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Métodos Gráficos
2.1. O Mapa Geológico
Um mapa, com suas respectivas legendas e seções, deve ser representado com o uso adequado da simbologia ou cores, que tem, por finalidade maior, separar as diversas litologias, formações, entre outras, da área mapeada. 
Na elaboração de cartas geológicas coloridas, é importante associar a cada uma das unidades individualizadas, uma determinada cor que a melhor represente. Apesar de não haver uma tabela de cores para representar os diferentes tipos de rochas, existe uma tendência em utilizar o vermelho para granitos, o amarelo para arenitos e o azul para os mármores. Aliado a cada uma das cores é necessário acrescentar um conjunto de letras (figura 2.1.1.) indicando o período, a litologia e a unidade estratigráfica (não necessariamente nesta ordem).
 
Figura 2.1.1. Exemplo de representação de uma rocha metamórfica (mármore) em um mapa geológico onde as letras indicam o período, litologia e unidade estratigráfica (formação, grupo), não necessariamente nesta ordem.
Os mapas geológicos são apresentados em diversas escalas e tamanhos diferentes e na maioria das vezes, são coloridos, porém, quando eles são publicados em revistas técnicas, anais de congressos ou simpósios, entre outros meios de divulgações, as impressões normalmente são em preto e branco (ou em diferentes tonalidades de cinza). 
A escolha por uma ou outra forma de apresentação gráfica dependerá principalmente da escala do trabalho, finalidade e disponibilidade de recursos financeiros. Se a opção for pela impressão em preto e branco, a utilização da simbologia é obrigatória (figura 2.1.2.).
 
 
 (a) (b)
 
 Figura 2.1.2. Formas de apresentação de um mapa geológico - (a) com o uso da simbologia e (b) colorido. 
Quando se compara a forma de representação de mapas no Brasil e em outros países, verifica-se a inexistência de uma convenção internacional previamente definida para indicar os diferentes tipos de rochas (siltitos, argilitos ardósias, gnaisses ou riolitos) e informações geológicas (contatos litológicos, falhas) ou cartográficas (rios, estradas), entre outras. Algumas representações, porém, tem aceitação internacional, como por exemplo, as rochas calcárias ou graníticas, com suas simbologias em forma de “tijolinhos ou cruzes”, respectivamente.
Na preparação da arte final do trabalho, devemos priorizar a utilização das simbologias e convenções previamente definidas�,� e de uso comum entre os institutos de pesquisas, empresas, entre outros (figura 2.1.3.). Na medida em que surjam informações não convencionais, será necessário criar novos símbolos que as representem adequadamente (figura 2.1.4.).
 � 
 �
 atitude da camada granito forno de cal em atividade estromatólito 
 
 Figura 2.1.3. Exemplos de simbologias de Figura 2.1.4. Exemplos de simbologias criadas devido 
 uso comum, de convenção internacional a não existência de uma convenção internacional.
Os símbolos, geológicos ou não, deverão respeitar as devidas proporções de tamanho, espessura do traço e importância, sempre compatibilizando com a densidade de informações que possibilitem clareza e interpretação satisfatórias. 
Quando se insere desenhos de falhas, dobras e contatos litológicos em um mapa, ou ainda, de elementos planimétricos como estradas ou rios, além da simbologia correspondente, deve-se diferencia-los em relação à espessura do traço (figura 2.1.5.).
Os traços mais espessos deverão ser reservados para representação das falhas e ou juntas. Os eixos das dobras deverão ter um traço médio (intermediário) e os demais elementos geológicos (por exemplo os contatos litológicos) e planimétricos, deverão ser mais discretos (traço fino), como representados na figura 2.1.5., lembrando que as informações geológicas sempre devem ser destacadas em relação às outras informações não geológicas.
 
contato geológico dobra anticlinal falha rio 
Figura 2.1.5. Os elementos geológicos acima devem ser representados em um mapa geológico com espessuras diferentes no seu traçado.
Na representação de um elemento geológico definido, aproximado ou inferido, deve-se desenhá-los respectivamente com linhas contínuas ou tracejadas (traços longos ou curtos) para contatos litológicos, falhas ou dobras (figura 2.1.6.).
 
 contatos litológicos definido, falhas geológicas definida, eixos de dobras definido, 
 aproximado ou inferido aproximada ou inferida aproximado ou inferido 
 
