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Prática I aula 4 Inicial anulação de negocio juridico redibitória

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RAFAEL FONSECA DE SOUZA AMARAL
Advogado
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE PETROPÓLIS - RJ.
 
JOAQUIM MARANHÃO brasileiro, solteiro, (existência de união estável), médico, portadora de cédula de identidade nº (...), inscrito no CPF sob o nº (...), endereço eletrônico (...), residente e domiciliado nesta cidade, Vitoria/ES; ANTÔNIO MARANHÃO brasileiro, solteiro, (existência de união estável), médico, portadora de cédula de identidade nº (...), inscrito no CPF sob o nº (...), endereço eletrônico (...), residente e domiciliado nesta cidade, e MARTA MARANHÃO brasileiro, solteiro, (existência de união estável), médico, portadora de cédula de identidade nº (...), inscrito no CPF sob o nº (...), endereço eletrônico (...), residente e domiciliado nesta cidade, neste ato, por seu advogado legalmente constituído através de procuração (doc. 001 – anexo), com escritório profissional situado na, onde serão recebidas as intimações (art. 77, V, do CPC), vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., propor a presente:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO PELO RITO COMUM
Em face de MANUEL MARANHÃO, nacionalidade, ESTADO CIVIL, existência de união estável, profissão, endereço eletrônico, CPF, CI, residente à_Macaé/RJ, CEP:_, FLORINDA MARANHÃO (qualificar) e RICARDO MARANHÃO, nacionalidade, viúvo, profissão, endereço eletrônico, CI, CPF, existência de união estável, residente à _, Salvador/BA, CEP:_, pelos fatos e direitos à seguir elencados: (art. 319, inc. II CPC)
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Nos termos do art. 334, § 5º do Código de Processo Civil, o autor desde já manifesta, pela natureza do litígio, interesse em autocomposição.
DOS FATOS
O autor é credor do réu sobre a importância de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), em razão de negócio jurídico celebrado entre as partes, instrumentalizado por meio de nota promissória, cujo o vencimento foi acordado para a data de 10 de outubro de 2016, (doc. 003 Anexo – título de crédito). 
Entretanto, no dia do vencimento do respectivo título, o réu não efetuou o pagamento da dívida.
Poucos dias após o vencimento do título, o réu lavrou escritura de doação de seus únicos 2 (dois) imóveis em favor de sua filha, ambos localizados em Espírito Santo, sendo um na cidade de Aracruz e o outro em Linhares, cujo montante soma-se a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme consta em (doc.004 Anexo – certidão de ônus Reais).
Cabe salientar a existência de cláusula de usufruto vitalício em favor do réu e também de incomunicabilidade no contrato de doação, bem como relatar o fato de que o imóvel está alugado para terceiro, (doc. 004 Anexo – certidão de ônus Reais).
Outro fato relevante, diz respeito a insolvência do réu, cujo montante de suas obrigações soma-se mais de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais).
 
DO DIREITO
Diante da narrativa em epígrafe, é notória a manobra ardilosa do réu com o propósito de ludibriar seu credor, ao furtar seu patrimônio com vista a frustrar qualquer tentativa de satisfação de crédito do autor. 
Neste sentido, não restou outra alternativa ao autor, além do ajuizamento da presente ação revocatória em face do credor insolvente e a donatária para quem alienou seus patrimônios, com vista a evitar que o devedor seja beneficiado com enriquecimento sem causa em detrimento do autor.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Sobre o ajuizamento desta demanda, estabelece o Código Civil em seu art. 161: 
A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
 
DA ANTERIORIDADE DO CRÉDITO
	É importante destacar a existência prévia do crédito do autor, em relação ao ato fraudulento do réu, haja vista a existência de negócio jurídico celebrado entre as partes, no qual o vencimento foi pactuado para data de 10 de outubro de 2016, conforme estabelece o Código Civil, em seu art. 158, § 2o:
“Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.” 
DA CONSCIÊNCIA DAS PARTES ENVOLVIDAS “CONSILIUM FRAUDIS”
	Conforme já explicitado, o réu se desfez de todo o seu patrimônio com evidente intenção de fraudar a futura execução do autor, um vez que a conduta do réu no contrato de doação para sua filha, cujo o teor aponta a existência de cláusula de usufruto vitalício, bem como de incomunicabilidade, o que caracteriza demasiada preocupação do réu em proteger seu patrimônio de quaisquer ameaças.
 
