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Introdução à Imunologia

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CAPÍTULO 1 - Introdução à Imunologia 
 A função fisiológica do sistema imunológico é proteger os indivíduos contra as infecções. 
 A imunidade inata é a primeira linha de defesa, mediada por células e moléculas que estão 
sempre presentes e prontas para eliminar os microrganismos infecciosos. 
 A imunidade adquirida é mediada por linfócitos estimulados por antígenos microbianos, 
requer expansão e diferenciação clonal dos linfócitos antes de ela ser efetiva, e responde 
de forma mais eficaz contra cada exposição sucessiva a um microrganismo. 
 Os linfócitos são as células do sistema imunológico adquirido e as únicas células com 
receptores distribuídos clonalmente bastante específicos para diferentes antígenos. A 
IMUNIDADE ADQUIRIDA é formada pela imunidade HUMORAL, na qual os anticorpos 
neutralizam e erradicam os microrganismos extracelulares e toxinas, e a imunidade 
CELULAR, na qual os linfócitos T erradicam os patógenos intracelulares. 
 A resposta imunológica adquirida consiste em fases sequenciais: reconhecimento dos 
antígenos pelos linfócitos, ativação dos linfócitos para que proliferem e se diferenciem em 
células efetoras e de memória, eliminação dos microrganismos, declínio da resposta 
imunológica e memória duradoura. 
 Existem diferentes populações de linfócitos que desempenham funções distintas e que 
podem ser diferenciadas pela expressão superficial de determinadas moléculas na 
membrana. 
 Os linfócitos B são as únicas células que produzem anticorpos. Os linfócitos B expressam 
anticorpos de membrana, que reconhecem os antígenos, e a progênie de células B 
ativadas, chamadas plasmócitos, secretam anticorpos, que neutralizam e eliminam os 
antígenos. 
 Os linfócitos T reconhecem fragmentos peptídicos dos antígenos proteicos apresentados 
por outras células. Os linfócitos T auxiliares produzem citocinas que ativam as células 
fagocitárias para que destruam os microrganismos ingeridos, recrutem linfócitos e ativem os 
linfócitos B para que produzam anticorpos. Linfócitos T citotóxicos (CTL) matam as células 
infectadas, hospedando os micróbios no citoplasma. 
 As células apresentadoras de antígeno (APC) capturam os antígenos dos microrganismos 
que entram pelos epitélios, concentrando-os nos órgãos linfoides e apresentando-os às 
células T para reconhecimento. 
 Os linfócitos e as APC se organizam nos órgãos linfoides periféricos, onde as respostas 
imunológicas são iniciadas e desenvolvidas. 
 Os linfócitos virgens circulam através dos órgãos linfoides periféricos em busca de 
antígenos estranhos. Os linfócitos T efetores migram para locais periféricos de infecção, 
onde eles atuam a fim de eliminar microrganismos infecciosos. Os plasmócitos 
permanecem nos órgãos linfoides e na medula óssea, de onde secretam anticorpos que 
entram na circulação, encontram os microrganismos e os eliminam.
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
1. Quais são os dois tipos de imunidade adquirida e que tipos de microrganismos essas 
respostas imunológicas combatem? 
Os dois tipos de imunidade adaptativa são a imunidade mediada por célula e a imunidade 
humoral. A imunidade mediada por célula, mediada por células T, é essencial para a proteção 
contra patógenos intracelulares. A imunidade humoral ou mediada por anticorpo fornece proteção 
primariamente contra patógenos extracelulares. 
2. Quais são as principais classes de linfócitos e como suas funções se diferenciam? 
Os linfócitos B expressam imunoglobulina na superfície, que funciona como receptor de antígeno 
e medeia a imunidade humoral. Após a ativação, os linfócitos se diferenciam em plasmócitos 
secretores de anticorpos. Os linfócitos T expressam o receptor de antígeno de células T e a 
maioria expressa CD4 ou CD8 e medeia as respostas imunes mediadas por células. Após a 
ativação por antígenos peptídicos expressos pelas moléculas de MHC na superfície celular, as 
células T secretam citocinas, ligantes ativadores ligados à membrana e proteínas citotóxicas. 
Essas moléculas induzem inflamação, aumentam as funções de fagócitos, promovem respostas 
de anticorpos de células B e induzem a morte de células infectadas. 
3. Quais são as diferenças importantes entre os linfócitos T e B virgens, efetores e de 
memória? 
Os linfócitos virgens (naïve) são células B ou T maduras que ainda não encontraram um antígeno 
estranho. Após a ativação, os linfócitos virgensse diferenciam em células que adquirem a 
habilidade de proteger contra ou eliminar patógenos. Esses linfócitos são conhecidos como 
células efetoras. A maior parte das células efetoras morre, mas um pequeno grupo de linfócitos 
ativados adquire a habilidade de viver por períodos longos, e são conhecidos como células de 
memória. Os linfócitos de memória não somente se autorrenovam e sobrevivem indefinidamente, 
mas também respondem mais rápida e vigorosamente quando desafiados por um antígeno. 
4. Em que região dos linfonodos os linfócitos T e B estão localizados e como é mantida 
sua separação anatômica? 
Os linfócitos B residem nos folículos ou zonas de células B nos órgãos linfoides secundários. As 
células T residem na zona de célula T no córtex parafolicular dos linfonodos. As células B e T são 
mantidas nestes locais por citocinas específicas secretadas pelas células estromais no folículo e 
córtex parafolicular, respectivamente. 
 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
5. Como os linfócitos T virgens e efetores diferem em seus padrões de migração? 
Os linfócitos virgenspermanecem nos órgãos linfoides secundários e recirculam entre estes 
órgãos. Os linfócitos efetores são gerados nos linfonodos, mas permanecem no local tecidual 
onde o antígeno ativador pode estar localizado. 
CAPÍTULO 2 - Imunidade Inata 
 Todos os microrganismos multicelulares contêm mecanismos intrínsecos de defesa contra 
as infecções, que constituem a imunidade inata. 
 Os mecanismos da imunidade inata respondem aos microrganismos e não a substancias 
não microbianas, são específicos para estruturas presentes nas diversas classes de 
patógenos, são intermediados por receptores codificados na linhagem germinativa e não 
são acentuados por exposições repetidas. 
 Os receptores tipo Toll (TLR), expressos nas membranas plasmáticas e nos endossomas 
de diversos tipos celulares, são a maior classe de sistema de receptores da imunidade inata 
que reconhecem diferentes produtos microbianos, incluindo constituintes da parede celular 
bacteriana e ácidos nucleicos virais. Alguns receptores da família do NLR reconhecem 
microrganismos, produtos de células danificadas e outras substâncias, e esses receptores 
sinalizam através de um complexo de multiproteína citosólica, o inflamasoma, para induzir a 
secreção da interleucina-1 de citocina pró-inflamatória. 
 Os principais componentes da imunidade inata são o epitélio, os fagócitos, as células 
dendríticas, as células Natural Killer, as citocinas e as proteínas plasmáticas, incluindo as 
proteínas do sistema complemento. 
 O epitélio fornece barreiras físicas contra os microrganismos, produz antibióticos e contem 
linfócitos que podem prevenir infecções. 
 Os principais fagócitos – neutrófilos e monócitos/macrófagos – são células sanguíneas que 
são recrutadas aos locais de infecção, onde são ativadas pelo envolvimento de diferentes 
receptores. Os macrófagos ativados destroem microrganismos e células mortas e iniciam o 
reparo tecidual; essas funções podem ser executadas por diferentes populações de 
macrófagos. 
 As células natural killer (NK) destroem as células do hospedeiro infectadas com patógenos 
intracelulares e produzem interferon-gama, uma citocina que ativa os macrófagos para que 
destruam os microrganismos fagocitados. 
 O sistema complemento é uma família de proteínas que são ativadas sequencialmente por 
alguns tipos de microrganismos e pelos anticorpos (no braço humoral da imunidade 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
Para reconhecer os microrganismos,os fagócitos usam uma variedade de receptores que 
reconhecem carboidratos microbianos e receptores Fc que reconhecem microrganismos 
recobertos (opsonizados) por anticorpos. Os microrganismos são internalizados nos 
fagossomas, que se fundem com os lisossomas, onde os microrganismos são destruídos pelas 
espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio e enzimas lisossomais. 
6. Qual o papel das moléculas do MHC no reconhecimento das células infectadas pelas 
células NK e qual o significado fisiológico desse reconhecimento? 
As células NK expressam receptores inibitórios que reconhecem moléculas do MHC de classe I 
nas células hospedeiras e podem então reduzir a ativação das células NK. Nas células 
viralmente infectadas, as moléculas do MHC de classe I são reguladas negativamente e, 
portanto, falham em ocupar os receptores inibitórios, e assim as células NK podem ser ativadas 
para matar estas células infectadas. 
7. Qual o papel das citocinas TNF, IL-12 e interferons tipo I na defesa contra infecções? 
O TNF estimula a inflamação em parte auxiliando os neutrófilos e monócitos recrutados para os 
locais de infecção. A IL-12 produzida pelos macrófagos e células dendríticas contribui para a 
