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aula 4 Análise Toxic (1)

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AULA 4
EPIDEMIOLOIGA E Análises Toxicológicas
Fernanda M. P. G. Ernandes
UNIP 
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Análises Toxicológicas
Estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. 
ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, 
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, 
propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e 
fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.
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Objetivos da Vigilância Epidemiológica das intoxicações
 Prevenir casos
 Diminuir gravidade dos casos
 Reduzir mortalidade dos casos
 Otimizar a distribuição e o estoque de antídotos
 Treinar profissionais para o tratamento adequado
 Avaliar Métodos terapêuticos
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EPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕES
A ocorrência de envenenamentos é um grave problema de saúde pública em todos os países do mundo.
As estatísticas variam em função dos padrões culturais, sociais e econômicos.
Países desenvolvidos: produtos químicos e medicamentos. 
Pode atingir a 2% da população. 
Os Estados Unidos estimam a ocorrência anual de 4 milhões de exposições tóxicas, cerca de 2 milhões, 50% em menores de 5 anos. 
 Nos países em desenvolvimento: agentes químicos e medicamentos, por animais peçonhentos, plantas venenosas e pesticidas agrícolas. Pode atingir a 3% da população. 
No Brasil, as estimativas são de 3 milhões de intoxicações anuais, a maioria sem registro devido à sub-notificação e às dificuldades de diagnóstico. 
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Brasil - Epidemiologia
Indústria: elevado percentual de intoxicações por produtos químicos em todas as fases: fabricação, manipulação, transporte, e descarte.
Medicamentos: intoxicações provocadas por automedicação, superdosagens, acidentes e tentativas de suicídio. 
Grande consumo de pesticidas: 
uso excessivo e indiscriminado destes produtos, 
desconhecimento dos trabalhadores rurais dos perigos dos mesmos, 
falta de equipamento de proteção individual (EPI) e 
pelo uso doméstico de pesticidas de elevado potencial tóxico, fabricados exclusivamente para fins agrícolas. 
Elevada ocorrência de acidentes por animais peçonhentos representando para alguns estados do Brasil.
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Medicamentos: Tipo mais freqüente de intoxicação em todo o mundo, inclusive no Brasil. Ocorre freqüentemente em crianças e em tentativas de suicídio.
Domissanitários: Produtos de composição e toxicidade variada, alguns são produzidos ilegalmente por “fábricas de fundo de quintal”, e comercializados de “porta em porta”. 
Inseticidas de uso Doméstico: São pouco tóxicos quando usados de forma adequada. Podem causar alergias e envenenamento, principalmente em pessoas sensíveis. 
Pesticidas de Uso Agrícola: Uso inadequado em atividade laboral e nas tentativas de suicídio.
Raticidas: No Brasil, só estão autorizados raticidas à base de anticoagulantes cumarínicos. São grânulos ou iscas, pouco tóxicos e matam o rato, eliminam as colônias. 
ALGUNS GRUPOS DE AGENTES QUE CAUSAM INTOXICAÇÕES E SUAS CARACTERÍSTICAS
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Animais Peçonhentos: para alguns estados do Brasil é o maior percentual de envenenamentos registrados. Ex: Bahia
Número de acidentes por animais peçonhentos notificados ao CIAVE através do SINAN. Bahia, 2008
ALGUNS GRUPOS DE AGENTES QUE CAUSAM INTOXICAÇÕES E SUAS CARACTERÍSTICAS
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Rede Nacional de
 Centros de Informação 
e Assistência 
Toxicológica
Em 2007: 37 CIAT’s,
em 19 Estados e no DF
Disque Intoxicação
0800 722 6001
SINITOX - Sistema Nacional de Informações 
Tóxico-Farmacológicas
Criado em 1980 pelo Ministério da Saúde
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Casos Registrados de Intoxicação Humana 
por Agente Tóxico e Ano. Brasil, 1999 a 2004
SINITOX
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ETAPA I - Abordagem inicial do paciente: avaliação das funções vitais e medidas de suporte e reanimação
ETAPA II - Diagnóstico da intoxicação
A) Anamnese
B) Exame físico
C) Exames laboratoriais
D) Outras informações úteis no diagnóstico 
TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO
 ETAPA III - Tratamento da intoxicação
Interromper ou diminuir a exposição
Administração de antídotos e antagonistas
Aumentar a excreção do agente tóxico
Medidas não específicas
 ETAPA IV - Considerações especiais 
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Podemos classificá-lo assim: 
EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA 
Gerais: hemograma, glicemia, eletrólitos, uréia, creatinina, bilirrubinas, CPK, aminotransferases, hemogasometria arterial, sumário de urina, etc. 
Específicos: tempo de protrombina, tempo de coagulação, ferro sérico, etc. 
2. ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
 Análise do agente químico propriamente dito e/ou de seus produtos de biotransformação.
ETAPA II - Diagnóstico da intoxicação
C - EXAMES LABORATORIAIS ESSENCIAIS
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C - EXAMES LABORATORIAIS ESSENCIAIS
1. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA 
 • hemograma
• ionograma (Cl-, Na+, K+)
• glicemia
• uréia e creatinina plasmáticas
•coagulograma (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada-TTPa, tempo de atividade da tromboplastina-INR, fibrinogênio)
• função hepática (ALT, AST, γGT, fosfatase alcalina, albumina, globulinas)
• exame de urina (hemoglobinúria, mioglobinúria)
• enzimas musculares (creatinina quinase total-CK, CK-MB, lactodesidrogenase, aldolases)
• eletrocardiograma
ETAPA II - Diagnóstico da intoxicação
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Métodos de triagem:
 métodos gerais quando não se conhece o agente tóxico (AgT)
- principal uso: análises de urgência ou forense
 mais abrangentes e sensíveis: CCD, imunoiensaios
 HPLC (bancos para comparação).
Confirmação
- técnicas mais específicas e sensíveis
- quantitativas
 padrão ouro: cromatografia gasosa com detecção por 
 espectrometria de massa
Métodos Específicos ou seletivos
- realizados quando o AgT é conhecido
C - EXAMES LABORATORIAIS ESSENCIAIS
2. ANÁLISES TOXICOLÓGICAS 
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Objetivo do exame toxicológico 
Tem como objetivo detectar a ingestão ou exposição às substâncias tóxicas, drogas e outras substâncias intoxicantes. 
Depressivas: reduzem a atividade cerebral, dificultando o entendimento e processamento de informações no cérebro. Exemplos de drogas depressivas: bebidas alcóolicas, barbitúricos, diluentes, ópio, clorofórmio, morfina, heroína, inalantes (como a cola de sapateiro), etc.
Alucinógenas: produzem alucinações e perturbações psíquicas. Como exemplo temos algumas espécies de cogumelos, maconha, haxixe, LSD, ecstasy, etc.
Estimulantes: aumentam o nível de percepção do usuário, produzem aumento da atividade pulmonar, reduzem a fadiga. As mais comuns são a cocaína e crack, cafeína, metanfetamina, anfetaminas, etc.
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Aplicação de exames toxicológicos existentes
meio profissional, 
no esporte, 
no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento,
em pesquisas,
Toxicologia forense,
 em alimentos,......
Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância (maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e ecstasy). 
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ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
Agente tóxico (AgT) ou composto ou analito:
 subst. a ser avaliada (próprio AgT ou metabólito);
É de fundamental importância o conhecimento:
- da natureza (estado físico e propriedades químicas);
- toxicocenética e toxicodinâmica do AgT a ser pesquisado. 
Todos estes fatores interferem no procedimento analítico a ser adotado.
 
