendo veículos:
· ACIDENTE COM VEÍCULO ALIENADO, MAS SEM TRANSFERÊNCIA NO DETRAN: pela Súmula nº 132 do STJ, a responsabilidade civil, por conta da tradição operada, é do novo proprietário e não do antigo. 
Súmula nº 132 do STJ – A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.
· CARRO ALUGADO: pela Súmula nº 492 do STF, a empresa locadora é solidariamente responsável, com o locatário pelo dano causado. Fundamento: Teoria do Risco.
OBS: E se naquele contrato de adesão, tiver alguma cláusula de exclusão de responsabilidade? Esta cláusula será nula! (ver página 83 e art. 25 do CDC)
Súmula 492 do STF.A EMPRESA LOCADORA DE VEÍCULOS RESPONDE, CIVIL E SOLIDARIAMENTE COM O LOCATÁRIO, PELOS DANOS POR ESTE CAUSADOS A TERCEIRO, NO USO DO CARRO LOCADO. 
· CARRO EMPRESTADO: o STJ tem permitido a responsabilidade SOLIDÁRIA, entre o proprietário do veículo e o seu condutor, por criar um certo risco.
· CARRO ROUBADO PROVOCANDO DANOS: o entendimento majoritário é de que nessas situações o proprietário não responde por ocorrer um fato de terceiro, fortuito externo, alheio a vontade do proprietário, quebrando assim o nexo de causalidade.
· VEÍCULOS DE AUTOESCOLAS: entre o aluno e a autoescola existe um contrato de prestação de serviço, logo, o dano causado tanto ao carro, quanto à terceiros, é de responsabilidade da autoescola.
· TEORIA DO CORPO NEUTRO: é a situação na qual o agente físico do dano, atingido, sem atuação voluntária, viola direito de terceiro inocente. Ex.: engavetamento. Nesses casos, o melhor entendimento, amparado no STJ (REsp n.º 54.444/SP) é o de que a vítima deve demandar diretamente o causador jurídico do dano, com base na teoria do corpo neutro.
Exclusão da responsabilidade do transportador:
As principais excludentes analisadas pela jurisprudência do STJ são o fato exclusivo do passageiro (culpa da vítima); o fato exclusivo de terceiro; o caso fortuito e força maior; a prescrição (3 anos nos casos em geral (art. 206, § 3º, V do CC) e de 5 anos se envolver relação de consumo).
Responsabilidade Civil dos Advogados
ADVOGADO COMO FUNÇÃO ESSENCIAL À JUSTIÇA: 
A CF/88, no art. 133, considera o advogado como atividade essencial à administração da Justiça e afirma a sua inviolabilidade por seus atos e suas manifestações profissionais.
OBS: Isso não quer dizer que o advogado possa cometer crimes no exercício da advocacia, principalmente no que se refere aos crimes contra a honra.
ESPÉCIE DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO: no art. 32 do EOAB, na mesma linha do art. 14, § 4º do CDC, a responsabilidade civil do advogado é subjetiva, ou seja, depende da prova de culpa do advogado, pois ele é um profissional liberal.
RESPONSABILIDADE DE MEIO OU DE RESULTADO DO ADVOGADO: ele assume uma responsabilidade de meio, e não de resultado.
Além disso, a responsabilidade do advogado deve ser analisada sob um duplo aspecto: 
a) em relação ao cliente;
b) em relação a terceiros (incluindo o Judiciário).
a) em relação ao cliente: o vínculo é contratual, assumindo o advogado uma obrigação de meio. No entanto, tem deveres como de informar e o dever do sigilo profissional. A responsabilidade é subjetiva por ser profissional liberal.
OBS: Se for empregado de empresa, Defensor Público ou Procurador do Estado, por exemplo, quem responde é a entidade empregadora, pois o patrão responde pelos atos de seus funcionários no exercício de suas funções.
b) em relação a terceiros: a responsabilidade é extracontratual e também é subjetiva. Exemplo: ofensa em juízo. A imunidade não acoberta excessos. 
TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE EM RELAÇÃO AO ADVOGADO: 
Essa teoria já foi estudada anteriormente nessa matéria, sendo que é sabido que a obrigação do advogado é de meio e não de fim. O advogado deve, portanto, praticar todos os atos necessários e possíveis para melhor representar os interesses de seus clientes, mas não está obrigado ao êxito da demanda. Entretanto, é relevante destacar que o que se deve levar em conta para a fixação do quantum é a chance em si, e não o que a vítima poderia ter recebido ou o que perdeu efetivamente. É o caso, por exemplo, da perda do prazo para contestar a ação ou para interpor um recurso. A obrigação de meio não foi cumprida pelo advogado e, portanto, responderá pela perda estimada e não pelo valor integral do dano final, já que seu cliente perdeu a oportunidade de defender-se em 1ª Instância ou de reverter decisão já desfavorável em segunda instância.
