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Bases macromoleculares das células – Parte I Aminoácidos, Proteínas e Enzimas Profa: Ana Carolina Terra Mercadante 2 C H O N Células Seres Inanimados ÁTOMOS Bases Macromoleculares da Constituição Celular 3 C H O N Células ÁTOMOS Origem / Evolução das Células BIOMOLÉCULAS Átomos apropriados constituição Bases Macromoleculares da Constituição Celular 4 C H O N Hidrogênio Carbono Oxigênio NitrogênioCélulas 99% massa Seres Inanimados O Si Al Na Oxigênio Silício Alumínio Sódio Macromoléculas Bases Macromoleculares da Constituição Celular • A unidade biológica da célula não se limita a características estruturais e funcionais, mas também a nível molecular. • Todos os seres vivos são constituídos por moléculas orgânicas de grandes dimensões… Macromoléculas • As macromoléculas são constituídas essencialmente por Carbono(C), Oxigênio(O), Hidrogênio(H) e outros como o Nitrogênio (N). Bases Macromoleculares da Constituição Celular Bases Macromoleculares da Constituição Celular Ligações Químicas Revisando... 8 • Ligações Fortes • Ligações Fracas Critério Classificação: INTENSIDADE Energia necessária para se realizar ou se desfazer essas uniões. Ligações Fortes Ligações Fracas COVALENTES PONTES DE HIDROGÊNIO LIGAÇÕES ELETROSTÁTICAS INTERAÇÕES HIDROFÓBICAS Ligações químicas... 9 Ligações Covalentes • fortes e estáveis – coesão molecular; • ligação peptídica e ponte dissulfeto (S-S); • consomem altas quantidades de E para sua realização ( 100 kcal/mol); Quebra: procedimentos drásticos (hidrólise em ácido forte até T (°C)). Ligações químicas... 1 0 Pontes de Hidrogênio • uso em comum de um átomo de H por radicais eletronegativos diferentes; • ligação fraca (5% força - ligações covalentes); • manter unidas moléculas ou várias partes de uma mesma molécula; • moléculas grandes – varias centenas (força e estabilidade consideráveis). Ligações químicas... Ligações Eletrostáticas ou Iônicas Resultado da força de atração entre grupos ionizados de carga contrária. Interações Hidrofóbicas Associação de grupos não-polares, que a fazem de modo a excluir o contato com a água (associação em resposta a repulsão natural) Embora individualmente essas ligações sejam fracas, quando numerosas tornam a estrutura mais estável. Ligações químicas... Macromoléculas Características; • A maioria das moléculas orgânicas têm grandes dimensões macromoléculas; • Em geral são encontradas sob a forma de polímeros, isto é, são moléculas formadas por um conjunto, maior ou menor, de unidades básicas – os monômeros, unidas por ligações químicas (Convalentes). Macromoléculas : Monômeros Polímeros Aminoácidos e Proteínas Características e Funções; Aminoácidos • Unidade constituinte das proteínas; • Os aminoácidos possuem, ligados ao carbono central (α): Um grupo amina – NH2 Um grupo carboxila – COOH (ácido) Um átomo de hidrogênio Grupo R – variável de aminoácido para aminoácido • Unidade constituinte das proteínas; • Um peptídeo - aminoácidos se unem através de ligações peptídicas; • A formação de um polipeptídeo ocorre quando diversos aminoácidos são ligados; • Proteína = Grande polipeptídeo Aminoácidos 18 Aminoácidos alifáticos - Apolares Cadeia lateral – alifática (hidrocarbonada) Glicina (Gly) Alanina (Ala) Valina* (Val) Leucina* (Leu) Isoleucina* (Ile) * Aminoácidos ramificados = cadeia lateral (hidrófoba) Aminoácidos Prolina (Pro) Metionina (Met) 19 Aminoácidos 19 Fenilalanina (Phe) Tirosina (Tyr) Triptofano (Trp) Aminoácidos aromáticos Cadeia lateral – anel aromático 20 Aminoácidos 20 Aminoácidos não-carregados, mas polares Cadeia lateral mais hidrofílica do que as dos aa não-polares Solubilidade em água Asparragina (Asn) Glutamina (Gln) Cisteina (Cys) Serina (Ser) Treonina (Thr) 21 Aminoácidos Aminoácidos carregados positivamente Cadeia lateral BÁSICA. Solubilidade em água Lisina (Lys) Arginina (Arg) Histidina (His) 22 Aminoácidos Aminoácidos carregados negativamente Cadeia lateral mais hidrofílica do que as dos aa não-polares Ácido aspártico (Asp) Ácido glutâmico (Glu) Solubilidade em água • São constituintes básicos da vida; • São macromoléculas complexas; • Constituem cerca de 50 a 80% do peso seco da célula eucariótica; • São formadas pela ligação de vários aminoácidos, de acordo com a informação contida no DNA/Material genético. Proteínas • Possuem diversas funções: Função de transporte – micromoléculas e íons transportados por proteínas. Ex.: hemoglobina transporta O2. Função de reserva alimentar – proteínas fornecem aminoácidos ao organismo durante o seu desenvolvimento, bem como energia Ex.: albumina do ovo. Função de defesa – anticorpos neutralizam substâncias estranhas. Função motora – componentes dos músculos. Função hormonal – certos hormônios têm a constituição proteica. Ex.: insulina, adrenalina,… Proteínas Graus de estruturação das proteínas Ligações peptídicas Pontes de Hidrogênio Interações de Van der Waals Interações Eletrostáticas – entre carga + e - Interações Hidrofóbicas – entre residos apolares Uniões Covalentes de Dissulfeto Pontes de Hidrogênio Interações de Van der Waals Interações Eletrostáticas Interações Hidrofóbicas Graus de estruturação das proteínas 29 Estrutura primária Estrutura secundária Estrutura terciária Estrutura quaternária Graus de estruturação das proteínas 30 • Organização espacial de animoácidos que se encontram próximos entre si na cadeia peptídica (“força” – pontes de hidrogênio) configuração ao acaso (random coil) estrutura de cilindro (-hélice*) folha pregueada * Pauling e Corey, déc. 50 Pontes de H intramoleculares Graus de estruturação das proteínas: Estrutura Secundária 31 • Organização tridimencional de uma molécula de proteína (regiões helicoidais e random coil se dispõem entre si). Insulina Tipos de ligações que contribuem para manutenção da estrutura: Graus de estruturação das proteínas: Estrutura terciária 32 • Formação de proteínas complexas formadas por duas ou mais subunidades protéicas (“forças” estrutura terciária, com exceção ligações dissulfeto*). * Não participam da ligação entre subunidades. Graus de estruturação das proteínas: Estrutura quaternária 33 Graus de estruturação das proteínas: Estrutura quaternária Apolar Polar (+) Erros na sequência… •Podem levar à má estruturação da proteína! • Quanto à composição: Proteínas simples: Ex. albuminas, globulinas Proteínas conjugadas: Ex. hemeproteínas, lipoproteínas, glicoproteínas Classificação das proteínas: •Holoproteínas – só com aminoácidos •Heteroproteínas – possuem uma porção não protéica – Grupo prostético Classificação das proteínas: • Quanto à forma: Proteínas fibrosas: são insolúveis em água, compridas e filamentosas. A maioria tem função estrutural ou protetora. Ex.: colágeno Classificação das proteínas: • Quanto à forma: Proteínas globulares: geralmente solúveis em água, formam estruturas compactas fortemente enroladas em forma globular ou esférica. Função relacionada com manutenção e regularização de processos vitais: transporte, defesa, hormonal e ENZIMÁTICA. Ex.: hemoglobina. Classificação das proteínas: Enzimas... • As enzimas possibilitam diversas reações biológicas criando um ambiente específico paradeterminada reação, por exemplo promovendo a aproximação de duas ou mais moléculas na orientação exata que é necessária para a reação ocorrer. Além disso, elas também proporcionam ao substrato um meio energeticamente favorável à reação. • A atuação das enzimas está relacionada, diretamente, à velocidade das reações das