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Aula 03 Lenocínio

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Direito Penal IV 
Prof. Esp. Cláudio Rocha 
OAB/MT 6066
Lenocínio 
O que é: Ação voltada a promoção de atos de libidinagem ou a prostituição de outras pessoas (proxenetismo).
Proxeneta
PROXENITISMO 
 Mediação para servir a lascívia de outrem (227, CP)
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos; 
Modalidade 
Qualificada
Triangulação dos agentes:
Vítima do crime de art. 227, CP
Agente Criminoso
“Proxeneta”
Beneficiário 
Consumidor 
Agenciador MEDIADOR
  (227, CP)
O delito é normalmente conhecido como lenocínio principal; 
Críticas da doutrina a respeito do artigo 227: 
“a criminalização do lenocínio implica, em última análise, a criminalização da própria liberdade de autodeterminação sexual, em nome de preconceito e hipocrisia (...), razão pela qual todos os tipos que proíbem a exploração da prostituição são claramente inconstitucionais (CF, art. 5°, X, XIII, XLI)” (Paulo Queiroz) 
  (227, CP)
NUCCI: “Trata-se, a nosso ver, de crime que mereceria ser extirpado do Código Penal, pois a liberdade sexual, exercida sem violência ou grave ameaça, não deve ser tutelada pelo Estado. Crendo-se ainda necessária tal figura típica, está-se fechando os olhos para a realidade, pois basta consultar as inúmeras ofertas de sexo feitas pelos mais variados meios de comunicação de massa do País para verificar o excessivo número de pessoas que estão, dia após dia, induzindo outras à satisfação da lascívia alheia e – o que é mais ostensivo – com a nítida finalidade de lucro” (CP, Comentado, 2010) 
(227, CP) - observações
Induzir: Significa “criar a ideia” na mente da pessoa, portanto é diferente de “instigar”, quando apenas se potencializa uma ideia que já existe. 
Alguém: Requer, o tipo que a indução seja direcionada a pessoa(s) certa(s) e determinada(s); 
O terceiro, “beneficiado” com os atos da vítima induzida não responde pelo crime do artigo 227. Poderá responder por outro crime, a depender do caso cncreto, mas não pelo delito do artigo 227. 
Induzir alguém que já vive da prostituição a satisfazer a lascívia alheia não configura o crime; 
A incidência de mais de uma qualificadora. SOLUÇÃO: uma delas (a mais grave) servirá para qualificar o delito. A outra deverá ser considerada na fixação da pena-base (art. 59, CP), como circunstância judicial desfavorável; 
Qualificadora do § 2º “Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente a violência”. 
Concurso material obrigatório (art. 69, CP) 
(227, CP) - observações
Qual a diferença entre “Mediação para servir à lascívia de outrem (§ 3º, do art. 227, CP) e “Rufianismo” (230, CP): 
Art. 227, § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
(227, CP) - observações
 Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
O agente presta assistência à libidinagem alheia e não a sua própria libido;
O comportamento da vítima não pode ser classificado como “conjunção carnal” ou outro “ato libidinoso”, sob pena de configurar estupro de vulnerável (217-A, CP), por conta do art. 29, do CP. Portanto, a atividade deve ser meramente contemplativa.
Ex. de consumação do art. 218: convencer a vítima a se expor na webcam para alguém ou fazer fotos nuas para satisfazer a “tara” de outrem, streap-tease, (satisfação do voyeurismo da outra pessoa) etc.
Corrupção de Menores (218, CP)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 
Crime comum: em relação ao sujeito ativo; 
Crime próprio: em relação à vítima (menor de 14 anos; 
Crime Doloso; 
Crime Material: é necessária a realização de algum ato tendente a satisfação da lascívia alheia; 
Crime Comissivo: também pode ser via omissão impropria (art. 13 §2º, CP); 
Crime instantâneo; 
Crime Monossubjetivo: pode ser cometido por um ou mais autores; 
Crime Plurissubisistente: admite tentativa; 
Crime Transeunte ou transeunte a depender do caso concreto; 
Corrupção de Menores (218, CP)
 
 Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (Catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer a lascívia própria ou de outrem: 
 Pena – reclusão , de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
Satisfação da Lascívia mediante presença de criança ou adolescente (218-A)
O crime se configura quando: 
O agente sabe (ciência inequívoca) de que o menor de 14 anos a tudo assiste e permite que esse menor permaneça assistindo; 
O agente induz (planta a ideia, incentiva) o menor a presenciar as cenas de natureza sexual; 
 Vale lembrar que esse fato (presença do menor) deve proporcionar certo grau de “satisfação” sexual para o agente ou para terceiro, sob pena de atipicidade (fim especial de agir);
 
(218-A, CP)
 
	Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
 
 Pena – reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (218-B)
(218-B, CP)
Verbos nucleares: submeter, induzir, atrair, impedir, dificultar (tipo misto alternativo); 
Vítimas: pessoas em situação de vulnerabilidade; 
Conceito de prostituição: “é o comércio sexual exercido com habitualidade. A reiteração do comércio é imprescindível, ou seja, trata-se de atividade necessariamente habitual” (MASSON, 2016)
O tipo alcança também “qualquer outra forma de exploração sexual”: significa dominar, abusar, tirar vantagem de ato sexual alheio” (PRADO, 2015)
Exemplo de exploração: obrigar a vítima a praticar strip-tease ou servir bebidas usando trajes provocantes etc. 
(218-B, CP)
O crime do art. 218-B não exige, para sua configuração, a prática da conjunção carnal ou outro ato libidinoso, já que se configura pelo “favorecimento” da prostituição ou outra forma de exploração sexual; 
O Crime não se configura em relação as pessoas já prostituídas, exceto em relação aos núcleos “impedir” e “dificultar”; 
(218-B, CP)
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
§ 2o  Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

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