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Apostila Concreto

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE TECNOLOGIA 
 
Missão/FT: Formar e aperfeiçoar cidadãos e prestar serviços atendendo às 
necessidades tecnológicas da sociedade com agilidade, dinâmica e qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Notas de Aula 
 
 
 
 
 
 
 
FT / UNICAMP 
 
CONCRETO - QUALIDADE, CLASSIFICAÇÃO E 
PROPRIEDADES 
 
Rogério Durante 
Luísa A. G. Barbosa 
Rosa C. C. Lintz 
Limeira-SP / 2017 
 
 
2 
2 
1. INTRODUÇÃO 
 
O concreto é sem dúvida o material mais utilizado na construção. Composto basicamente de 
cimento Portland, areia, brita e água, tem emprego freqüente em estruturas, pavimentação, 
obras de arte, pré-fabricados, etc. 
Apesar de não ser tão resistente quanto o aço, o concreto é mais usado nas obras de 
engenharia por várias razões, dentre elas: 
 
 
Excelente resistência à água 
Ao contrário do aço e da madeira, o concreto pode ser empregado nas estruturas em 
contato com a água sem sofrer danos. Produzido com cimentos especiais resistentes à 
sulfatos (ABNT NBR 5737:1992), torna-se imune a ação de meios agressivos encontrados 
em efluentes industriais e esgotos domésticos. 
 
Facilidade de Moldagem 
No estado fresco, o concreto pode ser empregado para moldar peças estruturais de formas 
e tamanhos variados, fluindo com relativa facilidade pelas armaduras e fôrmas. 
 
Menor custo 
Os componentes básicos do concreto são de fácil obtenção e relativamente baratos 
resultando valores entre 25 e 40 dólares por tonelada, conforme a região. Além disso, o 
consumo de energia para a produção do concreto é baixo, se comparado à fabricação de 
outros materiais de engenharia. 
 
 
O concreto estrutural pode ser empregado isoladamente, sem reforços de armaduras e 
neste caso é chamado de concreto simples. Freqüentemente, nas estruturas, o concreto é 
empregado com reforço de armaduras, posicionadas criteriosamente ao longo das peças 
estruturais. Quando esta armadura é alojada nas peças estruturais sem prévio 
alongamento, temos o concreto armado e o desempenho da estrutura dependerá da 
aderência entre o concreto e armadura. Quando as armaduras introduzem tensões de 
compressão na estrutura, capazes de impedir ou limitar a fissuração e o deslocamento da 
estrutura tem-se o concreto protendido. 
 
 
 
3 
3 
Concreto Simples 
 
Figura 1 – Estruturas de Concreto Simples 
 
 
Concreto Armado 
 
Figura 2 – Estruturas de Concreto Armado 
 
 
 
4 
4 
Concreto Protendido 
 
Figura 3 – Estruturas de Concreto Protendido 
 
 
2. QUALIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 
 
Para que a estrutura de concreto possa atender as expectativas da fase de projeto é 
imprescindível que se adote um sistema de garantia da qualidade que defina os 
procedimentos, especificações e responsabilidades de todos os envolvidos na produção e 
utilização do edifício. 
Neste sistema devem ser considerados: 
 
1. Planejamento 
2. Projeto 
3. Materiais e componentes 
4. Armazenamento de materiais e componentes 
5. Execução 
6. Operação e Manutenção 
 
 
2.1. Planejamento 
A estrutura de concreto deve permitir o alojamento das instalações (hidráulicas, elétricas, 
comunicações, ar condicionado, incêndio, etc.) segundo diretrizes pré-estabelecidas no 
projeto de arquitetura que determinará o tipo de estrutura com vigas, lajes planas, rigidez do 
conjunto, etc. 
 
 
 
5 
5 
2.2. Projeto 
São necessárias recomendações que estabeleçam o padrão de detalhamento exigido 
(projeto, detalhamento, memoriais descritivos), as normas que deverão ser contempladas e 
exigências relativas à estrutura em estudo. Estas recomendações assim como as do 
planejamento devem orientar o projeto da estrutura e seu recebimento pelo contratante. 
 
2.3. Qualificação dos Materiais 
Em relação aos materiais, devem ser empregados procedimentos para garantir a qualidade 
dos produtos utilizados na obra. A qualificação de fornecedores é indispensável antes da 
aquisição dos materiais e, nesta etapa, é recomendável exigir-se ensaios dos fornecedores 
que atestem a conformidade dos materiais. 
 
2.4. Recebimento e armazenamento de materiais 
Após a qualificação dos fornecedores, inicia-se a aquisição de materiais e, nesta etapa, 
serão necessários documentos indicando os procedimentos exigíveis para o recebimento e 
armazenamento. Alguns materiais podem necessitar de ensaios laboratoriais para a 
liberação enquanto que, para outros, uma simples verificação visual pode ser suficiente para 
comprovar se o produto recebido atende às exigências mínimas. 
 
2.5. Execução da Estrutura 
As recomendações quanto à execução das estruturas deverão contemplar as normas em 
vigor e as técnicas recomendadas para o emprego do concreto em estruturas. 
Devem ser definidos os ensaios exigíveis, as tolerâncias para desvios na execução, o nível 
de controle, as ferramentas empregadas para a execução e inspeção como: esquadro, fio 
de prumo, régua de nível, nível de mangueira, laser, etc. 
 
2.6. Operação e Manutenção 
São necessárias recomendações que orientem o contratante na utilização adequada do 
edifício, prevenindo acidentes por ações inadvertidas e descrevendo as ações de 
manutenção necessárias, prolongando a vida útil da edificação. 
Estatísticas internacionais indicam que de 8 a 10% dos defeitos nas edificações decorrem 
do uso inadequado. 
Estes documentos devem incluir recomendações que facilitem os reparos estabelecendo os 
procedimentos necessários para garantir o funcionamento do conjunto do edifício. Devem 
estar ao alcance dos proprietários, usuários e administradores da edificação. 
 
 
6 
6 
2.7. Segurança das Estruturas de Concreto 
A norma brasileira de concreto armado NBR 6118:2014 (Projeto de estruturas de concreto - 
Procedimento), fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto 
simples, armado e protendido, excluídas aquelas em que se empregam concreto leve, 
pesado ou outros especiais. Aplica-se às estruturas de concretos normais, identificados por 
massa específica (c) seca maior do que 2000 kg/m3, não excedendo 2800 kg/m3, do grupo 
I de resistência (C20 a C50) e do grupo I de resistência (C55 a C90), conforme classificação 
da ABNT NBR 8953. Estabelece os requisitos gerais a serem atendidos pelo projeto como 
um todo, bem como os requisitos específicos relativos a cada uma de suas etapas. 
 
Em relação a segurança das estruturas de concreto, esta Norma considera as resistências 
(f) e as ações (F) como variáveis aleatórias, admitindo-se uma distribuição estatística que 
resulta no valor característico. Para variáveis com distribuições complexas ou 
desconhecidas, adotam-se coeficientes de ponderações parciais. 
 
 
 
 
Tabela 1 – Valores dos coeficientes c e s 
Combinações 
Concreto 
c 
Aço 
s 
Normais 1,4 1,15 
Especiais ou de construção 1,2 1,15 
Excepcionais 1,2 1,0 
Fonte: ABNT NBR 6118:2014 
 
As ações são tratadas pelo coeficiente de ponderação f, e suas parciais são: 
f1 – que considera a variabilidade das ações; 
f2 – que considera a simultaneidade de atuação das ações; 
f3 –que considera os desvios gerados nas construções e as aproximações feitas em 
projeto do ponto de vista das solicitações. 
Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam 
produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em 
conta os possíveis estados limites últimos (ELU - estado limite relacionado ao colapso, ou a 
qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura) e 
os estados limites de serviço (ELS – que são aqueles relacionados à durabilidade das 
VARIÁVEIS ALEATÓRIAS 
f  AÇÕES m  RESISTÊNCIAS 
 
 
7 
7 
estruturas, aparência, conforto do usuário e à boa utilização funcional das mesmas, seja em 
relação às máquinas e aos equipamentos utilizados). 
Os valores de cálculo Fd das ações são obtidos a partir de dos valores representativos, 
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação f. As ações devem ser 
majoradas pelo coeficiente f: 
f = f1. f2. f3 
A resistência é tratada pelo coeficiente de ponderação m, e suas parciais são: 
m1 – que considera a variabilidade da resistência dos materiais envolvidos; 
m2 – que considera a diferença entre a resistência do material no corpo-de-prova e na 
estrutura; 
m3 – que considera os desvios gerados nas construções e as aproximações feitas em 
projeto do ponto de vista das resistências. 
Os coeficientes de ponderação das resistências englobam os materiais e a qualidade da 
execução da estrutura. As resistências devem ser minoradas pelo coeficiente m: 
m = m1. m2. m3 
A resistência de cálculo fd é dada pela expressão: 
m
k
d
f
f

 
 
A resistência característica do concreto ou aço corresponde ao quantil de 5% de uma 
distribuição normal de freqüências. 
 
