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Estudo dirigido - Martinelli

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
 CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS METODLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I
EMILLY STEPHANE MUNIZ SILVA
ATIVIDADE DIRIGIDA
São Luís
 2021
EMILLY STEPHANE MUNIZ SILVA
 ATIVIDADE DIRIGIDA
Estudo dirigido elaborado para disciplina de Fundamentos Históricos e Teóricos Metodológicos do Serviço Social I ministrada pela profª Cristiana Lima. 
São Luís
2021
Estudo dirigido livro “Serviço Social, identidade e alienação”,
de Maria Lúcia Martinelli
1. Na historiografia socioeconômica há pelo menos três grandes vertentes para a compreensão do capitalismo como categoria histórica. Quais são elas? O que cada uma defende?
A primeira vertente refere-se à proposta do alemão Werner Sombart (1863-1941), onde ele considera que o capitalismo, como forma econômica, é criação do “espírito capitalista” – síntese de espírito empreendedor e racional -. Portanto, a sua gênese e o seu aparecimento no cenário histórico, devem ser atribuídos ao desenvolvimento de estados de espírito que, inspirando a vida de toda uma época, produziram formas e relações que caracterizam o sistema capitalista. A sua ideia principal é que em toda época há atitudes econômicas diferentes, e é justamente esse espírito que cria a forma que lhe corresponde e com isso uma organização econômica; 
A segunda vertente descendente da escola histórica alemã, refere-se ao capitalismo como uma forma de organização da produção que se move sobre o mercado e o lucro, ou seja, a ênfase cai mais sobre o uso da moeda e a área do mercado do que em sua dimensão histórica em si. 
A terceira vertente amplia consideravelmente a questão, pois abrange novos pressupostos. Karl Marx vai definir o capital como uma relação social e o capitalismo como um modo de produção marcado pela dominação do processo de produção pelo capital. O elemento crucial dessa concepção é que o capitalismo e as suas próprias relações sociais determinam a ruptura entre o capital e o trabalho entre os homens, como membros de classes sociais, que agora irão se diferenciar pela posse privada dos meios de produção. 
2. Segundo a autora, como se deu o processo de expansão do capitalismo no mundo?
É importante ressaltarmos que não podemos definir quando o capitalismo surgiu, mas de um conjunto de circunstância, de condicionantes materiais, criando os fluxos históricos que permitem seu surgimento e ascensão. Mas o fato de a economia medieval entrar em crise progressiva, sendo substituída rapidamente por novas formas de troca, que vão acentuar a separação entre o proprietário e produtor. O dono da propriedade agrícola vai se tornando comerciante e se fixando dentro das muralhas das nascentes cidades. Os burgueses começam a controlar o mercado urbano através de seus monopólios. Os centros de poder feudal se deslocam dos feudos para os burgos. E quanto mais a burguesia acumula riqueza, maior vai se tornando seu poder político, o que vai proporcionar a essa classe o controle sobre o governo urbano. E eles vão se unindo por ramos de comércio, acabam submetendo totalmente os pequenos produtores e artesãos ao seu controle político e comercial.
 Todo esse cenário vai se constituindo até que uma nova estrutura social e contexto político já está impregnado na sociedade. A produção subordinava-se cada vez mais ao capital e a influência do capital mercantil tornava-se relevante. Começa a se intensificar o processo de crescimento e urbanização das cidades, até que as primeiras indústrias surgem, e consequentemente há a revolução industrial. Com ela consumou-se a ruptura da antiga organização da sociedade. A marcha expansionista da revolução industrial significa o momento de surgimento e ascensão do capitalismo industrial em toda a Europa, e em especial a Inglaterra – berço da revolução -. 
3. Como se deu a ascensão e o declínio da Lei dos Pobres (1857)?
Com o crescimento grande do número de pobres, mendigos na rua, a lei dos pobres foi criada para amparar essas pessoas. Promulgada visando combater à pobreza, e determinava que todos os atendidos pelo sistema de assistência pública vivessem confinados em locais tão-somente a eles destinados. A lei era, na verdade, medida de proteção ao capital. Porém com a marcha expansionista da burguesia, e da industrialização capitalista, a necessidade de mão-de-obra estava crescendo. Era preciso promover uma mobilidade da força de trabalho. Porém tanto essa lei quanto outras, estavam restringindo a liberdade de circulação do trabalhador. Portanto, tornava-se viável a revogação dessas leis para os capitalistas expandirem seu capital. É importante ressaltar que a revogação dessa lei também é devido às lutas dos trabalhadores.
