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Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 1 AULA 02 – Uma Introdução as Equações Diferenciais Teorema 1. Seja F uma função contínua em um intervalo I . Se F x 0 para todo x I , então existirá uma constante C tal que F x C para todo x I . Corolário 1.1. Sejam F e G funções contínuas no intervalo I . Se F x G x para todo x I , então existirá uma constante C tal que F x G x C (1) As equações que são compostas por uma função desconhecida e suas derivadas são chamadas de equações diferenciais. Quando a função envolve uma única variável independente, então a equação é chamada de equação diferencial ordinária (EDO). Por outro lado, se a função apresenta duas ou mais variáveis independentes, tem-se a equação diferencial parcial (EDP). Como exemplo de equações diferenciais tem-se: a) 3x xdy 2e e dx b) 2 2 2 2 2 1 0 x c t c) f x f x 2f x 3senx 2cos x d) dy arcsen t dt e) u u p u v x y x Vale salientar que as equações diferenciais, tanto EDOs como EDPs, também são classificadas em relação à sua ordem. A ordem de uma equação diferencial é dada pela derivada de mais alta ordem. Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 2 Os exemplos (a) e (d) são classificadas como EDOs de primeira ordem, enquanto (c) é uma EDO de segunda ordem. Por outro lado, o exemplo (b) é uma equação classificadas como EDP de segunda ordem, e (e) é uma EDP de primeira ordem. As equações da seguinte forma dy f x dx (2a) são chamadas de equações diferenciais de primeira ordem, e podem ser escrita da seguinte forma alternativa dy f x dx (2b) Para resolver uma equação da forma de (2b) usa-se o processo inverso da diferenciação, ou seja, a integração. Assim, pode-se escrever y f x dx (3) Se F x f x , então, a solução da equação (3) é dada pela família de funções, escrita da seguinte forma y F x C (4) Exemplo 1. Resolva a equação 2dy x 2x 1 dx . Solução. A equação pode ser escrita como, em termos de diferenciais, como 2dy x 2x 1 dx Logo, tem-se 2y x 2x 1 dx O próximo passo consiste em resolvendo a integral indefinida, Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 3 2 3 21x 2x 1 dx x x x C 3 que resulta na seguinte solução para a equação diferencial 3 21y x x x C 3 É possível observar que a solução para esta equação é uma família de funções, formadas pelas primitivas da função 2f x x 2x 1 . No caso em que se deseje encontrar uma primitiva particular, então é necessário conhecer pelo menos um ponto pertencente a essa primitiva (condição geralmente chamada de condição inicial). Exemplo 2. Resolva 2dy x 2x 1 dx , tal que 1 y 1 3 . Solução. De acordo como exemplo 1, tem-se que a solução da equação 2dy x 2x 1 dx , é dada por 3 21y x x x C 3 Para encontrar a solução particular deve-se substituir a condição dada 1 y 1 3 na equação acima, de modo a encontrar o valor da constante C . Assim, fazendo 1 y 3 para x 1 , na expressão anterior, obtém-se C 0 Daí pode-se concluir que a solução particular é dada por 3 21y x x x 3 Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 4 Exemplo 3. Determine y f x , x , tal que 2 2 d y 2x 1 dx , y 0 1 e y 0 2 . Solução. Tem-se que 2 2 d y 2x 1 dx pode ser escrita como 2 1 d dy dy dy 2x 1 2x 1 dx x x C dx dx dx dx Aplicando a condição dy y ' 0 0 2 dx , na expressão anterior, obtém-se 1C 2 o que resulta em 2dy x x 2 dx Agora, deve-se integrar esse resultado 2y x x 2 dx obtendo 3 2 2 1 1 y x x 2x C 3 2 Usando a condição y 0 1 , na expressão anterior, obtém-se 2C 1 o que resulta em 3 21 1y x x 2x 1 3 2 Exemplo 4. Seja f uma função definida e diferenciável em toda reta e tal que, para todo x , f x f x . Prove que existe uma constante C tal que, para todo x , tem-se que xf x Ce . Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 5 Solução. A equação f x f x pode ser escrita da seguinte forma f x 1 f x O lado esquerdo da expressão acima é igual à derivada da função F x ln f x , enquanto que o lado direito é igual a derivada da função G x x . Isto é d d ln f x 1 x dx dx Assim, do Corolário 1.1 é possível afirmar que as funções F e G diferem por uma constante G x x , ou seja, ln f x x K o que resulta em xf x Ce Exemplo 5. Seja y f x , x , derivável até a 2ª ordem e tal que, para todo x , f x f x 0 . Seja g dada por g x f x senx f x cos x . Mostre que g é constante. Solução. Para mostrar que a função g é constante, basta verificar que para todo x , tem-se g x 0 . Isto é, d g x f x senx f x cos x f x senx f x cos x f x cos x f x senx dx que pode ser simplificado da seguinte forma 0 g x f x f x senx 0 o que implica que g x C .
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