ativação das células NK e T. Os interferons tipo I inibem a replicação viral (o estado antiviral). 
8. Como as respostas imunológicas inatas acentuam a imunidade adquirida? 
A resposta imune inata induz a expressão de coestimuladores nas células dendríticas que 
podem fornecer sinais secundários para a ativação da célula T. As células imunes inatas 
produzem citocinas que modulam a resposta imune adaptativa. A ativação do complemento 
como parte da resposta imune inata pode levar à geração de fragmentos do complemento que 
aumentam a ativação do linfócito B. 
CAPÍTULO 3 - Captura e Apresentação dos Antígenos 
aos Linfócitos 
 O desencadeamento das respostas imunológicas contra antígenos proteicos dos 
microrganismos depende de um sistema especializado de captura e apresentação desses 
antígenos para que sejam reconhecidos pelas raras células T virgens específicas para 
qualquer antígeno. Os microrganismos e os antígenos microbianos que entram no corpo 
através do epitélio são capturados pelas células dendríticas localizadas no epitélio e 
transportados para os linfonodos regionais, ou pelas células dendríticas residentes nos 
linfonodos e no baço. Os antígenos proteicos dos microrganismos são apresentados 
pelas células apresentadoras de antígenos (APC) às células T virgens que circulam 
pelos órgãos linfoides. 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
 As moléculas codificadas pelo complexo principal de histocompatibilidade (MHC) realizam a 
função de apresentar os peptídeos derivados de antígenos proteicos. 
 Os genes do MHC classes I e II que contem fendas de ligação peptídica, onde os resíduos 
polimórficos ficam concentrados, e regiões constantes que ligam os correceptores CD8 e 
CD4, respectivamente. 
 As proteínas do compartimento extracelular que são ingeridas pelas APC são degradadas 
proteolíticamente dentro de vesículas, e os peptídeos gerados se ligam à fenda das 
moléculas do MHC classe II recém-sintetizadas. O CD4 liga-se à parte constante do MHC 
classe I porque o CD4
+
 T auxiliar só pode ser ativado pelos peptídeos associados ao MHC 
classe I derivados principalmente das proteínas extracelulares. 
 As proteínas produzidas no citoplasma de células infectadas ou que entram no citoplasma 
por fagossomas são degradadas por proteassomas, transportadas para o reticulo 
endoplasmático por TAP, ligando-se à fenda das moléculas do MHC classe I recém-
sintetizadas. Essas moléculas são reconhecidas pelo CD8
+
, e por isso os linfócitos T 
citotóxicos podem ser ativados somente pelos peptídeos associados ao MHC classe I 
derivado das proteínas citosólicas. 
 O papel das moléculas do MHC na apresentação de antígenos garante que as células T 
só reconheçam antígenos proteicos associados a uma célula e que o tipo certo de célula T 
(célula auxiliar ou citolítica) responda ao microrganismo que possa combater melhor. 
 Os microrganismos ativam as APC para que expressem proteínas de membrana (chamadas 
de coestimuladores) e secretem citocinas que forneçam sinais que atuam juntamente com 
os antígenos para estimular as células T especificas. A necessidade desse segundo sinal 
garante que as células T respondam a antígenos microbianos e não a substancias não 
microbianas inofensivas. 
 Os linfócitos B reconhecem antígenos proteicos e não proteicos, mesmo em sua 
configuração original. As FDC apresentam antígenos às células B dos centros germinativos 
e selecionam células B de alta afinidade durante a resposta imunológica humoral. 
1. Quando os antígenos entram através da pele, em que órgãos eles se concentram? Que 
tipo(s) de célula(s) desempenha(m) um papel importante nesse processo de captura de 
antígenos? 
Os antígenos que entram através da pele são capturados pelas células dendríticas que residem 
na epiderme e derme e são transportados para os linfonodos que drenam a pele, onde os 
antígenos são concentrados e apresentados aos linfócitos. 
2. O que são as moléculas do MHC? Como as moléculas do MHC humanas são chamadas? 
Como as moléculas do MHC foram descobertas e qual é a sua função? 
As moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) são proteínas da superfície 
celular que apresentam os antígenos peptídicos às células T. as proteínas do MHC humanas 
são chamadas de moléculas HLA. Elas foram inicialmente descobertas como produtos de 
genes polimórficos que medeiam a rejeição a transplantes. Sua função fisiológica é a 
apresentação de antígeno. 
3. Quais são as diferenças entre os antígenos que são apresentados pelas moléculas do 
MHC classe I e classe II?
adquirida). As proteínas do complemento cobrem (opsonizam) os microrganismos para que 
sejam fagocitados, estimulam a inflamação e destroem os patógenos. 
 As citocinas da imunidade inata estimulam a inflamação (TNF, IL-1, quimiocinas), ativam as 
células NK (IL-12) e os macrófagos (IFNgama) e previnem as infecções virais (IFN tipo 1) 
 A inflamação consiste no recrutamento de fagócitos aos locais de infecção e dano tecidual, 
um processo mediado pela ligação a molécula de adesão endotelial que são induzidas 
pelas citocinas TNF e IL-1 e pela resposta a quimioatraentes solúveis, incluindo as 
quimiocinas, fragmentos do complemento e peptídeos bacterianos. A isto se segue a 
ingestão e destruição de microrganismos e células danificadas. 
 A defesa antiviral é mediada por interferons tipo 1, que inibem a replicação viral, e por 
células NK, que matam células infectadas. 
 Além da defesa inicial contra as infecções, as respostas imunológicas inatas fornecem 
sinais que atuam em conjunto com antígenos para a ativação dos linfócitos B e T. Essa 
exigência de um segundo sinal garante que a imunidade adquirida seja desencadeada po
de anticorpo e de célula T (TCR) contêm domínios variáveis que estão envolvidos no 
reconhecimento de antígeno e domínios constantes que, em casos dos anticorpos, medeiam 
funções efetoras. Domínios variáveis contêm resíduos que contribuem para o reconhecimento do 
antígeno. 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
CAPÍTULO 5 - Imunidade Mediada pelas Células T 
 Os linfócitos T são as células da imunidade mediada por células, o braço do sistema 
imunológico adquirido que combate os microrganismos intracelulares, os quais podem ser 
englobados por fagócitos e viver dentro dessas células ou podem infectar células não 
fagocitárias. Os linfócitos T também medeiam a defesa contra alguns microrganismos 
extracelulares e ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos. 
 As respostas dos linfócitos T são constituídas de etapas sequenciais: reconhecimento de 
microrganismos associados a células pelas células efetoras e células de memória. 
 As células T utilizam seus receptores para antígenos para reconhecer os antígenospeptídicos apresentados pelas moléculas do MHC presentes na superfície das células 
apresentadoras de antígenos (APC), que são responsáveis pela especificidade da resposta 
resultante, e os resíduos polimórficos das moléculas do MHC, que são responsáveis pela 
restrição das respostas das células T ao MHC. 
 O reconhecimento de um antígeno pelo TCR desencadeia sinais que são liberados para o 
interior das células por moléculas associadas ao TCR (as cadeias CD3 e ζ) e pelos 
correceptores, CD4 e CD8, que reconhecem as moléculas do MHC classes II e I, 
respectivamente. 
 A ligação das células T às APC é intensificada pelas moléculas de adesão, 
notadamente pelas integrinas, cuja afinidade por seus ligantes é aumentada pelo 
reconhecimento do antígeno pelo TCR 
 As APC expostas a microrganismos ou às citocinas produzidas como parte das reações 
imunológicas inatas aos microrganismos expressam coestimuladores que se ligam aos 
receptores presentes na superfície das células T e liberam sinais secundários 
necessários para a ativação dessas células T. 
 Os sinais bioquímicos desencadeados nas células T pelo reconhecimento e pela 
coestimulação de um antígeno resultam na ativação de vários fatores de transcrição que 
estimulam a expressão de genes que codificam citocinas, de receptores para citocinas e de 
outras moléculas envolvidas nas respostas das células T. 
 Em resposta ao reconhecimento de um antígeno e à coestimulação, as células T 
secretam citocinas, que induzem a proliferação das células T estimuladas pelo antígeno e 
medeiam as funções causadoras das células T. 
 As células T auxiliares CD4
+
 podem diferenciar-se em subgrupos de células efetoras que 
produzem grupos limitados de citocinas e realizam funções diferentes. As células T
h
1, que 
produzem IFN-ɣ, ativam fagócitos para que estes eliminem os microrganismos englobados 
e estimulam a produção de anticorpos opsonizantes e anticorpos ligados ao complemento. 
As células T
h
2, que produzem IL-4 e IL-5, estimulam a produção de IgE e ativam 
eosinófilos, os quais atuam principalmente na defesa contra helmintos. As células T
h
17, 
que produzem IL-17, estão envolvidas em várias doenças inflamatórias e podem participar 
na defesa contra infecções bacterianas extracelulares e fúngicas. 
 As células T CD8
+
 conhecem peptídeos de antígenos proteicos intracelulares 
(citosólicos) e podem precisar da ajuda das células T CD4
+
 para se diferenciar em 
CTL efetores. A função dos CTL é destruir as células que produzem antígenos microbianos 
citoplasmáticos. 
 
