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Rosemary Interpretação dos sonhos Alice no país das maravilhas

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INSTITUTO​ ​DE​ ​ENSINO​ ​SUPERIOR​ ​DE ​ ​JEQUIÉ 
INSTITUTO​ ​EDUCAR ​ ​-​ ​IE 
CENTRO​ ​DE​ ​ESTUDOS​ ​EM​ ​PSICANÁLISE​ ​E​ ​PSICOTERAPIAS ​ ​-​ ​CEEP 
 
 
 
 
ROSEMARY​ ​SANTOS​ ​SOUZA 
 
 
 
 
ANÁLISE​ ​PSICANALÍTICA ​ ​DO​ ​FILME 
ALICE​ ​NO​ ​PAÍS​ ​DAS ​ ​MARAVILHAS 
(2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jequié-BA 
2017 
ROSEMARY​ ​SANTOS​ ​SOUZA 
 
 
ANÁLISE​ ​PSICANALÍTICA ​ ​DO​ ​FILME 
ALICE​ ​NO​ ​PAÍS​ ​DAS ​ ​MARAVILHAS 
(2010) 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à professora M.Sc 
Tatiana Amaral de Matos Lessa, ministrante 
da disciplina Interpretação dos sonhos, no 
Instituto Educar para o Centro de Estudos 
em Psicanálise e Psicoterapias (CEPP), 
com​ ​fim​ ​avaliativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jequié/BA 
2017 
ANÁLISE​ ​PSICANALÍTICA ​ ​DO​ ​FILME 
ALICE​ ​NO​ ​PAÍS​ ​DAS​ ​MARAVILHAS​ ​(2010) 
 
