Buscar

Trabalho - Sonhos em Freud

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO 
ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE
Curso de Psicologia
Bárbara Maria Piatti Sato, Nº 289739
Beatriz Maia Cecilio, Nº 294285
Caroline Malafati Azevedo, nº 303271
Igor Souza dos Santos, nº 303249
Leonardo Fortunato Morais de Queiroz, Nº 295301
Maria Eduarda A. de Souza Aranha e Silva, Nº 289166
Silas da Silva Silva, Nº 224225
Victória Maria Faraj Fonseca, nº 305070
OS SONHOS NA TEORIA FREUDIANA
SÃO BERNARDO DO CAMPO
 2020
Bárbara Maria Piatti Sato, Nº 289739
Beatriz Maia Cecilio, Nº 294285
Caroline Malafati Azevedo, nº 303271
Igor Souza dos Santos, nº 303249
Leonardo Fortunato Morais de Queiroz, Nº 295301
Maria Eduarda A. de Souza Aranha e Silva, Nº 289166
Silas da Silva Silva, Nº 224225
Victória Maria Faraj Fonseca, nº 305070
OS SONHOS NA TEORIA FREUDIANA
Trabalho apresentado ao módulo de Teorias e Técnicas Psicoterápicas como parte da avaliação do semestre. 
Docente responsável: Prof. Glauber Moreira
SÃO BERNARDO DO CAMPO
 2020
RESUMO
	O presente documento contém uma breve dissertação em torno das investigações do psiquiatra vienense Sigmund Freud a respeito dos sonhos. Foi necessário a consulta a outros artigos acadêmicos que pudessem sumarizar a contribuição da psicanálise freudiana para o instigante tema. Diferente das estratégias comerciais e místicas de interpretação onírica, Freud foi responsável por construir uma métrica mais segura de investigação do inconsciente humano, de onde provém os sonhos.
Palavras chave: Sonhos. Psicanálise. Sigmund Freud. A Interpretação dos Sonhos. Onírico. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	 
2 DISUSSÃO ........................................................................................................................... 
3 CONCUSÃO	
REFERÊNCIAS	 
1. INTRODUÇÃO
	Os sonhos são fonte de curiosidade desde o início da existência humana, já no período pré-histórico foram feitos registros de estudo e interpretação deste subproduto complexo e misterioso do psiquismo humano. De acordo com Freud (1900), as concepções pré-históricas sobre os sonhos influenciaram os pensadores da antiguidade no estabelecimento de suas próprias conclusões sobre o tema. Na época, acreditava-se que os sonhos eram mensagens divinas que tinham como tarefa predizer e anunciar acontecimentos futuros.
	Aristóteles, já ciente de algumas questões oníricas, foi o primeiro a transformar os sonhos em objeto de estudo psicológico. O filósofo defendia que “sonhos não são enviados pelos deuses e não são de natureza divina, mas que são “demoníacos”, visto que a natureza é “demoníaca”, e não divina” (ARISTÓTELES apud FREUD, 1900, p.14). O pensador definiu os sonhos como atividade mental de quem está dormindo e alegou que estes não eram produtos de manifestações sobrenaturais e sim elaborações da mente que sonhava. 
	Estabeleceu-se então uma rivalidade entre as teorias oníricas, por um lado acreditava-se tratar de objetos divinos encaminhados aos indivíduos adormecidos para alertá-los, em contrapartida, defendia-se a ideia de que sonhos eram vãos e isento de valor, cujo único objetivo era desorientar e perturbar a mente que o sonhava. Apesar de grandes expectativas acerca das consequências dos sonhos, as teorias elaboradas pouco conheciam meios de compreender os conteúdos oníricos. Desta forma, surgiu um incitamento para a elaboração de métodos que possibilitassem a assimilação dos conteúdos abstratos e inteligíveis dos sonhos, transformando-os em algo simbólico e significativo. 
