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FISIOLOGIA CARDIO I - CORAÇÃO O coração está localizado na porção bem central a coluna vertebral e na linha das escapulas. Ele é basicamente uma bomba hidráulica, seu papel principal é bombear o sangue através do organismo, ele faz isso simultaneamente bombeando sangue para todo o organismo, a chamada circulação sistêmica e também para os pulmões, a circulação pulmonar. Ele é dividido em 4 câmaras ele tem dois átrios e dois ventrículos, embora ele tenha essas 4 câmaras, costumo dizer que fisiologicamente nós temos dois corações, um direito e um esquerdo. O coração esquerdo recebe sangue dos pulmões, sangue oxigenado, portanto arterial e vai bombear esse sangue para todo o organismo, sendo assim, o coração esquerdo tem papel de prover o organismo com oxigênio, enquanto que o coração direito esta recebendo sangue venoso através do átrio direito e vai levar para os pulmões para que esse sangue seja novamente oxigenado. Na circulação sistêmica o sague sai do ventrículo esquerdo para todo organismo e retorna para o átrio direito, na pulmonar o sangue sai do ventrículo direito, vai pela artéria pulmonar para os pulmões e retorna para o coração pelo átrio esquerdo. A artéria pulmonar é a única artéria do organismo que transita com sangue venoso, todas as outras transitam com sangue arterial, e as veias pulmonares são as únicas do corpo que transitam com sangue arterial. CONSTITUIÇÃO CELULAR DO CORAÇÃO Se eu fizer um secção longitudinal eu vou perceber um grupamento de massa que eu mau consigo distinguir os limites celulares, o musculo cardíaco representa um tipo de tecido chamado de sincício, no sincício apesar de existir membranas celulares, essa membranas são tão rudimentares que basicamente não se enxerga no microscópio, aparenta ser um monte de núcleos misturados em uma massa de citoplasma único, porém olhando com recursos microscópios mais avançados percebe-se que existem as membranas, mas existem tantas permeações entre essas membranas que é como se olhando n microscópio observasse vários núcleos e entre ele vestígios de membrana, isso se justifica pela grande aderência entre as membranas , que permite maior interação entre tais, chamadas de gap juctions (ponto onde a membrana de uma célula se funde com a membrana da outra, havendo então uma permeabilidade, nessa área de fusão de membrana eu tenho não só fluxo de íons, mas eu tenho fluxo de qualquer coisa, porque não tem nada que regule a passagem, é diferente por exemplo de um canal iônico. A grande quantidade de gap juctions é importante para o músculo cardíaco pois, isso vai permitir que as células trabalhem de forma sincronizada, ou seja, alterações que ocorrerem na primeira célula vão rapidamente poder ser propagadas para as outras células de tal forma que o que acontecer com essa célula rapidamente acontece com as demais ,isso aí vai ser importante para aprendemos sobre a condução do impulso elétrico sobre a superfície do impulso cardíaco, para se ter ideia da importância dessas Gap juctions a velocidade em que alterações elétrica geradas em uma célula progridem ao longo do músculo cardíaco é da ordem de meio metro por segundo, ou seja em um segundo o potencial gerado em uma célula é capaz de percorrer na superfície sincicial uma distância de 50 centímetros. Só considerando a capacidade de troca de elementos pelas Gap juctions desse tecido sincicial ele tem uma altíssima capacidade de propagação da velocidade de impulso elétrico no músculo cardíaco isso já é um fator extremamente importante, porém ele não consegue justificar sozinho como o coração consegue se despolarizar e repolarizar normalmente quatro vezes por segundo e isso no estado de repouso chegando até a 240 batimentos por minuto, ou seja, fazendo cerca de seis vezes por segundo, só com essa arquitetura celular já confere ao músculo cardíaco uma grande capacidade de propagação de impulso elétrico e uma grande velocidade nessa propagação de impulso elétrico. CÉLULAS CARDÍACAS O que tem de particular do músculo cardíaco? Discos intercalares -São áreas de conexão e entre as células de maior rigidez, ou seja, onde a célula permanece com uma estrutura mais rígida e firme, fazendo com que o coração tenha uma estrutura compacta, é