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08/09/2017 1 CURSO: Direito DISCIPLINA: Processo Penal - II U N I D AD E – I I SU JEITOS PROCESSUAIS (2 017.2) Prof. Esp. Júlio Ugalde julio.ugalde@uniron.edu.br SUJEITOS I – INTRODUÇÃO DIREITO 1) PROCESSO PENAL - SISTEMA Vigora no Brasil o Sistema acusatório, ou seja, há a separação de funções de acusar, defender e julgar. a) parte acusadora: autor (MP ou querelante); b) parte acusada: réu (com defensor); c) julgador: juiz (imparcial) Estes formam a relação jurídico-processual. SUJEITOS I – INTRODUÇÃO DIREITO 2) SUJEITOS PROCESSUAIS Temos os sujeitos: •Principais •Secundários 08/09/2017 2 SUJEITOS I – INTRODUÇÃO DIREITO 2) SUJEITOS PROCESSUAIS a) Principais Essenciais Necessários É a matriz fundamental do processo: • Partes e • Juiz SUJEITOS I – INTRODUÇÃO DIREITO 2) SUJEITOS PROCESSUAIS b) Secundários Eventuais Colaterais Acessórios São de utilidade – úteis ao desenvolvimento do processo. •Auxiliares da justiça (escrivão, oficial de justiça, contador, etc.); •Assistentes de acusação; •Terceiros (interessados; não interessados – testemunhas, peritos, intérpretes, CPP, 63). SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 1) CPP, 251. O juiz é o presidente do processo. (princípiodo impulsooficial). CF, 5º, XXXV: princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário. É juiz que personifica; Administra a Justiça; tem o poder-dever de levar o processoao fim. 08/09/2017 3 SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES a) funcional: É estar investido regularmente no cargo (princípio da investidura), ou seja, o juiz tem que ter jurisdição. Se um juiz praticar atos sem capacidade funcional o ato é inexistente; SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES b) objetiva: princípio do juiz natural (competência). É o fato de ele ser competente para conhecer a matéria. Dizer que o juiz tem capacidade objetiva, s ignifica dizer queo juiz é competente. OBS.: Diante da incompetência, podemos ter nul idade absoluta. (CPP, 564, I) SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES c) subjetiva: está ligada ao princípio da imparcialidade. O juiz é imparcial quando ele não tem nenhum motivo de impedimento (252, CPP), nenhum motivo de incompatibilidade (253, CPP) e nenhum motivo de suspeição (254, CPP). 08/09/2017 4 SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES c.1) impedimentos: Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessadono feito. São os motivos previstos em lei que ensejam o afastamento compulsório do juiz, pois lhe retiram a imparcialidade objetiva. (Reis/Gonçalves) OBS.: A ofensa gera: Inexistência para alguns (NUCCI). Nulidade absoluta (Pacceli). SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES c.2) incompatibilidade: Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. São causas legais de inabilitação do juiz que ensejam o afastamentocompulsório. OBS.: Ofensa: nulidade absoluta/inexistência. SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES c.3) suspeição: Art. 254. O juiz dar-se-áporsuspeito,e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV – se tiver aconselhado qualquer das partes; V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 08/09/2017 5 SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 2) CAPACIDADES c.3) suspeição: São motivos que podem gerar a desconfiança acerca da isenção do juiz. OBS.: Ofensa ao CPP, 254: nulidade absoluta. O juiz deve reconhecer, caso na faça, cabe a parte suscitar. SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 3) PODERES a) poder de polícia: É o poder de convocar a força policial para manter a ordem na atividade processual. (CPP, 251, 497, II, 794). b) atividade processual •Poder ordinatório: ligado ao princípio do impulso oficial. É o poder de ordenar o processo até o fim. •Poder instrutório: ligado ao princípio da verdade real, CPP,156, 209, 212, 229). •Poder decisório: ocorre pelas decisões interlocutórias e sentença. É ligado ao princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário (CF, 5º, XXXV). SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 4) GARANTIAS a) Vitaliciedade (após02 anos): O juiz não perderá o cargo, salvo sentença