Figura 4 – Distribuição normal de freqüências (curva de Gauss) 
Os corpos-de-prova são moldados e curados em condições padronizadas próximas das 
ideais e, portanto, suas resistências não correspondem exatamente a do concreto da 
RESISTÊNCIA 
CARACTERÍSTICA 
quantil de 5% de uma distribuição 
normal de 
freqüências
 
 
 
8 
8 
estrutura. A resistência à compressão dos corpos-de-prova mede o potencial da mistura 
empregada, traduzindo o máximo valor possível caso a manipulação e cura fossem ideais. 
As condições analíticas de segurança estabelecem que as resistências não devem ser 
menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados limites 
e todos os carregamentos especificados para o tipo de construção considerado, ou seja, em 
qualquer caso deve ser respeitada a condição: 
Rd ≥ Sd 
 
Figura 5 – Simplificação do Modelo Semi-Probalístico conforme a NBR 6118:2014 
 
 
9 
9 
3. CLASSIFICAÇÃO DO CONCRETO 
 
3.1. Classe 
A NBR 8953:2015 (Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência), 
aplica-se a concretos leves, normais ou pesados, misturados em canteiro de obra e 
dosados em central, no próprio local da obra ou fora dela, utilizados em elementos de 
concreto simples, armado ou protendido, bem como em elementos armados com perfis 
rígidos de aço. Segundo esta Norma, os concretos são classificados em grupos de 
resistência, grupo I e grupo II, conforme resistência característica à compressão (fck), 
determinada a partir do ensaio de corpos-de-prova preparados de acordo com a Norma 
NBR 5738:2016 (Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova), que 
prescreve o procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova de concreto, e 
rompidos conforme a Norma NBR 5739:2007 (Ensaio de compressão de corpos de prova 
cilíndricos), que prescreve um método de ensaio pelo qual devem ser ensaiados à 
compressão os corpos-de-prova cilíndricos de concreto. 
 
Tabela 2 – Classes de resistência do grupo I Tabela 3 – Classe de resistência do grupo II 
Grupo I de 
resistência 
Resistência característica à 
compressão (MPa) 
 
Grupo II de 
resistência 
Resistência característica à 
compressão (MPa) 
C10 10 C55 55 
C15 15 C60 60 
C20 20 C70 70 
C25 25 C80 80 
C30 30 C90 90 
C35 35 
C40 40 
C45 45 
C50 50 
Fonte: ABNT NBR 8953:2015 Fonte: ABNT NBR 8953:2015 
 
Os números referentes a cada classe indicam a resistência característica à compressão em 
MPa, para a idade de 28 dias. A Norma NBR 6118:2014 determina que para concretos com 
armadura passiva (concreto armado), o valor mínimo da resistência característica à 
compressão deve ser de 20 MPa, e naqueles onde há armadura ativa (concreto 
protendido), este valor não deve ser inferior a 25 MPa. Concretos C15 somente serão 
empregados em fundações e estruturas provisórias. 
 
 
10 
10 
O concreto tem boa resistência às tensões de compressão e nas estruturas é responsável 
por resistir aos esforços que produzem compressão. 
Por esta razão, os projetos de estruturas especificam a resistência à compressão, que é 
obtida em laboratório através de ensaios de ruptura à compressão de corpos-de-prova 
cilíndricos (NBR 5739), moldados com o concreto coletado na obra, conforme a NBR 5738. 
Quando se fala da resistência de um concreto sem especificar a sua idade, deduz-se que o 
ensaio foi realizado aos 28 dias. 
A relação fcj / fc pode ser obtida da seguinte expressão, conforme NBR 6118: 
)))/28(1.(( 2/1ts
c
cj
e
f
f
 
Onde: s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II; 
 s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV; 
 s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI 
 t = idade efetiva do concreto, em dias. 
 
É denominado concreto de alta resistência ao concreto com classe de resistência à 
compressão maior do que C50, de acordo com a NBR 8953:2015. 
A evolução da resistência à compressão, em função da idade, pode ser estimada, em 
caráter orientativo, conforme a tabela abaixo: 
Tabela 4 - Relações fcj/fc , admitindo cura úmida em temperatura de 21ºC a 30ºC 
Cimento Portland 
IDADE 
(dias) 
3 7 14 28 63 91 120 240 360 720 
CPI – NBR 5732:1991 
CPII – NBR 11578:1991 
0,59 0,78 0,90 1 1,08 1,12 1,14 1,18 1,20 1,22 
CPIII – NBR 5735:1991 
CPIV – NBR 5736:1999 
0,46 0,68 0,85 1 1,13 1,18 1,21 1,28 1,31 1,36 
CPV – NBR 5733:1991 0,66 0,82 0,92 1 1,07 1,09 1,11 1,14 1,16 1,17 
CPI - Cimento Portland Comum; 
CPII - Cimento Portland Composto; 
CPIII - Cimento Portland de Alto Forno; 
CPIV - Cimento Portland Pozolânico; 
CPV - Cimento Portland de Alta Resistência Inicial; 
 
3.2. Massa Específica 
A massa específica dos concretos (normais) no estado sólido varia de 2000 kg/m3 a 2800 
kg/m3. Usualmente, adota-se o valor de 2400 kg/m3, para efeito de cálculo, quando não se 
conhece a massa específica do concreto simples e, 2500 kg/m3 para o concreto armado. 
 
 
11 
11 
Os concretos leves têm massa específica entre 800 kg/m3 e 2000 kg/m3 e podem ser 
aplicados em peças estruturais, enchimento de pisos, lajes e painéis pré-fabricados. 
Os concretos pesados têm massa específica maior que 2800 kg/m3 e são utilizados em 
câmaras de raios X ou gama, paredes de reatores atômicos, contra-peso, lajes de sub-
pressão. 
 
 
3.3. Composição 
Na composição do concreto endurecido encontram-seos sólidos da pasta de cimento, 
agregados, ar incorporado e água. A pasta de cimento representa de 25% a 40% do volume 
total do concreto sendo que o cimento constitui de 7% a 15% (220 Kg/m3 a 470Kg/m3) e a 
água de 16% a 21% (160 l/m3 a 210 l/m3). 
Os agregados constituem de 60% a 80% do volume do concreto e têm grande influência 
nas propriedades do concreto endurecido, exigindo cuidados relativos à suas propriedades 
(granulometria, forma dos grãos, absorção d’água) e impurezas presentes. 
 
Para se obter concreto com uma trabalhabilidade adequada, utiliza-se uma quantidade de 
água muito superior à necessária para a hidratação do cimento. Mas se o acréscimo de 
água melhora a trabalhabilidade do concreto fresco, por outro lado, reduz a resistência à 
compressão, aumenta a permeabilidade, fator este que reduz a durabilidade do concreto 
endurecido. O ajuste preciso da quantidade de água utilizada no amassamento do concreto 
é de fundamental importância para se obter um concreto de boa qualidade. 
 
 
Figura 6 – Composição do Concreto 
 
 
12 
12 
4. PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO 
 
4.1. Resistência do Concreto 
 
4.1.1. Determinação da Resistência à Compressão 
A resistência à compressão, como já abordamos anteriormente, é a propriedade de maior 
interesse no estudo e aplicação do concreto em estruturas. Ela é determinada através de 
ensaios de corpos de prova (CP) cilíndricos. A altura do CP deve ser o dobro do diâmetro e 
o diâmetro deve ser de 10 cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm, 30 cm ou 45 cm, conforme a norma 
NBR 5738:2016 (Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova). 
O valor da tensão de ruptura à compressão (fc) dos corpos-de-prova é obtido pela 
expressão: 
A
P
fc 
 
 
 
Onde: 
fc - tensão de ruptura à compressão do CP, em (MPa) 
P - Valor da carga de ruptura, em (N) 
A - Área da seção transversal do CP, em (mm2) 
 
 Figura 7 – Ruptura do Concreto à Compressão 
 
4.1.2. Determinação da Resistência à Tração 
Embora a resistência à tração do concreto seja baixa (em torno de 10% da resistência à 
compressão) e até ignorada nos projetos de edificações, seu valor pode ser útil nos serviços 
em que estejam previstas retrações decorrentes de variação de umidade e temperatura. 
Na dificuldade de realizar um ensaio de tração direta (axial) no concreto, adotou-se o ensaio 
(figura 8) desenvolvido pelo engenheiro brasileiro Lobo Carneiro, conforme a NBR 
7222:2011 (Argamassa e concreto - Determinação da resistência à tração por compressão 
diametral de corpos-de-prova cilíndricos). Sob a ação da carga vertical F, surgem tensões 
horizontais de tração, que são determinadas pela expressão abaixo: 
..
.2
,
d
F
f spct 

 
 
Onde: 
fct.sp = resistência à tração por compressão diametral, em (MPa) 
F = força máxima obtida no ensaio, em (N) 
d = diâmetro do CP, em (mm) 

 = comprimento do CP, em (mm) 
 
 
13 
13 
 
 
 
Outro ensaio indireto que permite avaliar a resistência à tração do concreto é o ensaio de 
flexão de prismas. Utilizam-se dois tipos de carregamentos, como segue: 
 
O carregamento utilizado segundo a NBR 12142:2010 (Concreto - Determinação da 
resistência à tração na flexão em corpos-de-prova prismáticos), é o de dois pontos de carga, 
pois, todo o terço médio (central) fica sujeito ao momento fletor (M) máximo, 
consequentemente a tensão máxima estará acontecendo no terço médio onde deverá 
acontecer a ruptura (figura 10). 
A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, ou, na falta 
de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliado o seu valor médio ou característico 
por meio das seguintes equações, conforme NBR 6118: 
fctk,inf = 0,7 fct,m 
fctk,sup = 1,3 fct,m 
— para concretos de classes até C50: 
fct,m = 0,3 fck2/3 
— para concretos de classes C55 até C90: 
fct,m = 2,12 ln (1 + 0,11 fck) 
Onde: 
 