quais elas participam. Estas proteínas trabalham fazendo com que uma reação que aconteceria em um tempo grande (às vezes até não mensurável) aconteça em tempos compatíveis com os processos vitais. Enzimas... • Enzimas conferem: Rapidez Alto rendimento, ou seja, gera o produtos úteis à célula! Através delas, o DNA controla todo o metabolismo celular!!!! Enzimas... • Quando um composto químico é convertido em outro, o que está acontecendo é uma reorganização dos átomos que fazem parte do reagente (substrato) para que ele se torne o produto da reação. • Estado de transição: composto intermediário, formado no processo de conversão de um substrato em produto. • Energia de ativação: diferença entre a energia do substrato e a do estado de transição - é o quanto de energia é necessário no sistema para que o substrato possa ser convertido em produto Enzimas... Acelerando uma reação química... Mas como? Substrato Estado de transição Produto Estado de maior energia! Enzimas... Acelerando uma reação química... Mas como? Substrato Estado de transição Produto • Carreira energética entre S e P: relacionada à formação do estado de transição, que pode envolver formação de cargas instáveis na molécula, rearranjo de ligações etc. • Quanto maior a energia de ativação, mais lenta é a reação Diminuir a energia de ativação de uma reação é exatamente o que uma enzima faz. Substrato Complexo Enzima Substrato Produto Modelo Chave Fechadura Como as enzimas funcionam... Modelo Chave Fechadura: como as enzimas funcionam... • Sítio ativo da enzima: Pequena porção da enzima formada a partir do enovelamento na sua estrutura terciária. Ele apresenta resíduos de aminoácidos cujas cadeias laterais são capazes de interagir com o substrato. É da especificidade desta ligação entre o substrato e o sítio ativo da enzima que surge a especificidade de cada atividade enzimática. Ou seja: uma enzima interage com um dado substrato porque a sua sequência primária possui aminoácidos que determinam uma estrutura terciária que, em uma porção específica – o sítio ativo –, permite o “encaixe” do substrato para que a reação aconteça – Modelo Chave-fechadura As interações moleculares envolvidas na ligação enzima-substrato são da mesma natureza daquelas que mantêm a estrutura tridimensional das proteínas, ou seja, pontes de hidrogênio, interações eletrostáticas, interações hidrofóbicas e interações de van der Waals. No entanto... O modela chave-fechadura explicava o funcionamento de algumas, mas não da maioria das enzimas! Modelo do AJUSTE INDUZIDO (Koshland, em 1958) Após a ligação do substrato à enzima, ela sofre mudanças conformacionais que fazem com que sua estrutura se ajuste à ligação do substrato, colocando em contato grupos funcionais dos aminoácidos que são importantes para que a reação aconteça. Resultado de várias interações formadas durante a ligação do substrato ao sítio ativo da enzima, que influenciam outras interações na estrutura da proteína, responsáveis pela estabilização da sua conformação. As mudanças conformacionais permitem a formação de outras interações fracas necessárias ao estado de transição e, consequentemente, favorecem a reação. No entanto... Para algumas enzimas é necessário que um fator se ligue em uma outra porção, induzindo desta forma uma modificação no sítio ativo da enzima e permitindo a ligação do substrato. - Ativador alostérico! No entanto 2 ... Ativação alostérica... Mais substrato = reação mais rápida? Conhecendo as reações enzimáticas... A fim de relacionar a velocidade de uma reação enzimática com a concentração de substrato usada, Leonor Michaelis e Maud Menten, pesquisadores que começaram a elucidar a cinética das reações enzimáticas como mencionamos antes, propuseram a seguinte fórmula, batizada de equação de Michaelis e Menten: Mais substrato = reação mais rápida? Conhecendo as reações enzimáticas... 