judicial transitada em julgado. (CF, 95,I) b) Inamovibilidade Prerrogativa de não ser transferido de seu cargo, salvo se por sua vontade ou pelo interesse público (exige decisão maioria absoluta do Tribunal (CF, 95,II, 93, VIII). c) Irredutibiliade de vencimentos (CF,95, III) 08/09/2017 6 SUJEITOS II – JUIZ DIREITO 5) VEDAÇÕES (CF, 95, p.u.) a) ex ercer, aind a qu e em disponibilidad e, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; b) receber, a qu alquer tí tulo ou pretexto, custas ou participação em processo; c) dedicar-se à atividade político-partidária; d) receb er, a qualqu er título ou pretexto , auxí lios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; e) ex erc er a advocacia no juízo ou tribunal do qual s e afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. SUJEITOS III – MINISTÉRIO PÚBLICO DIREITO É o órgão legitimado para a acusação. Natureza jurpidica: híbrida (majoritária) parte instrumental, formula a pretensão punitiva em juízo; parte sui generis: tem que agir com imparcialidade. CPP, 257: MP: promover a ação penal; fiscalizar a execução da lei. SUJEITOS III – MINISTÉRIO PÚBLICO DIREITO OBS.: 1) CPP, 104: Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias. Se o juiz nãoreconhecer de ofício a defesa pode: impetrar HC (alegando nulidade); alegar (nulidade) em preliminarde apelação; 2) STJ, 234: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 08/09/2017 7 SUJEITOS III – MINISTÉRIO PÚBLICO DIREITO GARANTIAS E VEDAÇÕES: As mesmas asseguradas aos magistrados (CF, 128, §5º I e II) SUJEITOS III – MINISTÉRIO PÚBLICO DIREITO PRINCÍPIOS (CF,127,§1º): a) Unidade: decorre do fato de os membros do MP atuam em nome da Insti tuição e não em nome próprio; b) indivisibildiade: permite que os membros do MP sejam substituídos uns pelos outros nas formas legais,sem qualquer prejuízo para o processo; c) Independência funcional: implica a não vinculação do membro do MP a qualquer manifestação no processo feita por ele ou por outro membro. SUJEITOS IV – QUERELANTE DIREITO É o titular da ação penal privada. (propriamente dita, personalíssima ou subsidiária da pública); É a vítima ou seu representante legal; CPP, 31; Para demandar em juízo precisa constituir advogado com procuração (poderes específicos); Querelado é o acusado na ação penal privada. 08/09/2017 8 SUJEITOS V – ACUSADO (CPP, 259) DIREITO 1) CONCEITO É aquele contra quem se deduz a pretensão punitiva estatal. É o sujeito passivo da relação processual. O acusado tem que ter legitimatio: •ad causam: tem que haver coincidência entre o investigado (apontado como autor do crime) e o acusado; •ad processum: legitimação processual, ou seja, tem que ser maior de 18 anos. OBS.: O inimputável tem capacidade processual pois é representado por curador. SUJEITOS V – ACUSADO DIREITO 2) IDENTIFICAÇÃO CPP, 41 É requisito da denúncia. O CPP, 259 admite a denúncia contra pessoa que não tem qualificação, mas identidade física. SUJEITOS V – ACUSADO DIREITO 3) DIREITOS a) direito de presença:em todos os processos que interessam. Se houver afronta: nulidade absoluta. b) direito de audiência: é o direito de influenciar a formação do convencimento do julgador (interrogatório, CPP, 185, 196, 396, 396-A). Compõe a ampla defesa (autodefesa e defesa técnica). c) direito a advogado: é a defesa técnica, CF, 133. CPP,261. d) direito ao silêncio: CF, 5º, LXIII. e) direito ao devido processo legal: CF, 5º LIV. 08/09/2017 9 SUJEITOS VI – DEFENSOR (CF, 133) DIREITO 1) Conceito: É o sujeito processual com qualificação técnica (jurídica). 2) Espécies a) consti tuído: CPP, 266. indicação no interrogatório e procuração; b) dativo: é o indicado pelo juiz.CPP, 263. c) públ ico: CF, 134: para os necessitados. SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 1) PREVISÃO: CPP, 268, ss. 2) INTERVENÇÃO: ação penal pública 3) LEGITIMIDADE Ofendido Responsável legal Na ausências dos anteriores: CPP, 31 SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 4) FINALIDADE O assistente é parcial. Duas posições: a) interesse particular ressarcitório; b) duplo interesse: assistir o MP; interesse particular. 