 
Figura 8 – Determinação da Resistência à tração por Compressão Diametral 
 
Figura 9 – Formas de carregamento de prismas de concreto 
 
 
14 
14 
fct,m e fck são expressos em megapascal (MPa). 
Sendo: 
fckj ≥ 7 MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades diferentes de 28 dias. 
Calcula-se a resistência à tração na flexão pela seguinte expressão, conforme NBR 12142: 
2,
.
.
db
F
f fct


 
Onde: fct f = resistência à tração na flexão, em (MPa); 

= distância entre cutelos de suporte, em (mm); 
F = força máxima obtida no ensaio, em (N); 
b = largura média do CP, em (mm); 
d = altura média do CP, em (mm). 
Neste ensaio, como se considera uma relação tensão de deformação linear ao longo de 
toda a seção da viga, os valores da resistência à tração obtidos, tendem a ser 
superestimados. 
Tabela 5 - Relação entre as resistências à compressão com a de tração na flexão e a 
de tração axial no concreto (Resultados Experimentais) 
Compressão Axial 
c (MPa) 
Tração na flexão Tração Axial 
(MPa) (% de c) (MPa) (% de c) 
7,1 1,6 22,5 % 0,8 11,3 % 
14 2,6 18,6 % 1,4 10,0 % 
21 3,3 15,7 % 1,9 9,0 % 
28 4,0 14,3 % 2,3 8,2 % 
34 4,7 13,8 % 2,8 8,2 % 
41 5,3 12,9 % 3,2 7,8 % 
48 5,9 12,3 % 3,6 7,5 % 
55 6,4 11,6 % 4,0 7,3 % 
62 7,0 11,3 % 4,3 6,9 % 
 
Figura 10 – Determinação das tensões longitudinais na flexão de Prismas 
 
 
15 
15 
O ensaio de flexão é utilizado com freqüência para o controle do concreto em rodovias e 
pavimentos de aeroportos, onde as solicitações de flexão são mais acentuadas que as de 
tração axial. 
4.1.3. Forma de Ruptura do Concreto 
O carregamento do corpo-de-prova provoca o aparecimento de fissuras, cuja orientação 
segue a mesma orientação das tensões de compressão. Próximo aos pratos da prensa, por 
ação de forças de atrito, a ruptura ocorre em forma de cone. A ruptura real, sem ação das 
tensões de atrito criadas pelo contato dos pratos, seria conforme indica a figura abaixo. 
 
Tipo de Ruptura de Corpos-de-prova (ABNT NBR 5739:2007): 
 
Figura 12 – Tipo A – Cônica e cônica 
afastada 25mm do capeamento(1) 
Figura 13 – Tipo B – Cônica e bipartida e 
cônica com mais de uma partição(1) 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Tipo C – Colunar 
com formação de cones(1) 
 Figura 15 – Tipo D – 
Cônica e cisalhada(1) 
 Figura 16 – Tipo E - 
Cisalhada(1) 
 
 
 
Figura 11 – Forma de Ruptura à Compressão do Concreto 
 
 
16 
16 
 
Figura 17 – Tipo F – Fraturas no topo 
e/ou na base abaixo do capeamento(1) 
Figura 18 – Tipo G – Similar ao tipo F 
com fraturas próximo ao topo(1) 
(1) FONTE: ABNT NBR 5739:2007 
 
 
17 
17 
4.2. Fatores que Influenciam na Resistência do Concreto 
Características e proporções dos 
materiais 
Condições de Cura Parâmetros de ensaio 
Agregado Tempo Corpo-de-prova 
Cimento Temperatura Carregamento 
Água de amassamento Condições de umidade 
Aditivos 
Relação água/cimento 
Mistura 
Transporte 
Lançamento 
Adensamento 
 
4.2.1. Relação água/cimento 
A relação entre a quantidade de água e a quantidade de cimento utilizadosnum concreto é 
comumente conhecida como relação água/cimento. A resistência de um concreto depende 
principalmente da resistência da pasta, além da aderência da pasta ao agregado e outras 
propriedades de agregado. O excesso de água no concreto resultará numa pasta mais 
porosa e, conseqüentemente, em menor resistência à compressão, além de menor 
aderência entre a pasta e o agregado. Daí a importância da relação água/cimento no estudo 
da resistência do concreto. 
A expressão conhecida como lei de Abrams permite avaliar a resistência do concreto em 
função da relação água/cimento. 
 
x
B
A
R 
 
Onde: 
R – Resistência à compressão do 
concreto 
 
A e B – constantes empíricas 
 
x – relação água/cimento 
Figura 19 – Relação água/cimento - resistência à compressão de cimentos 
 
 
18 
18 
4.2.2. Influência do Adensamento 
 
O grau de adensamento 
exerce influência direta sobre 
o volume de vazios no 
concreto. 
 
Para um bom adensamento 
deve-se observar: 
- Energia de adensamento; 
 
- Duração da operação; 
 
- Problemas ligados a segre- 
gação e à exsudação. 
Figura 20 – Resistência à compressão X Relação água cimento e Adensamento 
 
4.2.3. Influência da mistura 
Para que um concreto ofereça o máximo do seu potencial é necessário que todas as 
partículas dos materiais constituintes estejam dispersas na massa uniformemente, 
resultando em um concreto homogêneo. Isto só será possível se a mistura for feita de forma 
adequada. Para obter-se uma mistura satisfatória devemos atentar para: 
- eficiência do equipamento de mistura (tipo de misturador); 
- medidores dos materiais - (confiáveis); 
- tempo de mistura - (adequado); 
- velocidade de giro do misturador; 
- ordem de colocação dos materiais. 
 
4.2.4. Influência do transporte 
O transporte deve ser feito o mais rapidamente possível, (evitando-se a segregação e perda 
de qualquer parte de material da mistura), para minimizar os efeitos de enrijecimento e 
perda de trabalhabilidade no momento do lançamento, espalhamento e adensamento do 
concreto. A demora nesta operação poderá comprometer a plasticidade, pois a água 
perdida na evaporação e a fixada nas reações de hidratação do cimento tornam a massa 
mais consistente. 
É importante o conhecimento da duração desta operação para se definir convenientemente 
a trabalhabilidade. 
 
 
19 
19 
4.2.5. Influência do lançamento 
O lançamento do concreto deve ser feito de forma cuidadosa, o mais próximo possível de 
sua posição final, evitando-se a segregação dos seus materiais constituintes. 
Deve-se respeitar as peculiaridades de cada obra, atentando para a altura de queda, 
espessura das peças, densidade das armaduras e presença de água nos locais a serem 
concretados. É importante se fazer o plano de concretagem, mesmo em concretagens 
pequenas, precedendo o lançamento do concreto. Antes de iniciar o lançamento do 
concreto devem-se fazer inspeções nas fôrmas e nas ferragens. 
 
4.2.6. Grau de Hidratação 
Na hidratação do cimento, os cristais originados constituem um sólido resistente chamado 
de gel de silicato de cálcio hidratado. O volume do produto de hidratação pode ser 100% 
maior que o volume do sólido de cimento, antes da hidratação. O resultado é que os 
fenômenos que conduzem ao endurecimento e à evolução da resistência do concreto 
provocam do entrelaçamento dos cristais que vão se expandindo dentro dos limites da 
pasta, com a evolução da hidratação. 
O grau de hidratação do cimento determina a porosidade da matriz (pasta) para uma dada 
relação água/cimento. 
 
 
 
 
 
 
Figura 21 – Modificações do volume do gel a partir da hidratação (Esquematicamente) 
 
 
20 
20 
4.2.7. Tipo e Teor de Cimento 
O cimento é sem dúvida o componente que mais influi na resistência de um concreto. 
Dentre as características do cimento que interferem na resistência estão: 
• Finura (grau de moagem) 
• Composição química (adições: pozolana, escória e filler) 
Os grãos mais finos hidratam com mais velocidade influenciando nas resistências iniciais e 
pouco nas resistências em longo prazo. 
Os compostos C3A e C4AF hidratam primeiro mas pouco interferem na resistência do 
concreto. Já o C3S hidrata com maior velocidade, desenvolvendo a resistência nas primeiras 
idades. O C2S tem grande influência na resistência, mas de forma mais lenta. 
 
 
4.2.8. Qualidade da Água 
Algumas impurezas presentes na água podem prejudicar a pega do cimento ou a 
resistência do concreto. Em geral, a água potável é considerada adequada à produção do 
concreto, desde que isenta de açúcar e citratos. A utilização de águas agressivas no 
amassamento do concreto deve ser estudada com cuidado, levando-se em consideração 
seus efeitos na pega do cimento, na resistência do concreto e na corrosão das armaduras. 
Para peças em concreto protendido, o emprego de água do mar é proibido. 
O pH recomendado para a água de amassamento deve estar entre 5 a 8. 
 
