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Introdução ao Serviço Social

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Introdução ao Serviço Social
Aula 1- A Trajetória da Profissionalização do Serviço Social no Contexto Mundial
Objetivos:
Entender a importância da disciplina para a sua formação acadêmica;
Reconhecer os principais processos sócio-históricos que contribuíram para a gênese da profissão no contexto mundial;
Relacionar o surgimento do Capitalismo com o processo de racionalização da assistência frente ao surgimento da questão social.
Introdução:
A origem das profissões
Vamos iniciar a nossa disciplina Introdução ao Serviço Social estudando sobre as origens das profissões.
As pesquisas mostram que uma profissão não surge por acaso. É necessário um chamado da sociedade.
Uma profissão surge do desenvolvimento e evolução dos processos que ocorrem na sociedade. Para, então, entender uma atividade profissionalizada, é necessário situá-la no contexto social que a origina; conhecer o processo histórico que a origina.
As profissões nascem à medida que o ser humano passou a viver em sociedade, com a necessidade primeira de divisão de tarefas.
Assim sendo, de acordo com as necessidades, as profissões aparecem, transformam-se e, também, são extintas.
Comenta Iamamoto (1993) que é preciso entender as profissões, como o Serviço Social, inseridas no processo de reprodução das relações sociais.
A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA
Vamos recuperar a história do capitalismo na segunda metade do século XIX, entendendo as contradições impostas por tal lógica e seus rebatimentos nas condições de vida da classe trabalhadora e da sociedade, situando a gênese da nossa profissão.
Esta disciplina te possibilitará o entendimento da evolução histórica da profissão, quando abordaremos os aspectos históricos da nossa atividade, necessário para que você possa atuar no cenário atual, conforme o perfil do egresso fixado nas nossas Diretrizes Curriculares.
Depois de você ter aprendido sobre a questão social e os problemas existentes na sociedade, deve estar se perguntando sobre a própria história da profissão. 
Na verdade, porque os problemas existem surgiu a necessidade do profissional para, na sua atuação, poder dá-los a atenção devida. Para compreender uma profissão, o que ela é e o que faz, é primordial saber os processos que desencadearam sua gênese e isso em diferentes cenários como Europa, EUA, América Latina e, mais especificamente, o Brasil.
As Origens do Serviço Social
Pode-se, então, afirmar que o Serviço Social, como profissão, é reflexo da realidade social. As origens do Serviço Social estão voltadas para as determinações históricas, políticas, econômicas e sociais. Ou seja, a profissão só existe a partir de relações sociais historicamente determinadas.
É a partir da compreensão destas determinações históricas que se poderá alcançar o significado social desse tipo de especialização do trabalho coletivo (social), mais além da aparência em que se apresenta em seu próprio discurso, e, ao mesmo tempo, procurar detectar como vem contribuindo, de maneira peculiar, para a continuidade contraditória das relações sociais, ou seja, do conjunto da sociedade.
Continua observando que o Serviço Social só pode afirmar-se como prática institucionalizada e legitimada na sociedade ao responder a necessidades sociais derivadas da prática histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada.
Divisão do Trabalho
A divisão do trabalho na sociedade expressa o desenvolvimento do Serviço Social, como profissão, apropriado pela classe capitalista e a seu serviço, como força produtiva do capital. 
A vertente aqui contemplada tem como referência a leitura de Karl Marx, que considera o capital como uma relação social e o capitalismo um determinado modo de produção, marcado pela dominação do processo de produção pelo capital.
Entender a trajetória histórica do capitalismo, a partir de tal concepção Marxista, é compreender os “nexos de articulação entre o capitalismo e o Serviço Social.” (MARTINELLI, 2001, p. 20). Consiste em:
“Localizar o momento e as condições do surgimento do capitalismo industrial, em cuja esteira se gestou o Serviço Social, implica incursionar pelo tempo e penetrar na estrutura da sociedade, de forma a identificar o estágio das forças produtivas e a organização social correspondente, especialmente no sistema de classes. 