 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
1. Quais são os componentes do complexo TCR? Quais desses componentes são 
responsáveis pelo reconhecimento de um antígeno, e quais são responsáveis pela 
transdução de sinais? 
O complexo do receptor de célula T (TCR) é composto por cadeias de TCR α e β, responsáveis 
pelo reconhecimento do antígeno, e o complexo CD3 e homodímeros ζ, necessários para a 
transdução do sinal. 
2. Cite algumas das moléculas que, quando adicionas ao TCR, são utilizadas pelas células 
T para iniciar suas respostas aos antígenos, e quais são as funções dessas moléculas? 
Outras moléculas diferentes do TCR que são utilizadas pelas células T para responder aos 
antígenos incluem os co-receptores CD4 e CD8, que se ligam às moléculas do MHC de classes I 
e II, respectivamente; receptores coestimuladores tais como CD28, que se ligam aos 
coestimuladores expressos nas APCs ativadas, e moléculas de adesão. tais como a integrina 
LFA-1, que medeia a adesão célula-célula e o controle da migração das células T. 
3. O que é coestimulação? Qual é o significado fisiológico da coestimulação? Cite alguns 
dos pares ligante-receptor envolvidos na coestimulação. 
A coestimulação se refere aos sinais liberados a um linfócito que são reconhecidos para a 
ativação do linfócito, mas são independentes da sinalização do receptor do antígeno. Sinais 
coestimuladores são comumente referidos como um “segundo sinal” e fornecem aos linfócitos 
informações de que o antígeno que eles estão reconhecendo pode ser de origem microbiana. B7-
1 e B7-2 são os principais coestimuladores nas células apresentadoras de antígenos que se ligam 
ao CD28 nas células T. 
4. Resuma as ligações existentes entre o reconhecimento de um antígeno, as principais 
vias bioquímicas da sinalização das células T e a produção de fatores de transcrição. 
O reconhecimento do antígeno resulta na aproximação da tirosina quinase Lck aos correceptores 
das células T, nas proximidades de CD3 e cadeia ζ de ITAMs. A fosforilação dos ITAMs resulta 
no recrutamento e ativação da tirosina quinase ZAP-70, que então inicia diferentes vias de 
sinalização através da ativação diferentes enzimas. A ativação da fosfolipase Cγ resulta na 
sinalização de cálcio e na subsequente ativação do fator de transcrição NFAT. A ativação da 
PKCθ resulta na ativação do fator de transcrição NF-κB. a ativação das MAP quinases leva à 
produção do fator de transcrição AP-1.
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
5. Qual é o principal fator de crescimento para as células T? Por que as células T 
antígenoespecíficas se expandem mais que outras células T (as espectadoras) quando 
expostas a um antígeno? 
O principal fator de crescimento para células T é a interleucina-2 (IL-2). Células T específicas 
para antígenos recebem sinais dos receptores de antígenos, coestimulação e estimulação 
mediada por citocina. As células T que reconhecem os antígenos expressam níveis elevados de 
receptores para fatores de crescimento e são, assim, preferencialmente estimuladas durante as 
respostas imunes aos antígenos. 
 
 
6. Quais são os principais subgrupos de células T auxiliares CD4 + e como elas se 
diferenciam? 
Os subtipos de célula T auxiliar CD4+ incluem as células TH1 que produzem interferon-γ, que 
então estimula as atividades microbicidas dos fagócitos. As células TH2 secretam IL-4, IL-5 e IL-
13 e medeiam respostas alérgicas e anti-helmínticas. As células TH17 produzem IL-17 e 
contribuem para o recrutamento de neutrófilos para os locais de infecção. 
 
7. Que sinais são necessários para induzir as respostas das células T CD8 + ? 
As células T CD8+ são ativadas por antígenos peptídicos-MHC de classe I, sinais 
coestimulatórios e citocinas (i.e., IL-12) e se diferenciam em células T citotóxicas. 
CAPÍTULO 6 - Mecanismos Efetores da Imunidade 
Mediada por Células T 
 A imunidade mediada por células é a alça da imunidade adaptativa que erradica infecções 
por microrganismos associados a células e utiliza dois tipos de células T. As células T 
auxiliares CD4
+
 recrutam e ativam fagócitos para destruir microrganismos ingeridos e 
alguns microrganismos extracelulares, e os linfócitos T citotóxicos (CTL) CD8
+
 destroem 
células portadoras de microrganismos em seu citosol, eliminando reservatórios de infecção 
 As células T efetoras são geradas em órgãos linfoides periféricos, principalmente linfonodos 
drenando locais de entrada de microrganismos, pela ativação de linfócitos T virgens. As 
células T efetoras são capazes de migrar para qualquer local de infecção. 
 A migração das células T efetoras é controlada por moléculas de adesão e por quimiocinas. 
Várias moléculas de adesão são induzidas nas células T após a ativação e se ligam a seus 
Caio Iezzi – Medicina 2014.2 
 