Responsabilidade Civil das Instituições Bancárias
O STF firma entendimento no sentido de que a responsabilidade do banco pode ser analisada em uma tríplice perspectiva:
a) Responsabilidade Civil do Banco em relação aos atos de seus Funcionários: aplica-se aqui o risco profissional, ou seja, o banco responde pelas atividades dos seus funcionários. A responsabilidade é objetividade do banco.
b) Responsabilidade Civil do Banco em face de Terceiros: ou seja, de pessoas que não sejam clientes diretos do banco (Ex.: o Office boy, que não é cliente do banco, mas está ali para determinada pessoa que é correntista do banco). A responsabilidade é objetiva por ser um consumidor por equiparação (art. 17 do CDC).
c) Responsabilidade Civil do Banco em face de seus Clientes Bancários: devido a sua atividade de risco, bem como a relação de consumo pela prestação de serviços bancários, a responsabilidade é objetiva.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS BANCOS QUANTO À EMISSÃO DE CHEQUES FALSIFICADOS – ASSINATURA FALSIFICADA: 
Pela relação de consumo, bem como da Teoria do Risco a responsabilidade nesses casos continua sendo do banco que deve ter técnicas de segurança para evitar falsificações de cheques ou conferencias de assinaturas.
OBS: Nesse sentido, o RESP nº 750.418 do RS afirma que a responsabilidade dos cheques extraviados é do banco. Porém, cuidado com a Súmula nº 28 do STF, onde se diz que há responsabilidade concorrente do banco com o correntista.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO BANCO PELO ASSALTO A TERMINAL ELETRÔNICO E PELA “SAIDINHA” BANCÁRIA: 
No RESP nº 488.310/RJ, o STJ firmou entendimento no sentido de que se o assalto ocorre dentro da agência, ainda que fora do horário de expediente, a responsabilidade é do banco; mas, se ocorre na via pública, é do Estado. Isso porque o banco tem o dever de responder pela segurança do sacador, exclusivamente, nos seus estabelecimentos.
OBS: O quiosque do banco é uma extensão do banco. A responsabilidade objetiva também.
OBS: Saidinha do banco é quando o assaltante entra no banco, disfarçadamente, e segue o correntista para assaltá-lo na saída. O STJ ainda não se pronunciou sobre isso, mas já há decisões no sentido de condenar o banco a responder por este dano. Inclusive, uma decisão de Niterói condenou o banco a responder por umassalto dessa espécie, e ainda, sugeriu que o banco instalasse câmeras externas, na porta do estabelecimento.
O CORRENTISTA E O BANCO:
Entre eles existe uma relação de consumo, poisos correntistas são consumidores perante o STJ (Súmula nº 297), mas o STF fez ressalvas, ou seja, alertou que existem aspectos da atividade bancária em que o cliente não é considerado consumidor. Logo, o cliente bancário não pode usar contra o banco o CDC para discutir aspectos de política monetária em operações de crédito e financiamento, incluindo-se depósitos em cadernetas de poupança, como a taxa de juros. 
DEVOLUÇÃO DE CHEQUE SEM CONFERÊNCIA DA ASSINATURA e NÃO PAGAMENTO DE CHEQUE (mesmo com saldo positivo do cliente): 
Tendo em vista essas atividades do banco realizadas sem a devida diligência, o mesmo continua respondendo de forma objetiva.
RETENÇÃO INDEVIDA DE PROVENTOS:
Além de caracterizar dever de indenizar, ainda pode gerar responsabilidade criminal por apropriação indébita.
OBS: Apropriação indébita é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do proprietário. O criminoso recebe o bem por empréstimo ou em confiança, e passa a agir como se fosse o dono.
COFRES BANCÁRIOS: 
O depósito pode ser sigiloso e houve quem defendesse que a relação entre o cliente do cofre e o banco é uma relação de locação, mas em verdade, é uma prestação de serviço de depósito e guarda, e no que tange ao furto e roubo desses cofres, segundo Rui Stoco, há uma relação de depósito, porque há uma relação implícita de segurança, que gera dever de indenizar objetivamente.
OBS: O STJ no RESP nº 767.923 do DF, julgado em 05/06/2007, responsabilizou o banco, objetivamente ao roubo e furto de coisas lá depositadas devido a sua atividade de risco, independentemente da prévia discriminação dos objetos ali guardados. Logo, o demandante nem mesmo precisa descrever a relação dos bens depositados no banco, até porque você pode depositar em sigilo, sendo que a jurisprudência tem admitido qualquer tipo de prova para se demonstrar o que estava depositado no banco, inclusive testemunhal também.
Responsabilidade Civil do Estado
EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO: 
Inexistência de responsabilização; Responsabilidade com comprovação de culpa; Responsabilização Objetiva com base no Risco Administrativo.