1 2 3 Mais substrato = reação mais rápida? Conhecendo as reações enzimáticas... 1. [S] < [E] Quando a concentração de substrato no meio de reação é baixa, a maior parte das enzimas está livre; logo, a velocidade da reação será proporcional unicamente à [S]. 2. [S] = [E] Já quando oferecemos muito substrato ao meio de reação, ou seja, quando a [S] é muito maior do que a concentração de enzima, todas as enzimas se encontram na forma ES. Nesse ponto, a velocidade máxima da reação é alcançada. 3. [S] > [E] Quando uma reação atinge sua Vmáx, dizemos que a [S] é SATURANTE. Se todas as enzimas estão ocupadas com substrato, aumentar mais ainda a [S] não irá resultar em nenhum aumento da velocidade da reação. 1 2 3 Conhecendo as reações enzimáticas... E o Km... O que é? O KM equivale ao valor da concentração de substrato que faz com que a reação atinja metade da sua Vmáx. Quanto menor for a quantidade de substrato para isso acontecer, maior é a afinidade da enzima por seu substrato. Assim: • Enzima com ALTO KM = enzima com BAIXA afinidade pelo substrato. • Enzima com BAIXO KM = enzima com ALTA afinidade pelo substrato. Desnaturação de enzimas... • Distúrbios capazes de tornar uma proteína não-funcional – e, no caso das enzimas, uma enzima não-catalítica – provocam o que se conhece por desnaturação de proteínas. • Acontece devido a(o): variações de temperatura; variações de pH; presença de solventes orgânicos; detergentes; moléculas como URÉIA ou GUANIDINA. Condições ótimas de temperatura e pH Desnaturação de enzimas... • Uma enzima pode, mesmo na presença de seu substrato e em condições ótimas para o seu funcionamento, não realizar catálise, ou ter sua velocidade de reação diminuída. Isso pode acontecer se, no meio de reação, houver um inibidor enzimático. molécula capaz de se associar à enzima e reduzir ou até zerar sua velocidade de catálise, isto é, de gerar produto a partir do substrato. • Existem dois tipos de inibidor: os irreversíveis e os reversíveis. Inibição de enzimas... 1. Inibidores irreversíveis: se ligam à enzima, modificando sua estrutura de tal forma que inutilizam permanentemente essa proteína. Inibição de enzimas... 2. Inibidores reversíveis: podem se dissociar da enzima e, de acordo com a maneira como isso acontece, estão subdivididos em: a. Inibidores reversíveis competitivos: competem com o substrato pela ligação ao sítio ativo da enzima [S] favorece a reação, pois aumenta a chance de enzimas livres se associarem ao substrato em vez de ao inibidor; b. Inibidores reversíveis não-competitivos: se associam à enzima em uma parte de sua estrutura diferente do sítio ativo. Esta ligação promove alterações no sítio ativo da enzima, de forma que o substrato não consiga mais se encaixar. - Inibição alostérica! Inibição de enzimas... Inibição alostérica Classificação das Enzimas... De acordo com a reação que catalisam: 1. óxido-redutases: catalisam reações de óxido-redução, isto é, de transferência de elétrons entre compostos; 2. transferases: catalisam a transferência de grupos entre moléculas; 3. hidrolases: catalisam reações de hidrólise (quebram moléculas utilizando a água); 4. liases: catalisam a remoção não-hidrolítica de grupos, formando ligações duplas (ou seja, retiram um grupamento da molécula sem usar água); 5. isomerases: catalisam reaçõesde isomerização (reorganizam a molécula sem que ela perca nenhum átomo); 6. ligases: catalisam a formação de uma ligação química entre dois compostos utilizando a energia da quebra de um nucleotídeo trifosfatado (por exemplo, ATP), que acontece ao mesmo tempo.
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