 Figura 2.1.6. Elementos geológicos definidos, aproximados e inferidos.
Essa forma de representação permite ao leitor ter uma idéia imediata se a informação observada no mapa é inferida, aproximada ou definida.
Uma forma de contato menos conhecida e que aparece em boa parte dos mapas geológicos é o contato encoberto. Esse tipo de contato surge quando se tem a deposição de um determinado material, geralmente de pequena espessura como os sedimentos aluvionares, sobre um elemento geológico pré-existente. Nesta situação, a simbologia do contato geológico, da falha ou do eixo da dobra, deve ser representada pontilhada na parte encoberta (figura 2.1.7.).
 (a) 
 
 (b)
Figura 2.1.7. Representação de um material recente, aluvionar, depositado em cima de litotipos mais antigos, seccionados por uma fratura (a). Ampliação parcial da imagem (b) mostrando em detalhe a forma de representar os contatos litológicos e a fratura existente, encobertos parcialmente pelo aluvião. Observar que o pontilhado na parte encoberta pelo aluvião é mais fino quando representa o contato litológico e mais espesso quando representa a fratura.
2.2. 
A Legenda
A legenda se apresenta como um cartão de visitas e sua correta elaboração é imprescindível, valorizando a apresentação do trabalho. Normalmente fica posicionada no lado direito do mapa, abrangendo toda a lateral, apesar da literatura apresentar outras formas de distribuição (como acontece em relação à simbologia). 
Uma boa legenda deve conter todas as informações existentes, estar padronizada de acordo com as normas, ser simples e direta. Na sua construção deve-se separar o conteúdo em estratigrafia, geologia e planimetria, adicionando ao final os dados do projeto e da empresa, instituição ou profissional responsável, ano de realização, escalas gráfica e numérica, nome do projeto, além de outras informações. 
No item referente à estratigrafia, as unidades devem ser distribuídas conforme as diferentes idades, desta forma as unidades mais antigas ficarão na base da coluna estratigráfica e as mais recentes no topo (figuras 2.2.1. e 2.2.2.). 
Figura 2.2.1. Modelo de apresentação de legenda estratigráficafeita pelos alunos de Geologia da Universidade Federal do Paraná. Na coluna, pequenos retângulos são preenchidos com cores (e normalmente com as respectivas simbologias) representando a unidade geológica individualizada, os quais aliados a uma breve descrição complementam as informações da legenda. 
 
Figura 2.2.2. Representação de uma coluna estratigráfica apresentada pela 
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM (folha geológica de Itararé).
2.3. A 
Seção
O perfil topográfico é a representação gráfica da altimetria de um corte no terreno segundo uma determinada direção. A sua construção é relativamente simples, porém por vezes trabalhosa e sua obtenção normalmente é feita tendo como base uma carta topográfica.
Ao conjunto representado pelo perfil topográfico e as informações geológicas contidas ao longo do mesmo, denomina-se seção (perfil, corte) geológica. As suas extremidades são indicadas no mapa, por exemplo, A – B (figura 2.3.1.).
 
 Figura 2.3.1. Maneiras de representar a indicação de uma seção geológica em um mapa. 
A escolha mais apropriada do local (ou locais no caso de mais de uma seção) onde será realizado este corte deverá obedecer a alguns critérios:
● representar da melhor maneira as feições geológicas da área, seccionando o maior número de litologias ou estruturas possíveis;
● deve ser o mais perpendicular possível à direção das camadas.
Na sua construção a partir do mapa (figura 2.3.2.), são transportados para o perfil topográfico os pontos correspondentes à interseção da linha de corte com as informações geológicas existentes, neste caso, os contatos litológicos e mergulhos das camadas. Observar que a linha tracejada (A – B) só foi inserida na figura para auxiliar o entendimento do desenho, portanto, ela não deve aparecer na arte final.
 
Figura 2.3.2. Mapa geológico esquemático e sua seção correspondente. 
Na transferência de informações do mapa para a seção, a geologia representada ao longo do perfil topográfico A – B deverá ser igual ao que está contido na correspondente linha de corte do mapa (figura 2.3.3.), ou seja, se uma determinada litologia (L) apresentar uma espessura aparente no mapa, deverá ter a mesma espessura aflorante (L¹) na linha da seção (desde que mantidas as mesmas escalas).
Observar que a camada de folhelho não aparece na linha de corte A – B do mapa, consequentemente, não irá aparecer no perfil topográfico correspondente, o que não impede que essa mesma litologia seja representada na seção geológica, logo abaixo do arenito.
 �
 
 Figura 2.3.3. Mapa geológico esquemático com uma seção correspondente.
O mesmo mapa geológico é representado na figura 2.3.4., porém, com uma alteração no ângulo de mergulho das camadas, que passou de 56 para 30 graus. Com esta mudança, a camada de conglomerado (c) que não aparecia na seção anterior (figura 2.3.3.a.), está representada na seção. 
 