ligantes, que são eles próprios induzidos sobre as células endoteliais por microrganismos e 
por citocinas produzidas durante as respostas imunes inatas aos microrganismos. A 
migração das células T é independente do antígeno, mas células que reconhecem 
antígenos microbianos nos tecidos são mantidas nesses locais. 
 As células efetoras do subgrupo T
h
1 das células T auxiliares CD4
+
 reconhecem os 
antígenos dos microrganismos que foram ingeridos por macrófagos. Essas células T 
expressam o ligante CD40 e secretam IFN-ɣ, que funcionam de forma cooperativa ativando 
macrófagos.Os macrófagos ativados produzem substancias, incluindo espécies de oxigênio reativas, 
oxido nítrico e enzimas lisossômicas, que destroem microrganismos ingeridos. Os 
macrófagos também produzem citocinas que induzem inflamação e alguns macrófagos 
produzem citocinas que promovem fibrose e reparo de tecidos. 
 As células T
h
17 estimulam o recrutamento de neutrófilos e de monócitos e a inflamação 
aguda, que são essenciais para a defesa contra certas bactérias extracelulares e fungos. 
 As células T auxiliares CD4
+
 efetoras do subgrupo T
h
2 estimulam a inflamação eosinofilica e 
inibem s funções microbicidas dos macrófagos ativados. Os eosinófilos são importantes 
para a defesa do hospedeiro contra parasitas helmínticos. O equilíbrio entre a ativação de 
células T
h
1 e T
h
2 determina a evolução final de muitas infecções, com as células T
h
1 
promovendo e as células T
h
2 suprimindo a defesa contra microrganismos intracelulares. 
 As células T CD8
+
 se diferenciam em CTL que destroem células infectadas, principalmente 
por induzir a fragmentação do DNA e a apoptose. As células T CD4
+
 e CD8+ com 
frequência funcionam em cooperação para erradicar infecções intracelulares. 
 Muitos microrganismos patogênicos desenvolveram mecanismos para resistir à imunidade 
mediada por células. Esses mecanismos incluem inibição da fusão de fagolisossomos, 
escape das vesículas dos fagócitos, inibição da montagem de complexos peptídeo-MHC 
classe I e produção de citocinas inibitórias ou de receptores para citocinas iscas (decoy) 
1. Quais são os tipos de reações imunes mediadas por linfócitos T que eliminam 
microrganismos que estão sequestrados nas vesículas de fagócitos e microrganismos que 
vivem no citoplasma de células do hospedeiro infectadas? 
Os microrganismos intracelulares que residem nos fagossomas são eliminados pelas células T 
auxiliares, especialmente aquelas do subtipo TH1 que ativam fagócitos para destruir 
microrganismos ingeridos. Os microrganismos que residem no citoplasma podem ser eliminados 
pela morte mediada pelas células T CD8+ infectadas, eliminando assim o reservatório da 
infecção. 
2. Por que as células T efetoras diferenciadas (que foram ativadas por antígenos) migram 
preferencialmente para tecidos que são locais de infecção e não para linfonodos? 
As células T efetoras diferenciadas perdem a expressão de L-selectina e CCR7 (ambos os quais 
estão presentes nas células T virgens) e podem não permanecer nos linfonodos. As células 
efetoras se ligam às moléculas de adesão no endotélio exposto às citocinas inflamatórias e 
respondem às quimiocinas produzidas nos locais da inflamação, migrando preferencialmente para 
estes locais.
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células T auxiliares, que incluem citocinas secretadas que se ligam aos receptores de citocinas na 
célula B, e ligante CD40 nas células T auxiliares ativadas, que se liga ao CD40 nas células B. Os 
sinais que induzem respostas na célula B ao polissacarídeo do antígeno são gerados pela ligação 
do polissacarídeo, que é polivalente, a duas ou mais moléculas de Ig de membrana na célula B, 
fazendo assim uma ligação cruzada entre dois ou mais receptores de células B e ativando vias de 
transdução de sinais. Os fragmentos de complemento ligados aos antígenos ocupam o receptor 
CR2 do complemento nas células B, que produz sinais que aumentam a ativação da célula B. Isto 
é especialmente importante para polissacarídeos e outros antígenos não proteicos. 
 
2. Descreva algumas das diferenças entre as respostas primárias e secundárias de 
anticorpos a um antígeno proteico. 
As respostas secundárias de anticorpo se desenvolvem mais rapidamente e são de maior 
magnitude do que as respostas imunes primárias. As respostas secundárias aos antígenos 
proteicos também diferem das respostas primárias pelo fato de que os anticorpos produzidos são 
anticorpos de alta afinidade IgG, IgA ou IgE, enquanto os anticorpos IgM de baixa afinidade são 
principalmente produzidos na resposta primária. 
3. Como as células T auxiliares específicas para um antígeno interagem com os linfócitos 
B específicos para o mesmo antígeno? Onde essas interações ocorrem principalmente em 
um linfonodo? 
As células B expressam moléculas Ig de membrana que ligam proteínas intactas e facilitam sua 
endocitose. As proteínas internalizadas são processadas em peptídeos e os peptídeos são 
ligados às moléculas do MHC de classe II e apresentadas na superfície da célula B. As células T 
auxiliares podem reconhecer o complexo peptídeo-MHC apresentado por uma célula B, levando à 
ativação da célula T. Assim, uma célula B e uma célula T reconhecem diferentes partes da 
mesma proteína em sequência. O reconhecimento da célula B ocorre primeiro e é independente 
da célula T, e o reconhecimento da célula T ocorre em sequência e requer a apresentação da 
célula B de um fragmento de peptídeo do antígeno. Após o reconhecimento e ativação do 
antígeno, os dois tipos celulares migram um em direção ao outro em resposta às quimiocinas. As 
interações iniciais B-T ocorrem na interface das zonas das células B e T nos linfonodos ou baço, 
do lado de fora dos folículos. 
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4. Quais são os mecanismos pelos quais as células T auxiliares estimulam a proliferação e 
a diferenciação das células B? Quais são as semelhanças entre esses mecanismos e os 
mecanismos de ativação de macrófagos mediada pelas células T? 
Os sinais liberados pelas células T auxiliares induzem troca de isótipo de cadeia pesada nas 
células B. Estes sinais incluem o ligante CD40, que se liga ao CD40 das células B, e citocinas 
secretadas pelas células T auxiliares, que se ligam aos receptores de citocinas nas células B. Os 
sinais das citocinas determinam qual locus do gene de cadeia pesada irá se tornar acessível para 
a troca de recombinação e o sinal CD40 inclui a expressão da enzima AID, que é responsável 
pelo início das mudanças de DNA necessárias para a troca de recombinação. 
 
5. Quais são os sinais que induzem a troca de isótipo de cadeia pesada e qual é a 
importância deste fenômeno na defesa do hospedeiro contra microrganismos diferentes? 
A troca de isótipo de cadeia pesada é importante porque permite que a resposta do anticorpo seja 
especializada em localizações particulares e tipos de microrganismos. Por exemplo, a IgE é 
importante para a erradicação de infecções por vermes; a IgA secretada no intestino é importante 
para o combate a patógenos intestinais, e certos subtipos de IgG são transportados através da 
placenta e são importantes para a proteção de recém-nascidos contra infecções. A troca de 
alguns subtipos de IgG também aumenta a meia-vida dos anticorpos porque a IgG circulante é 
protegida contra o catabolismo. 
 
6. O que é maturação da afinidade? Como ela é induzida, e como as células B de alta 
afinidade são selecionadas para sobreviver? 
A maturação da afinidade é o aumento na afinidade média dos anticorpos contra um antígeno 
proteico que ocorre quando uma resposta imune se desenvolve ao longo do tempo. Ela ocorre no 
centro da reação germinal, onde os sinais das células T auxiliares foliculares, incluindo citocinas e 
ligante CD40, induzem pontos de maturação nas regiões variáveis dos genes dos loci de cadeias 
pesada e leve. As células B nas quais essas mutações resultam em afinidade aumentada dos 
anticorpos que elas produzem têm uma vantagem seletiva para a ligação do antígeno 
apresentado pelas células dendríticas foliculares. Essas células B recebem sinais através dos 
receptores da célula B que previnem a morte apoptótica, e assim as células B de alta afinidade 
são selecionadas para sobreviverem e se desenvolverem em plasmócitos. 
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As principais funções do sistema complemento são promover a inflamação, opsonizar os 
microrganismos para a fagocitose e lisar diretamente os microrganismos. A inflamaçãoé 
promovida pelos fragmentos de proteína C3 e C5a do complemento. A opsonização é mediada 
pelo C3b. A lise é mediada pelo complexo de ataque de membrana composto por C5b, C6, C7, 
C8 e C9. 
8. Como os anticorpos impedem infecções por microrganismos inalados e ingeridos? 
IgA e algumas IgM são secretadas na luz intestinal ou vias aéreas, onde elas neutralizam 
patógenos. 
 