diferente do cérebro, ele é praticamente uma gelatina, completamente mole, não há uma interação celular rígida como existe nas células cardíacas. Retículo sarcoplasmático- ele é como se fosse uma rede de metrô dentro da célula, serve para transportar coisas de um lado para o outro dentro da célula e ele também faz processamento estrutural das proteínas, mas sua primária função é o transporte dentro da célula. Ele é especializado em armazenar e transportar cálcio dentro da célula, o cálcio é um elemento extremamente importante para a fisiologia desta célula em particular. Bandas z – são superposições de filamentos de actina e miosina, portanto é uma célula contrátil. Essa célula para contrair precisa de atp, por isso a presença de muitas mitocôndrias, onde eu tenho um grande acúmulo de mitocôndrias eu tenho uma grande demanda de energia. Interdigitações- Permeiam o espaço das células adjacentes, o seu papel e realizar o aumento da rigidez da célula, Como se fosse um elemento de ligação intercelular, seu segundo papel é aumentar a área de troca entre as células, maior área de comunicação entre células. VASOS SANGUÍNEOS Miocárdio possui três camadas: o pericárdio, o miocárdio e o endocárdio. O pericárdio é uma camada fibrosa que tem o papel de conter mecanicamente coração e impedir que ele se hiperdilate. Ele tem um outro papel também, ele serve para lubrificação impedindo que o atrito cause escaras na superfície do músculo, E entre o pericárdio que fica aderido ao coração e o pericárdio que fica aderido a parede, ou seja, pericárdio visceral e o pericárdio parietal tem o líquido pericárdico que faz a lubrificação. Esse líquido é viscoso parecido com óleo de caminhão, porém, ele é 40 vezes mais viscoso que o óleo de caminhão, justamente para impedir que o atrito cause danos ao tecido. O miocárdio é camada de músculo responsável pela função cardíaca. Endotélio é camada interna de uma única camada de células, ele tem papel de proteção e impede que o sangue se choque com miocárdio e produza coagulação intravascular. As células endoteliais revestem o interior do coração e o interior de vasos sanguíneos, são células únicas que também tem o papel de permitir trocas. Embora, o miocárdio não seja nutrido pelo sangue que entra no coração, há passagem através das células endoteliais que podem ajudar na nutrição. Uma obstrução nos vasos sanguíneos que nutrem esse tecido, ocasiona um infarto. Infarto é a obstrução de uma artéria que impede o fluxo para um determinado tecido, caso essa artéria seja no miocárdio, há um infarto do miocárdio, se for em um tecido pulmonar, é um infarto pulmonar. Artérias - tem três camadas, uma túnica externa, chamada túnica adventícia, constituída de tecido fibroso, no coração esse tecido tem função de impedir a hiperdilatação do miocárdio, nos vasos sanguíneos sua função é impedir a hiperdilatação dos vasos. Na artéria essa função executada mais facilmente, porque ela tem no grupo muscular equivalente a camada muscular presente no coração, essa camada muscular presente nos vasos é chamada de túnica média, que tem uma diferença importante em relação ao miocárdio, que é o tipo de músculo. No coração o músculo é estriado cardíaco, nos vasos é músculo liso. O músculo no coração contrai para fazer o bombeamento do sangue, nos vasos ele contrai para realizar a pulsação arterial na artéria, nas arteríolas ele contrai para regular o fluxo sanguíneo para o tecido, na veia ele contrai pararegular o retorno venoso. Túnica íntima, é uma camada única de células, com a mesma semelhança das células cardíacas. Seu papel é proteção mecânica, permitir as trocas no coração, nos vasos o endotélio serve basicamente para mesma coisa, mas principalmente o endotélio das arteríolas tem papel de liberar fatores reguladores, como por exemplo prostaciclinas, oxido nítrico (Única molécula conhecida que funciona em todos os níveis da comunicação celular, seja ela paracrina, seja ela endócrina, seja ela sináptica, inclusive existem neurônios que usam o óxido nítrico como Neurotransmissor), (explicação no quadro de primeiro e segundo mensageiro).O endotélio produz uma série de fatores chamadas citocinas , a célula endotelial produz tantos fatores que hoje ela conhecida como uma verdadeira