A história do capitalismo é a história das classes sociais; estas constituem o elemento fundamental para se compreender tanto o capitalismo em si mesmo considerado quanto a marcha histórica da humanidade, profundamente relacionada com seus conflitos, antagonismos e lutas, estas últimas em especial, verdadeiras forças motrizes daquela marcha. (MARTINELLI, 2001, p.20)
História do Serviço Social
Para entendermos a história do Serviço Social é preciso compreender a sua origem, que teve início justamente quando surgiram as lutas estabelecidas pelas classes operárias em busca de uma sociedade mais justa, tendo como consequência uma classe burguesa preocupada em perder a sua estabilidade social em função do aumento da pobreza.
ATENÇÃO!
Conforme já considerado, para se atingir o objetivo buscado, torna-se fundamental a compreensão do capitalismo como categoria histórica e sua relação com o Serviço Social.
Esse cenário acontece a partir do século XIX, quando as condições de trabalho para os operários eram muito precárias, as cidades cresciam descontroladamente sem planejamento e as condições de moradia também se apresentavam prejudicadas, ou seja, as necessidades básicas dos indivíduos não eram atendidas no mesmo ritmo de crescimento da sociedade, levando a uma desigualdade social cada vez mais intensa.
Sobre o modo capitalista de produção
O modo de produção capitalista e as relações sociais dele decorrentes apresentam características que marcam esse sistema:
- Relações assalariadas de produção;
- Propriedade privada dos meios de produção por parte da burguesia;
- O burguês possui fábricas, centros comerciais, grandes lojas, meios de transporte, terras, bancos e etc;
- A classe burguesa é proprietária dos meios de produção e circulação das riquezas;
- O trabalhador não é obrigado a ficar sempre na mesma propriedade rural ou empresa urbana. Ele é livre;
- O desenvolvimento da produção é impulsionado pelo desejo de lucro;
- Expansão da produção e baixa dos custos;
- Avanços técnicos constantes;
- Exigência de maior produtividade dos operários; e
- Racionalização crescente da produção.
Pondera Martinelli (2001, p.31) que: “Esta separação entre os meios de produção e produtor e a consequente subordinação direta deste ao dono do capital permitem que se instaure o ciclo de vida do capital, o seu processo de acumulação primitiva.”
As fases do Capitalismo
O intenso desenvolvimento do capitalismo apresenta fases distintas, abaixo apresentadas, importantes de serem resgatadas para o entendimento das refrações sobre o Serviço Social e seu objeto de estudo.   
Pré-Capitalismo (séc. XI ao séc.XV): Comércio e produção artesanal sofrem expansão;
Predomina o trabalho independente dos artesãos, donos dos meios de produção, matéria-prima, trabalho assalariado e arrendamento da terra;
Capitalismo comercial ou mercantil (séc. XV ao séc. XVIII): Trabalho independente; trabalho assalariado; lucro concentrado nas mãos dos comerciantes;
Capitalismo Industrial (séc. XVIII ao séc. XX): Revolução Industrial, capital empregado na indústria, trabalho assalariado;
Capitalismo financeiro (séc. XX): Bancos e instituições financeiras no controle das atividades econômicas (agricultura, pecuária, indústria e comércio); sociedade pós-industrial (séc. XX ao séc.XXI); domínio do capital financeiro, desenvolvimento das redes de computadores, aplicação de grandes massas de capital aplicadas em países que oferecem maior lucratividade; indústria e agricultura perdem importância; ampliação dos meios de comunicação e setor de informática, indústria de tecnologia e automação.
O próprio movimento do capitaldesencadeia o movimento do proletariado, de forma tal que ao grande surto de desenvolvimento trazido pela Revolução Industrial, sobretudo em seu período áureo, de 1850 a 1875, período das grandes indústrias siderúrgicas, da chamada era ferroviária, correspondeu uma mudança qualitativa de fundamental importância para a história da sociedade. Os operários individuais, por força de seus movimentos e lutas e de forma contraditória e complexa, haviam se transformado em um proletariado de caráter fabril.