9. Como os neonatos são protegidos contra infecção antes de seu sistema imune ter 
atingido a maturidade? 
A IgG materna é transportada para dentro da circulação fetal através da placenta, assim o feto 
nasce com uma grande variedade de anticorpos contra microrganismos aos quais a mãe foi 
exposta no passado. IgA e IgG no leite materno são ingeridas pelo recém-nascido e protegem 
contra patógenos intestinais. 
CAPÍTULO 9 - Tolerância Imunológica e Autoimunidade 
 Tolerância imunológica é a não responsividade específica a um antígeno induzido pela 
exposição dos linfócitos àquele antígeno. Todos os indivíduos são tolerantes aos (não 
responsivos a) seus antígenos (próprios). A tolerância contra antígenos pode ser induzida 
pela administração deste antígeno por vias particulares, e essa estratégia pode ser útil para 
o tratamento de doenças imunológicas e para prevenir a rejeição de transplantes. 
 A tolerância central é induzida nos linfócitos imaturos que encontram antígenos nos órgãos 
linfoides geradores. A tolerância periférica resulta do reconhecimento dos antígenos pelos 
linfócitos maduros nos tecidos periféricos. 
 A tolerância central das células T é o resultado do reconhecimento de alta afinidade dos 
antígenos no timo. Algumas dessas células T autorreativas morrem (seleção negativa), o 
que elimina as células T potencialmente perigosas, que expressam receptores de alta 
afinidade para os antígenos próprios. Outras células T da linhagem CD4 evoluem para 
células T reguladoras que suprimem a reatividade própria na periferia. 
 A tolerância periférica nas células T é induzida por múltiplos mecanismos. A anergia 
(inativação funcional) resulta do reconhecimento dos antígenos sem coestimuladores 
(segundos sinais). Os mecanismos de anergia incluem bloqueio na sinalização do TCR e 
ocupação de receptores inibidores, como CTLA-4 e PD-1. Algumas células T autorreativas 
reguladoras suprimem células T potencialmente patogênicas. A deleção (morte por 
apoptose) ocorre quando as células T encontram antígenos próprios. 
 Em linfócitos B, a tolerância central é induzida quando células imaturas reconhecem os 
antígenos próprios na medula óssea. Muitas dessas células trocam seus receptores (edição 
de receptor) e outras morrem por apoptose (seleção negativa ou deleção). A tolerância 
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periférica é induzida quando as células B maduras reconhecem antígenos próprios sem o 
auxilio das células T e isso resulta em anergia e morte das células B, ou envolvimento dos 
receptores inibitórios. 
 As doenças autoimunes resultam de falha na tolerância própria. Múltiplos fatores 
contribuem para a autoimunidade, incluindo a herança de genes de suscetibilidade e 
gatilhos ambientais como infecções. 
 Muitos genes contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade. Existem fortes 
associações entre os genes do HLA e as várias doenças autoimunes mediadas pelas 
células T. 
 As infecções predispõem à autoimunidade, por causar inflamação e induzir a expressão dos 
coestimuladores ou devido às reações cruzadas entre os antígenos microbianos e os 
próprios. 
 
1. O que é tolerância imunológica? Por que é importante? 
O sistema imune adaptativo normalmente não ativa respostas imunes efetivas contra as próprias 
moléculas. Este estado de irresponsividade imune a ele próprio é chamado de tolerância e é 
importante porque o sistema imune adaptativo irá desenvolver células T e B que expressam 
receptores de antígenos que reconhecem os próprios antígenos, e estes linfócitos têm de ser 
controlados ou mortos para prevenir a doença autoimune. Também, os mecanismos de indução 
de tolerância pode ser usados para inibir respostas imunes prejudiciais aos alérgenos, 
autoantígenos e transplantes. 
2. Como é induzida a tolerância central nos linfócitos T e nos linfócitos B? 
A tolerância central é a eliminação ou inativação das células T e B autorreativas durante seu 
desenvolvimento no timo ou medula óssea, respectivamente. A tolerância central é induzida em 
células T imaturas no timo após elas expressarem receptores de células T. Se uma célula T em 
desenvolvimento reconhece com alta avidez ou as próprias moléculas do MHC ou peptídeos 
derivados de autoproteínas ligadas ao próprio MHC apresentado pelas células tímicas 
apresentadoras de antígenos, sinais serão gerados para levar à apoptose da célula T (chamada 
de deleção clonal ou seleção negativa) e as células T CD4+ sobreviventes poderão se 
desenvolver em células T regulatórias inofensivas e protetoras. Além disso, algumas proteínas 
expressas principalmente pelas células em um tipo particular de tecido ou órgão periférico 
também podem ser expressas pelas células epiteliais medulares tímicas (TMECs) sob controle da 
proteína AIRE. As células T em desenvolvimento que reconhecem peptídeos dessas 
autoproteínas em complexo com o próprio MHC são destruídas. A tolerância central se 
desenvolve nas células B imaturas após elas expressarem um complexo de receptor na 
membrana funcional da célula B. O reconhecimento de autoantígenos pelas células B imaturas
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As moléculas do MHC alogeneicas com qualquer peptídeo provavelmente se assemelham ao 
próprio MHC mais um peptídeo estranho, e assim as células normais podem fazer uma reação 
cruzada com moléculas alogeneicas. Existem milhares de cópias das moléculas do MHC em cada 
célula de enxerto, exibindo muitos peptídeos doadores diferentes. Muitos desses complexos 
peptídeo-MHC podem ser reconhecidos por um entre os milhares de clones de células T do 
receptor do enxerto. Indivíduos desenvolvem tolerância aos próprios antígenos, mas não são 
tolerantes aos antígenos estranhos a um enxerto. 
7. Quais são os principais mecanismos de rejeição de aloenxertos? Os aloenxertos podem 
ser rejeitados por anticorpos contra MHC alogeneicos ou outros antígenos de 
histocompatibilidade menores. Se os anticorpos estão pré-formados no receptor como resultado 
de uma gravidez anterior, transfusões ou transplante, eles podem se ligar às células endoteliais 
do enxerto e causar rejeição hiperaguda. Se os anticorpos se formarem como resultado da 
exposição ao aloenxerto após o transplante, eles podem contribuir para a rejeição humoral aguda. 
Os aloenxertos também podem ser atacados pelas células T alorreativas que são ativadas após o 
transplante. Os linfócitos T citotóxicos CD8+ reconhecerão as moléculas do MHC de classe I nas 
células do enxerto e matarão diretamente aquelas células. As células T CD4+ reconhecerão as 
moléculas do MHC de classe II e iniciarão as respostas inflamatórias que irão danificar as células 
do enxerto. Estas respostas das células T contribuem para a rejeição celular aguda. Na rejeição 
crônica, as células T alorreativas podem induzir inflamação que promove doença vascular do 
enxerto, levando à falha no enxerto devido a suporte sanguíneo inadequado. 
8. Qual é a possibilidade da rejeição do enxerto reduzida no transplante clínico? 
Pacientes com necessidade de transplante podem ser avaliados para testar a presença de 
anticorpos séricos que reagem com diferentes moléculas do MHC. Doadores com moléculas do 
MHC reconhecidas pelos anticorpos de pacientes não serão utilizados. Receptores podem ser 
classificados para os alelos de HLA que eles possuem, e órgãos podem ser escolhidos com os 
alelos mais bem combinados. Isto é mais importante para o transplante de medula óssea. A 
rejeição é prevenida principalmente com o tratamento do receptor com fármacos 
imunossupressores, tais como inibidoresde calcineurina (p. ex., ciclosporina, tacrolimus). 
Inibidores de mTOR (p. ex., rapamicina), anticorpos anticélulas T, corticosteroides e 
antimetabólicos (micofenolato mofetil). 
9. Quais são alguns dos problemas associados ao transplante de células da medula 
óssea? 
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As células T transplantadas com as células da medula podem responder a moléculas de 
histocompatibilidade menores no recebedor, causando a doença do enxerto-versus-hospedeiro. 
Os receptores também são frequentemente imunodeficientes quando seus sistemas imunes são 
reconstituídos. 
CAPÍTULO 11 – Hipersensibilidade 
 As respostas imunes que causam injuria tecidual são chamadas de reações de 
hipersensibilidade, e as doenças causadas por essas reações são chamadas de doenças 
de hipersensibilidade ou doenças inflamatórias imunomediadas. 
 Reações de hipersensibilidade podem surgir de resposta descontroladas ou anormais a 
antígenos estranhos ou repostas autoimunes contra antígenos próprios. 
 As reações de hipersensibilidade são classificadas de acordo com o mecanismo de lesão 
tecidual. 
 A hipersensibilidade imediata (tipo I, comumente chamada de alergia) é causada pela 
produção de anticorpo IgE contra antígenos ambientais ou medicamentos (alérgenos), 
sensibilização dos mastócitos pela IgE e degranulação desses mastócitos na exposição 
subsequente ao alérgeno. 
 As manifestações clinicopatológicas da hipersensibilidade imediata resultam das ações dos 
mediadores secretados pelos mastócitos: as aminas dilatam os vasos e contraem os 
músculos lisos, os metabolitos do ácido araquidônico também contraem os músculos, e as 
citocinas induzem a inflamação, o marco da reação de fase tardia. O tratamento das 
alergias visa inibir a produção e antagonizar as ações dos mediadores e combater seus 
efeitos nos órgãos terminais. 
 Os anticorpos contra antígenos celulares e teciduais podem causar lesão tecidual e doença 
(hipersensibilidade tipo II). Os anticorpos IgM e IgG promovem a fagocitose das células a 
que se ligam, induzindo inflamação pelo recrutamento de leucócitos mediado por receptor 
de Fc e complemento, e podem interferir nas funções das celulas ao se ligarem a moléculas 
e receptores essenciais. 
 Nas doenças do complexo imune (hipersensibilidade tipo III), os anticorpos podem ligar-se 
aos antígenos circulantes para formar os complexos imunes, que são depositados nos 
vasos, levando à inflação na parede do vaso (vasculite), que provoca de maneira 
secundária a lesão tecidual em função do fluxo sanguíneo comprometido. 
 Doenças mediadas por célula T (hipersensibilidade tipo IV) resultam de inflamação causada 
por citocinas produzidas por células CD4
+
 T
h
1 e T
h
17 ou pelo extermínio de células do 
hospedeiro por CTL CD8
+
. 
1. Quais são os principais tipos de reações de hipersensibilidade? 
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QUESTÕ
1
ES PARA 
INTEGRADA E 
TESTES!!!!!!!!!! 
 