glândula. Vamos comparar os vasos sanguíneos em relação a sua composição estrutural, na veia e na artéria eu tenho três camadas, no capilar eu tenho apenas uma camada, esses três vasos tenho comum apenas a túnica íntima, as camadas da túnica média são consideravelmente menores nas veias do que nas artérias, por isso artéria tem maior capacidade contrátil, a parede muscular na veia é delgada e frágil (não permite a pulsação venosa). Por outro lado, o músculo da veia serve para regular o diâmetro do vaso, a veia tem capacidade de se dilatar até oito vezes mais que a artéria, porque seu músculo é mais flácido e permite distensão, ao contrário da artéria que seu músculo é compacto de estrutura rígida, a artéria tem uma túnica média bem espessa, quando que a veia tem uma túnica média bem delgada. Para uma artéria distender, a força interna tem que ser muito elevada para distender as fibras musculares, e os níveis de pressão aumentam significativamente. A artéria e uma veia correspondente tem uma diferença de tamanho de aproximadamente um para três. A veia já é três vezes maior e se distende em oito vezes mais, ou seja, o diâmetro da veia pode se chegasse a ser 24 vezes maior que o da artéria, essa distensão serve para acumular sangue. Trazer o sangue para o coração é um papel secundário das veias, seu principal papel é acumular sangue, porque é armazenando sangue que a veia vai fazer a regulação do débito cardíaco, regulando a quantidade de sangue que o coração ejeta por minuto, se a veia contrai o sangue está armazenado dentro dela vai para o coração. Jogando sangue para o coração o débito cardíaco aumenta, se a veia dilata o sangue fica represado, consequentemente o débito cardíaco diminui. As veias têm umas inflexões na sua luz chamadas de folhetos ovais. Esses folhetos servem para impedir que o sangue retorne, por exemplo, a maior parte do corpo é infra cardíaco e apenas uma pequena porção e supra cardíaca na porção supra cardíaca o sangue vai pelas artérias até a parte superior do corpo e retorna pelas veias ao coração, a artéria está bombeando sangue, ela pulsa e a veia está trazendo sangue através da gravidade. Na porção infra cardíaca as artérias bombeiam o sangue para a periferia, agora imagine uma veia que vem lá do hálux retornando para o coração, ela teria que trazer o sangue contra a gravidade o que lhe custaria muito trabalho, então, a volta do sangue não poderá ser feita apenas pelo vaso, até porque veia não pulsa, ou seja, ela terá que ter outros mecanismos para fazer esse retorno venoso, um desses mecanismos é a presença de válvulas venosas. *historia do nome artéria* O nome artéria significa conduto do ar em grego, mas porque ela ficava cheia de ar após a morte? Porque na hora de morrer temos um estimulo simpático, que faz com que as artérias contraiam, expulsando sangue para veia e capilar especialmente em mortes abruptas. Quais são as características das artérias (muscular, elástica e arteríola)? Primeira característica - a medida que o coração contrai a artéria aorta pulsa, a artéria elástica além de ter na sua túnica média é uma grande quantidade de fibras musculares lisas, ela tem um outro tipo de fibra importante são as fibras elásticas. As fibras elásticas são com aquelas ligas de dinheiro, se você pegar ela e esticar quando você soltar ela volta ao formato inicial a fibra elástica é do mesmo jeito, mas ela precisa de uma pressão para aumentar o diâmetro, na hora que a pressão cessa, ela retorna a sua posição de forma espontânea, sem gasto de energia. Então a artéria elástica tem uma grande quantidade de elastina na sua parede, de tal forma que quando coração contrai ele exerce pressão na parede da artéria fazendo com que ela dilate, o sangue é projetado para todos os lados, mas porque ele não volta? Porque na aorta tem a válvula semilunar que fecha a artéria aorta impedindo que o sangue volte para o coração. A pulsação arterial é uma contração não muscular predominantemente elástica, tem pulsação muscular que faz a contração, porém perto da fibra elástica ela é menor. Tanto é que tem o segundo grupo de artérias chamado artérias musculares em que tem a pulsação que é reflexa, ela vem vindo ao longo do sistema arterial elástico e quando chega na artéria muscular que tem poucas