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Interferência por fenda dupla de Young e Difração de Fraunhofer Introdução Teórica A principio, o cientista holandês Christian Huygens, por volta de 1678, fora o primeiro a apresentar uma teoria de que a luz apresentava um caráter ondulatório. Embasado em construção geométrica, explica de modo simples, suas leis de reflexão e refração. Embora suas explicações sejam bem mais simples do que as de Maxwell, com a teoria eletromagnética, desenvolvida pouco tempo depois. [1] Tomas Young (1773-1829), antes mesmo de Maxwell, conseguiu provar que a luz tinha um caráter ondulatório, por meio de modo experimental. Ele confirmou a veracidade da teoria ondulatória da luz. Baseando-se num experimento relativamente simples, Young apresentou a teoria ondulatória da luz incorporando-lhe um novo conceito fundamental, o chamado, Principio de Interferências: “Quando duas ondulações, com origens diferentes, exata ou aproximadamente ao longo da mesma direção, o seu efeito conjunto é uma combinação dos movimentos de cada uma”.[2] Para comprovar sua teoria, Young montou o seguinte aparato experimental, conforme figura 1 abaixo Partindo da seguinte figura [fig. 1], onde está representado o aparato experimental de Young e relacionados seu elementos, tais como: S → a fonte de luz; d → a distância entre as fendas; L → a distância das fendas ao anteparo; P → um ponto arbitrário do anteparo onde a interferência entre os feixes é estudada; y → a posição relativa da franja ou vale; O → o eixo óptico central do anteparo (y = 0). Figura 1 – Configuração Classica da Experiencia de Young. Para que a experiência ocorra de forma nítida, ou seja, perceptível a olho nu, devemos ter: L » d por conseqüência temos, L » y Devido a isso, podemos conciderar os feixes r1 e r2 praticamente paralelos, conforme está representado na figura 2. Figura 2 - (a), que os raios luminosos que partem de A e B se combinam num ponto P, arbitrário, situado a uma distância y de O. A diferença entre os percursos dos dois raios corresponde à diferença de fase entre eles, representada por δ. Este é o termo responsável pelo padrão interferência. A intensidade no ponto P obedece a equação 1: [eq. 1] desta forma, se δ = 2mπ, onde m = 0, 1, 2, 3, ..., há interferência construtiva; Para que haja interferência construtiva, é preciso que a diferença entre os percursos, d sen θ, seja igual a zero ou a um número inteiro de comprimento de onda: , para m = 0, 1, 2, ... [eq. 2] Análogamente, se δ = (2m + 1)π, onde m = 0, 1, 2, 3, ..., há interferência destrutiva; , para m = 0, 1, 2, ... [eq. 3] Ainda da figura 1, considerando y « L, extraímos a relação; [eq.4] Substituindo sen θ da eq. 4 na eq. 2 obtemos a eq. 5, que relaciona os parâmetros que define os pontos em que a onda terá interferência construtiva, portanto: [eq.5] Analogamente, a eq. 6 representa a substituição da eq. 4 na eq. 3, a fim de obtermos a relação que demarca onde a onda terá interferência destrutiva. [eq. 6] Utilizando-se das relações acima descritas obtemos o gráfico 1, que nos mostra a superposição de ondas, e deixa evidente os pontos onde ocorrem interferências destrutiva e construtivas. Gráfico 1 – Intensidade x fase, representação do padrão de interferência gerado no anteparo. A imagem 1, a seguir, ilustra o fenômeno visto em laboratório. Imagem 1 – Ilustração do fenômeno causado pela interferência de ondas. Difração de Fraunhofer A experiência da difração de Fraunhofer consiste em a fonte luminosa distante, para garantir que as frentes de ondas sejam planas, ou seja, os raios luminosos estão paralelos entre si, e perpendiculares à fenda. A luz ao passar por uma fenda muito pequena, que através da interferência construtiva e destrutiva, irá formar no anteparo, franjas de interferência, causadas pela difração. A difração por um fio fino ou por uma fenda simples gera o mesmo padrão de interferência, mas por uma questão de simplificação. Os pontos de máximos e de mínimos se dão, pelo fato da diferença de caminho óptico. Se duas ondas idênticas, de mesma origem, se encontram num ponto, pode haver interferência construtiva, caso a defasagem de fase for de π, 2π,3π,…, e assim por diante. Então λ igual a π, então temos interferência construtiva quando a diferencia de fase for λ, 2λ, 3λ, …, e assim por diante. Para isso L, precisa ser necessariamente, muito maior que b, e daí temos θ muito menor que 1. No entanto temos interferência destrutiva, quando a diferencia de fase for ,, , …, e assim por diante. Como ilustrado de modo sucinto na figura 2. Figura 2: Representação do arranjo experimental por fenda simples. Então temos para os mínimos a seguinte expressão, equação 7: Sendo m, a ordem de dos mínimos, podendo ser 1, 2, 3, …, sucessivamente. A abertura da fenda é b, a distância entre a fenda ao anteparo é L e y é a distância do mínimo até o ponto central. [eq. 7] Contudo, temos para o disco de Airy, abertura circular, a mesma relação das fendas, onde