1) A principal função do sistema imune é: 
a) Defesa contra o câncer. 
b) Reparo de tecidos lesionados. 
c) Defesa contra infecções microbiais. 
d) Prevenção de doenças inflamatórias. 
e) Proteção contra toxinas ambientais. 
2) Um menino previamente saudável, de 8 anos de idade, é infectado com um vírus do trato respiratório 
superior pela primeira vez. Durantes as primeiras horas de infecção, qual dos seguintes eventos deve 
ocorrer? 
a) O sistema imune adaptativo responde rapidamente ao vírus e mantem a infecção viral sob controle 
b) O sistema imune inato responde rapidamente à infecção viral e a mantem sob controle 
c) A imunidade passiva, mediada por anticorpos maternos, limita a disseminação da infecção 
d) Linfócitos B e T reconhecem o vírus e estimulam a resposta imune inata. 
e) O vírus causa transformação maligna nas células epiteliais da mucosa respiratória e as células 
malignas são reconhecidas pelo sistema imune adaptativo 
3) Aos 15 meses de idade, uma criança recebeu uma vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR). Aos 
22 anos de idade, ela está vivendo com uma família no México que não foi vacinada e ela é exposta ao 
sarampo. Apesar da exposição, ela não é infectada. Qual das seguintes propriedades do sistema imune 
adaptativo é melhor ilustrada por este cenário? 
a) Especificidade. 
b) Diversidade. 
c) Especialização 
d) Memória. 
e) Não reatividade ao próprio. 
 
 
 
1
 * Gabaritos no Final. :D 
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4) No sangue de um indivíduo saudável, o tipo mais abundante de linfócitos é: 
a) Células T CD4+ 
b) Células T CD8+ 
c) Células B. 
d) Células Natural Killer. 
e) Células plasmáticas. 
6) Um menino de 5 anos de idade, com infecções recorrentes, é diagnosticado com uma deficiência genética 
que impede a maturação de células B. Quais das seguintes anormalidades são mais comumente encontradas 
nestes pacientes? 
a) Timo com tamanho reduzido. 
b) Ausência de folículos nos linfonodos e baço. 
c) Tonsilas com tamanho aumentado. 
d) Zonas parafoliculares diminuídas nos linfonodos. 
e) Medula óssea hipocelular. 
7) Detecção de anticorpos específicos para um microorganismo particular é comumente usada como 
evidência de infecção primária por aquele microorganismo. Para obter esses anticorpos, o sangue é coletado 
em tubos e deixado coagular. Os anticorpos são encontrados na fração sanguínea que permanece fluida 
após a coagulação. Como esta fração fluida é chamada? 
a) Plasma. 
b) Soro. 
c) Linfa. 
d) Água. 
e) Urina. 
8) A estrutura de qual porção de um anticorpo define seu isotipo? 
a) A região variável das cadeias leves. 
b) A região variável das cadeias pesadas. 
c) As regiões constantes das cadeias pesadas. 
d) A cadeia J. 
e) A região determinante de complementaridade. 
9) Quais das seguintes afirmativas constituem a maior importância das diferenças isotípicas entre os 
anticorpos? 
a) Alguns isotipos são mais comumente auto-reativos do que outros. 
b) Os isotipos refletem variantes alélicos de genes da cadeia pesada e cada indivíduo em uma 
população expressará somente um subtipo de isotipo. 
c) Somente certos isotipos de anticorpos são radioativos 
d) A função e distribuição corporal dos anticorpos são determinadas pelo isotipo. 
e) A especificidade antigênica do anticorpo é determinada pelo isotipo.
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a) Rejeição a aloenxerto. 
b) Autoimunidade. 
c) Atopia. 
d) Anergia. 
e) Acne 
27) Qual dos seguintes fatores geralmente favorece a tolerância a um antígeno e não estimula a resposta do 
sistema imune? 
a) Altas doses do antígeno 
b) Curta persistência do antígeno 
c) Porta de entrada cutânea 
d) Presença de adjuvante 
e) Expressão de coestímulo em células apresentadoras de antígeno 
28) Interleucina (IL)-2 é uma citocina produzida por linfócitos T que atua como um fator de crescimento para 
linfócitos T. Uma célula T deve ligar-se e responder à mesma molécula de IL-2 que ela secreta. Qual dos 
seguintes termos melhor descreve este modelo de ação de uma citocina? 
a) Endócrino. 
b) Parácrino 
c) Autócrino. 
d) Autoimune. 
e) Holócrino. 
29) Uma mulher de 19 anos de idade é consultada por um médico devido a infecções intracelulares severas e 
sistêmicas por Mycobacterium avium. Ela tinha uma historia de três infecções micobacterianas similares 
entre as idades de 4 e 17 anos e apresentou infecções sistêmicas severas por Salmonella do tipo B quando 
ela tinha 4, 7 e 14 anos de idade. Nenhuma anormalidade no número ou marcadores de superfície de células 
T, células B, células natural killer ou macrófagos foi detectada. Células mononucleares do sangue da paciente 
produzem pouco interferon- os com células de doadores 
saudáveis. O paciente respondeubem ao tratamento com terapia antibiótica. Qual das seguintes afirmações 
é a melhor explicação para o histórico médico da paciente? 
a) Defeito na sinalização do receptor de interleucina IL-12 
b) Defeito na sinalização do receptor de IL-4 
c) Defeito na função de linfócitos T citolíticos. 
d) Defeito na produção de anticorpos por células B. 
e) Defeito na expressão do receptor de IL-7. 
 