Freud (1914) apud Talaferro (1996) afirma que os sonhos são o caminho para 
descobrir e entender o inconsciente (INCS). São veículos para conhecer os 
elementos e alguns dos mecanismos do psiquismo que se assemelham aos que 
provocam​ ​os​ ​sintomas ​ ​das​ ​neuroses​ ​e​ ​psicoses,​ ​bem​ ​como​ ​os​ ​psicossomáticos. 
Desta forma, através da análise dos sonhos, pode-se ter uma visão das leis 
estruturais e do modus operandi do INCS, permitindo um melhor preparo para o 
estudo ​ ​de​ ​processos​ ​análogos,​ ​ou​ ​seja,​ ​a​ ​formação​ ​de​ ​sintomas​ ​neuróticos. 
O neurocientista e psicanalista Mauro Mancia (1999), apresenta diferenças 
entre as abordagens neurocientífica e psicanalítica dos sonhos. A psicanálise se 
interessa pelo significado do sonho em si, considerando aspectos biológicos 
irrelevantes para sua compreensão; enquanto que a neurociência enfatiza o estudo 
das​ ​estruturas​ ​e ​ ​funções​ ​cerebrais​ ​envolvidas​ ​na​ ​produção​ ​do​ ​sonho. 
Para outros autores, o estudo dos sonhos representa uma grande 
oportunidade de exploração da relação entre corpo e mente, ou seja, as abordagens 
apresentadas da psicanálise e da neurociência para os sonhos, não são antagônicos 
entre ​ ​si,​ ​mas ​ ​se​ ​complementam,​ ​podendo​ ​enriquecer​ ​ainda​ ​mais​ ​esses​ ​estudos. 
Diante do exposto, apresentamos, em síntese, uma análise psicanalítica do 
filme Alice no país das maravilhas (2010), embasado nas ideias de Freud, sobre 
interpretação dos sonhos e o significado dos símbolos apresentados na vida onírica 
de ​ ​Alice. 
Freud (1900), em seus estudos, concluiu que através dos sonhos e sua 
interpretação é possível acessar o inconsciente e, assim descobrir, através da 
associação livre, método que Freud passou a utilizar após deixar a hipnose como 
instrumento terapêutico e encontrou, segundo ele, a via régia para o inconsciente, 
qual ​ ​o​ ​desejo​ ​inconsciente​ ​reprimido​ ​de​ ​Alice. 
Freud (1900), atentou para o fato de que o sonho traz uma gama de 
elementos capazes de darem norte ao tratamento dos sintomas. Entre eles, (1) o 
caráter de realização de desejos dos sonhos, (2) seu caráter alucinatório, (3) o 
funcionamento regressivo da mente nas alucinações e nos sonhos (o que já fora 
apontado por Breuer em sua contribuição teórica aos Estudos sobre a Histeria), (4) o 
fato de o estado do sonho envolver paralisia motora, (5) a natureza do mecanismo 
de deslocamento nos sonhos, e (6) a semelhança entre os mecanismos dos sonhos 
e dos sintomas neuróticos. Provavelmente, a mais crucial das descobertas dadas ao 
mundo em A Interpretação dos Sonhos - a distinção entre os dois diferentes modos 
de ​ ​funcionamento ​ ​psíquico, ​ ​os​ ​processos​ ​Primário​ ​e​ ​Secundário. 
Freud descartou as técnicas de interpretação simbólica e por decifração por 
não proporcionarem ou não permitirem uma análise de cunho psicológico de quem 
sonha. Esses métodos se exaurem ao aplicar uma abordagem científica, tornando a 
interpretação do sonho algo fantasioso, não sendo possível alcançar o objetivo 
terapêutico​ ​e ​ ​desnudar​ ​estruturas​ ​psicopatológicas. 
O filme apresenta uma fase de mudança de Alice, em que ela precisa tomar 
decisões acerca de sua vida que serão decisivas em sua jornada. O filme está 
repleto ​ ​de​ ​imagens​ ​que​ ​se​ ​consolidam​ ​a​ ​partir​ ​do​ ​andamento​ ​do​ ​filme. 
Ante a perspectiva de pedido de casamento organizado pelas famílias, Alice 
não responde de forma positiva e, a partir desse momento que ela vê o coelho 
correndo, indício de devaneio. Também vê uma lagarta no ombro do seu suposto 
noivo. A recusa do pedido de casamento surge da ideia de Alice em se vê em um 
futuro ​ ​sem​ ​alegria​ ​e ​ ​sem​ ​a​ ​alegre​ ​percepção​ ​de​ ​mundo​ ​que​ ​o​ ​pai ​ ​lhe​ ​ensinara. 
As constantes e diferentes imagens que aparecem durante todo o sonho, que 
é recorrente, aponta para a finalização de algo que teve início na infância de Alice. 
Novamente o coelho aparece como personagem condutora no mundo onírico de 
Alice e que a conduzirá por um caminho que lhe permitirá encontrar sua verdadeira 
personalidade​ ​e​ ​as​ ​respostas​ ​para​ ​as​ ​dúvidas​ ​sobre​ ​as​ ​escolhas​ ​que​ ​precisa​ ​fazer. 
Enquanto isso não acontece, Alice percorre um caminho cheio de nuances e 
figuras que caracterizam deformação no conteúdo latente até que o conteúdo 
manifesto se apresente ou seja descortinado. Caso não se consiga, através da 
associação livre, interpretar o sonho, deve-se recorrer à interpretação dos símbolo 
nele ​ ​contidos. 
Garma (TALLAFERRO, 1996, p. 109), diz que “[...] uma vez que o método 
inerente fundamenta-se na lei psicobiológica conhecida como lei de Semon, ou seja, 
lei da ecforia sucessiva”, que se refere à traços da memória que se atualizam ou se 
renovam por repetição e formam o correlato fisiológico para reprodução da 
informação. 
“Toda matéria organizada ou irritável tinha a capacidade de conservar os traços que 
poderiam ser reativados. Essa capacidade ele chamava de mneme, e os traços eram os 
engramas. Sob determinadas condições, esses traços eram revividos. Ele chamava de 
‘ecforia’ as influências que reativavam os engramas. Havia duas leis mecânicas: a lei da 
engrafia e a lei da ecforia. De acordo com a primeira, todas as excitações simultâneas 
dentro de um organismo deixavam uma rastro um complexo de engramas (273-274). A 
teoria da mneme proporcionava um entendimento mais completo da lei biogenética, já que 
era a presença do fator mnêmico na ontogênese que explica por que o caminho ancestral do 
desenvolvimento tinha de ser seguido por seus descendentes.” (EYSENCK, 1994, 
DICIONÁRIO​ ​DE​ ​PSICOLOGIA,​ ​p.291)​ ​. 
Como fenômeno psíquico, deve se observar, no sonho de Alice: pode-se dizer 
que ela teve um devaneio por ocorrer durante o dia, em um momento de vigília; as 
cenas, personagens se apresentaram de forma ordenada, como numa sequência em 
que​ ​ela ​ ​devesse​ ​seguir,​ ​ilustrando​ ​de​ ​forma​ ​alegórica​ ​aspectos​ ​de​ ​sua​ ​vida​ ​humana. 
Os mecanismos presentes no sonho são: dramatização ou concretização; 
condensação;desdobramento ou multiplicação; deslocamento, com duas formas, a 
identificação e a projeção; a inversão da cronologia; a representação pelo oposto; a 
representação​ ​pelo​ ​nímio; ​ ​e​ ​a​ ​representação​ ​simbólica. 
Neste cenário, as personagens são representantes, a partir do momento em 
que Alice assume que o sonho é seu, da quebra de censura, pois não causa 
angústia na mesma, permite que o conteúdo latente sofre uma elaboração chamada 
de deformação do sonho ou deformação dos conteúdos latentes, que são 
mecanismos que aparecem durante todo o sonho até seu desfecho final com Alice, 
na vida real, assumindo seu desejo de não querer casar naquele momento de sua 
vida. 
REFERÊNCIAS 
 
Provedor: ​ ​Disney_Brazil 
Data​ ​de​ ​lançamento:​ ​2010 
Fonte ​ ​(disponível​ ​em):​ ​​https://www.youtube.com/watch?v=Qdu6sSRAR58 
 
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ah
UKEwi-kYHwsPDVAhVEFZAKHTCrAscQFggnMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.revis
tabula.com%2F1398-cartas-ineditas-de-freud-e-de-sua-mulher%2F&usg=AFQjCNEj
HqGjuL0-So9V9tiPDFcpMDiwfw 
 
TALAFERRO, ​ ​Alberto.​ ​​Curso​ ​básico​ ​de​ ​psicanálise.​​ ​2ª​ ​ed.​ ​São​ ​Paulo:​ ​Martins 
Fontes,​ ​1996.

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