	De acordo com o médico psiquiatra Sigmund Freud (1900), as tentativas de dar uma explicação psicológica aos sonhos eram insuficientes para cobrir o material coletado, não existiam teorias científicas e fidedignas sobre o estudo dos sonhos. Freud defendia que, o ponto de vista adotado em relação aos sonhos pelas raças primitivas dos homens teria influência significativa em seu efeito exercido na formação de suas concepções de mundo e alma, mas que só é possível contemplar tais problemas e especulações quando se obtiver conhecimento acerca da interpretação dos sonhos.
	Os conteúdos oníricos são provenientes de experiências vividas em vigília, tudo o que é experienciado, consciente e inconscientemente, pode tornar-se sonho de forma simbólica. Apesar da mente estar alheia à vida de vigília no período do sono, os conteúdos dos sonhos imergem de pensamentos, percepções e emoções que ocorrem no período em que o indivíduo está acordado e relacionando-se com o mundo. De acordo com Haffner (1887, p. 245 apud FREUD, 1900, p.17), frequentemente nossos sonhos estão relacionados a experiências conscientes que ocorreram pouco antes do período do sono, a observação acurada quase sempre encontra um fio que liga o sonho às experiências da véspera. O conteúdo onírico é influenciado por diversos aspectos como: idade, sexo, classe social, padrão de educação, personalidade individual, estilo de vida e experiências de vida daquele que sonha. 
	O conteúdo dos sonhos é proveniente das experiências em vigília, quando o conteúdo sonhado não parece remeter a nenhuma vivência específica, pode-se pensar que a mente seja responsável por uma “produção independente” de sonhos. Entretanto, trata-se de lembranças inacessíveis à mente que produzem um sonho hipermnésico (FREUD, 1900, p.21), em outras palavras, não é possível recordar-se da proveniência dos conteúdos do sonho na vida em vigília. Descobrir a fonte dos sonhos é uma questão imprevisível, pode ocorrer ao acaso ou nunca ser desvendada, porém é esclarecedora e simbólica. O autor Hildebrant (1875, p. 12 apud FREUD 1900, p. 25) alegou que seríamos capazes de explicar a gênese de todas as imagens oníricas se dedicássemos tempo e empenho suficientes à investigação de sua origem.
	Grande parte dos conteúdos sonhados tem sua origem nos primeiros anos da infância, é possível identificar nas produções oníricas a presença de memórias, pessoas, eventos e localidades que se fizeram presentes quando o indivíduo era criança. Os conteúdos da infância possuem certas falhas “por lacunas em nossa faculdade consciente da memória” (FREUD, 1900, p.23), estas janelas possibilitam o acesso ao conteúdo e criam uma margem para a criação de sonhos. 
	Comumente observam-se elementos provenientes dos últimos dias de vivência em vigília nos sonhos, de acordo com Freud (1900, p. 24), como uma tentativa de balancear a relevância das experiências infantis para a produção onírica. As percepções cotidianas são o principal conteúdo dos sonhos, entendimentos estes que provavelmente foram esquecidos logo após sua aquisição ou pouco foram relevantes para a consciência em vigília, como por exemplo, observações despretensiosas, vislumbres de pessoas e objetos e trechos de leituras desatentas. 
Os sonhos extraem seus elementos não dos fatos principais e excitantes, nem dos interesses poderosos e imperiosos do dia anterior, mas dos detalhes casuais, dos fragmentos sem valor, poder-se-ia dizer, do que se vivenciou recentemente, ou do passado mais remoto. (HILDEBRANDT 1875, p.11 apud FREUD, 1900, p.24).
	Não necessariamente os conteúdos oníricos são de alta importância para o indivíduo ou foram experienciado com nitidez, frequentemente estímulos que passaram quase despercebidos ou pouco foram notados na vida em vigília são captados em sonhos. Nada do que é experienciado, pode ser esquecido por completo, os sonhos captam as vivências e as reproduzem simbolicamente, seu nível de fidedignidade depende exclusivamente do alcance de nossa memória de vigília. 