 
 
 
30) Um homem mendigo de 67 anos de idade é levado ao departamento de emergência após ter sido 
encontrado na porta de um bar, durante uma temperatura congelante. Na sua chegada, ele estava com 
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muitos calafrios, febre e uma tosse que produzia um escarro manchado por sangue. Uma radiografia peitoral 
demonstrou consolidações lombares consistentes com pneumonia bacteriana. Culturas sanguíneas foram 
positivas para Streptococcus pneumoniae. Qual dos seguintes padrões moleculares reconhecidos por 
receptores do tipo Toll, expressos na superfície de fagócitos do paciente, é importante para a ativação do 
sistema imune inato contra esta infecção de bactéria gram-positiva? 
a) Peptidoglicana. 
b) RNA de dupla fita. 
c) Lipopolissacarídeo (LPS) 
d) Lipoarabinomanana. 
e) Fosfatidilinositol dimasosídeo. 
31) Qual dos seguintes é o receptor expresso em macrófagos que é especifico para uma estrutura produzida 
por bactéria, mas não por células de mamíferos? 
a) CD36 (receptor scavenger) 
b) Receptor Fc. 
c) Receptor do complemento. 
d) Receptor de manose. 
e) ICAM-1 
32) A ativação do complemento no sistema imune inato pode ser iniciada na ausência de anticorpo. Qual dos 
seguintes componentes moleculares do sistema complemento está envolvido na iniciação da ativação do 
complemento independente de anticorpo? 
a) C1. 
b) C9. 
c) Lectina ligadora de manose. 
d) CR2. 
e) Receptor de manose. 
33) A diferenciação de células TH2 de precursores de células virgens é dependente de qual dos seguintes? 
a) Ligantes de receptores do tipo Toll (TLR). 
b) T-bet. 
c) Interleucina-12 
d) GATA-3 
e) Interferon-β 
34) Qual das seguintes moléculas NÃO é importante na interação entre um linfócito T citolítico e uma célula-
alvo? 
a) B7-1 
b) ICAM-1 
c) LFA-1. 
d) Receptor de célula T. 
e) MHC de classe I. 
35) Qual das seguintes regiões anatômicas é normalmente protegida de patógenos somente pela resposta 
imune humoral e não por resposta imune mediada por células? 
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17. B – Camundongos geneticamente deficientes para a expressão de CD4 não contêm células T restritas 
ao MHC maturas porque o correceptor CD4 tem um papel essencial na maturação de células T no 
timo. A maioria das células T CD4 restritas ao MHC de classe II auxiliam a produção de citocinas e 
participam na defesa contra micróbios intracelulares. Estas células T auxiliadoras são críticas na 
ativação de células B para a produção de anticorpos e para ativação de macrófagos para uma 
eficiente fagocitose e morte dos micróbios. Camundongos geneticamente deficientes, que não 
expressam CD4, não apresentam células T auxiliadoras. A produção de anticorpos IgM não é 
dependente da ajuda de células T CD4+. Devido ao fato de CD8 ainda ser expresso, células T virgens 
restritas a classe I ainda estão presentes e são capazes de responder a infecções intracelulares, 
embora esta habilidade deva ser diminuída pela perda de células T auxiliadoras. A produção de 
neutrófilos pela medula óssea deve ser relativamente normal. 
 
18. B – A seleção negativa é um mecanismo que promove um repertório de linfócitos autotolerantes 
para ambos os linfócitos T e B. Isto ocorre nos órgãos linfoides geradores (medula óssea e timo) 
quando linfócitos em desenvolvimento expressam receptores de antígenos que se ligam fortemente 
a antígenos próprios. O principal mecanismo é a indução ativa de apoptose; linfócitos imaturos que 
recebem um forte estímulo mediado pelo receptor de antígeno são particularmente susceptíveis à 
morte por apoptose. A seleção positiva no timo promove um repertório de células T restrito ao MHC 
próprio. 
 
 
19. E – Células Natural Killer (NK) não expressam receptores de antígenos distribuídos clonalmente e 
codificados por genes formados pela recombinação VDJ dependente de RAG-1 e RAG-2 (ou seja, 
estas células não expressam Ig ou TCRs). Assim, células NK são esperadas em um numero normal ou 
até aumentado em pacientes com deficiências em linfócitos B e T. Timócitos duplo positivos sofrem 
maturação de précélulas T em resposta a sinais gerados por um pré TCR funcional, o qual apresenta 
uma cadeia β do TCR. RAG-1 e RAG-2 são necessários para formar um gene funcional de cadeia. 
Células plasmáticas, células B secretoras de IgA e linfócitos T citolíticos são todos linfócitos efetores 
diferenciados. O desenvolvimento e diferenciação destes linfócitos requerem a expressão de 
receptores de antígeno funcionais codificados por genes formados pela recombinação VDJ 
dependente de RAG-1 e RAG-2. 
 
20. A – A transferase deoxirribucleotidil terminal (TdT) é uma enzima que adiciona nucleotídeos não 
modelos de uma maneira aleatória às junções entre os segmentos V, D e J, principalmente nos genes 
recombinados das cadeias pesada de Ig e TRs. A enzima é expressa principalmente durante o 
desenvolvimento de células B e T, quando os genes das cadeias IgH e TCR sofrem recombinação. 
Deaminase induzida por ativação é uma enzima envolvida na mutação somática e mudança de 
isotipos dos genes de IG. Recombinase ativadora do gene-1(RAG-1) e proteína quinase dependente 
de DNA são componentes de recombinase V(D)J que medeiam a junção discreta de segmentos de 
genes, mas estas enzimas não contribuem, de fato, para a diversidade juncional. 
 
 
21. E – Células apresentadoras de antígeno (APCs) são responsáveis por apresentar o complexo MHC-
peptídeo e moléculas coestimulatórias às células T virgens; isto leva à ativação de células T. A APC 
mais potente são células dendríticas, pois elas expressam, constitutivamente, altos níveis de 
moléculas coestimulatórias. Células de Langerhans são células dendríticas encontradas na epiderme. 
Outras APCs incluem macrófagos encontrados no fígado. Neutrófilos ou células dendríticas 
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foliculares (FDCs) não estão envolvidas na apresentação de antígeno para células T. FDCs não são 
relacionadas às células dendríticas e são encontradas nos centros germinais dos linfonodos. 
 
22. A – Btk é uma família Tec de proteínas tirosina quinase que é particularmente importante na 
sinalização do complexo de receptor de células pré-B e, portanto, na maturação e ativação de 
células B. Mutações na Btk são responsáveis pela agamaglobulinemia ligada ao X. Itk e Tec são 
outros membros da família Tec que são importantes para as células T. A quinase PI-3 é uma quinase 
fosfolipídica envolvida na sinalização em muitos tipos de células, incluindo células B e T, e Zap-70 é 
uma proteína tirosina quinase particularmente importante na sinalização do TCR em células T. 
 
 
23. A – A resposta humoral necessita da ativação de células B dependente de antígeno, através da 
ligação de antígenos à Ig de membrana em células B virgens ou células B de memória, para respostas 
primárias e secundárias, respectivamente. Em muitos casos, antígenos não-proteicos não estimulam 
a mudança de isotipo ou a maturação de afinidade porque estas mudanças precisam da ajuda de 
células T auxiliadoras, e somente antígenos proteicos podem estimular células T. Tanto para 
antígenos proteicos como para não proteicos,as células secretoras de anticorpos, que são geradas, 
devem viver por meses, geralmente na medula óssea. 
 