vemos a relação direta com o comprimento de onda e indireta ao diâmetro da abertura, porém acrescido de um fator matemático, de 1,22, que corrige a distância do raio mínimo projetada no anteparo. Portanto temos a equação 8: [eq. 8] Sendo, então temos a equação 9, para r igual ao diâmetro da abertura, e D sendo o diâmetro do primeiro mínimo projetado no anteparo. [eq. 9] Objetivos: Verificar o caráter ondulatório da luz, medir o comprimento de uma fenda dupla, determinar a distância entre as duas fendas, a abertura de uma fenda simples através do fenômeno de difração de Fraunhofer e medir o diâmetro de um fio a partir de um comprimento de onda conhecido. Materiais Utilizados: - Banco óptico; - Suportes cavaleiros; - Suportes de três pontos ajustáveis; - Fontes de alimentação laser; - Laser He-Ne; - Conjuntos de diapositivos (fendas duplas, fenda simples e fio); - Suporte de diapositivos com ajustes micrométricos; - Anteparo; - Trena metálica; - Régua milimetrada, - Sensor fotoelétrico, - Multímetro. Procedimento: - Posicionamos o diapositivo com a fenda dupla sobre o suporte de diapositivos; - Posicionamos o laser sobre os suportes de três pontas; - Posicionamos o anteparo sobre o banco óptico; - Ligamos o laser e alinhamos de modo a iluminar as duas fendas; - Deslocamos as fendas; - Medimos a Distância “D” da fenda dupla do anteparo; - Indicamos a ordem de cada franja no padrão de interferência e medimos sua respectiva posição Y; - Efetuamos a operação do item acima para dois valores de “d” (usamos dois pares de fendas de diferentes valores); - Calculamos, através da equação fornecida e usando o valor de “d” fornecido pelo fabricante do dispositivo, o comprimento de onda λ da fonte luminosa; das duas medidas, obtivemos o comprimento de onda médio e comparamos quantitativamente o valor obtido com o valor conhecido, através do erro percentual; - Consideramos depois o comprimento de onda conhecido e fizemos a medida da distância entre as duas fendas (usando um terceiro par de fendas); - Calculamos a distância de “a” da fenda para duas fendas diferente, comparamos quantitativamente o valor obtido com o fornecido pelo fabricante, através do erro percentual; - Através do fenômeno da difração de Fraunhofer por uma fenda simples, medimos o diâmetro de um fio; - Consideramos novamente o comprimento de onda conhecido, fizemos a medida da espessura do fio e comparamos com a teórica (medida por micrômetro). Medidas Obtidas: D= 3520 mm Fenda Dupla A d= 0.250 mm Ordem y (mm) λ=(d.y)/(D.n)(nm) 1 9 639,2 2 18 639,2 3 27 639,2 -1 9 639,2 -2 18 639,2 -3 27 639,2 639,2 E%= λ teo -λ exp / λ teo E%= 1,01 % Fenda Dupla B d= 0.250 mm Ordem y (mm) λ=(d.y)/(D.n)(nm) 14,5 639,2 2 9 639,2 3 13 615,5 -1 4,5 639,2 -2 9 639,2 -3 13 615,5 631,3 E%= λ teo -λ exp / λ teo E%= 0,23 % Fenda Dupla C λ = 632,8 Ordem y (mm) d = (λ.D.n)/y (mm) 1 8,5 0,26 2 18 0,25 3 26,5 0,25 -1 8,5 0,26 -2 17,5 0,26 -3 27 0,25 0,26 E%= dteo-dexp/dteo E%= 4 % Fenda Simples B a =0,04mm Ordem y (mm) a= (λ.D.n)/y (mm) 1 54 0,041 2 117,5 0,038 3 157 0,043 -1 54 0,041 -2 117,5 0,038 -3 157 0,043 0,041 E%= ateo-aexp/ateo E%= 2,5 % Fenda Simples C a =0,08mm Ordem y (mm) a= (λ.D.n)/y (mm) 1 27 0,08 2 54 0,08 3 82 0,08 -1 26 0,08 -2 54 0,08 -3 82 0,08 0,08 E%= ateo-aexp/ateo E%= 0,0001 % Fio de Cabelo a =0,059mm Ordem y (mm) a= (λ.D.n)/y (mm) 1 35 0,064 2 69 0,065 3 113 0,059 -1 36 0,062 -2 71 0,063 -3 105 0,064 0,063 E%= ateo-aexp/ateo E%= 6,34 % Conclusão: Na experiência de Young localizamos as posições de máximos ou mínimos medindo suas distâncias a partir do centro do anteparo do que localizá-los medindo ângulos θn. Sabendo os valores de L e d e medindo n e y foi permitido calcular o comprimento de onda da luz. Nas franjas claras concluímos que a crista de uma onda se encontra com outra, havendo interferência construtiva, enquanto que nas escuras resultam de interferência destrutiva, quando uma crista e um vale se encontram, assim conseguimos observar quando ocorre cada tipo de interferência. Nestas experiências foram observados fenômenos básicos de interferência e difração. Em fenda única concluímos também que a largura da fenda ao ser reduzida, no anteparo obteve uma imagem central intensa, acompanhada de imagens de intensidade menor, distribuídas simetricamente em relação à imagem central. Denominado de espectro de difração da fenda única. Com estas observações e com cuidados ao realizarmos os experimentos, estes tiveram erros de 1,01%, 0,24%, 4%, 2,5%,2,5% e 6,34%. Podemos considerar os erros relativamente baixos, se levarmos em consideração a precisão do instrumento utilizado para a medição da distância entre as interferências (régua) além do erro humano. Portanto, podemos concluir que o experimento foi bem realizado. Bibliografia: [1] David Halliday, Óptica e Física Moderna, 9ª edição, Editora LTC, 2013. [2] http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/experienciadeyoung.php
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