As inúmeras transformações trazidas pela Revolução Industrial haviam acentuado profundamente a polarização social: a sociedade de classes no último quartel do século XIX era uma realidade inegável, a moderna sociedade burguesa fez com que a ruptura e a cisão atingissem seu ponto terminal. (MARTINELLI, 2001, p.36)
EMERGÊNCIA DAS QUESTÕES SOCIAIS
A ascensão do capitalismo, com destaque para o século XVIII, impulsiona um cenário de manifestações operárias, pela provocação das fragmentações no modelo de sociedade: divisão de classes e social do trabalho, as desigualdades na distribuição do produto do trabalho e acesso, gerando a emergência das questões sociais:
- trabalho árduo, com a expansão das fábricas e indústrias, semelhantes a prisões, com número alarmante de operários;
- massa trabalhadora composta de homens, mulheres e crianças em condições de trabalho inadequadas; ambiente insalubre, sem ventilação e luz;
- mulheres e crianças trabalhadoras submetidas a salários mais baixos que os homens;
- falta de assistência médica e direitos trabalhistas, como jornada de trabalho, aposentadoria.
Em sua fase inicial, correspondente aos primeiros fluxos expansionistas da Revolução Industrial e de ascensão do capitalismo, a revolta dos trabalhadores era contra a submissão da vida humana aos interesses do capital, contra a humilhação cotidiana que os capitalistas lhes impunham, transformando-os em mera condição de expansão de trabalho era comprada a preços cada vez mais degradantes. Assim, as manifestações de revolta dos trabalhadores eram impulsionadas pelo incremento da violência e da exploração que os capitalistas contra eles cometiam, transformando a sua existência em uma luta contínua e desigual pela sobrevivência. (MARTINELLI, 2001, p.44)
Em sua fase inicial, correspondente aos primeiros fluxos expansionistas da Revolução Industrial e de ascensão do capitalismo, a revolta dos trabalhadores era contra a submissão da vida humana aos interesses do capital, contra a humilhação cotidiana que os capitalistas lhes impunham, transformando-os em mera condição de expansão de trabalho era comprada a preços cada vez mais degradantes. Assim, as manifestações de revolta dos trabalhadores eram impulsionadas pelo incremento da violência e da exploração que os capitalistas contra eles cometiam, transformando a sua existência em uma luta contínua e desigual pela sobrevivência. (MARTINELLI, 2001, p.44)
Sobre as manifestações operárias, vale a pena recuperar, considerando as contribuições de Martinelli (2001):
- Século XVIII: dominação do capital sobre o trabalho e os operários desorganizados como classe, com interesses comuns voltados para o ofício.
- Primeira metade do século XIX: o avanço do capitalismo rumo à desvalorização do ser humano. O protesto do movimento operário mostra-se na recusa ao massacre imposto, o que levou o Governo da Restauração Inglesa a reagir com o recrudescimento da punição máxima aos “revoltosos”, restaurando a pena de morte pela destruição das máquinas.
- Unidos em um movimento que tinha por objetivo central a destruição das máquinas e revoltados com o rigor das medidas adotadas pelas autoridades, os trabalhadores intensificaram seus ataques. O movimento, que em alusão a um de seus líderes, o trabalhador William Ludd, recebera o nome de luddismo ou movimento luddita, se estendeu de forma anárquica por todos os primeiros quinze anos do século XIX. (MARTINELLI, 2001, p.44)
Vale também ressaltar que, em Lyon, na França, os tecelões de seda, em 1831, e os da Silésia, em 1844, fizeram uma destruição nas suas máquinas.
Considerando tais revoltas evidenciadas na Inglaterra e França, houve a proibição de criação das associações sindicais através dos Atos Combinados de 1799 e 1800.