fibras elásticas a pressão cai. Porque? Porque agora para contrair artéria predominantemente vai precisar de um estímulo nervoso. Então eu deixo de ter uma resposta passiva a uma distensão e passo a depender de descarga e simpáticas pela fibra vasomotora para que haja contração muscular, isso promoverá então atenuação da pulsação muscular. Isso vai ficar muito evidente na arteríola porque ela não pulsa, ela não tem fibra elástica só tem fibra muscular, já que seu papel é controlar a resistência periférica ou regular quanto de sangue chega na periferia, e para isso, ele precisa simplesmente estar controlando vosorelaxamento e vasodilatação, passando mais e menos sangue respectivamente. O papel das arteríolas é controlar a resistência periférica ou regular quanto sangue chega na periferia e para a regular quanto sangue chega na periferia eu preciso regular apenas o diâmetro do vaso. Se vasorelaxar, passa mais sangue. Se vasocontrair, passa menos sangue. Então, o papel da arteríola é a regulação do volume sanguíneo na periferia ou regular a resistência periférica. Então, os três tipos de artérias: muscular, elástica e arteríola. Olha como a pressão arterial varia nas artérias. Tem a pressão diastólica quando o coração está relaxado e a sistólica quando está contraído. Na artéria elástica, a pressão sistólica, ou seja, no momento da contração do coração é de 120 mmHg. Na hora que cessa a contração cardíaca, a pressão cai para 80 mmHg. Ao longo das artérias elásticas, a pressão não se altera, ou seja, nas artérias elásticas há conservação da força de pressão. Portanto, ela é capaz de conduzir todo tempo com o mesmo volume de pressão arterial. Na hora que sai da artéria elástica e vai para a artéria muscular eu começo a ter perda no circuito arterial. Essas artérias têm menos fibras elásticas e mais proporcionalmente fibras musculares. A pressão que era 120/80, a medida que a artéria vai caminhando para a periferia, diminui até chegar próximo a 95/65. Houve uma diminuição na pressão. Isso fica bastante evidente quando entrar na arteríola que depende de estimulação vasomotora. Enquanto houver estimulo, a arteríola fica contraída. Quando cessa o estimulo, diminui a frequência de despolarização e vaso retorno ao estado original. A fibra vasomotora está estimulando 100% do tempo as arteríolas para manter o tônus arteriolar que depende do tônus simpático. Há um tônus simpático basal, quando a estimulação está naquela frequência a arteríola está num grau de contração. Na hora que aumentar a frequência, contrai mais. Na hora que diminuir a frequência, relaxa mais. Então, pela mudançano tônus de estimulação simpática a fibra vasomotora vai promover mais contração ou mais dilatação da arteríola promovendo maior quantidade de sangue ou menor para a periferia. Em última análise, o principal fator da resistência periférica é o diâmetro da arteríola embora a resistência periférica tenha outros componentes. Voltando para a pressão, na arteríola ela chega a 40mmHg e praticamente não tem amplitude de pressão. Isso significa que a arteríola vai amortecendo a pressão até ela se torne constante. Essa diminuição da pressão arterial é importante porque o próximo vaso sanguíneo é o capilar que não é resistente à pressão, então, o papel da arteríola de resistência e amortecimento da pressão é importantíssimo para preservar a estrutura e a função do capilar. A função do capilar é a troca, se colocar um sangue com alta pressão no capilar o fluxo sanguíneo aumenta diminuindo a troca capilar. O indivíduo com hipertensão tem uma qualidade na troca gasosa diminuída. A lei do Fluxo: O fluxo chamado de Q depende de dois fatores: a diferença de pressão (ΔP) e da resistência periférica (R). Q= ΔP/R. quanto maior a diferença de pressão, maior e fluxo assim como quanto menor a resistência, maior o fluxo. Se o fluxo sanguíneo aumenta, o tempo que ele permanece naquele segmento de vaso é menor e se o tempo é menor, a quantidade de troca é menor também. Por outro lado, aquele indivíduo que é estressado tem um tônus simpático aumentado, então, tem a resistência aumentada pela contração do vaso o que diminui o fluxo sanguíneo. Esse indivíduo também tem aumento na pressão arterial para compensar essa diminuição do fluxo. A pressão