 
 
C4AF 
Ferro aluminato tetracálcio 
4CaO . Al2O3 . Fe2O3 
 
 
C3A 
Aluminato tricálcio 
3CaO . Al2O3 
 
 
C2S 
Silicato dicálcio 
2CaO . SiO2 
 
 
C3S 
Silicato tricálcio 
3CaO . SiO2 
 
Figura 22 – Influência dos compostos do cimento na evolução da 
Resistência à Compressão 
 
 
21 
21 
4.2.9. Influência do Agregado 
 
Aderência da pasta/agregado 
A ligação entre a pasta e o agregado depende da textura superficial e da composição 
química de seus grãos. Sabe-se que grãos com maior rugosidade superficial aumentam a 
resistência à compressão e à flexão do concreto. 
Para agregados derivados de basalto, cuja composição apresenta maiores teores de sílica, 
obtém-se melhores resultados de aderência. 
 
Tamanho do Grão 
No quadro a seguir, observa-se a influência do tamanho do grão na resistência do concreto. 
Para concretos de elevada resistência à compressão, dimensão máxima acima de 38mm, 
pode conduzir a resultados desfavoráveis, principalmente porque grãos maiores têm menor 
área de contato agregado/pasta e, conseqüentemente, as tensões de contato são mais 
elevadas. A descontinuidade granulométrica é outra explicação para esta redução de 
resistência, por aumentar a heterogeneidade do concreto. 
 
Figura 23 – Resistência à compressão X Dimensão do agregado para consumos 
diferentes de cimentos 
Resistência do Grão 
Os agregados mais resistentes produzem, para uma mesma relação água/cimento, 
concretos mais resistentes. 
Módulo de Deformação do Grão 
Quanto maior a rigidez do agregado, maior será a parcela das cargas externas absorvidas 
por ele. Isto alivia o efeito das cargas externas sobre a pasta, resultando no aumento da 
resistência do concreto. 
 
 
22 
22 
4.2.10. Influência da Idade 
A resistência do concreto cresce com sua idade, com velocidade distinta para cada tipo de 
cimento. 
Tabela 6 - Desenvolvimento da resistência para os cimentos CPII e CPIII 
IDADE 
(j dias) 
Coeficiente cj / c28 
CPII CPIII 
3 0,51 0,35 
7 0,73 0,57 
28 1,00 1,00 
60 1,11 1,20 
90 1,19 1,28 
 
4.2.11. Influência da Cura 
A função da cura é manter o concreto saturado, ou o mais próximopossível da saturação, 
até que o espaço ocupado pela água da pasta do cimento tenha sido preenchido, no volume 
desejado, pelos produtos da hidratação do cimento. 
Em outras palavras, a cura representa todos os cuidados adotados para facilitar a 
hidratação do cimento, como o controle da temperatura e da umidade. 
A saturação completa do cimento Portland exige, de água, cerca de 40% do total de sua 
massa. Cerca de 23% desta água é quimicamente combinada para a formação dos 
chamados produtos de hidratação e o resto fica fisicamente absorvido na superfície das 
partículas do gel. Normalmente o concreto é feito com relação a/c superior a 0,4 e contém , 
por conseguinte, mais água do que á necessária para a hidratação do cimento. 
Conseqüentemente, nessas condições, a hidratação se processará ininterruptamente, 
desde que o concreto não venha a se ressecar. 
Observa-se que o progresso da resistência é função não apenas da idade, como também 
da temperatura a que se submete o concreto. Chama-se de maturidade a somatória do 
produto idade x temperatura, expressa em ºC horas ou ºC dias. 
 
Como mostra a equação abaixo a resistência é uma função da maturidade do concreto. 
fc = f(   . t ) 
Onde: 
 = temperatura em ºC 
t = tempo em horas ou dias 
 
 
 
23 
23 
Uma alternativa para acelerar o desenvolvimento da resistência é a elevação da 
temperatura promovendo a cura do concreto com vapor. A temperatura tem efeito 
acelerador sobre as reações de hidratação. 
Existe ainda outros processos que podem elevar a temperatura para aumentar a resistência, 
como por exemplo: a combustão de gases, aquecimento elétrico e radiação infravermelha. 
 
 
4.2.12. Influência dos aditivos 
Aditivos são substâncias químicas colocadas no concreto para um fim específico. São bem 
antigos, utilizados desde o Império Romano (há documentos comprovando a utilização de 
clara de ovo como impermeabilizante, sangue como incorporador de ar, argila e açúcares 
como retardador de pega, sal como acelerador de pega etc). 
 
A ABNT classifica os aditivos em 4 tipos principais: 
1) Incorporadores de ar: 
Produzem micro-bolhas não unidas entre si, elevando a trabalhabilidade, aumentando a 
coesão e homogeneidade da mistura. 
Também melhoram a segregação e a impermeabilidade do concreto. Porém ocasionam 
uma perda de resistência mecânica. 
Obs.: A utilização de material pozolânico em conjunto com estes aditivos inibe a 
incorporação de ar (ex.: CP II Z e CP IV) 
 
2) Retardadores: 
Aumentam o tempo de aplicação (aumentam o tempo para o início de pega). 
Utilizados em elementos estruturais de secções pequenas, em temperaturas elevadas, pois 
retarda a elevação do calor de hidratação do cimento. 
Eles apresentam desvantagens, tais como o aumento da retração e da exsudação do 
concreto. 
 
3) Aceleradores: 
Diminuem o tempo de pega. São pouco utilizados, uma vez que boa parte dos aceleradores 
contém cloretos em sua composição (ABNT NBR 6118:2014 não permite o uso de aditivos 
contendo cloreto na sua composição em estruturas de concreto armado ou protendido). 
Reduzem um pouco a resistência mecânica em idades avançadas. 
 
 
 
 
24 
24 
4) Plastificantes: 
Diminuem no mínimo 6% da água de amassamento, melhorando a trabalhabilidade e 
aumentando o slump (consistência) do concreto. 
Pode-se utilizar menos cimento mantendo resistência mecânica e trabalhabilidade. A 
desvantagem é o retardamento da pega em dosagens excessivas e o risco de segregação. 
 
5) Há ainda o conceito de Superplastificantes, não descritos nas normas: 
Utilizado em CADs (concretos de alto desempenho de uma forma geral, diferentes dos 
concretos de alta resistência, onde apenas a resistência mecânica é analisada), pois 
diminuem em 30% a água de amassamento. 
São os mais recentes aditivos e estão em pesquisa para a produção de um concreto auto-
adensável, muito fluído, onde são necessários finos para manter a coesão. 
 
4.2.13. Influência relativa ao Ensaio 
Dentre os fatores que mais influenciam nos resultados de ensaios, destacam-se: 
• Moldagem dos corpos de prova 
• Tipo e dimensões dos corpos de prova (tabela 7 e figura 24) 
Na moldagem dos corpos-de-prova o adensamento inadequado é o grande responsável por 
desvios obtidos nos valores de resistência (NBR 5738:2016). 
No Brasil, os corpos-de-prova padrão para ensaios à compressão do concreto são 
cilíndricos com diâmetro de 15cm e altura de 30cm. 
Tabela 7 – Coeficiente de correção em função das dimensões do corpo-de-prova em 
relação ao corpo-de-prova cilíndrico (15cm x 30cm) 
 
 
 
25 
25 
 
Figura 24 – Relação altura/diâmetro do corpo-de-prova cilíndrico X tensão de ruptura 
 
Outro fator importante para a precisão dos ensaios é o acabamento dos topos dos corpos-
de-prova. A superfície que ficará em contato com os pratos da prensa deve ser plana e 
normal à geratriz do cilindro. 
 
Para a preparação das bases dos corpos-de-prova cilíndricos pode ser feita conforme a 
ABNT NBR 5738:2016 e/ou a ABNT NBR NM 77:1996 (Concreto - Preparação das bases 
dos corpos-de-prova e testemunhos cilíndricos para ensaios de compressão), que 
estabelece o método para a preparação das bases de: corpos-de-prova cilíndricos de 
concreto fresco, com pasta ou argamassa de cimento e corpo-de-prova cilíndricos de 
concreto endurecido e testemunhos cilíndricos de estruturas de concreto, por retificação ou 
capeamento. 
A retificação, consiste na remoção, por meios mecânicos, de uma fina camada das bases a 
serem preparadas. Esta operação é normalmente executada em máquinas especialmente 
adaptadas para essa finalidade, com a utilização de ferramentas abrasivas. A retificação 
deve ser feita de tal forma que se garanta a integridade estrutural das camadas adjacentes 
à camada removida e proporcione uma superfície lisa e livre de ondulações e 
 
 
26 
26 
abaulamentos. Deve ser utilizado um dispositivo auxiliar, que garanta a perpendicularidade 
da superfície obtida com a geratriz do CP. Não pode haver falha de planicidade em qualquer 
ponto da superfície tratada que possa interferir na resistência potencial do concreto. 
O capeamento consiste no revestimento dos topos dos corpos de prova com uma fina 
camada de material apropriado, com as seguintes características: a) aderência ao CP; b) 
compatibilidade química com o concreto; c) fluidez, no momento de sua aplicação; d) 
acabamento liso e plano após endurecimento; e) resistência à compressão compatível com 
os valores normalmente obtidos em concreto. 
Deve ser utilizado um dispositivo auxiliar, denominado capeador, que garanta a 
perpendicularidade da superfície obtida com a geratriz do CP. A espessura da camada não 
pode exceder 3mm em cada base. 
Pode -se obter este acabamento utilizando-se uma mistura de enxofre (75%), caulim (20%) 
e grafite (5%) ou cimento e 5% a 10% de negro-de-fumo, utilizando-se um capeador 
apropriado como indicado na figura 25. 
 