A oposição ao modelo burguês encontrou importante movimento, através de uma comissão liderada por William Lovett, em 8 de maio de 1838, a Associação Geral dos Trabalhadores elaborou um documento – Carta do Povo – composição declarada de oposição à burguesia, com uma pauta de reivindicações por bases mais democráticas.
Avaliada por Marx (1987) como a primeira guerra civil entre burguesia e proletariado, em 23 de junho de 1848, os trabalhadores saíram às ruas num movimento insurrecional que se estendeu até 26 de junho do mesmo ano – movimento conhecido como “a primavera dos povos” – marcou a proclamação da República, na França, em fevereiro de 1848. O movimento de oposição e revolta dos trabalhadores avançava, com retrocessos e ganhos.
Martinelli (2001, p.60) observa que: “O esforço conjunto dos capitalistas e do próprio Estado liberal burguês centrava-se no objetivo de dar ao seu poder político uma estabilidade plena, tanto quanto possível, tornando-o intocável pelos trabalhadores e irreversível historicamente.”
Paralelo ao movimento de expansão do sistema capitalista avançava a pobreza, a fome e a miséria da classe trabalhadora. Era, então, fundamental para o capitalismo escamotear tal realidade de generalização da miséria, evitando que as contradições de tal lógica impulsionassem a organização do proletariado. “Burguesia, Igreja e Estado uniram-se em um compacto e reacionário bloco político, tentando coibir as manifestações dos trabalhadores eurocidentais, impedir suas práticas de classe e abafar sua expressão política e social.” (MARTINELLI, 2001, p.66).
Na Inglaterra, tal união resultou na criação da Sociedade de Organização da Caridade, em 1869, orientando para a normatização da prática da assistência social. O enfrentamento da questão social, sob a influência dos economicistas clássicos, com destaque para Adam Smith e Ricardo, foi orientado por duas Escolas:
A Escola Humanitária quer amenizar as contradições das relações de produção e apaziguar a situação, aconselhando o proletariado a trabalhar com afinco e diminuir a prole.
A Escola Filantrópica prima pela superação das contradições, do ponto de vista da teoria, pois, na verdade, os filantropos querem manter a ordem social estabelecida, seguindo as orientações da burguesia para o controle.
SAIBA MAIS +
A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes – alienação, contradição, antagonismo, pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido. É uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês, gestada sob o manto de uma grande contradição que impregnou suas entranhas, pois produzida pelo capitalismo industrial, nele imersa e com ele identificada, buscou afirmar-se historicamente – sua própria trajetória revela – como uma prática humanitária, sancionada pelo Estado e protegida pela Igreja, como uma mistificada ilusão de servir. (MARTINELLI, 2011, p.66)
Sobre a trajetória de profissionalização do Serviço Social, Martinelli (2011) comenta que havia enorme complexidade na definição dos rumos da prática do Serviço Social na Europa e Estados Unidos.
SERVIÇO SOCIAL 
A linha Psicológica e Psicanalítica, da Medicina e até mesmo do Direito, fez parte da perspectiva americana, com ênfase na abordagem individual e a apreensão do Serviço Social como atividade reformadora do caráter e busca de conhecimentos científicos, com caráter controlador.
A perspectiva europeia dava ênfase à linha sociológica e abordagem grupal, também, com uma orientação extremamente conservadora, guardava influência de Augusto Comte, Fréderic Le Play e Émile Durkheim. “O primeiro considerado o pai do Positivismo, maior repercussão no séculoXIX – o Positivismo, ou Física Social.” (MARTINELLI, 2011, p.116).
Resumindo, vale a pena recuperar as primeiras tendências do Serviço Social, como profissão:
Síntese:
Compreendeu a importância do estudo da história das profissões e os principais processos sócio-históricos que contribuíram para a gênese do Serviço Social no contexto mundial.

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