no capilar entre em torno de 40 e sai com 20mmHg. Essa pressão diminui por causa do extravasamento de liquido que diminui o volume de liquido dentro do vaso. No seguimento venoso, a pressão entra em 20 e chega no coração quase em 0. Portanto, quem determina a entrada do sangue no coração é a contração da veia porque o sangue praticamente não tem força para entrar no coração. Isso é praticamente constante no sistema venoso, a pressão é muito baixa, vai de 20 a quase 0. Se a veia não pulsa e se a pressão é baixíssima e ainda o retorno é contra a gravidade, tem que ter outros fatores para o retorno venoso. Um deles são as válvulas. CORAÇÃO – SISEMA DE CONDUÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO Para poder contrair, a fibra muscular precisa de um potencial de ação. Se o PA não percorrer a fibra, não há contração. Portanto, é necessário um sistema de geração e condução desse potencial. A propósito, vocês sabiam que a geração de potencias de ação no coração é autônoma, é própria dele, ele mesmo gera. Se nós removermos o coração e colocarmos ele em um líquido nutritivo ele poderá continuar a bater por várias horas mesmo desligado do indivíduo. Sozinho o coração é capaz de gerar seu próprio PA. Como ele faz isso? Ele possui um conjunto de fibras musculares que se modificaram para produzir PA. Essas fibras ficam localizadas em regiões específicas do coração. Esse sistema de geração e condução do PA é chamado de sistema excito-condutor do coração. Esse sistema é constituído por regiões onde há um acumulo dessas fibras musculares modificadas que são chamadas de nós ou nodos e também por regiões onde há acumulo dessas fibras em feixes. Então, há dois componentes estruturais os nós e os feixes. Nós temos um primeiro nó que se localiza na parede posterior do átrio direito que se chama nó sinoatrial. Um segundo nó localizado na transição do átrio para o ventrículo bem sobre o esqueleto fibroelástico é o nó atrioventricular. Entre esses dois nós há três feixes internodais, o médio, posterior e anterior. Há um quarto feixe que comunica com o átrio esquerdo que é o feixe interatrial. Partindo do né atrioventricular, tem um grande que vai se dividir para as duas câmaras ventriculares. Começa em um espessamento chamado feixe de Hiss, esse se divide em duas partes dentro do septo interventricular que emite várias ramificações formando a rede de Purkinge. Esse sistema tem a capacidade de gerar PA. Todas essas células do sistema de condução do coração são capazes de gerar Pa, não todo o coração. As outras do miocárdio têm capacidade de conduzir, mas não gerar. A célula do miocárdio consegue conduzir a 0,5 m/s.. Esses feixes são canais onde a velocidade de propagação é aumentada. Nos feixes intermodais, é de 1 m/s. no feixe de Hiss, chega até 4 m/s., ou seja, 8vezes a velocidade de propagação do coração. Embora, o sincício seja um tecido com grande velocidade de condução, ela ainda não é suficiente. É necessário um sistema e por isso esses feixes são tão importantes. A câmara ventricular tem 8 a 10 cm. Então o impulso quando chega no ventrículo a 4 m/s. as fibras musculares contraem praticamente na mesma fração de segundo e isso é extremamente importante. Vamos supor que as minhas duas mãos sejam o interior de uma câmara ventricular. Se tem uma contração sincrônica tudo vai ser bombeado de uma vez só, agora imagine uma contração parcial uma fibra primeiro depois outras. O potencial de ejeção dessa contração vai ser muito baixo. Então a contração sincrônica é importante para o adequado funcionamento da bomba cardíaca. Primeiro o átrio contrai, depois o ventrículo. Mas no momento que o ventrículo começa a contrair, os dois ventrículos precisam contrair juntos. O nó atrioventricular está exatamente em cima do esqueleto fibroelástico e esse é um isolante. Não é interessante que tenha a contração livre de átrios e ventrículos porque se não átrios e ventrículos contrairiam juntos. Mas quando o átrio contrai o ventrículo precisa estar relaxo para que possa se encher de sangue. Se tivesse uma liberdade de fluxo elétrico ia acontecer a contração simultânea e aí o coração não ia funcionar adequadamente. Então, além do nó sinoatrial, atrioventricular, esqueleto fibroeslático, há os feixes