	Antes de os conteúdos oníricos se tronarem foco de pesquisas científicas, não existia necessidade de buscar pelas fontes dos sonhos, na Antiguidade acreditava-se que os sonhos provinham do divino e suas vontades, logo não existiam meios para estudo das fontes oníricas. Com o início das investigações biológicas, surgiu à necessidade de buscar quais eram as fontes instigadoras dos sonhos e como elas eram responsáveis por influenciá-los. 
	Durante o sono, nosso corpo continua á mercê de estímulos externos,chamados de excitações sensoriais objetivas externas. Por mais que os olhos, principais canais sensoriais, estejam fechados, ainda estamos sucintos a mudanças de temperatura, barulhos, vozes e acontecimentos extracorpóreos eventuais e inevitáveis (FREUD, 1900, p. 27). Estes fatores do ambiente, estímulos sensoriais, influenciam o sono e podem ser fontes de sonhos. Em alguns casos, a similaridade entre o estímulo extracorpóreo e o que foi relatado em sonho é tamanha que se faz capaz de identificar o estímulo como a origem do sonho. Em contrapartida, os estímulos sensórios podem se apresentar de forma simbólica nas produções oníricas, fazendo com que sejam dificilmente identificados quando em vigília. 
	No período do sono, a mente recebe estes estímulos sensoriais que podem ser percebidos de forma clara e constante ou súbita e insuficientemente. No primeiro caso, a mente possui recursos para apreender os estímulos, já na segunda situação, a mente pode criar ilusões com o estímulo percebido, pois a natureza da impressão deste estímulo foi vaga e não existem registros mnêmicos suficientes para que valor psíquico seja atribuído a este estímulo de forma fidedigna á sua apresentação na vida extracorpórea (WUNDT, 1874, p.659 apud FREUD, 1900, p.31). 
	Além das excitações sensoriais objetivas externas, outra fonte reconhecida de sonhos seriam as excitações sensoriais subjetivas internas dos órgãos sensoriais (FREUD, 1900, p.32). Os estímulos internos como zumbidos no ouvido e excitações subjetivas da retina são responsáveis por “alucinações hipnagógicas”, ou “fenômenos visuais imaginativos” (MULLER, 1826 apud FREUD, 1900, p.33). Estas alucinações são imagens ou sons, geralmente claros e compreensíveis que mutam rapidamente, que surgem no período de sono. As “alucinações hipnagógicas” são grandes fontes de imagens visuais e ruídos sonoros que farão a composição de sonhos. 
Durante o sono, a mente atinge uma consciência sensorial muito mais profunda e ampla dos eventos somáticos do que durante o estado de vigília. É obrigada a receber e a ser afetada por impressões de estímulos provenientes de partes do corpo e de modificações do corpo das quais nada sabe enquanto desperta. (STRUMPELL 1877, p. 107 apud FREUD, 1900, p. 35). 
	De acordo com Freud (1900, p.35), uma terceira fonte instigadora de sonhos seriam os estímulos somáticos orgânicos internos, em outras palavras, modificações causadas pela excitação, modificação ou mau funcionamento orgânico dos órgãos internos. Os órgãos internos não precisam estar necessariamente doentes para provocarem excitações que atinjam a mente durante o sono, estas excitações, causadas por estímulos orgânicos internos transformam-se em imagens oníricas. Se o órgão interno estiver em atividade, excitação ou perturbação durante o sono, ele há de produzir imagens relacionadas com o desempenho da função executada pelo órgão em questão.
	O psiquiatra austríaco cita possíveis explicações para o fato de que sonhos, geralmente, não são lembrados depois do despertar. Geralmente, sabe-se que sonhou, mas não se tem nítido conhecimento sobre o que sonhou. Da mesma forma que sensações e percepções que ocorrem no período de vigília podem ser esquecidas, ou porque foram insuficientemente marcantes ou porque houve pouca excitação mental conectada a elas, os sonhos podem ser esquecidos pelo mesmo motivo. Outra possível razão para o esquecimento das produções oníricas seria o fato de que grande parte das imagens oníricas são experiências únicas e singulares, o que dificulta a associação de suas experiências com outros eventos. Experiências isoladas e dificilmente agrupadas tornam-se menos suscetíveis a memória, que não possui recursos para resgatar estes eventos particulares pela falta de associação á outros eventos ordenados e inteligíveis (STRUMPELL, 1877, p.83 apud FREUD, 1900, p.43).