4. Duas grandes tendências orientaram o posicionamento da burguesia no enfrentamento à questão social. Quais foram elas? O que cada uma defendia?
A Escola Humanitária e a Filantrópica. A primeira lastima o lado mau das relações de produção da época. Ela queria amenizar o mais possível os contrastes reais. Deplora sinceramente as penúrias do proletariado e a desenfreada concorrência entre os burgueses. Aconselha os operários a serem sóbrios, trabalharem bem e terem poucos filhos. Recomenda aos burgueses que moderem o seu furor na esfera da produção.
A segunda, não tinha o objetivo de produzir nenhuma alteração na ordem social, mas apenas mantê-la sob seu rigoroso controle, afastando os antagonismos que a desestabilizavam. A escola Filantrópica é a escola humanitária aperfeiçoada. Nega a necessidade de antagonismo, e quer converter todos os homens em burgueses. 
5. Por que a origem do Serviço Social tem a marca profunda do capitalismo?
O serviço social foi moldado e desenvolvido pelo capitalismo para ocultar o seu verdadeiro conjunto de variáveis – alienação, contradição, antagonismo - que nele estão presentes. Sendo assim, a origem do serviço social surgiu como estratégia de controle social, para desmobilizar qualquer tipo de associação de luta dos trabalhadores. O capitalismo queria efetivar a sua permanência histórica através de práticas assistenciais. 
6. Explique a assertiva da autora segundo a qual “a expansão do capitalismo se fizera acompanhar da expansão da ‘questão social’.”	
O capitalismo desde o seu surgimento foi marcado por uma luta de classes, ou seja, um antagonismo entre a burguesia e o proletariado. Desde a ascensão do capitalismo, a estrutura da sociedade foi simplificada e assim, deixando visível os diferentes interesses entre a burguesia, detentora dos meios de produção, e o proletariado, o qual vendia a sua força de trabalho. Os capitalistas buscavam a todo custo aumentar seu lucro, e isso só ocorre quando há uma exploração da força de trabalho. Outro fato é que os trabalhadores também foram expulsos das terras e eram obrigados a se deslocarem para os centros urbanos à procura de emprego, porém a oferta não atendia a todos, sendo assim, os trabalhadores eram obrigados a aceitarem os baixos salários e as condições precárias de trabalho. 
Não havia investimentos em infraestrutura urbana, era visível o desprezo pelas condições de vida, em especial em saúde e moradia, do trabalhador, e com isso havia uma significativa elevação dos níveis de morbidade e de mortalidade da população em geral. Sem contar que o capitalismo se expandia, fortalecendo-se na livre concorrência e produzindo crises cíclicas. Todas essas circunstâncias vão incrementar ainda mais a pauperização e os problemas sociais dela decorrentes. Portanto, pode-se concluir que quanto mais o capitalismo se expande, mais há a expansão da questão social. E isso ocorre justamente pelo fato da riqueza se concentrar nas mãos de poucos.
7. Quais foram as duas grandes medidas globais de política social proposta pela burguesia? Qual o propósito de ambas?
A primeira era reorganizar a assistência, valendo-se inclusive dos insumos científicos correntes na sociedade europeia; a segunda era propor políticas e implementar medidas legislativas. O propósito era que essasmedidas constituíssem instrumentos capazes de controlar socialmente os trabalhadores via assistência social, ocultando as verdadeiras intenções da burguesia, ou seja, os submetendo ao regime capitalista, e desmobilizando qualquer tipo de associações de luta.
8. Enumere os antecedentes históricos da racionalização da prática da assistência.
As referências às práticas de assistência são antigas. No mundo antigo, por exemplo, no velho Egito e Grécia, a prática de assistência era reservada às confrarias, cujo surgimento remonta a 3000 anos antes de Cristo, com objetivo de facilitar a marcha das caravanas no Deserto. Anos depois, as confrarias se estenderam para as cidades buscando ajudar a caminhada daqueles que sofriam por privações, pela dor, doenças ou perdas. Nessa fase da história, a ajuda se concretizava na visita domiciliar, doações de bens indispensáveis para diminuir o sofrimento dessas pessoas necessitadas. Entre os Judeus, essas práticas se estendiam principalmente às viúvas, órfãos, idosos e enfermos. 