internodais, interatrial, feixe de Hiss e rede de Purkinge. A animação mostra o batimento cardíaco. Primeiro, o nó sinoatrial gera o PA que se propaga pelos feixes intermodais fazendo com que o átrio se contraia como um todo. Depois, chega no nó atrioventricular e dá uma paradinha para que haja um retardo na contração do ventrículo em relação ao átrio. O nó atrioventricular funciona como um retardador da condução do PA. Uma vez que ele vence esse retardo, ele passa para o feixe de Hiss e é rapidamente propagado. Há a geração do impulso no nó sinoatrial e ele se propaga radialmente a velocidade de 0,5 m/s. só que há vias favorecedoras que são os feixes intermodais e intermodais que vão fazer que essa velocidade seja elevada. Essa elevação é pelo simples fato de o potencial de repouso no feixe é menos negativo. As células do miocárdio têm um PR de -90, as células do feixe tem -45, ou seja, demora menos tempo para que haja a geração do potencial de ação. Então, a razão pela qual o PA se propaga mais rápido do sistema excito-condutor do coração é porque ele tem um potencial de repouso menos negativo Do nó AV há o feixe atrioventricular e o feixe de Hiss. O Nó AV tem que causar o retardo da condução do PA para impedir que o ventrículo ocorra simultaneamente ao átrio. Esse retardo funciona porque as células do AV têm menos gap junctions e um potencial de repouso mais negativo em torno de – 110, ou seja, para elas se despolarizarem demorem um pouco mais de tempo que nos feixes intermodais. A soma do retardo dos NA e feixe AV é 0,16 segundos. Não só o NA é capaz de retardar, mas o feixe atrioventricular também. O esqueleto é um isolante elétrico. Então como é que esse sistema sai do átrio e entra no ventrículo. Em fisiologia, a estrutura justifica a função. Para isso, tem eu ter umapassagem. Existe no esqueleto fibroelástico, um óstio chamado de ostio atrioventricular por onde passe o feixe atrioventricular. O feixe de Hiss é só quando já está no ventrículo. Uma vez que o PA vence o retardo, ele é conduzido de forma bastante rápida. ELETROCARDIOGRAMA Se for medir o PA, a gente vai perceber que há uma variação na onda elétrica. O registro das alterações elétricas do sistema excitocondutor do coração é o EEG. As diferentes ondas no EEG são os diferentes momentos do sistema excito. Tem a onda P, a onda QRS e a onda T. O que acontece primeiro é a despolarização do átrio, essa onda P é o registro das alterações elétricas da despolarização do átrio. Depois que ele despolariza, ele vai repolarizar. Mas ao mesmo tempo que ele está repolarizando, o ventrículo está despolarizando. A despolarização do ventrículo é superior a repolarização do átrio. Então, não se encontra uma onda de repolarização do átrio, ela vai estar embutida na despolarização do ventrículo que é a onda QRS. No gráfico de tempo, a onda P tem uma base mais larga, demora mais tempo que a onda QRS. Isso porque a velocidade de propagação no átrio é menor que no ventrículo. O pico é a intensidade elétrica. A onda elétrica tem um pico muito maior que a onda P. isso reflete o número de fibras musculares que estão contraindo, no ventrículo tem muito mais células. Além disso, como a velocidade no átrio é menor que no ventrículo pode ocorrer de umas células estarem contraindo e outras relaxadas no átrio. Uma parte traria contraída e outra relaxada. Isso atrapalharia a função? Não. Porque o papel do átrio é só bombear o sangue para o ventrículo a favor da gravidade diferente, a força de contração é menor que no ventrículo que precisa levar para todo o organismo. P- Despolarização atrial QRS-despolarização ventricular T- repolarização ventricular Então apesar de a despolarização ventricular ser rápida, a repolarização é lenta. Tem algumas patologias que aumentam a base da onda T o que significa que demora muito para o ventricular relaxar e, portanto, ele vai estar parcialmente contraído na hora do enchimento ventricular e isso vai fazer resistência ao enchimento ventricular. Isso vai causar uma sobrecarga atrial, o átrio vai acabar dilatando para suprir essa deficiência. Toda vez que o coração tem que mudar sua força de contração para ajustar essas alterações, ele muda. Se tiver que aumentar a força do átrio, a parede dele vai aumentar assim como quando há