REGRA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO:
Responsabilidade objetiva (art. 37, § 6º, CF), fundamentada na Teoria do Risco Administrativo. 
O Estado tem o dever de ressarcir os danos que seus agentes (permanentes ou transitórios) causarem no exercício de suas funções, sendo possível após o direito de regresso.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE: Fato de terceiro, culpa exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior.
SUJEITOS QUE TRAZEM RSPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO: 
Pessoas jurídicas de direito público ou privado (concessionárias e permissionárias, desde que estas estejam a serviço do poder público, mas nesses casos a responsabilidade do Estado é subsidiária).
CONDUTA COMISSIVA DO ESTADO: 
Essa conduta lesiva, através de um ato comissivo, enseja a responsabilidade objetiva do Estado.
Ex.: bala perdida de um policial, a transmissão do vírus HIV através de transfusão de sangue em hospital público e um acidente envolvendo carro oficial dirigido de modo imprudente. 
CONDUTA OMISSIVA: 
Deve-se distinguir omissão genérica X omissão específica. Se a omissão for genérica (omissão propriamente dita): a responsabilidade é subjetiva. Se, por outro lado, for específica (quando o Estado, por omissão sua, cria a situação propícia para a ocorrência do evento em situação em que tinha o dever de agir para impedi-lo), a responsabilidade é objetiva.
Ex.: quando chuvas provocam enchentes, alagando e destruindo casas em razão da ausência de limpeza de bueiros e galerias.
Ex.: assaltos em vias públicas.
Ex.: acidentes causados pelo não recapeamento de ruas, 
Ex.: animais soltos na estrada causando acidentes.
Ex.: acidentes por falhas no semáforo.
DANOS DECORRENTES DE COISAS OU PESSOAS PERIGOSAS DE QUE O ESTADO TEM A GUARDA: Consistem em atividade de risco, logo há obrigação de indenizar de acordo com o disposto no Código Civil objetivamente, pois o Estado tem o dever de guarda com segurança e integridade dessas pessoas.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR ATO DO PODER LEGISLATIVO: 
Em regra o Estado não responde por danos decorrentes da atividade legislativa.
Exceção na doutrina: aprovação de lei inconstitucional; dano causado por lei de efeito concreto; omissão legislativa.
LEIS INCONSTITUCIONAIS: 
O STF admite a responsabilização civil do Estado, mas é necessário que a lei seja declarada inconstitucional, e que seja demonstrada a efetiva ocorrência de dano a terceiro como resultado da criação de tal ato legislativo.
OBS: Segundo o STJ, o Estado responde civilmente por leis inconstitucionais somente caso a inconstitucionalidade seja declarada pelo STF em sede de controle concentrado.
LEIS DE EFEITO CONCRETO: leis específicas que atingem certa(s) pessoa(s).
Ex.: lei que cria reserva florestal, interferindo em propriedade privada.
OMISSÕES QUANTO AO DEVER DE LEGISLAR: 
Acontece quando o Estado devendo legislar omite-se de seu dever, gerando dano ao particular. Aqui a responsabilidade é subjetiva (STF, MI 283/DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 14.11.1991).
Ex: Direito de greve de servidores públicos essenciais
Ex.: Ação que tramita no STF em que os servidores públicos pedem que seja suprida a omissão sobre revisão de salários prevista no artigo 37, X, da Constituição Federal.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  (Regulamento). 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR ATO DO PODER JUDICIÁRIO: 
· Por ato doloso: Conforme o art. 133 do CPC, o juiz responderá pelas perdas e danos causados, na hipótese em que estando no exercício de suas funções, age dolosamente, inclusive com fraude, assim como quando recusa, omite ou retarda, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Desse modo, a responsabilidade é individual do juiz.
· Na esfera penal: por erro judiciário (ato culposo), o art. 5°, LXXV, da CF diz que "o Estado indenizará o condenado por erros judiciários, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença".
· Na esfera cível, o erro culposo judiciário não tem previsão de responsabilidade.
PRESCRIÇÃO: art. 1º do Decreto nº 20.910/32, 05 anos, não obstante o art. 206 § 3º, V diga 03 anos, prevalece a lei específica 
(...) a prescrição contra a Fazenda Pública, mesmo em ações indenizatórias, rege-se pelo Decreto 20.910/1932, que disciplina que o direito à reparação econômica prescreve em cinco anos da data da lesão ao patrimônio material ou imaterial." (STJ, AgRg no REsp 1106715/PR, julgado em 3.5.2011, Dje 10.5.2011).
Ações imprescritibilidade: ressarcimento do erário; ressarcimento de dano ambiental e ressarcimento de danos por perseguição política, prisão e tortura no período da ditadura militar.

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