 �
Figura 2.3.4. Mapa geológico mostrando o prolongamento da linha de corte (A’ e A’’) necessário à interpretação da continuidade das camadas de folhelho (f) e conglomerado (c) e suas correlações com a respectiva seção geológica (A’¹, A’’¹, f¹ e c¹).
Na construção da seção deve-se inserir informações sobre a escala horizontal (igual à escala do mapa) e vertical (não necessariamente a mesma escala) utilizadas. As cotas topográficas devem ser indicadas no eixo vertical (figura 2.3.5.). Observar que no mesmo desenho que a representação das litologias não foi até a base do perfil, o que eventualmente poderia ter sido feito.
A simbologia deve acompanhar a estrutura geológica interpretada (figura 2.3.5.). As interpretações acima do perfil topográfico devem ser feitas sempre que houver uma ou mais estruturas geológicas a serem mostradas (tracejado ou pontilhado). 
 
 Escala vertical = horizontal 
Figura 2.3.5. Seção geológica esquemática mostrando litotipos dobrados (anticlinal), onde a simbologia acompanha o mergulho das camadas. 
 
 modo incorreto modo correto 
 
 
 modo incorreto modo correto
 
 
 modo incorreto modo correto 
 
 
Exemplos da utilização da simbologia em perfis (à esquerda de cada uma das representações o modo incorreto de representar e à direita a maneira correta. Na primeira figura a simbologia indica que a rocha calcária está horizontalizada. No segundo exemplo a simbologia não está paralela à linha do contato litológico e no último desenho as simbologias referentes às diversas litologias, estão desenhadas acima do perfil topográfico, e nesta situação, o correto é representar somente os contatos.
 
Quando um determinado elemento geológico é definido, aproximado ou inferido no mapa, deve-se representá-lo da mesma forma na seção, portanto, um contato aproximado no mapa deverá ser aproximado na seção, uma falha definida no mapa deverá ser definida em seção (figura 2.3.6.). 
Se for necessário indicar uma informação planimétrica no perfil, como por exemplo a estrada do Sumidouro, a mesma deverá ser discreta (letras pequenas) para não chamar muita atenção. 
 
Figura 2.3.6. Os contatos litológicos definidos e aproximados são representados da mesma maneira no mapa geológico como na seção. Observar nesta figura que o mapa e a seção são coloridos, mesmo assim a seção está acompanhada da simbologia, objetivando demonstrar a atitude das camadas em sub-superfície.
 a b c d 
 
 
 
Representação de alguns tipos de falhas em seção: a. falha normal; b. falha inversa; c. falha transcorrente (bloco da esquerda se aproximou em relação ao bloco da direita que se afastou); d. falha de empurrão ou cavalgamento.
2.4. Outras Informações que Constam em Mapas Geológicos
Norte Verdadeiro, Norte Magnético e Mapa de Localização 
Os mapas, geológicos ou não, devem ter indicações do norte verdadeiro e também do norte magnético, de preferência com a indicação da declinação magnética atualizada para o ano da publicação (figura 2.4.1.). 
 
Figura 2.4.1 Indicações dos Nortes 
Verdadeiro e Magnético (Paraná) 
Os rumos obtidos com as bússolas são medidos em relação ao Norte Magnético, que varia ponto a ponto no terreno e com o passar dos anos. Com isso, torna-se necessário relacionar essas medidas magnéticas a uma direção fixa e imutável no terreno, como o Norte Geográfico. Essa diferença angular entre o norte geográfico ou verdadeiro (Ng ou Nv) e o norte magnético (Nm) é denominada de declinação magnética. 
A situação da área cartografada, dentro de um determinado estado e ou país, denominado de mapa de situação, facilita ao leitor verificar de imediato o local onde foi realizado o trabalho (figura 2.4.2.). 
 
 
 Figura 2.4.2. Exemplos de mapas de situação ou localização 
 Coordenadas Geográficas e UTM
Os mapas de uma forma geral trabalham com as Coordenadas Geográficas Terrestres, que são dois sistemas de linhas imaginárias, paralelas e ortogonais entre si (figura 2.4.4.). Aslinhas norte - sul são denominadas meridianos (passam pelos pólos) e as linhas leste – oeste paralelos. O ponto zero para os meridianos é o de Greenwich (meridiano principal) e os valores a partir deste ponto crescem até atingirem 180 graus, tanto para Leste como para Oeste. O marco zero para os paralelos é o círculo do Equador, onde os valores crescem tanto para Norte como para Sul até atingirem 90 graus.
 