Figura 25 – Capeador para corpos-de-prova cilíndricos 
 
Os parâmetros de carregamento (tipo de carregamento e velocidade de aplicação) também 
pode ter grande influência na resistência durante a execução do ensaio. Por isso, o 
carregamento de ensaio deve ser aplicado continuamente e sem choques, com a velocidade 
de carregamento de (0,45 ± 0,15)MPa/s. A velocidade de ensaio deve ser mantida 
constante durante todo o ensaio. O carregamento só deve cessar quando houver uma 
queda de força que indique sua ruptura. 
 
 
27 
27 
 
 
4.3. Deformações do Concreto 
As variações do volume do concreto podem ser causadas por mudanças do teor de água, 
(higrométricas), reações químicas, variação de temperatura (térmicas) ou pela ação de 
cargas (mecânicas). 
 
4.3.1. Retração 
A retração do concreto é a redução do volume de forma reversível ou não, em razão da 
redução do teor de água. 
Quando a retração ocorre no concreto ainda fresco, minutos após o adensamento (antes do 
início de pega), ela é chamada de retração plástica e freqüentemente é acompanhada por 
abertura de fissuras. A umidade do ar, a temperatura, a velocidade do vento e o volume da 
concretagem são fatores que influenciam neste tipo de deformação. 
Quando a retração resulta do movimento da água na pasta já endurecida (após a pega do 
concreto) é chamada de retração hidráulica podendo atingir valores da ordem de 800x10-6 
para umidades relativas entre 25% e 50%. A finura do cimento, concentração dos 
agregados, relação água/cimento, condições de cura e as dimensões da peça concretada 
são fatores que influenciam neste tipo de deformação. 
A retração pode ocorrer, também, em razão da hidratação contínua do cimento, 
principalmente em grandes massas de concreto e em peças com dimensões transversais 
acima de 30cm. Este tipo de retração é chamado de retração autógena e atinge valores 
em torno de 400x10-6 até a idade de 60 dias, quando se estabiliza. 
A combinação do CO2, da atmosfera, com compostos hidratados do cimento, como o 
Ca(OH)2, resulta produtos sólidos de volume menor. Isto provoca a retração por 
carbonatação, que atinge valores em torno de 800x10-6. 
 
4.3.2. Dilatação Térmica 
Como o coeficiente de dilatação térmica da pasta cimento é maior que o dos agregados, o 
coeficiente de dilatação térmica da mistura é tanto menor, quanto maior for a concentração 
dos agregados. 
 Coef. Dilatação Térmica 
Pasta de cimento 11 a 20 x 10-6/ºC 
Agregado 5 a 13 x 10-6/ºC 
 
 
 
 
28 
28 
4.3.3. Deformações devidas à ação de carregamentos 
 
Módulo de Deformação 
A relação entre a tensão de compressão aplicada ao concreto e a deformação decorrente é 
chamada de módulo de deformação e, expressa a sua rigidez. 


cE
 
O diagrama tensão-deformação do concreto não é linear e seu módulo de deformação deve 
ser estimado, uma vez que é um parâmetro importante no projeto de estruturas de concreto. 
 
Dentre os fatores que influenciam no módulo de deformação do concreto estão: o módulo 
de deformação do agregado (figura 27), a concentração de agregado e a resistência do 
concreto. 
 
Figura 26 – Caracterização dos módulos de 
deformação 
Figura 27 – Tensão-deformação da pasta 
de cimento, do agregado e do concreto 
 
 
Módulo de Poison 
A relação entre a deformação transversal e a deformação longitudinal é chamada de 
coeficiente de Poison. Para o concreto a NBR 6118 recomenda o valor de 0,2, para as 
deformações elásticas. 
y
xv


 
 
 
 
29 
29 
Onde: 
 – Módulo de Poison 
x – deformação transversal 
y - deformação longitudinal 
 Figura 28 – Módulo de Poison 
 
 
Fluência 
O aumento da deformação decorrente da ação de tensões constantes ao longo do tempo é 
chamado de fluência. Do mesmo modo que a retração hidráulica, a fluência é parcialmente 
recuperável. 
Quando se procede ao descarregamento (figura 29), observa-se uma redução instantânea 
da deformação devida à recuperação elástica. A recuperação instantânea é seguida de uma 
gradual redução de deformação com conseqüente recuperação da fluência. 
 
Figura 29 – Fluência de uma pasta de cimento e sua recuperação em equilíbrio 
higrométrico com o ambiente em que se encontra 
 
Dentre os fatores que contribuem para a fluência do concreto destacam-se: 
▪ Temperatura elevada e baixa umidade relativa; 
▪ Baixa resistência da pasta; 
▪ Baixa concentração de agregados. 
 
 
 
 
 
30 
30 
4.4. Permeabilidade do Concreto 
 
A permeabilidade pode ser definida como a facilidade com que um fluido pode escoar 
através de um corpo sólido. Tanto a pasta de cimento como os agregados têm alguma 
porosidade e, o próprio concreto contém vazios decorrentes da dificuldade de adensamento 
que variam de 1% a 10% da mistura. 
Sabe-se que o movimento da água através de uma parede de concreto ocorre pelo 
gradiente de umidade entre os dois lados, ou por efeito osmótico, e não apenas pela altura 
piezométrica. 
A permeabilidade é uma propriedade de grande importância na durabilidade das estruturas 
de concreto, particularmente naquelas em contato com a água. 
 
4.4.1. Influência do grau de hidratação e da composição da pasta 
Para um mesmo grau de hidratação, a permeabilidade do concreto é menor quanto menor 
for a relação água/cimento (figura 30). Quanto maior o grau de hidratação da pasta, com o 
passar do tempo, menor o espaço disponível para o gel e, conseqüentemente, menor a 
permeabilidade (figura 31). Para que isso ocorra, é fundamental a cura do concreto. 
 
 
Figura 30 - Variação na porosidade capilar com relações água/cimento diferentes e 
100% de hidratação 
 
 
 
31 
31 
 
Figura 31 - Variação na porosidade conforme a hidratação do cimento para uma 
mesma a/c 
 
A composição do cimento tem influência na velocidade de hidratação e, somente neste 
aspecto afeta permeabilidade. Sabe-se que, para uma mesma relação água/cimento, 
cimentos com menor área específica produzem concretos com mais porosidade que 
cimentos mais finos. 
4.4.2. Influência do agregado 
Se o agregado de um concreto tem baixa permeabilidade a área onde o fluxo de água pode 
ocorrer é reduzida e, sua presença prolonga o trajeto do fluxo, forçando-o a circunscrever as 
partículas do agregado, contribuindo para a redução da permeabilidade. 
Para reduzir o volume de vazios do agregado, granulometrias descontínuas são mais 
indicadas, embora possam produzir problemas em sua trabalhabilidade. 
Concretos impermeáveis podem necessitar de uma quantidade de finos maior que a 
usualmente tolerada nos concretos normais. Neste caso, deve ser estudado o teor de finos 
necessário, a forma de seus grãos e seu comportamento quando da adição da água. 
A adição de agregados aumenta a permeabilidade consideravelmente (pode aumentar ainda 
mais, quanto maior o agregado utilizado). Isto acontece devido à estrutura denominada 
zona de transição, que pode apresentar microfissuras, exsudar ou até mesmo segregar, 
aumentando a permeabilidade e, conseqüentemente, interferindo na durabilidade do 
concreto. 
 
4.5. Durabilidade do Concreto 
 
 
 
32 
32 
A durabilidade representa o tempo de vida útil de um material exposto a determinadas 
condições ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e 
pelo contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto. No caso das estruturas 
de concreto, estima-se queas edificações durem de 20 a 30 anos, até serem substituídas 
por outras. Já as obras como barragens, pontes e túneis, são projetadas e construídas para 
atingir acima de 100 anos. 
Por se tratar de um material alcalino, o concreto é atacado em meios ácidos. A própria 
atmosfera, nos centros urbanos, pode constituir um meio agressivo, uma vez que a 
concentração de poluentes provoca chuvas ácidas ou em dias de muita umidade, uma 
névoa com altos níveis de acidez. 
As ações mecânicas, físicas e químicas atuando de forma isolada ou combinada por meio 
do intemperismo natural ou resultante de resíduos industriais, contribuem para a redução da 
vida útil do concreto. 
A redução da permeabilidade do concreto é, portanto, uma medida importantíssima do 
ponto de vista do aumento da durabilidade do concreto. O emprego de cimentos resistentes 
a sulfatos e com baixos teores de C3A, também aumenta a vida útil do concreto. 
A Norma ABNT NBR 12655:2015 (Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e 
recebimento - Procedimento), especifica requisitos para: 
a) propriedades do concreto fresco e endurecido e suas verificações; 
b) composição, preparo e controle do concreto; 
c) recebimento do concreto. 
Esta norma é aplicável a concreto de cimento Portland para estruturas moldadas na obra, 
estruturas pré-moldadas e componentes estruturais pré-fabricados para edificações e 
estruturas de engenharia. 
 
5. PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO 
Entende-se com concreto fresco, o concreto no estado plástico, antes do endurecimento. 
Ainda que suas propriedades no estado fresco sejam de maior interesse para a aplicação, 
sabe-se que elas estão relacionadas e têm grande implicação nas propriedades do concreto 
endurecido. Algumas propriedades do concreto endurecido dependem fundamentalmente 
de suas características enquanto no estado fresco. 
 