aumento da resistência periférica há aumento da parede ventricular que precisa fazer mais força para jogar sangue para a periferia. Essas alterações anatômicas que as câmaras cardíacas sofrem para ajustar as diferenças fisiológicas recebe o nome de remodelamento. O remodelamento é a alteração estrutural das câmaras cardíacas para ajustar as diferenças fisiológicas. No caso do hipertenso que tem aumento da resistência periférica, o ventrículo tem que fazer mais força e a parede aumenta. O indivíduo com hipertensão arterial crônica tem remodelamento do ventrículo. No caso de hipertensão pulmonar, o ventrículo direito seria remodelado e em uma hipertensão sistêmica, o ventrículo esquerdo. A regressão dessa massa é demorada, muito difícil por que para isso deve ocorrer apoptose e o coração é um musculo que dificilmente sofre apoptose. Cada vez que tiver um conjunto de onda P, QRS e T tem um ciclo cardíaco completo. Cada ciclo ocorre em cerca de 1 segundo. O sistema excito-condutor é essencial por dois motivos: a velocidade de propagação e a sincronicidade de contração de átrio e ventrículo pois o sistema sincicial não permite essa velocidade e em o retardo da condução do impulso. As vezes acontece de ter um infarto e área desse infarto morre. Imagina que tenha um infarto na parede posterior do átrio direito que provavelmente levará a morte das células do nó sinoatrial. E se elas morrerem o que vai acontecer. Todas essas células são capazes de gerar PA, então se uma morrer a outra assume o lugar e isso vai depender da velocidade. A gente chama o centro de gerador de PA, de marca-passo fisiológico. No coração normal, o nó SA é o marca-passo fisiológico. O Nó SA gera despolarizações na frequência de 60-80 batimentos por minutos. O Nó AV, 40 a 60 batimentos por minuto. Se o SA morrer, o AV assume. Isso acarreta uma diminuição do batimento cardíaco. Mesmo diminuído, ele é compatível com a vida que pode ser compensado com o aumento do débito cardíaco. E se houver uma lesão que comprometa toda essa área do átrio. Aí o feixe de Hiss que tem uma frequência de 20-40 batimentos por minuto assume. Porém, essa frequência é incompatível com as necessidades fisiológicas. Para solucionar esse problema, instala-se um marca- passo que é um aparelho elétrico que gera PA a uma velocidade determinada. Então, cada vez que um entra em lesão o que despolariza mais rápido assume o papel de marca-passo fisiológico. COMO SÃO GERADOS OS PAs Só para a gente retomar, o papel da gap junction é importantíssimo. Olha a célula do sistema excitocondutor aqui. A célula gera um PA e imediatamente todas as outras células contrariam, quando ela regularizou as células contráteis repolarizaram em seguida. E assim se propaga porque as alterações elétricas que ocorreram na despolarização também são conduzidas pela gap junction levando a continuidade da despolarização através das células contrateis. Nós falamos da célula auto excitável, ela é capaz de gerar e PA e para ela gerar PA, ela precisa estar em contato com o meio extracelular e fazer troca de elementos elétricos, de íons, para que ela altere seu potencial. Para fazer isso, ela vai usar mão de três proteínas de transporte de íons, canas iônicas: - Canal iônico lento de Na+ - Canal iônico rápido de K+ - Canal iônico de Na+ e Ca++ Lá nos neurônios, para gerar potencial de ação é preciso de um estímulo para a abertura dos canais de Na+. No nosso caso aqui, não precisa de um estimulo porque o canal lento de Na+ está constantemente aberto, assim se tiver diferença de gradiente eletroquímico para o Na+, vai passar Na+ para dentro do canal. Então, a célula auto excitável tem a primeira grande características que diferencia ela das células neuronais e receptores sensoriais. Enquanto os neurônios e receptores sensoriais precisam de um estímulo, a nossa célula cardíaca não precisa porque o canal de Na+ está sempre aberto. Ele continua aberto mesmo durante a repolarização, o que vai mudar nesse momento é a diferença no gradiente eletroquímico. Quando repolariza, eu tenho uma mudança no gradiente eletroquímica e logo em seguida eu tenho um grande influxo através do canal de Na e Ca. Como entrou o que acontece com o gradiente eletroquímico? Vai diminuindo ao longo. Então, embora ele esteja