 Figura. 2.4.4. Indicação dos meridianos (linhas norte – sul) e paralelos (linhas leste - oeste) de um 
determinado ponto A com suas respectivas coordenadas geográficas (Latitude = 45° e Longitude = 75°).
Ao afastamento de um ponto na superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich denomina-se Longitude (indicar se o ponto situa-se a Leste ou Oeste do meridiano principal) e o mesmo afastamento em relação à linha do Equador denomina-se Latitude (indicar se o ponto situa-s a Norte ou a Sul do paralelo principal).
Um segundo sistema de coordenadas plano-retangulares também são utilizados na construção de mapas e está relacionada à Projeção Universal Transversa de Mercator, desta forma a denominação de coordenadas UTM. O sistema de medida utilizado é o linear em metros.
A interseção de duas coordenadas geográficas ou UTM fornece a localização exata do ponto ou da informação no terreno, desta forma visualiza-se a importância da correta utilização das mesmas, seja na localização da área de estudo, seja na localização de um ponto no terreno.�
Escala
Escala é a relação matemática constante entre o comprimento a de uma linha medida na planta e o respectivo comprimento b de sua medida real no terreno (figura 2.4.5.), dada pela relação a/b = 
1/E, sendo E o módulo da escala (nesta relação o numerador e denominador têm que ter a mesma 
unidade de medida). Com esta relação verificamos que quanto menor for o denominador maior será a escala e vice-versa.
 Figura 2.4.5. A figura mostra parte de uma carta topográfica, na escala 1:50.000. O quadriculado representa as coordenadas UTM, distanciadas uma das outras em 4 centímetros ou pela escala, 2.000 metros.
Todos os mapas devem conter a indicação da escala na qual ele foi construído. Existem duas formas de representação de escalas, a escala numérica e a escala gráfica. Na escala numérica as unidades, tanto do numerador como do denominador, são indicados em centímetros. O numerador é sempre 1 e indica o valor de um centímetro no mapa. O denominador é a unidade variável e indica o valor em centímetros correspondentes no território.
Em uma escala 1/25.000 (também representada por 1:25.000), 1 centímetro corresponde a 25.000 centímetros no terreno, porém costuma-se fazer a leitura diretamente em metros ou quilômetros, portanto, 1 centímetro = 250 metros e 1 milímetro = 25 metros.
De modo semelhante, quando se define uma escala 1/50.000, significa que 1 centímetro corresponde a 500 metros e 1 milímetro corresponde a 50 metros.
Na apresentação de um trabalho é necessário representar de forma gráfica a escala adotada (figura 2.4.6.), o que possibilita determinações diretas das distâncias correspondentes no terreno, guardando suas relações em caso de distorções (presença de umidade, calor ou até cópias reprodutivas) ou redução ou ampliação da imagem.
Figura 2.4.6. Escala Gráfica. As divisões maiores correspondem a 50 metros e as menores à 5 metros.
Perfil Topográfico
O perfil topográfico representa a superfície de um terreno em uma determinada seção ou corte, realizado por um plano vertical. Uma sistemática muito utilizada para construção de um perfil topográfico é colocar uma tira de papel ao lado da linha de corte A – B, onde são marcados os pontos de interseção da linha do perfil com as curvas de nível e indicadas às cotas (figura 2.4.11.). Elementos morfológicos importantes como fundos de vale ou linhas de crista devem ser marcados, desta forma o perfil será o mais fiel possível. 
Essas informações são transferidas para uma folha de papel (de preferência milimetrado), onde será construído um gráfico. A linha horizontal (eixo das abscissas) corresponde à distância horizontal do perfil no mapa e a linha vertical (eixo das ordenadas) as cotas das curvas de nível. 
Na sequência, a tira de papel é ajustada paralelamente ao eixo das abscissas e cada um dos valores cotados nesta tira de papel é transferido para o gráfico até encontrar com a horizontal da cota da ordenada correspondente ao valor sinalizado, resultando pontos diversos, que unidos, resultarão no perfil topográfico desejado (figura 2.4.12.).
Quando as escalas verticais e horizontais são as mesmas, temos uma representação fiel do terreno. Na construção de seções geológicas é comum modificar a escala vertical do perfil, visando ressaltar determinadas estruturas geológicas�.
 