	Outro fator que auxiliaria na explicação do porque sonhos são dificilmente recordados após o sono seria o fato de que poucas pessoas possuem interesse genuíno no conteúdo de seus sonhos e na motivação por trás deles. Além disso, ao despertar, o mundo dos sentidos se apossa de toda a atenção, fazendo com que os sonhos sejam esquecidos pela mente, abrindo espaço para a apreensão de novos estímulos e percepções do mundo em vigília. 
	Um sonho esquecido pode voltar á lembrança da mente no decorrer do dia, caso seja associado a uma nova percepção eventual. Apesar do fato de que sonhos podem ser recordados, é pouco provável que esta lembrança seja fidedigna á produção onírica original, a mente realiza objeções e preenche lacunas nas memórias sobre os sonhos, fazendo com que estes não mais sejam passiveis de análise crítica. A consciência em vigília busca por sentido em suas percepções e concretude dos estímulos preenchendo sem querer os buracos presentes nas memórias sobre os sonhos. 
Nos sonhos, a atividade subjetiva de nossa mente aparece de forma objetiva, pois nossas faculdades perceptivas encaram os produtos de nossa imaginação como se fossem impressões sensoriais. O sono significa um fim da autoridade do eu, daí o adormecimento trazer consigo certo grau de passividade, as imagens que acompanham o sono só podem ocorrer sob a condição de que a autoridade do eu seja reduzida. (BURDACH, 1838, p.502 apud FREUD, 1900, p.47). 
	Quando adormecidos, as impressões oníricas não parecem absurdas ou desconexas, durante o sono nos encontramos desconectados da consciência de vigília, portanto, do mundo exterior, fazendo com que não existam padrões para comparações ou distinções entre o real e o simbólico (DELBOEUL, 1885, p. 84 apud FREUD, 1900, p.47). O único critério válido e eficaz para que diferenciemos o sono da vigília é o despertar, apenas assim faz-se possível distinguir as alucinações dos sonhos da vivência real em vigília. 
	No que diz respeito ao sentido moral dos sonhos, Freud defende que eles seriam representações reais da natureza do homem, não em sua totalidade, mas que as produções oníricas são capazes de abranger aspectos ocultos da mente, como valores e morais inconscientes, produzindo assim um cenário de liberdade em que os impulsos morais possam ser concretizados simbolicamente (FREUD, 1900, p.61). 
A razão por que costuma ser impossível explicar os sonhos é justamente que eles são causados por impressões sensoriais do dia anterior que não atraíram uma atenção suficiente do sonhado (FREUD, 1900, p. 96). 
	
	Toda a vivência fica armazenada no cérebro, o sonho surge pelo fato de que a mente se sobrecarrega e para liberar toda essa carga psíquica sonha-se para que o sistema cerebral possa se aliviar. O sonho aborda experiências anteriores ao dia em que o indivíduo foi dormir e pode trazer à tona conteúdos de qualquer parte da vida do sujeito desde que tenha correlação com a sua experiência ao dia anterior.
	Para Freud (1990) um sonho representa um desejo, desejos esses que muitas vezes estão escondidos no inconsciente ou desejos que muitas vezes deixa-se de realizar no concreto. Em sua obra, Freud (1900) dialoga sobre a sede, se um indivíduo sente sede antes de dormir e sonhar que está bebendo água, provavelmente se sentirá saciado e não terá mais vontade de beber água quando acordar, sendo assim dorme-se bem e não acorda por nenhuma necessidade física.
