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JESSYELEN JANNYNE S. DE ALMEIDA; MATHEUS M. DE FARIAS LIMA; MICAEL DAVID DOS S. C. DE OLIVEIRA; MIKAELE LOPES DINIZ; PAULO ROGERIO C. DA SILVA; ROBSON FRANKLIN DE MACEDO; THIAGO DOS SANTOS FERREIRA; VANESSA DE OLIVEIRA FERNANDES.
CULTURA SURDA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 
DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS
LIBRAS
João Pessoa
2017
CULTURA SURDA
O conceito de cultura.
O termo “cultura” apresenta mais de 250 definições e antigamente, acreditava-se que havia um modelo hegemônico de cultura a qual devia ser seguido. Na pós-modernidade, admite-se cultura no plural, “culturas”, aceitando a multiplicidade de manifestações e grupos culturais das mais diversas naturezas tornando o conceito cultura mais amplo. Segundo Padden e Humphries (2000) “uma cultura é um conjunto de comportamentos apreendidos de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua, valores, regras de comportamento e tradições”.
Os surdos tem cultura?
Algumas pessoas acreditam que os surdos devem se adaptar à cultura ouvinte para viver normalmente, ou admitem que ouvir e falar é o “normal” e que os surdos precisam se integrar, no entanto, esse pensamento é equivocado pois os surdos não são incomunicáveis, somente tem seu modo de agir diferente de sujeitos ouvintes. A cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modifica-lo a fim de torna-lo acessível e habitável, ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para definição das identidades surdas. Isto significa que abrangem a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. É necessário entender também que há grandes diversidades surdas e cada grupo é organizado de maneiras diferentes de acordo com os mesmos interesses, dentre eles, religião, profissão e outras características.
 Povo surdo ou comunidade surda?
Segundo Padden e Humphries, uma comunidade surda é um grupo de pessoas que podem ser sujeitos surdos e ouvintes – membros da família, interpretes, professores, amigos, outros- que participam e compartilham os mesmo interesses em comum, em um local que pode ser associação de surdos, federação de surdos, igreja e outros. Ao se referir a povo surdo, fala-se de sujeitos que não habitam o mesmo local, mas que estão ligados por uma origem, por um código ético de formação visual, tais como a língua de sinais, a cultura surda e quaisquer outros laços.
Os artefatos culturais do povo surdo
Quais seriam a normas e valores do povo surdo? Por que os sujeitos surdos se comportam diferente dos sujeitos ouvintes? Assim, têm-se os artefatos culturais que são as peculiaridades da cultura surda. O conceito de “artefatos” não se refere apenas a materialismos culturais, mas aquilo que na cultura constitui produções do sujeito que tem seu próprio modo de ser, ver, entender e transformar o mundo. Os artefatos ilustram uma cultura.
Artefato cultural: experiência visual
O primeiro artefato da cultura surda é a Experiência Visual. Sabemos que o povo surdo possui seu próprio jeito de ver o mundo. Padden e Humphries (2000) explicam que pode haver diferentes interpretações de uma mesma situação, se consultarmos pessoas surdas e compararmos com versões de pessoas ouvintes. Isso acontece porque nos apoiamos muito na audição e o surdo interpreta tudo pela sua visão. Devido à ausência de sons, percebem o mundo através de seus olhos e de tudo que ocorre ao redor deles. Significa dizer que, as experiências visuais para o povo surdo são responsáveis pela interação do sujeito surdo com comunidade, lhes dão respostas para suas reflexões e proporcionam uma identidade cultural.
Artefato cultural: linguístico
O segundo artefato cultural do povo surdo é o linguístico, a língua de sinais é o aspecto fundamental do povo surdo, o qual ainda abrangem os gestos denominados sinais emergentes ou sinais caseiros, estes são caracterizados por pertencerem a pessoas surdas que não têm acesso a língua de sinais e tentam se comunicar apontando e criando sinais. O acesso a língua de sinais possibilita ao sujeito surdo a construção de sua identidade, assim será possível a comunicação e captação as experiências visuais, o que tornara este sujeito, um indivíduo capaz de assimilar e transmitir conhecimentos universais. O desenvolvimento de bebês ouvintes e/ou surdos ocorrem de forma idêntica até a fase, onde a criança começa a expressar os sons que ouve, fato que não acontece com o sujeito surdo. Consequentemente fica a aquisição de uma linguagem atrasada. Surdos que têm acesso a linguagem de sinais e com participação na comunidade surda desde criança têm autoestima e identidade própria. A partir de 1950 iniciou-se os estudos sobre as línguas de sinais, dando-lhe status como sendo uma língua legitima do povo surdo. No ano de 1974 foi criada a escrita de sinais, denominada Sing Writing – SW, vindo a ser introduzida Brasil em 1996 graças a doutora Marianne Stumpf. Este sistema agora é conhecido no Brasil como: ELS (escrita em língua de sinais).