Desta forma, o Código Civil estabelece em seu art. 158, o seguinte:
“Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.”
Ainda sobre a fraude contra credores, o art. 171 do Código Civil prevê que:
“Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
DA DOUTRINA
A razão está com FLÁVIO TARTUCE, para quem:
“os casos de disposição gratuita de bens, ou de remissão de dívidas (perdão de dívidas), o art. 158 do CC dispensa a presença do elemento subjetivo (consilium fraudis), bastando o evento danoso ao credor. Isso porque o dispositivo em comento enuncia que, nesses casos, tais negócios podem ser anulados ainda quando o adquirente ignore o estado de insolvência.” (Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 189).
DA JURISPRUDÊNCIA
Na presente ação, resta comprovada a alienação por meio de contrato de doação gratuito, sendo possível presumir o “consilium fraudis” na doação de ascendente a descendente, ainda que o donatário seja menor de idade, conforme precedente, in verbis: 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. VENDA A DESCENDENTE. ART. 1.132 DO CC/1916. ART. 496 DO ATUAL CC. VENDA DE AVÔ A NETO, ESTANDO A MÃE DESTE VIVA. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DOS DEMAIS DESCENDENTES. ATO ANULÁVEL. DESNECESSIDADE DE PROVA DE EXISTÊNCIA DE SIMULAÇÃO OU FRAUDE. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. Inexistindo consentimento dos descendentes herdeiros do alienante, é anulável a venda de ascendente a descendente, independentemente do grau de parentesco existente entre vendedor e comprador. 2. In casu, os filhos do alienante estão vivos e não consentiram com a venda do imóvel, por seus pais, a seu sobrinho e respectiva esposa. 3. A anulabilidade da venda independe de prova de simulação ou fraude contra os demais descendentes. 4. Recurso especial não conhecido.
(STJ - REsp: 725032 RS 2005/0024158-0, Relator: Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, Data de Julgamento: 21/09/2006, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 13/11/2006 p. 267RJTJRS vol. 263 p. 33RNDJ vol. 87 p. 95102RSTJ vol. 204 p. 351)
Assim, resta evidenciado que a alienação de patrimônio impugnado revelou a finalidade de frustrar a satisfação do crédito do autor, em futura ação de execução, sendo por esta razão o negócio jurídico considerado vicioso pelo ordenamento jurídico pátrio, portanto imperiosa será sua anulação.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto,vem pedir a V. Exa. o que se segue:
depois de cumpridas as formalidades legais, se digne de determinar a citação e intimação da ré, na pessoa de seu legal representante, para comparecer à sessão de conciliação e mediação e à audiência de instrução e julgamento a ser designada por esse MM Juízo, respondendo aos termos da ação ora proposta, querendo, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
A citação do réu para, querendo, apresentar sua resposta no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
seja a ação julgada procedente o pedido dos autores para anular o negócio jurídico celebrado entre as partes, tendo em vista a inexistência de consentimento de todos os ascendentes;
A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios em 20% do valor da causa, nos moldes da Súmula 14 do STJ;
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, incluindo perícia, produção de prova documental, testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal sob pena de confissão caso o réu não compareça, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, § 1º, do Código de Processo Civil).
DO VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$ 80.000,00 (vinte mil reais), nos termos do art. 292, VI, do CPC. 
Nestes Termos
Requer deferimento.
Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2017.
Rafael Fonseca de Souza Amaral - OAB/RJ – (...)
�Av. dos Italianos, n 1066, sala 206, bairro – Rocha Miranda, CEP 21510-190, TEL:. 9 6862-2509

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