	
	A distorção dos sonhos são os sonhos que estão por traz de nossa mente os desejos que reprimimos tanto para nós mesmo quanto para a sociedade e esses desejos entram em contato conosco através do conteúdo dos sonhos, e pela interpretação dos sonhos podemos entender o que é esse conteúdo oculto, para que assim se possa expandir a interpretação na qual podemos notar que o conteúdo latente é mais expressivo do que o conteúdo manifesto, levando em consideração que o conteúdo latente se da através do inconsciente, ou seja, seria aquilo que reprimimos. (FREUD,1990).
	Os sonhos alheios somente podem ser interpretados se o indivíduo se comunicar e expressar seus pensamentos inconscientes, sonhos são conteúdos privados e se não houver uma comunicação de seus pensamentosnão se pode haver uma interpretação. Quando o indivíduo compartilha de seus pensamentos e revela o conteúdo adquirido em sonhos ele pode se sentir encabulado, tendo dificuldades de relatar exatamente a decorrência desses sonhos e seus detalhes. De acordo com Freud (1900), ao detalhar sonhos pode-se sentir vergonha, reprimindo os detalhes de cada vivência que ocorre, pois determinada cena não é socialmente aceita e provavelmente se refere a um desejo reprimido no qual o sujeito não se expõe com o cumprimento de tais ações devido à censura que o reprime.
	Os sonhos típicos são os sonhos censurados, nos quais são expostas as sensações sexuais mesmo que ocorra de maneira inofensiva sem nenhuma pretensão realmente maliciosa. No que diz respeito á crianças, “estripulias infantis” são interpretadas como desejos ou sensações sexuais através de sonhos relacionadas às ações como voar, cair, sentir tonteira, entre outras estão correlacionadas e transfiguradas a experiências de angústias.
	O trabalho do sonho tem duas representações: o manifesto e a latente. O conteúdo manifesto é o que se recorda de ter sonhado, o que está localizado na memória e a partir dele podemos começar o processo de interpretação de um sonho. O conteúdo latente seria o conteúdo manifesto que foi produzido, o qual é inconsciente.
	As representações simbólicas são expostas por símbolos que caracterizam objeções sexuais, ou seja, símbolos são conteúdos latentes projetados pelo inconsciente. De acordo com Freud (1900), existem diversas representatividades simbólicas que possuem correlações a simbologias e distorções as quais não passam de um desejo inconsciente.
	Os sonhos sofrem deslocamentos, como nas relações de afeto que se dispõe de valores psíquicos e por isso podem se produzidas no conteúdo dos sonhos. A inibição de afeto também pode ser considerada como uma censura dos sonhos, na elaboração secundaria dos sonhos ela se da em decorrência a censura e se projeta no pré-consciente, se funde em algo inteligível. 
	O processo da interpretação dos sonhos ocorre na combinação dos esforços do paciente e do analista, estes dois unem suas forças em busca de um resultado coerente e satisfatório. O papel do sonhador é relatar, com o máximo de precisão possível, e fazer associações sobre o que foi sonhado, já ao analista cabe, através de seus conhecimentos, preencher as lacunas, facilitando as associações e permitindo que esta ocorra por um caminho mais fluído. 
	É muito importante que os sonhos sejam decompostos e analisados em fragmentos, pois a interpretação por partes facilita que a origem destes elementos oníricos sejam rastreados até a sua origem. 
	Algumas dificuldades podem ser observadas pelo analista. Primeiro que, salvo as exceções, nenhuma análise se baseará em apenas um sonho, o trabalho terapêutico em cima da vida onírica irá se estender ao longo de vários sonhos e de várias sessões de terapia. Outra questão é que, obviamente, este processo demanda do analista muita expertise e dedicação, esta energia pode esgotar-se depois de exaustivamente trabalhar em cima de um sonho, Freud (1900-1901) recomendava que a análise fosse prorrogada para outra sessão, para que as energias fossem restabelecidas, assim permitindo que outros conteúdos pudessem surgir à atenção e novas cadeias de associações fossem formadas. 