Artefato cultural: familiar
Artefato cultural: literatura surda
A literatura surda relata histórias vividas por varias gerações do povo surdo, ela compõe se de poesia, romances, piadas, literatura infantil, clássicos, fabulas, contos, lendas e outras manifestações culturais do povo surdo, também refere se a situações de dificuldades e/ou opressões do povo ouvinte, de como se saíram em situações inesperadas, e relatos de grandes ações de lideres e militantes surdos lutando pela valorização e orgulho da cultura surda, tem um papel importante por passar sabedoria do grupo surdo para aqueles que vêm de famílias ouvintes, e assim fortalecer suas argumentações diante da sociedade, também há as piadas que envolvem expressões faciais e corporais, muitas das piadas se empossam de situações engraçadas de incompreensão da comunidade ouvinte e vice-versa, nem sempre estas piadas podem ser compreendidas e/ou engraçadas para a comunidade ouvinte e vice-versa, isso se da pelo fato de que essas piadas usam os artefatos culturais e a população ouvinte se utiliza da língua escrita ou sonora. Anteriormente os arquivos de literatura surda eram gravados em CDs, DVDs e vídeos, mas, muitos autores surdos vem publicando artigos na língua escrita sobre a temática buscando a valorização da cultura e da língua.
Artefato cultural: vida social e esportiva
Este é um artefato de importantíssimo, pois se refere a eventos esportivos, festas, lazer, atividades desenvolvidas nas associações de surdos e também está relacionado ao matrimônio entre surdos. Todos estes fatos citados ocorrem de forma natural entre os surdos, como acontece com os ouvintes. Entretanto a comunidade surda ver com outros olhos e vive de forma diferente, pois tem suas peculiaridades. Um exemplo simples e comum são os bailes promovidos pelas associações, onde existe música sendo tocada, porém para o surdo é mais importante estarem nos grupos conversando do que o que seria o comum que é dançar. Como toda regra tem exceção alguns fogem da regra e além de dialogarem nos grupos, os mesmos também dançam, pois são surdos que sentem a vibração da música e gostam de dançar. O batismo de sinal também está inserido neste artefato, onde o surdo identifica o individuo através de um sinal que a comunidade atribui a aquele individuo, geralmente são características marcantes daquele cidadão. O esporte é uma forma de interação do surdo para com a sociedade, pois a prática esportiva não dificulta, entretanto se devem fazer algumas alterações nos sinais visuais. Acontecem intercâmbios promovidos pelas associações onde os surdos aumentam a sua convivência com outros surdos de outros estados e muitas vezes até de países diferentes.
Artefato cultural: artes visuais
Os povos surdos fazem muitas criações artísticas que sintetizam suas emoções, suas histórias, suas subjetividades e a sua cultura. O artista surdo cria a arte para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as crenças do povo surdo,para explorar novas formas de “olhar” e interpretar a cultura surda. Há muitos surdos artistas que fazem desenhos, pinturas, esculturas e outras manifestações artísticas com a extensão, beleza, equilíbrio, harmonia e revoltas com muitas discriminações sofridas pelo povo surdo. Ana Luiza Caldas (2006), concluiu em seu mestrado que os sujeitos surdos se identificam com pinturas, com artefatos culturais do povo surdo e também fazem comparações de diferenças culturais. No teatro a expressão através das feições, corpo e língua de sinais é constantemente praticada pelos surdos, por isto, eles têm grande talento para expressar as suas identidades culturais através de desenhos no ar: as poesias, as narrativas e as contações das histórias. São raros os surdos que entendem e gostam de música e isto também deve ser respeitado. Substituindo as músicas ouvintadas, surgem artistas surdos em diferentes contextos como: músicas sem som, dançarinos, atores, poetas, pintores, mágicos, escultores, contadores de histórias e outros.
Artefato cultural: política
Artefato cultural: materiais
Referências
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.

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