A reflexão da prática de assistência envolveu diversos filósofos em suas respectivas épocas. O posicionamento deles apontava para a necessidade de se racionalizar a prestação de assistência, eliminando-lhe o caráter de manifestação eventual. Com a chegada do cristianismo, a base da assistência passa ser fundamentalmente da caridade, especialmente na justiça social. Além da ajuda material, também havia a questão espiritual, tanto que os apóstolos nas suas missões realizavam as assistências. Ao longo do tempo, inúmeros caminhos a assistência trilhou, porém um elemento sempre esteve a ela vinculada: a caridade aos pobres. Porém muitas práticas de exploração, repressão e dominação ideológica foram realizadas sob a sua denominação. 
Desde a era medieval e avançando para épocas mais recentes, que atingiram até mesmo o século XIX, a assistência era vista como uma forma de controlar a pobreza e ratificar a submissão daqueles que não detinham bens materiais. Durante o período das lutas religiosas desencadeada pela Reforma Luterana, a prática da assistência passou várias alterações, sendo a mais significativa a sua organização em bases laicas e não mais religiosas. A Revolução Francesa vai realocar a base da assistência, posicionando-a como um direito do cidadão e atribuindo a todos o dever de prestá-la, ficando relegada ao limbo de indeterminação. A tarefa de racionalizar a assistência impusera-se ao final da primeira metade do século XIX, com a burguesia aproveitando de sua indeterminação como forma de estratégia de dominação de classe. 
9. Onde, quando e como nasceram as primeiras escolas de Serviço Social nos Estados Unidos e na Europa?
Foi com base na tese de Mary Richmond que houve criação da primeira Escola de Filantropia Aplicada. A escola foi importante porque impulsionou a sistematização do ensino do Serviço Social contribuindo para o seu processo de profissionalização e institucionalização. Sob a responsabilidade da Sociedade de Organização da Caridade, cursos passaram a ser ministrados com destino à formação de agentes sociais voluntários. A influência de Richmond foi marcante. Ela concebia a tarefa assistencial como eminentemente reintegradora e reformadora de caráter. No ano de 1899 foi fundada a primeira escola europeia em Amsterdã, Holanda. Logo depois em Berlim em 1908. A “questão social” encontrava-se exaltada em um mundo de vésperas guerras mundiais, Revolução Russa e outros embates do século XX. 
Com o Estado burguês necessitando em seu aparato burocrático institucional de profissionais com conhecimentos de relações humanas, fez com que a demanda de cursos destinados à formação de agentes sociais multiplicassem. A origem das escolas não pode ser dissociada do contexto político e social. A sua trajetória se deu em um contexto em que se combinavam questões políticas, corrida armamentista internacional, variáveis que consolidavam a expansão do capitalismo. A prática de assistência demandava agora dominar seus procedimentos que lhe eram próprios e conhecer seus fundamentos. A organização social tinha como objetivo marcar as ações dos reformadores sociais, distanciando-a das práticas feudais, e apresentando-a como uma nova forma de abordagem da “questão social”. 
O trabalho social era situado como uma operação essencial para a reintegração social do ser humano. É então que Richmond vai atribuir importância à prática individual da assistência, sempre que possível realizada através do inquérito domiciliar. Ela a estabelece como objetivo de seus primeiros cursos o preparo de visitadoras domiciliares - ampliava a ideia das “visitadoras de saúde” de Florence Nightingale -. Vai ser através do trabalho dessas visitadoras sociais domiciliares que o Serviço social iniciou suas primeiras atividades nas instituições públicas americanas.
10. O que demarcou a diferença entre os termos social work e social service e no que resultou essa demarcação no tocante à profissionalização do Serviço Social?
Enquanto o social service era frequentemente referido na Inglaterra e nos países europeu, o social work era referido na América. Consideravam os membros desta corrente da Sociedade o termo trabalho (work) caracterizava com mais preciso a dimensão profissional dos agentes sociais, evidenciado a diferença dos procedimentos caritativos voluntários dos membros da comunidade, a partir de motivações pessoais e religiosas. O termos utilizados pelas sociedades europeias, Serviço Social e assistência social, acentuavam o caráter de uma prática de doação, de ajuda e de prestação de serviço. Enquanto a palavra work adequava-se à concepção de Serviço Social defendida pela Sociedade de Organização da Caridade, uma vez que se reportava um “trabalho” que buscava a realização pessoal, a recriação intelectual do que remuneração propriamente dita
11. Qual o papel das Sociedades de Organização da Caridade e da Igreja Católica na constituição do Serviço Social como profissão?