	Assim como toda a estrutura e teoria psicanalítica, construída por Freud (1900-1901), os sonhos também possuem sua relação intrínseca com a infância, é deste período que surgem as forças propulsoras que formam os sonhos, através dos desejos originários infantis. E ainda se conectando com a teoria, os sonhos também possuem sua relação com a censura, afinal estes produtos inconscientes não devem emergir à consciência, porém, como os sonhos estão associados ao dormir, estes conseguem escapar da censura, pois, esta tem seu poder rebaixado quando estamos dormindo.
	Os sonhos, ao serem transmitidos do sonhador ao analista, já são modificados pela memória, que se mostra incapaz de guardar todas as informações perfeitamente, logo, Freud (1900-1901) adverte que os relatos não são necessariamente fidedignos aos conteúdos expressos pelos sonhos. Outro ponto de atenção ao analista, é o fato de que ao reproduzir os sonhos, o paciente pode, sem intenções, contaminar o material com dados falsos e inexatos, preenchendo as lacunas dos sonhos com elementos novos e arbitrários. Para contornar estes problemas, Freud (1900-1901) desenvolveu um método simples, porém, de acordo com ele, eficiente. Ele pedia para que os pacientes recontassem o mesmo sonho em sessões diferentes, deste modo, estabelecendo um paralelo entre os dois relatos, é possível identificar padrões entre os relatos e as omissões na segunda narração, desta forma, identificando partes que mais saltam à atenção e que possuem um maior grau interpretativo. 
	Os sonhos são materiais oníricos plásticos, ou seja, seus conteúdos são mutáveis, mudando de acordo com as necessidades e forças envolvidas, logo, dificilmente um mesmo conteúdo será ou representará o mesmo significado. Desta forma, durante a análise, diversos fatores precisam ser considerados, a fim de relacionar o sonho ao sonhador. Ao contrário do senso comum, onde determinado símbolo possui um determinado significado pré-estabelecido, na análise do sonho esses paralelos não existem. Porém, Freud (1900-1901), que atuou anos como analista e com uma série de sonhos interpretados, identificou alguns paralelos que ocorrem com grande frequência; objetos alongados, como varas, troncos e guarda-chuvas, geralmente, representam o órgão genital masculino, por exemplo. 
	É importante lembrar que a vida desperta tem sua parcela de influência nos sonhos. Fatores como atividades que possuem alguma carga de energia envolto-as que não foram bem resolvidas e acontecimentos que excitaram desejos inconscientes podem ser transportados e gerar conteúdos específicos nos sonhos.
	Quanto aos sentimentos ou afetos gerados pelos sonhos, Freud (1900-1901) concluiu que estes possuem a mesma carga e importância daqueles que são sentidos acordados, ou seja, tudo aquilo que é sentido durante os sonhos, é tão tocante e emotivo quantos aqueles que acontecem em estado de vigília. Esta importância se dá, pois, ao contrário dos materiais oníricos que sofrem da interferência de deslocamentos e substituições, os afetos se mantêm inalterados. A diferença entre os afetos e os conteúdos pode gerar certa confusão, pois, enquanto o conteúdo se modifica ao tornar-se sonho, o afeto se mantém da mesma forma de sua origem, por exemplo, um sonho com cachorros, que gera sentimento de raiva, mas originalmente esta raiva estava ligada a relações paternais.
	A interpretação dos sonhos é um trabalho árduo, que pode levar o analista e o sonhador por diversos caminhos obscuros. A análise os conduz por uma jornada pelos símbolos evidentes e escondidos nos sonhos, estes se desdobram em diversos ramos, e quando a interpretação chega a um ponto onde estes ramos estão demasiadamente embaraçados, o analista não pode ir além, ali não mais nada que ele possa fazer e é preciso seguir por outro rumo. Estes emaranhados de conteúdos oníricos, Freud (1900-1901) denominou de “umbigo do sonho”, uma parte tão embrenhada que é impossível desembaraçar, estes materiais devem manter-se na obscuridade, pois além de tudo, não contribuirão para a análise.