 
 
 Figura 2.4.11. Sistemática adotada para construção de Figura 2.4.12. Perfil topográfico. O eixo 
 um perfil topográfico. Na tira de papel são marcados das abscissas corresponde as diferentes
 os pontos de cotas ao longo da linha A-B, para distâncias no terreno e o eixo das 
posteriormente transferi-los para o gráfico apropriado. ordenadas as diferentes cotas topográficas.
2.5. Informações Necessárias à Construção de Mapas Geológicos
Regra dos “Vs”
A regra dos Vs é uma forma de interação entre a geologia e a superfície topográfica. Quando uma determinada camada possui uma inclinação maior do que a do talvegue do vale, a sua representação em mapas geológicos ou imagens aéreas poderá resultar em um formato de Ve, que é observado sempre no vale e cujo vértice (ou bico) indica o sentido de mergulho da camada. 
Esta relação entre geologia e relevo resulta em diversas regras básicas e a primeira delas refere-se a camadas horizontalizadas. Nesta situação o traçado do contato litológico será paralelo as curvas de nível (figuras 2.5.1 e 2.5.3.). As camadas verticais apresentam-se em mapas com traços retilíneos não sofrendo qualquer influência seja qual for a superfície topográfica (figuras 2.5.2. e 2.5.4.).
 
 Figura 2.5.1. Representação de Figura 2.5.2. Representação de
 camadas horizontais em um bloco camadas verticais em um bloco
 diagrama (a) e em planta (b). diagrama (a), em planta (b).
 
 
 
Figura 2.5.5. Camada inclinada mergulhando Figura 2.5.6. Camada inclinada mergulhando 
 no sentido da jusante do vale em um no sentido da montante do vale em um 
 bloco diagrama (a) e planta(b). bloco diagrama (a) e planta (b). 
Mergulho Verdadeiro e Mergulho Aparente
Outro ponto a ser considerado nas seções é a relação mergulho verdadeiro e mergulho aparente. O mergulho de uma camada é o ângulo de sua máxima declividade, medido em um plano vertical perpendicular à sua direção.
 
Figura 2.5.10. Afloramento de rocha metamórfica (quartzito) onde podemos observar a 
direção e mergulho da camada. Considerando a direção do Norte paralela à lateral da foto, 
a atitude da camada seria aproximadamente N30W mergulhando 50 graus para nordeste 
(fotografia Marcell Leonard Besser).
Quando se insere essa informação no mapa geológico (figura 2.5.11.), deve-se lembrar que este ângulo de mergulho, obtido no campo com auxílio da bússola de geólogo, é denominado de
mergulho verdadeiro.Figura 2.5.11. Parte de um mapa geológico com duas atitudes obtidas em campo (mergulho verdadeiro).
Quando a seção construída a partir de um mapa geológico for perpendicular à direção das camadas, os mergulhos devem ser representados tal como aparecem no mapa. Na medida em que o corte não é mais perpendicular, o valor de mergulho a ser representado será menor, e quanto mais oblíqua for essa relação, menor será o ângulo de mergulho a ser representado, no caso denominado de mergulho aparente.
O bloco diagrama representado na figura 2.5.12. demonstra bem a relação entre os mergulhos verdadeiro e aparente:
● seção 01 - ângulo entre as direções das camadas e seção é 90°. Mergulho aparente = 42°;
● seção 02 - ângulo entre as direções das camadas e seção é 52°. Mergulho aparente = 35°;
● seção 03 - ângulo entre as direções das camadas e seção é 33°. Mergulho aparente = 26°;
● seção 04 - ângulo entre as direções das camadas e seção é 0°. Mergulho aparente = 0º. 
Nesta situação, onde a seção está paralela à direção da camada, o mergulho aparente será representado de forma horizontal, independente do valor do mergulho verdadeiro.
Figura 2.5.12. Bloco diagrama ilustrando as relações entre mergulho verdadeiro e aparente (Loczy e Ladeira – 1976).
Para facilitar a correção do valor do ângulo de mergulho verdadeiro em mergulho aparente (a ser usado na seção), pode-se utilizar o normograma para cálculo de mergulhos aparentes (figura 2.5.13.).
Figura 2.5.13. Normograma de correção de mergulho aparente (modificado 
de Rosa et. al. 1968, in Loczi e Ladeira – 1976). 
Na figura 2.5.14. está esquematizado um exemplo de utilização deste ábaco� onde o ponto um (P¹) representa o valor do ângulo formado entre a direção de uma determinada camada e a direção da seção que a cortou (no caso = 55°). O ponto dois (P²) representa o valor do mergulho verdadeiro (obtido no campo), que neste exemplo corresponde a 24°. Traçando uma linha unindo esses dois pontos e projetando-a na escala desenhada no alto do ábaco, temos o valor corrigido (P³) do mergulho (mergulho aparente) a ser utilizado na seção (20°).
 