A "questão social” em sua dimensão política estava posta de forma clara. Ao encerrar o século XIX. A burguesia se sentia fortemente ameaçada pelo crescimento político da classe trabalhadora. O amadurecimento político da classe trabalhadora nos aos finais do século XIX e nos iniciais do século XX, era apenas uma das faces de “questão social”. A burguesia fazia todos os esforços para ocultá-la, tornava-se mais presente as contradições e antagonismos do regime capitalista: era a face da pobreza de massa, miséria generalizada. A expansão do capitalismo se dava proporcionalmente à expansão da questão social. Era visível a situação do trabalhador, e a insatisfação dele com a sua situação. Havia leis assistenciais, porém o objetivo destas tinha um caráter repressivo e de submissão. Porém o proletariado já não aceitava mais passivamente as práticas de assistência que a burguesia lhe oferecia, pois reforçava a sua submissão ao capital. 
A Inglaterra foi o primeiro país da Europa a criar não só uma legislação específica para atendimento da “questão social”, mas também um organismo específico de racionalizar e normatizar a prática de assistência. É então que em 1869, membros da alta burguesia vão criar a Sociedade de Organização da Caridade, unindo forças com a Igreja Evangélica e as classes dominantes. Embora a Sociedade de Organização da Caridade não contasse com o apoio dos trabalhadores, ela havia se expandido. Sua influencia se fazia presente em todas as práticas de assistência não só na Inglaterra, como em toda Europa, fazendo com que esta fosse a instituição de maior porte no âmbito de assistência social. É a criação da Sociedade de Organização da Caridade que vai abrir caminhos para a constituição da profissão do Serviço Social. E a Igreja tem papel fundamental nisso porque os filantropos da sociedade de organização da caridade estavam ligados à Igreja. A burguesia só vai criar essa organização porque ela vai fortalecer aliança com quem já fazia caridade, que é a Igreja. 
12. Quando e sob qual contexto surge o Serviço Social no Brasil? Qual o papel do CEAS?A sua origem está profundamente relacionada com o complexo quadro histórico-conjuntural que caracterizava os primeiros anos da década de 30. O Serviço Social no Brasil é fruto da iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados pela Igreja Católica, e tendo como referencial o Serviço Social europeu. A acumulação capitalista, antes baseada nas atividades agrárias e de exportação, concentrava-se no amadurecimento do mercado de trabalho, na consolidação do polo industrial e na vinculação da economia ao mercado mundial. O processo revolucionário em curso no Brasil vinha exigindo uma rápida recomposição do quadro nacional. A repressão policial, típica da 1ª república, através da qual a burguesia deseja conter o avanço do movimento operário, já não se mostrava mais eficaz. A luta pela sua sobrevivência e sua liberdade levava o proletariado a fortalecer seu processo organizativo. O que deixava a burguesia ficar apreensiva. 
Então ela une-se à Igreja e ao Estado para conceber estratégias capazes de disciplinar e desmobilizar o movimento dos operários. Porém a luta de classes se impunha como uma realidade irreversível. O Estado que despontou na República Nova adotou como estratégia para baixar a tensão entre os trabalhadores, a adoção da responsabilidade de cuidar da reprodução de sua força de trabalho. O Estado então busca aliança com a Igreja e os burgueses. Os movimentos leigos que já tinham grandes expressão no Brasil, foram chamados pela Igreja para atuar com os operários. 
Em São Paulo, com os esforços da burguesia e setores da própria Igreja Católica havia sido criado o Cento de Estudos e Ação Social de São Paulo - CEAS. O CEAS tinha papel de qualificar os agentes para a realização da prática social. Nesse centro, realizou-se o primeiro curso de preparo para o exercício social, denominado de Curso Intensivo de Formação Social para Moças, cuja clientela era jovens católicas, algumas já participantes de atividades assistenciais ou militantes de movimentos da Igreja, ressaltando que todas eram pertencentes a famílias burguesas. Esse evento marcou o primeiro passo da longa caminhada do Serviço Social no Brasil.

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