2. DISCUSSÃO
Inicialmente, a separação do teor religioso para a compreensão de que os sonhos, na verdade, são fontes do nosso próprio ser, produzidos a partir de fatores rotineiros, ou de desejos e acontecimentos do indivíduo previamente estabelecidos, são de grande relevância e podem ser considerados o ponto de partida principal para o início do interesse e curiosidade sobre a origem dos conteúdos e produções oníricas, além do interesse em sua análise.
A partir dos estudos da psicanálise freudiana, entendeu-se que os sonhos consistem em conteúdos, em sua grande parte inconscientes, que podem ter sido recalcados ao longo da vida, ou,em outros casos, também podem ser imagens que passaram “desapercebidas” ao longo do dia anterior, e que ficam, de certo modo, em nosso aparelho psíquico, de maneira inconsciente.
É importante ressaltar que, no sonhar, a consciência do indivíduo, marcada principalmente pela manifestação ativa e incessável do Superego, deixa de lado a “posição principal” que pode ocupar em alguns casos durante a vigília, para que o inconsciente se manifeste através das representações oníricas, trazendo consigo os desejos reprimidos, e seus conteúdos libidinais. Dada esta observação, é possível compreender o motivo pelo qual os sonhos foram de grande interesse para Freud. A partir do momento em que se desenvolve a “Primeira Tópica”, através da qual Freud discorre sobre a existência do consciente e do inconsciente, e ainda uma estrutura conhecida como “pré-consciente”, a curiosidade pelas possíveis manifestações e o encontro com os conteúdos inconscientes de cada um, passam a ser um dos objetos de estudo principais da teoria freudiana.
A descoberta da relação entre sonhos e o inconsciente não foram suficientes no contexto psicanalítico, por isso Freud também exerce grande parte de seus estudos, inclusive dando título para seu livro “A interpretação dos sonhos”, para ir além da das relações entre inconsciente e sonhos, ele tinha como objetivo interpretá-los, e utilizar seus conteúdos no ambiente clínico. Deste modo, Freud enxerga uma possibilidade de criação de uma relação de cura com o paciente, o qual através dos relatos dos sonhos possibilita que o terapeuta realize uma análise do todo, devolvendo para o paciente aquilo que se torna necessário para o processo terapêutico. 
Sendo assim, além da preocupação com a existência do inconsciente e a desenvoltura que as estruturas (consciente, pré-consciente e inconsciente) exercem entre si, para Freud é nítida a necessidade de compreender de qual maneira seria possível o “acesso aos conteúdos inacessíveis”, em outras palavras, surge a preocupação em realizar algum tipo de contato com os conteúdos do inconsciente. Desta preocupação, surge a comprovação da relação entre o inconsciente e os sonhos, tornando clara a necessidade de sistematizar uma teoria que perpassasse este tema, além de utilizá-lo também para o setting clínico, no qual a interpretação dos sonhos ganha extrema relevância, juntamente com outras tentativas de acesso aos conteúdos inconscientes do paciente, como por exemplo, a Associação Livre, através da qual o indivíduo é convidado a falar tudo aquilo que vem a mente, sem restrições, deste modo o terapeuta poderá se utilizar destes conteúdos verbais e não verbais, para analisar e contatar de maneira mais “palpável” as repressões e recalques daquele indivíduo, acessando assim, de certo modo, seus conteúdos inconscientes, os quais serão fruto de análise para uma melhor compreensão do indivíduo sobre si, na procura da cura de suas enfermidades e conflitos psíquicos, já que (LOFFREDO, 1999) o sujeito só é capaz de reencontrar-se com sua verdade quando esta lhe é devolvida pelo psicanalista.