aberto o tempo todo, o fluxo através dele vai variar dependendo do tamanho do gradiente eletroquímico (* esse é o tipo de pergunta que eu costumo pôr na prova) Prestem atenção nesse canal iônico que o canal lento de Na e neste gráfico. Esse canal está sempre aberto, então sempre está entrando Na. Na hora que entra Na, o potencial interno vai subindo porque está entrando cargas positivas. Abriu, o potencial estava em -60 e devagarzinho ele vai subindo até perto de -45. Até esse momento não houve uma despolarização porque a despolarização é quando a célula deixa de estar polarizada, ou seja, despolarizar significa acabar com a diferença elétrica entre o lado de dentro de fora, um potencial 0. O canal de Na diminuiu a negatividade do potencial elétrico. Isso é muito importante porque apesar do canal de Na estra permanentemente aberto, os outros canais não estão e esses precisam de um estímulo para abrir. Os outrosdois canais são regulados para a voltagem, para eles serem aberto eu preciso ter uma mudança determinada na carga elétrica. O potencial de -45 é o potencial limiar para abertura do canal iônico rápido de Na e Ca. Então, a abertura do canal de Na gera o estímulo necessário para a abertura do segundo canal iônico que o de Na e Ca. O canal de Na e Ca está fechado, quando o potencial chega em -45 ele sofre uma mudança na sua conformação e abre. Abrindo, entra Ca pela diferença de concentração. O nome desse canal é rápido de Na e Ca, mas só entrou Ca não entrou Na. O Sódio não entrou porque não há gradiente eletroquímico para a sua entrada nesse momento. Olhando para o gráfico, no momento da abertura do canal de sódio e cálcio o potencial chegou a 0, ou seja, ocorreu despolarização. Portanto, quem causa despolarização é o cálcio. Se lembrarem da despolarização neuronal, quem causava a despolarização no neurônio era o Na. Então, essa é outra diferença importantíssima entre o neurônio e a célula cardíaca: o íon responsável pela despolarização é o cálcio no coração e o sódio no neurônio. Por esse motivo, a célula tem um reticulo sarcoplasmático imenso, ela precisa de um grande aporte de cálcio. Se eu tiver um paciente com hipocalcemia, eu posso esperar que a contração cardíaca vai ser prejudicada. Isso em níveis extremos, porque no organismo há um equilíbrio do cálcio regulado pelo paratormônio e calcitonina. O indivíduo com hipocalcemia, antes de entrar com consequências cardíacas da deficiência de cálcio, ele vai buscar as reservas de cálcio no osso dele. Então, antes da alteração cardíaca, eu espero ter uma osteoporose. No portador de uma osteoporose com hipocalcemia importante, o próximo passo é a disfunção cardíaca. Essa é a relação entre osteoporose e insuficiência cardíaca. Despolarizou o que acontece com a célula: contrai. O potencial em 0 é o estimulo necessário para abertura do canal de K+. Abriu o canal de K+, sai K+ rapidamente. Saiu potássio eu tenho uma repolarização voltando para o potencial de -60. Quando eu tenho um novo batimento cardíaco: imediatamente, porque o canal de Na está aberto e imediatamente entra sódio. Entrou sódio, imediatamente despolariza porque abre o canal de Na e Ca. Entra o cálcio e despolariza, abre o de potássio e isso repolariza voltando para o potencial de repouso onde o canal de sódio está aberto e volta tudo de novo. Ao mesmo tempo que essas alterações estão acontecendo, eu estou pegando sódio e jogando para fora pela bomba de sódio e potássio de tal forma que quando o processo chega aqui (repolarização), eu tenho gradiente para entrada de sódio novamente. Se eu tiver uma substancia química, o curare que é injetado na pessoa o canal de Na é bloqueado e não continua o processo. Esses são basicamente os mecanismos de geração do potencial de ação. As diferenças entre os PA neuronal e cardíaco são: 1- O processo é espontâneo (automático) na célula cardíaca e na célula neuronal, depende de um estímulo. 2- A característica do primeiro canal acionado. No neurônio é o rápido de Na, no cardíaco é o lento de Na. 3- O elemento responsável pela despolarização na célula cardíaca é o Cálcio, no neurônio é o sódio. 4- O potencial de repouso, na célula cardíaca é -60 e no neurônio é em geral entre -90 e - 110.
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