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10 principais julgados de Direito do Consumidor 2013

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10 PRINCIPAIS JULGADOS DE DIREITO DO CONSUMIDOR 2013 
 
1) Aplicação do CDC no contrato de administração imobiliária 
 
É possível aplicar o CDC à relação entre proprietário de imóvel e a imobiliária contratada por 
ele para administrar o bem. Em outras palavras, a pessoa que contrata uma empresa 
administradora de imóveis pode ser considerada consumidora. 
STJ. 3ª Turma. REsp 509.304-PR, Rel. Min. Villas Bôas Cueva, julgado em 16/5/2013 (Info 523). 
 
 
2) Violação do dever de informação e reação alérgica causada pelo produto 
 
No caso em que consumidor tenha apresentado reação alérgica ocasionada pela utilização 
de sabão em pó, não apenas para a lavagem de roupas, mas também para a limpeza 
doméstica, o fornecedor do produto responderá pelos danos causados ao consumidor na 
hipótese em que conste, na embalagem do produto, apenas pequena e discreta anotação de 
que deve ser evitado o "contato prolongado com a pele" e que, "depois de utilizar" o 
produto, o usuário deve lavar e secar as mãos. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.358.615-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. em 2/5/2013 (Info 524). 
 
 
3) Contaminação por causa de transfusão de sangue ocorrida em hospital 
 
O hospital que realiza transfusão de sangue observando todas as cautelas exigidas por lei 
não é responsável pelo fato de o paciente ter sido contaminado com hepatite C, ainda que se 
considere que essa contaminação ocorreu por conta do fenômeno da janela imunológica. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.322.387-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. em 20/8/2013 (Info 532). 
 
 
4) Cliente saca dinheiro do banco e é roubado em um estacionamento privado que fica ao 
lado da instituição financeira 
 
Imagine agora que o cliente, após sacar dinheiro na agência, é roubado, à mão armada em 
um estacionamento privado que fica ao lado do banco, mas que não tem qualquer relação 
com a instituição financeira. Neste caso, haverá responsabilidade civil da empresa de 
estacionamento? 
NÃO. Não haverá responsabilidade civil da empresa privada de estacionamento. 
O estacionamento se responsabiliza apenas pela guarda do veículo, não sendo razoável lhe 
impor o dever de garantir a segurança e integridade física do usuário e a proteção dos bens 
portados por ele. 
Nesse contexto, ainda que o usuário, no seu subconsciente, possa imaginar que, parando o 
seu veículo em estacionamento privado, estará protegendo, além do seu veículo, também a 
si próprio, a responsabilidade do estabelecimento não pode ultrapassar o dever contratual 
 
 
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de guarda do automóvel, sob pena de se extrair do contrato consequências que vão além do 
contratado, com clara violação do pacta sunt servanda. 
A imposição de tamanho ônus aos estacionamentos de veículos (de serem responsáveis pela 
integridade física e patrimonial dos usuários) mostra-se temerária, inclusive na perspectiva 
dos consumidores, na medida em que a sua viabilização exigiria investimentos que 
certamente teriam reflexo direto no custo do serviço, que hoje já é elevado (ex: seguranças 
armados detectores de metal etc.). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.232.795-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/4/2013 (Info 521). 
 
 
5) Roubo ocorrido em valet parking de restaurante 
 
Nesse julgado do STJ foram expostas duas conclusões importantes: 
I – Na ação regressiva, devem ser aplicadas as mesmas regras do CDC que seriam utilizadas 
em eventual ação judicial promovida pelo segurado (consumidor) contra o restaurante 
(fornecedor). Isso porque, após o pagamento do valor contratado, ocorre sub-rogação, 
transferindo-se à seguradora todos os direitos, ações, privilégios e garantias do segurado em 
relação à dívida contra o restaurante, de acordo com o disposto no art. 349 do CC. 
II – O restaurante que ofereça serviço de manobrista (valet parking) prestado em via pública 
não poderá ser civilmente responsabilizado na hipótese de roubo de veículo de cliente 
deixado sob sua responsabilidade, caso não tenha concorrido para o evento danoso. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.739-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. em 5/9/2013 (Info 530). 
 
 
6) Prazo prescricional para ressarcimento decorrente de causados por queda de aeronave 
 
O prazo prescricional para que moradores de casas atingidas por queda de avião ajuízem 
ação de indenização contra a companhia aérea é de 5 anos (art. 27 do CDC). 
Os moradores, embora não tenham utilizado o serviço da companhia aérea como 
destinatários finais, equiparam-se a consumidores pelo simples fato de serem vítimas do 
evento. São conhecidos como bystanders (art. 17 do CDC). 
Não se aplica o prazo prescricional do Código Brasileiro de Aeronáutica quando a relação 
jurídica envolvida for de consumo. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.202.013-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013 (Info 524). 
 
 
7) Vício de quantidade e direito à informação 
 
Ainda que haja abatimento no preço do produto, o fornecedor responderá por vício de 
quantidade na hipótese em que reduzir o volume da mercadoria para quantidade diversa da 
que habitualmente fornecia no mercado, sem informar na embalagem, de forma clara, 
precisa e ostensiva, a diminuição do conteúdo. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.364.915-MG, Rel. Min. Humberto Martins, j. em 14/5/2013 (Info 524). 
 
 
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8) Plano de saúde e cirurgia de gastroplastia 
 
É nula a cláusula de contrato de plano de saúde que exclua a cobertura relativa à 
implantação de stent. Segundo a jurisprudência do STJ, no contrato de plano de saúde, é 
considerada abusiva a cláusula que exclua da cobertura órteses, próteses e materiais 
diretamente ligados ao procedimento cirúrgico a que se submete o consumidor. 
Gera dano moral a injusta recusa de cobertura por plano de saúde das despesas relativas à 
implantação de stent. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.364.775-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/6/2013 (Info 526). 
 
 
9) Distrato da promessa de compra e venda e retenção de valores pela construtora 
 
É abusiva a cláusula de distrato, fixada no contrato de promessa de compra e venda 
imobiliária, que estabeleça a possibilidade de a construtora vendedora promover a retenção 
integral ou a devolução ínfima do valor das parcelas adimplidas pelo consumidor distratante. 
Vale ressaltar, no entanto, que a jurisprudência entende que é justo e razoável que o 
vendedor retenha parte das prestações pagas pelo consumidor como forma de indenizá-lo 
pelos prejuízos suportados, notadamente as despesas administrativas realizadas com a 
divulgação, comercialização e corretagem, além do pagamento de tributos e taxas incidentes 
sobre o imóvel, e a eventual utilização do bem pelo comprador. 
A jurisprudência normalmente considera razoável a retenção, pelo promitente vendedor, de 
um percentual que varia de 10% a 20% dos valores já pagos, devendo o restante ser 
devolvido ao promitente comprador. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.132.943-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. em 27/8/2013 (Info 530). 
 
 
10) Direito de arrependimento: ônus de pagar as despesas postais é do fornecedor 
 
Se o consumidor comprar algum produto ou serviço por telefone, pela TV ou internet e, 
quando for usar, perceber que não gostou, ele tem direito de devolver, recebendo de volta o 
que pagou. A isso se dá o nome de direito de arrependimento (art. 49 do CDC). 
Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores eventualmente pagos, a 
qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, 
monetariamente atualizados (parágrafo único do art. 49 do CDC). 
O ônus de arcar com as despesas postais decorrentes do exercício do direito de 
arrependimento é do fornecedor e não pode ser repassado ao consumidor, mesmo que o 
contrato assim preveja. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.340.604-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. em 15/8/2013 (Info 528).

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