24. D – Antígeno independente de célula T consiste de polissacarídeos, glicolipídios e ácidos nucleicos 
com epítopos múltiplos repetidos, tanto que uma ligação máxima do receptor de célula B é induzida, 
então transpondo a necessidade de células T auxiliadoras. Com relação às opções de resposta, a 
melhor escolha é o antígeno sanguíneo do grupo ABO, devido à sua estrutura glicolipídica 
polivalente. Lisozima e fator Rh são antígenos proteicos. Benzeno e glucose-6-fosfato não são 
polivalentes. 
 
 
25. C – A tolerância imunológica é designada a não resposta do sistema imune a um antígeno particular 
e se desenvolve sob prévia exposição ao antígeno. Embora as exatas necessidades para a indução de 
tolerância não sejam claramente definidas, os fatores que influenciam a tolerância incluem a 
concentração do antígeno, o modo de administração do antígeno e a presença de moléculas 
coestimulatórias nas células apresentadoras de antígenos para antígenos peptídicos. 
 
26. B – Autoimunidade é uma reação imune contra autoantígenos (autólogo). Para esta reação 
acontecer, um mecanismo normal de tolerância deve falhar. Rejeição de aloenxerto é uma reação 
imune contra antígeno alogênico, mas não autólogos. Atopia é o nome para doenças alérgicas, as 
quais são causadas por uma resposta imune a antígenos estranhos mediada por mastócitos e IgE. 
Acne é uma infecção do folículo piloso na pele e foi incluída como uma escolha porque começa com 
a letra A; esta não é uma doença autoimune. 
 
 
27. A – Altas doses de um antígeno favorecem a deleção tímica (se o antígeno é um autoantígeno) ou 
deleção periférica por morte celular induzida por ativação. Antígenos que induzem uma resposta 
imune geralmente estão presentes por curta duração, entram pela pele e são associados com 
adjuvantes que aumentam a apresentação de antígenos e a expressão de moléculas 
coestimulatórias
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carcinoma e nem provam que existe resposta imune protetora contra tumores que se desenvolvem 
espontaneamente em pessoas. 
 
42. E – As manifestações clínicas descritas são clássicas de mononucleose infecciosa secundária à 
infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV). Estas incluem inflamação de garganta, febre, fadiga e 
linfoadenopatia generalizada. O diagnóstico diferencial para inflamação de garganta inclui infecção 
estreptocócica; entretanto, o teste rápido para detectar infecção estreptocócica foi negativo nesta 
paciente. Além disso, o esfregaço de sangue periférico do paciente com mononucleose geralmente 
contém um número abundante de linfócitos grandes, morfologicamente atípicos. A infecção por EBV 
é um dos fatores etiológicos associados com a malignidade de tumores, incluindo carcinoma 
nasofaríngeo em populações chinesas, linfoma de Burkitt em populações equatorianas africanas, e 
outros linfomas de células B em indivíduos imunossuprimidos. 
 
 
43. B – O vírus de Epstein-Barr (EBV) é um vírus de DNA de dupla fita da família do herpesvírus que 
infecta células do epitélio nasofaringeal, bem como células B. O vírus estabelece uma infecção 
latente nestas células e a imunidade mediada por células T é necessária para o controle da infecção 
por EBV e, em particular, para a morte de células B infectadas pelo EBV. Tem sido demonstrado que 
a perda da função normal de células T permite a latência de células B infectadas e a progressão para 
a transformação maligna. Então, pacientes com desordens que causam imunodeficiências em células 
T (ex.: AIDS, síndrome de DiGeorge, infecção por malária e pacientes transplantados que recebem 
terapias imunossupressoras) apresentam um risco maior para desenvolver linfoma de Burkitt. A 
doença de Bruton é uma deficiência de célula B isolada devido à mutação em Btk, uma tirosina 
quinase necessária para a maturação de células B na medula óssea. Portanto, pacientes com doença 
de Bruton comumente não desenvolvem linfoma de célula B. 
 
44. D – As doenças de hipersensibilidade são causadas pela resposta imune. Uma condição comum que 
leva ao desenvolvimento de doença mediada por hipersensibilidade é a falha de autotolerância, com 
subsequente resposta imune direta contra autoantígenos (doenças autoimunes). Doença mediada 
por hipersensibilidade também deve resultar de uma resposta não controlada ou excessiva contra 
antígenos estranhos, incluindo micróbios e substâncias ambientais. A falha da maturação de 
linfócitos, a terapia com corticoesteróides e a desnutrição são associadas com imunodeficiências. 
 
 
45. C – Doenças mediadas por hipersensibilidade geralmente são categorizadas por designação 
numérica. Tipo III é uma doença de imunocomplexos. Tipo I é uma doença de hipersensibilidade 
imediata (alérgica). Tipo II é uma doença causada pela ligação de anticorpos a antígenos nos tecidos. 
Tipo IV é uma doença mediada por célula T. Não existe hipersensibilidade do tipo V. 
 
46. B – Indivíduos que são positivos para o alelo HLA-B27 de classe I apresentam de 90 a 100 vezes mais 
chance de desenvolver espondilite anquilosante com relação a indivíduos sem B27. Esta constitui a 
mais forte associação de doença mediada por HLA descrita até o momento. Espondilite anquilosante 
é uma doença autoimune que afeta as junções vertebrais. Artrite reumatoide, pênfigo vulgar, 
diabetes mellitus e esclerose múltipla são mais comumente desenvolvidas em indivíduos com certos 
alelos MHC de classe II, mas esses apresentam menos risco relativo. 
 
 
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47. A – Atopia, ou alergia, é a desordem imune mas comum e afeta 20% dos indivíduos nos Estados 
Unidos. Dentro desta categoria, rinite alérgica é talvez a doença alérgica mais comum e 
consequência de uma reação de hipersensibilidade imediata a alérgenos comuns, como pólen e 
ácaros de casas, que ocorre no trato respiratório superior após inalação do alérgeno. A deficiência 
seletiva de IgA é a imunodeficiência primária mais comum. 
 
48. A – Um alérgeno é definido como um antígeno que elícita uma reação de hipersensibilidade 
imediata. Porque estas reações são dependentes de células T, alérgenos devem ser proteínas, ou 
agentes químicos ligados a proteínas, que induzem resposta mediadas por anticorpo IgE em 
indivíduos atópicos. Portanto, antígenos independentes de célula T, como polissacarídeos, não são 
alérgenos, a menos que eles formem conjugado hapteno-carreador (ex.: uma pequena molécula de 
fármaco conjugada a resíduos de aminoácido de uma proteína própria). Embora muitos alérgenos, 
como as proteases cisteína de ácaros de casas, sejam enzimas, a importância da atividade enzimática 
em desencadear uma reação de hipersensibilidade imediata não é conhecida. Proteínas alergênicas 
são produzidas por animais, plantas e fungos. 
 
 
49. C – Agamaglobulinemia ligada ao X, ou agamaglobulinemia de Bruton, é uma imunodeficiência 
caracterizada pelo bloqueio na maturação inicial de células B e ausência de Ig no soro. Como em 
outras deficiências de células B, a morfologia dos tecidos linfoides é principalmente marcada pela 
ausência ou redução de folículos e centros germinais (ex.: as zonas de células B). Em contraste, as 
deficiências de células T geralmente não afetam o tamanho do folículo, mas estes perdem os centros 
germinais e as regiões parafoliculares devem ser reduzidas (ou seja, as zonas de células T). 
 
50. B – A deficiência seletiva de Riga é a imunodeficiência primária mais comum e é estimado afetar 
aproximadamente 1 em 700 indivíduos brancos. A maioriados casos ocorre esporadicamente. 
Enquanto muitos pacientes não demonstram sintomas clínicos, outros apresentam infecção 
respiratória e diarreia ocasional. Em casos raros, os pacientes apresentam infecções severas e 
recorrentes que levam à injuria permanente intestinal e das vias respiratórias, com outras desordens 
autoimunes associadas

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