08/09/2017 10 SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 5) HABILITAÇÃO a) admissão: CPP, 268 (no curso da ação penal) e CPP, 269 (até o trânsito em julgado da sentença.) b) requerimento: MP (CPP, 272) está vinculado. Se presentes os requisitos temque ser favorável. Juiz (CPP, 273): decisão irrecorrível. OBS.: Cabe MS pelo ofendido. SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 6) PODERES (CPP, 271) a) propor provas ao MP para o juiz decidir (§1º) Se o p edido for ind eferido d eve ser registrado em ata para ser usada posteriormente como preliminar em apelação. b) reperguntar testemunhas após o MP. c) aditar o libelo: (revogado) d) aditar alegações finais (CPP,406, §1º). 05 dias, sempre após ao MP). e) part icipação nos d ebates orais (no júri e rito comum, CPP, 471, §1º); OBS.: RITJRO: sustentação oral após o Procurador de Justiça. SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 6) PODERES (CPP, 271) f) apresentarrazões de recursodo MP: Apelação: 03 dias, CPP, 600, §1º e 588. g) recorrer (CPP, 598, apelação supletiva, quando o MP não recorrer: 05dias (habilitado); 15 dias (nãohabilitado). OBS.: O assistente pode recorrer da parte que o MP não recorreu. 08/09/2017 11 SUJEITOS VII – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO DIREITO 6) PODERES (CPP, 271) OBS.: A doutrina e jurisprudência entendem que são possíveis a interposição de outros recursos pelo assistente desde que sejam para viabilizar os recursos anteriores (RESE / AP supletiva), como: RESE, CPP, 581,IV; Carta testemunhável,CPP,639; Embargos de declaração RE/RESP. SUJEITOS VIII – AUXILIARES DA JUSTIÇA DIREITO Não são sujeitos principais, pois apenas auxiliam o juiz. 1) Permanentes: são os que atuam em todos os processos. São auxil iares da justiça: a) o escrivão, que é o chef e do cartório judicial ; b) os escreventes, auxiliares do escrivão; c) o distribuidor, ao qual incumbe a repartição (distribuição) dos processos que ingressam no juízo; d) o of icial de justiça, responsável p ela realização d e citaçõ es, intimações, p risões e d emais diligências para as quais for designado p elo juiz no curso do processo. SUJEITOS VIII – AUXILIARES DA JUSTIÇA DIREITO 1) Permanentes: e) o contador e o partidor, que realizam o cálculo das penas e das custas do processo; f) o depositário público, incumbido da guarda de objetos apreendidos, sequestrados, arrestados etc.; g) os auxiliares dos cartórios; e h) o porteiro dos auditórios, encarregado de apregoar a abertura de audiências. 08/09/2017 12 SUJEITOS VIII – AUXILIARES DA JUSTIÇA DIREITO 2) Eventuais: intervém em apenas alguns processos, onde realizarão tarefas especiais: Peritos e Intérpretes. a) Peritos (CPP, 275-280). Perito: é o especialista em determinada matéria, encarregado de servir como auxiliar da justiça, esclarecendo pontos específicos distantes do conhecimento jurídico do magistrado. (NUCCI) OBS.: CPP, 280: aplicam-se aos peritos as causas de suspeição do CPP, 254. SUJEITOS VIII – AUXILIARES DA JUSTIÇA DIREITO 2) Eventuais: b) Intérpretes (281): É a pessoa conhecedora de determinados idiomas estrangeiros ou linguagens específicas, que serve de intermediário entre pessoa a ser ouvida em juízo e o magistrado e as partes. Atua como perito, devidamente compromissado a bem desempenhar a sua função. (NUCCI) REFERÊNCIAS DIREITO OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 21. Ed. São Paulo: Atlas, 2017. NUCCI, Guilherme de Sousa. Código de Processo Penal comentado. 16. Ed. São Paulo: Forense, 2017. LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 14. Ed. São Paulo: Saraiva, 2017. TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar. Curso de Direito Processual Penal. 12ª Ed. Bahia. JusPODIVM, 2017. AVENA, Noberto. Processo Penal esquematizado. 9. Ed. São Paulo: Método, 2017. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo penal. 16 Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 24. Ed. SãoPaulo: Saraiva, 2017. MESSA, Ana Flávia. Curso de direito processual penal. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2014. REIS, Alexandre Cebrian Araújo. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito processual penal esquematizado. 5.ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
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