5.1. TRABALHABILIDADE 
 
 
 
33 
33 
A trabalhabilidade é a propriedade mais importante do concreto fresco e engloba diversas 
características de difícil avaliação quantitativa. Um concreto é considerado trabalhável 
quando apresenta características (consistência e dimensão máxima do agregado) 
adequadas à obra a que se destina (dimensões das peças, espaçamento e distribuição das 
armaduras) e ao método de lançamento, adensamento e acabamento empregado, sem 
apresentar segregação ou exsudação, podendo ser adequadamente compactado e 
envolvendo totalmente as armaduras. 
O esforço para manipular uma quantidade de concreto fresco com perda mínima de sua 
homogeneidade determina sua trabalhabilidade. 
A consistência, medida pelo ensaio de abatimento do tronco de cone, indica a mobilidade e 
fluidez do concreto. A dificuldade para adensar o concreto é determinada pelas 
características de mobilidade e pela facilidade com que a eliminação de vazios pode ser 
atingida, sem prejudicar sua estabilidade. 
A estabilidade da mistura ou coesão indica a capacidade de retenção de água (oposta da 
exsudação) e a capacidade de retenção do agregado graúdo na massa de concreto fresco 
(oposto da segregação). Pode-se dizer que os dois componentes principais da 
trabalhabilidade são a fluidez, que determina a facilidade de mobilidade e a coesão que 
determina a resistência à exsudação e segregação da mistura. 
Na prática, a definição do teor de água adequado tem grande importância na 
trabalhabilidade do concreto fresco. Uma mistura muito seca exigirá o emprego excessivo 
de energia no adensamento e poderá resultar no adensamento inadequado e em 
superfícies mal acabadas. Por outro lado, uma mistura muito úmida pode encarecer a 
mistura e provocar a desagregação e enfraquecimento da estrutura concretada. Apesar 
disso, em geral, a falta de água é mais prejudicial que um pequeno excesso. 
O concreto fresco deve encher completamente as fôrmas e, além disso, possuir condições 
para depositar-se sem perder a continuidade (uniformidade). A perda de continuidade ou 
coesão decorre da separação dos constituintes da mistura de duas formas distintas. 
 
 
34 
34 
Na primeira, os grãos maiores tendem a se separar dos demais quando o concreto é 
transportado em calhas ou depositado nas fôrmas. Uma das causas desta segregação é a 
diferença de tamanhos de grãos e da massa específica dos constituintes. Seu aparecimento 
pode ser prevenido pela escolha conveniente da granulometria dos agregados e pelos 
cuidados tomados nas operações de mistura, transporte, lançamento e adensamento do 
concreto fresco. 
Em misturas muito plásticas, 
observa-se a separação da pasta. 
Este tipo de segregação observa-se 
também quando da vibração muito 
intensa durante o adensamento do 
concreto, que obviamente resultará 
num concreto descontínuo e mais 
fraco. 
Na segunda forma de segregação, a 
água da mistura tende a elevar-se 
até a superfície do concreto recém 
lançado, fenômeno conhecido como 
exsudação. Dos constituintes da 
mistura, a água é o mais leve e sob a ação da gravidade os sólidos dispersos na mistura 
tendem a se sedimentar enquanto que a água migra para a superfície. A exsudação decorre 
da incapacidade dos agregados em reter a água na mistura. A água exsudada acumula-se 
embaixo dos agregados maiores e embaixo das barras horizontais da armadura (figura 32), 
quando esta existe. Este fenômeno, que ocorre particularmente na parte superior dos 
elementos estruturais, tornando o concreto desta região mais poroso e enfraquecido. A 
aderência da pasta ao agregado ou armadura fica prejudicada. 
O conceito de trabalhabilidade envolve também características relativas à natureza da obra 
em questão e aos métodos construtivos empregados. Um concreto adequado à 
concretagem de peças de grandes dimensões e pouco armado pode não o ser para peças 
delgadas e muito armado. Um concreto adequado para o adensamento com vibração, 
dificilmente será adensado satisfatoriamente manualmente. 
As ações físicas e subjetivas que atuam sobre a trabalhabilidade são: 
EXSUDAÇÃO
SOB
ARMADURAS
 
 
EXSUDAÇÃO
 SOB
AGREGADOS
EXSUDAÇÃO VISÍVEL
NA SUPERFÍCIE
SENTIDO DA
EXSUDAÇÃO
FÔRMAS 
 Figura 32 – Exsudação: enfraquecimento da 
aderência pasta-agregado 
 
 
35 
35 
 
 
Características do Concreto - Consistência 
- Homogeneidade (mobilidade, coesão) 
Condições do Projeto - Dimensões das Fôrmas 
- Densidade de Armadura 
Condições de Manipulação - Métodos de Mistura 
- Transporte 
- Lançamento 
- Adensamento 
O quadro a seguir demonstra a influência do grau de compactação na resistência à 
compressão do concreto. 
 
Figura 33 – Relação entre os índices de resistência e de massas unitárias 
 
MU 
= Relação entre as massas unitárias e a correspondente máxima compactada MU máx 
 
R 
= Relação entre as resistências e a correspondente máxima compactada RMU máx 
5.2. FATORES QUE INFLUEM NA TRABALHABILIDADE 
 
 
 
36 
36 
5.2.1. Teor Água/Mistura Seca 
Este é o principal fator que influi na consistência do concreto fresco. Para uma mesma 
granulometria e consumo de cimento, o acréscimo gradual de água vai tornando a mistura 
mais plástica. Quando a quantidade de água excede certo limite, a pasta torna-se tão fluida 
que se segrega da mistura. Neste estado, os grãos de agregado passam a atritarem-se 
diretamente uns sobre os outros, o queresulta em perda da fluidez e conseqüentemente da 
trabalhabilidade. 
Expressão da composição do traço → 
 1 : a : p : x 
Cimento areia pedra água 
 
100
1
% 


m
x
A
 
A% = Relação Água / Materiais Secos 
x = Relação Água / Cimento 
m = a + p 
 
Observações: 
1) Relação Água / Cimento (x) – Responsável pela Resistência e Durabilidade do concreto. 
2) Relação Água / Materiais secos (A%) – Responsável pela Trabalhabilidade. 
 
5.2.2. Tipo e finura do Cimento 
Para uma mesma consistência os cimentos Portland podem diferir quanto à necessidade de 
água na mistura. Quanto maior o teor de cimento, tanto maior a quantidade de água 
necessária. Concretos que possuam uma quantidade elevada de cimento ou cimento muito 
fino apresentam excelente coesão, mas uma tendência a ser viscosos. 
 
5.2.3. Granulometria e Forma do Grão 
Admitindo-se mantidas as quantidades de cimento e água num concreto e variando-se a 
proporção dos agregados, conforme segue: 
a) 70% Areia e 30% Brita 
b) 50% Areia e 50% Brita 
c) 30 Areia e 70% Brita 
Com o aumento da proporção de brita, a superfície total dos grãos diminui, o que contribui 
para um melhor envolvimento dos grãos pela pasta e uma redução do atrito interno da 
mistura; conseqüentemente o concreto fica mais plástico como ilustra a figura 34b. Se a 
quantidade de brita aumentar excessivamente, a falta de argamassa criará vazios na 
mistura permitindo o atrito direto das britas, resultando em grande perda da plasticidade 
com dificuldades para o adensamento (figura 34c). 
 
 
37 
37 
 
a) 70% Areia + 30% Brita b) 50% Areia + 50% Brita c) 30% Areia + 70% Brita 
Figura 34 – Influência da granulometria 
 
A forma do grão também tem influência e sabe-se que as esféricas e cúbicas exigem menos 
água para uma mesma consistência e, portanto devem ser preferidas. 
 
5.2.4. Aditivos 
O uso de aditivos redutores de água (plastificantes) para uma quantidade de água constante 
pode aumentar o abatimento do concreto. 
Os incorporadores de ar aumentam o volume da pasta e melhoram a consistência da 
mistura. Este tipo de aditivo aumenta a coesão através da redução da exsudação e 
segregação. 
 
5.2.5. Tempo, Temperatura e Umidade Relativa do Ar 
As misturas de concreto fresco enrijecem com o tempo. Isto não deve ser confundido com a 
pega do cimento, pois resulta da absorção de parte da água pelo agregado e da evaporação 
de outra parte, principalmente se o concreto for exposto ao sol, vento, temperaturas 
elevadas e baixa umidade relativa do ar. 
 