 Figura 2.5.14. Exemplo de utilização do normograma
Na figura 2.5.15. estão representadas duas camada guias de arenitos, com direções diferentes e mergulhos iguais (N50°E / 50°NW e EW / 50°N). Na parte superior do mapa geológico, a seção A-A’ é praticamente perpendicular à direção das camadas, conseqüentemente, o mergulho a ser representado na seção será igual a 50°, ou seja, não necessita correção. 
Na parte inferior do mapa geológico esta situação não se repete. O ângulo formado entre a direção da camada e a direção da seção está em torno de 48°, desta forma será necessário calcular o mergulho aparente utilizando o normograma da figura 2.4.4. e transferir o valor obtido para a seção, que neste exemplo corresponde a 42°.
 
Fig. 2.5.14. Representação de um mapa geológico e sua respectiva seção A – A’.
Quando a topografia do terreno é relativamente plana, é usual fazer uma alteração na escala vertical do perfil, objetivando realçar as estruturas internas da seção e camadas pouco espessas. Esta é uma segunda situação onde é necessária a correção do valor do ângulo de mergulho da camada. Na construção de uma seção a partir de um mapa geológico, o exagero na escala vertical normalmente varia entre duas a três vezes, podendo, em determinadas situações, chegar até 10 vezes.
A figura 2.5.15. ilustra uma seção geológica esquemática, onde as escalas vertical e horizontal são iguais (1:10.000), portanto, não houve modificação no perfil topográfico original e nas estruturas geológicas.
 
 
Figura 2.5.15. Seção geológica esquemática. Escala vertical = horizontal = 1:10.000 (um centímetro nestas escalas = cem metros).
Na figura 2.5.16. mostra-se a mesma seção geológica, onde as escalas vertical (1:5.000) e horizontal (1:10.000) são diferentes. Com esse procedimento, o perfil topográfico foi modificado em relação ao original (exagero de duas vezes), havendo necessidade de correção dos ângulos de mergulhos dos litotipos, onde α¹ é o mergulho original (32°) e α² é o mergulho final, com a devida correção (51°).
Figura 2.5.16. Seção geológica esquemática. Escala vertical = 1:5.000; escala horizontal = 1:10.000. Observar que neste procedimento de sobrelevação do perfil, a relação de contato entre as camadas ficou distorcida (em vermelho), havendo a necessidade da correção dos mergulhos.
A figura 2.5.17. foi igualmente criada para facilitar a correção dos ângulos de mergulhos utilizados em uma seção com escala vertical alterada em relação à escala horizontal. Nela estão representadas quatro escalas gráficas diferentes (2x; 3x; 5x; 10x) e mais a escala interna onde serão feitas as leituras finais, com a devida correção.
 
 Figura 2.5.17. Ábaco de correção de mergulhos 
Na figura 2.5.18. está esquematizado um exemplo de utilização deste ábaco�, onde o ponto um (P¹) representa o valor do ângulo do mergulho a ser corrigido (50°), marcado na escala correspondente ao exagero escolhido para construção do perfil topográfico, no caso três vezes (P²). Traçando uma linha unindo o ponto um (P¹) até a origem zero e fazendo a leitura na escala mais interna do ábaco, tem-se o valor corrigido (P³).
 
Figura 2.5.18. Exemplo de utilização deste ábaco. 
� - Manual Técnico de Geologia do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM
5 - Manual Técnico de Geologia do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE
� Existe muita literatura disponível sobre o assunto. Pode-se citar o Manual de Fundamentos Cartográficos e Diretrizes Gerais para Elaboração de Mapas Geológicos, Geomorfológicos e Geotécnicos.
� A mudança na escala vertical e as respectivas implicações na interpretação da seção geológica estão detalhadas na sequência deste capítulo - item Mergulho Verdadeiro e Mergulho.
� - Este ábaco foi construído em sua origem a partir de fórmulas matemáticas visando, principalmente, rapidez na obtenção dos mergulhos aparentes.
 
� - Este ábaco foi construído em sua origem a partir de fórmulas matemáticas visando, principalmente, rapidez na obtenção dos mergulhos aparentes.
 
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