É interessante ressaltar que, a tarefa de se utilizar dos sonhos no ambiente clínico como técnica de acesso aos conteúdos inconscientes, já foi comparada por alguns autores, até mesmo pelo próprio Sigmund Freud, como uma “escavação arqueológica em uma cidade antiga” (BEIVIDAS, p.141, 2004). Através desta, o escavador é analogicamente comparado ao psicanalista, no sentido de que na procura dos conteúdos inconscientes, o psicanalista está a trabalhar como num emaranhando de escombros, através do qual se tem como objetivo encontrar algo suficientemente carregado de sentido, podendo assim trazer uma direção para a análise. Porém, é importante lembrar que isto não é uma tarefa fácil, principalmente quando se é posto que o analista, em todo este processo, deve obter de maneira contínua uma postura neutra, de maneira com que não influa nos conteúdos, e que não se hipervalorize o que não é de necessidade.
3. CONCLUSÃO: SONHOS EM FREUD
O mestre de Viena passou pela história como o pai da Psicologia, embora a ciência psíquica já tivesse se estabelecido em décadas anteriores a ele. Contudo, Freud foi o responsável por adentrar as profundidades do indivíduo e descobrir o abismo do inconsciente, muito mais que isso, organizou formas de lidar com essa estrutura do psiquismo humano.
	A Interpretação dos Sonhos (FREUD, 1900), obra inaugural dos estudos psicanalíticos freudianos, é uma tentativa bem sucedida de colocar em parâmetros científicos a investigação dos sonhos – sonhar, recordar e relatar os sonhos -, trabalho que antes estava nas mãos dos achismos e dos religiosos mistificadores.
	Freud muito bem escreveu que a interpretação dos sonhos é uma tarefa de escavação arqueológica, porque se trata de um trabalho detalhista, de reminiscências e verdades ainda não compreendidas pelo analisando. Embora Carl G. Jung, inicialmente discípulo de Freud, tenha prosseguido de maneira mais sistemática na investigação dos sonhos com a introdução dos conceitos de imagens arquetípicas do inconsciente coletivo, a categorização dos sonhos etc., Freud foi o responsável por inaugurar cientificamente a investigação dos sonhos.
Sua linguagem caracteristicamente simbólica proporciona um desafio ao psicanalista, por isso é de suma importância que o psicanalista em formação compreenda os mecanismos de elaboração do sonho, bem como os princípios que o regem para sua devida interpretação.
	Necessário considerar que na contemporaneidade os sonhos são temas bastante consistentes em institutos muito bem considerados pela sociedade, porque trata-se de tema instigante pelo público leigo que busca o tema em bancas de jornais. Enquanto os acadêmicos e profissionais que estudam e/ou trabalham incansavelmente para segurar esse objeto de estudo que é, angustiosamente, impalpável.
4. REFERÊNCIAS
LOFFREDO, Ana Maria. Em busca do referente, às voltas com a polissemia dos sonhos: a questão em Freud, Stuart Mill e Lacan. Psicol. USP,  São Paulo ,  v. 10, n. 1, p. 169-197,    1999 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641999000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 3, Out, 2020. 
LOPES, Rosimeri Bruno. Os Sonhos na Concepção de Freud. Psicologado, [S.l.]. (2012). Disponível em https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/os-sonhos-na-concepcao-de-freud . Acesso em 3, Out, 2020.
CASTRO, Julio Cesar Lemes de. O inconsciente como Linguagem: De Freud a Lacan. CASA - Cadernos de Semiótica Aplicada, Vol. 7, No. 1, p. 1-12, 2009. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2819811. Acesso em 3, Out, 2020. 
BEIVIDAS, Waldir. O Sonho de Freud: semiótica do discurso onírico. Psicol. USP, São Paulo , v. 15, n. 3, p. 137-162, 2004 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642004000200008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 04, Out, 2020.
FREUD, S. A interpretação dos Sonhos (II) e sobre os Sonhos. [S. l.]: Imago, 1900 – 1901, v. 5.
FREUD, S. A interpretação dos Sonhos. [S.l.]: Imago, 1900, v. 4.

Outros materiais