5.3. DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA 
 
ENSAIO DE ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE 
Este ensaio, embora não represente uma boa avaliação da trabalhabilidade, serve para a 
análise da consistência de concretos plásticos. Ele não é indicado para concretos de 
consistência muito seca ou fluida e tem como principal utilidade, controlar a uniformidade 
entre as diversas amassadas. A Norma NBR NM 67:1998 (Concreto - Determinação da 
consistência pelo abatimento do tronco de cone) especifica um método para determinar a 
consistência do concreto fresco através da medida de seu assentamento, em laboratório e 
obra. Este parâmetro é conhecido como abatimento (Slump, em Inglês). As tabelas 8 e 9 
indicam os limites de consistência em função da aplicação e tipo de adensamento do 
concreto. 
Tabela 8 - Consistência indicativa do concreto em função do tipo de elemento 
estrutural, para adensamento mecânico 
 
 
38 
38 
ELEMENTO ESTRUTURAL 
ABATIMENTO (mm) 
POUCO ARMADA MUITO ARMADA 
LAJE  60  10  70  10 
VIGA E PAREDE ARMADA  60  10  80  10 
PILAR  60  10  80  10 
PAREDES DE FUNDAÇÃO, SAPATAS E 
TUBULÕES 
 60  10  70  10 
Tabela 9 – Consistência (Abatimento) x Adensamento aplicado em obras 
CONSISTÊNCIA 
ABATIMENTO 
(mm) 
OBRA / ADENSAMENTO 
Extremamente seca 0 
Pré-fabricação. 
Condições especiais de adensamento. 
Muito seca 0 
Grandes massas. Pavimentação. 
Vibração muito enérgica. 
Seca 0 a 20 
Estruturas de concreto armado ou protendido. 
Vibração enérgica. 
Rija 20 a 50 
Estruturas correntes. 
Vibração normal 
Plástica (média) 50 a 120 
Estruturas correntes. 
Adensamento manual 
Úmida 120 a 200 
Estruturas correntes sem grande responsabilidade 
Adensamento manual 
Fluida (líquida) 200 a 250 Concreto inadequado para qualquer uso 
 
 
Figura 35 – Molde padrão para o ensaio de abatimento do tronco de cone 
NBR NM 67:1998 
 
 
39 
39 
Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone 
 
1- Umedecer o molde e a placa de 
base e colocar o molde sobre a placa 
colocando os pés sobre as duas abas 
do molde para mantê-lo firme no 
chão. Encher o molde em três 
camadas, cada uma com 
aproximadamente um terço da altura 
do molde compactando-as com 25 
golpes bem distribuídos, com a haste 
de socamento. Para compactar a 
camada inferior é necessário inclinar 
levemente a haste e efetuar cerca da 
metade dos golpes em forma de 
espiral até o centro. 
2- Preencher o 
segundo terço 
da altura do 
molde, fazendo 
a haste 
penetrar, mas 
não atravessar a 
primeira 
camada, 
costurando as 
duas camadas 
em golpes bem 
distribuídos. 
3- Preencher o último terço da altura 
com excesso de concreto (pode-se 
utilizar de um complemento tronco-
cônico de enchimento adaptável à 
base superior do molde) e, adensá-lo 
com golpes bem distribuídos, 
costurando as duas camadas. 
 
4- Rasar o concreto do topo 
do tronco de cone e limpar 
bem o excesso de concreto 
sobre a base, deixando-a livre. 
5- Retirar os pés 
das abas 
mantendo 
pressionado o 
cone para baixo, 
com o auxílio das 
mãos sobre as 
alças laterais. 
Retirar o molde 
verticalmente lenta 
e continuamente 
(entre 5 s e 10 s). 
6- Colocar o tronco de cone 
cuidadosamente, sem choques, sobre a 
placa de base e medir o abatimento do 
concreto, em milímetros, aproximando aos 
5 mm mais próximos. Caso ocorra o 
desmoronamento, a operação completa 
deve ser repetida, agora com um novo 
concreto fresco. 
 
 
40 
40 
Toda a operação 
do ensaio deve ser 
realizada num 
período máximo de 
2,5 min. 
 
6. ADITIVOS PARA O CONCRETO (Artigo da ABESC) 
Os benefícios dos aditivos para concreto 
Que impressão deveríamos ter sobre produtos que são colocados no concreto com o 
objetivo de melhorar suas propriedades? Teoricamente, deveriam ter grande aceitação em 
todos os segmentos do mercado. Mas, não é isso que, historicamente, vem acontecendo 
com os aditivos. O desconhecimento e a falta de informação gerou, ao longo dos anos, um 
certo preconceito quanto à utilização desses produtos. 
Na verdade, exatamente como acontece com vários outros componentes da construção, o 
aditivo, se for mal utilizado, com certeza trará prejuízos. Daí vem o preconceito quanto ao 
seu uso. Entretanto, se bem utilizado, pode produzir uma série de benefícios na 
trabalhabilidade do concreto. Na avaliação do eng. Levy von Sohsten Rezende, coordenador 
técnico da ABESC, a situação é bastante simples: "o aditivo não é um remédio; ele não 
corrige uma dosagem mal feita". 
As indústrias de aditivos também apostama falta de conhecimento como o principal 
responsável pelo preconceito contra o uso de aditivos no Brasil. "Para que o aditivo dê 
resultados é fundamental que seja bem escolhido e devidamente dosado. Para evitar 
problemas, o melhor é contar sempre com a assistência técnica dos produtores", afirma o 
eng. Mauro Movikawa, da Reax. 
 
6.1. Séculos de existência 
Ao contrário do que se pensa, os aditivos são bastante antigos. Já eram utilizados pelos 
romanos muito antes da existência do concreto de cimento portland. Na Roma Antiga, eles 
usavam clara de ovo, sangue de animal e outros ingredientes como aditivos. Já os aditivos 
como hoje os conhecemos começaram sua evolução a partir do início do século. 
Os aditivos são produtos químicos adicionados à mistura de concreto em teores não 
maiores que 5% em relação à massa de cimento. Podemos afirmar que existem atualmente 
9 tipos fundamentais de aditivos: aceleradores, retardadores, incorporadores de ar, 
plastificantes e superplastificantes (e seus derivados, aceleradores e retardadores). Como o 
próprio nome já diz, os aditivos aceleradores têm como principal objetivo acelerar o 
processo de endurecimento do concreto, enquanto os retardadores adiam essa reação. 
 
 
41 
41 
Muito utilizado no Brasil pelo setor concreteiro, o aditivo plastificante tem como principais 
propriedades a redução da água e a melhoria da trabalhabilidade da mistura, facilitando o 
seu adensamento e acabamento. Destaca-se ainda a melhoria nas condições de transporte 
até a obra, ocasionada pela diminuição da perda de consistência ao longo do tempo que 
impõe limites à prestação dos serviços de concretagem. 
6.2. Concretos de alta resistência 
Já os aditivos superplastificantes são relativamente novos, pois surgiram a partir da década 
de 70. Com eles, foi possível grande avanço na tecnologia do concreto, que é a dosagem 
de concretos com resistências elevadas. "Foi preciso que a química se desenvolvesse, 
propiciando o desenvolvimento dos aditivos superplastificantes, possibilitando a execução 
de concretos de elevada resistência (como o CAD). Isto porque se trabalha com baixíssimo 
teor de água e conseqüentemente aumento da resistência. Um aditivo deste pode reduzir 
em até 30% a quantidade de água no concreto", afirma o eng. Levy. 
Por sua vez, os aditivos incorporadores de ar consistem na introdução de microbolhas de ar, 
com o objetivo de melhorar a trabalhabilidade do concreto (aumenta a durabilidade, diminui 
a permeabilidade e a segregação, deixando o concreto mais coeso e homogêneo). Outra 
vantagem dos incorporadores de ar, é que reduzem a exsudação, migração da água livre 
para a superfície do concreto. 
Um exemplo de como o preconceito quanto ao uso de aditivos pode ser equivocado diz 
respeito à sua utilização em estacas escavadas por hélice contínua. Normalmente, nesse 
caso, o uso de aditivos é rechaçado; entretanto, o aditivo plastificante é muito importante 
porque melhora o desempenho na aplicação do concreto, uma vez que diminui a perda de 
consistência ao longo da aplicação. De acordo com o eng. Levy, "na verdade, o que não se 
quer é o uso do aditivo apenas como um redutor da água de amassamento do concreto. Ou 
seja, o preconceito está normalmente relacionado ao desconhecimento ou falta de 
informação". Para evitar situações como essa, as indústrias de aditivos estão procurando 
investir na educação, através da realização periódica de cursos e palestras para faculdades 
de engenharia, tanto em nível de graduação como de pós-graduação. O objetivo é mudar a 
mentalidade dos profissionais da próxima geração, no que diz respeito ao uso de aditivos. 
De acordo com o eng. Mauro Movikawa, o mercado para este segmento é promissor. "Tudo 
o que envolve o concreto está evoluindo. Dessa forma, torna-se natural a necessidade cada 
vez maior de uso dos aditivos", 
 
 
42 
42 
 
Figura 36 – Aditivos para concreto 
 
 
Aditivos / Tipos Efeitos Usos / Vantagens Desvantagens Efeitos na 
Mistura 
Plastificantes (P) - Aumenta o 
índice de 
consistência 
- Possibilita 
redução de no 
mínimo 6% da 
água de 
amassamento 
- Maior trabalhabilidade 
para determinada 
resistência 
- Maior resistência para 
determinada 
trabalhabilidade 
- Menor consumo de 
cimento para 
determinada 
resistência e 
trabalhabilidade 
- Retardamento do 
início de pega para 
dosagens elevadas 
do aditivo 
- Riscos de 
Segregação 
- Enrijecimento 
prematuro em 
determinadas 
condições 
- Efeitos 
significativos da 
mistura nos três 
casos (usos) 
citados 
Retardadores (R) - Aumenta o 
tempo de início 
de pega 
- Mantém a 
trabalhabilidade em 
temperaturas elevadas 
- Retarda a elevação do 
calor de hidratação 
- Amplia os tempos de 
aplicação 
- Pode promover 
exsudação 
- Pode aumentar a 
retração plástica do 
concreto 
- Retardamento 
do tempo de 
pega 
Aceleradores (A) - Pega mais 
rápida 
- Resistência 
inicial mais 
elevada 
- Concreto projetado 
- Ganho de resistência 
em baixas 
temperaturas 
- Redução do tempo de 
desforma 
- Reparos 
- Possível fissuração 
devido ao calor de 
hidratação 
- Risco de corrosão 
de armaduras 
(cloretos) 
- Acelera o 
tempo de pega 
e a resistência 
inicial 
Plastificantes e 
Retardadores (PR) 
- Efeito 
combinado de 
(P) e (R) 
- Em climas quentes 
diminui a perda de 
consistência 
 - Efeitos iniciais 
significativos 
- Reduz a perda 
de consistência 
Plastificantes e 
Aceleradores (PA) 
- Efeito 
combinado de 
(P) e (A) 
- Reduz a água e 
permite ganho mais 
rápido de resistência 
- Riscos de corrosão 
da armadura 
(cloretos) 
- Efeitos iniciais 
significativos 
- Reduz os 
tempos de 
início e fim de 
pega 
Incorporadores de 
ar (IAR) 
- Incorpora 
pequenas 
bolhas de ar no 
concreto 
- Aumenta a 
durabilidade ao 
congelamento do 
concreto sem elevar o 
consumo de cimento e 
o conseqüente 
aumento do calor de 
hidratação 
- Reduz o teor de água 
e a permeabilidade do 
concreto 
- Necessita controle 
cuidadoso da 
porcentagem de ar 
incorporado e do 
tempo de mistura 
- O aumento da 
trabalhabilidade 
pode ser inaceitável 
- Efeitos 
significativos 
 
 
43 
43 
- Bom desempenho em 
concretos de baixo 
consumo de cimento 
Superplastificantes 
(SP) 
- Elevado 
aumento do 
índice de 
consistência 
- Possibilita 
redução de no 
mínimo 12% da 
água de 
amassamento 
- Tanto como eficiente 
redutor de água como 
na execução de 
concretos fluidos 
(auto-adensáveis) 
- Riscos de 
segregação da 
mistura 
- Duração do efeito 
fluidificante 
- Pode elevar a perda 
de consistência 
- Efeitos iniciais 
significativos 
Fonte: Manual do Concreto Dosado em Central - ABESC 
 
7. DOSAGEM DO CONCRETO 
A dosagem é a determinação da quantidade de cada um dos materiais para a produção de 
um metro cúbico de concreto. Existem vários métodos para a determinação da dosagem, 
sendo que, no Brasil, os mais utilizados são: Instituto Tecnológico do Rio Grande do Sul 
(ITERS), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Instituto de Pesquisas Tecnológicas do 
Estado de São Paulo S.A. (IPT) e da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). 
Todos os métodos são empíricos, não havendo uma expressão matemática exata que 
defina a composição do concreto. A escolha de um dos métodos é mais uma questão de 
adaptaçãoao tipo de concreto que se deseja produzir (trabalhabilidade) e aos materiais 
empregados. 
Dosagem → Proporcionamento dos materiais para um volume desejado. 
Estudo de Dosagem → Conjunto de procedimento para conseguir as condições de: 
 1 - Resistência 
 2 - Durabilidade 
 3 - Trabalhabilidade 
 
1) Para atender a condição “Resistência” deve-se possuir a curva de Abrams construída 
com o mesmo cimento e mesmos agregados que serão utilizados na fabricação do 
concreto. 
2) Para atender a condição de “Durabilidade” deve-se tomar conhecimento do projeto e das 
condições de exposição das peças de concreto, de acordo com o que estabelece a ABNT 
NBR 6118:2014. As tabelas da NBR 12655:2015, a seguir, apresenta os requisitos para o 
concreto em função das condições de exposição das peças de concreto (agressividade). 
Tabela 10 – Classes de agressividade ambiental 
Classe de agressividade 
ambiental 
Agressividade 
Classificação geral do tipo de 
ambiente para efeito de projeto 
Risco de deterioração 
da estrutura 
I Fraca Rural Insignificante 
 
 
44 
44 
Submersa 
II Moderada Urbana a, b Pequeno 
III Forte 
Marinha a 
Grande 
Industrial a, b 
IV Muito forte 
Industrial a, c 
Elevado 
Respingos de maré 
a Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para 
ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos 
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura). 
b Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões de 
clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em 
ambientes predominantemente secos, ou regiões onde raramente chove. 
c Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de 
celulose e papel, armazéns de fertilizantes e indústrias químicas. 
Tabela 11 – Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto 
Concreto a Tipo b, c 
Classe de agressividade (Tabela 10) 
I II III IV 
Relação água/cimento em 
massa 
CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45 
CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45 
Classe de concreto 
(ABNT NBR 8953) 
CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 
CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 
Consumo de cimento por 
metro cúbico de concreto 
kg/m3 
CA e CP ≥ 260 ≥ 280 ≥ 320 ≥ 360 
a O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos 
estabelecidos na 
ABNT NBR 12655. 
b CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado. 
c CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 12 – Requisitos para concreto, em condições especiais de exposição 
Condições de exposição 
Máxima relação 
água/cimento, em 
massa, para concreto 
com agregado normal 
Mínimo valor de fck 
(para concreto com 
agregado normal ou leve) 
MPa 
Condições em que é necessário um concreto de 
baixa permeabilidade à água 
0,50 35 
 
 
45 
45 
Exposição a processos de congelamento e 
descongelamento em condições de umidade ou 
a agentes químicos de degelo 
0,45 40 
Exposição a cloretos provenientes de agentes 
químicos de degelo, sais, água salgada, água do 
mar, ou respingos ou borrifação desses agentes 
0,40 45 
 
Tabela 13 – Requisitos para concreto exposto a soluções contendo sulfatos 
Condições de 
exposição em 
função da 
agressividade 
Sulfato solúvel em 
água (S04) 
presente no solo 
% em massa 
Sulfato solúvel 
(S04) presente 
na água 
ppm 
Máxima relação 
água/cimento, em 
massa, para 
concreto com 
agregado normal* 
Mínimo fck (para 
concreto com 
agregado normal 
ou leve) 
MPa 
Fraca 0,00 a 0,10 0 a 150 -- -- 
Moderada ** 0,10 a 0,20 150 a 1500 0,50 35 
Severa *** Acima de 0,20 Acima de 1500 0,45 40 
* Baixa relação água/cimento ou elevada resistência podem ser necessárias para a obtenção de baixa 
permeabilidade do concreto ou proteção contra a corrosão da armadura ou proteção a processos de 
congelamento e degelo. 
** Água do mar. 
*** Para condições severas de agressividade, devem ser obrigatoriamente usados cimentos resistentes a 
sulfatos. 
 
Tabela 14 – Teor máximo de íons cloreto para proteção das armaduras do concreto 
Tipo de estrutura 
Teor máximo de íons cloreto (Cl-) no concreto 
% sobre a massa de cimento 
Concreto protendido 0,05 
Concreto armado exposto a cloretos nas condições 
de serviço da estrutura 
0,15 
Concreto armado em condições de exposição não 
severas (seco ou protegido da umidade nas 
condições de serviço da estrutura) 
0,40 
Outros tipos de construção com concreto armado 0,30 
 
3) Para atender a condição de “Trabalhabilidade” deve-se encontrar a proporção dos 
agregados e a relação água / materiais secos (A%) que sejam compatíveis com a obra. 
 
7.1. Definições e simbologia 
f - resistência; 
fc - resistência à compressão; 
ft - resistência à tração; 
 
 
46 
46 
fcj - resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j dias; 
fck – resistência característica do concreto à compressão; 
fcd - resistência característica de cálculo; 
Sd - é o desvio-padrão da dosagem. 
 
Lembrando que fcd = fck / 1,4 (coeficiente de minoração de 40% - NBR 6118) 
Tal medida de segurança reduz os efeitos de: 
- Possibilidade de desvios nos valores característicos de materiais; 
- Erros na avaliação dos pesos dos materiais e cargas acidentais; 
- Inexatidão das fôrmas; 
- Diferença entre as distribuições previstas das cargas e a real distribuição. 
 
7.2. Determinação da Resistência de Dosagem (fcj) 
Antes de iniciar a dosagem, propriamente dita, devemos considerar que, sendo o concreto 
obtido de materiais, em parte naturais, por processos de fabricação em condições muito 
variáveis, suas propriedades, dentre as quais se destaca a resistência à compressão, em 
geral não apresentam a uniformidade desejável. Mesmo que mantida a origem dos 
materiais, o traço, os equipamentos e operários envolvidos na produção do concreto, os 
resultados da resistência à compressão sofrem variação de um ensaio para outro. 
Estes resultados se agrupam em torno de um valor médio chamado tendência central 
(figuras 37 a 39) e sua maior ou menor dispersão em torno da tendência central depende da 
manutenção da uniformidade dos materiais e do processo ao longo da produção. 
 
Figura 37 – Gráfico de tendência central 
 
 
 
47 
47 
 
 
Figura 38 – Dispersão pequena Figura 39 – Dispersão grande 
 
A dosagem do concreto é realizada utilizando-se a resistência de dosagem (é a resistência 
que deve ser adotada para se especificar a resistência à compressão desejada). É 
determinada por meio do controle estatístico do concreto. 
Para garantir que a resistência característica à compressão do concreto produzido para uma 
estrutura (fck,est) não fique abaixo do valor especificado em projeto (fck), adota-se para a 
resistência de dosagem (fcj) um valor superior a partir de critérios definidos pela NBR 
6118:2014. 
A NBR 6118:2014 estabelece

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