 Tipos de amostras
 
Sangue: amostra de escolha;
- coleta invasiva;
- quantificações mais precisas;
- as concencentrações sangüíneas se correlacionam com o efeito sobre o organismo;
- determinação do AgT no seu estado inicial (sem metabolização);
- determinação mais precisa do tempo de exposição (4 a 6hs);
- na coleta post-mortem deve ser cuidadosa (coágulos, redistribuição).
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Hemograma completo 
indicações de anemia hemolítica aguda causadas por acidentes:
- picadas de abelhas, aranhas do gênero Loxosceles e outros tipos de peçonhas.
perdas sangüíneas como nos casos em que há sangramento importante:
Peçonhas de cobras (acidente botrópico),
Praguicidas (derivados cumarínicos-anticoagulantes,). 
Leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, nos casos graves é comumente observada em muitas intoxicações e envenenamentos, principalmente, em acidentes com animais peçonhentos.
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Provas de coagulação 
Animais peçonhentos (botrópico, crotálico e laquético), cumarínicos:
tempo de coagulação (TC), 
tempo da protrombina (TP), 
tempo da tromboplastina parcial ativada (TTPA),
contagem de plaquetas e dosagem de fibrinogênio no plasma. 
em casos de hepatopatia alcoólica, hepatotoxicidade causada por paracetamol, ferro e paraquat.
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Causas de alterações da glicemia
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Provas de função renal 
aumento de uréia e creatinina séricas, hiperpotassemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia, etc.
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Provas de função hepática
a hepatotoxicidade pode ser determinada por :
lesão hepatocelular direta (ex. cogumelos tóxicos),
produção de metabólitos hepatotóxicos (ex. paracetamol e tetracloreto de carbono) ou 
trombose hepática (ex. plantas que contêm o alcalóide pirrozilidina). 
Recomenda-se dosar bilirrubinas, a atividade de protrombina e as aminotransferases (ALT – alanina aminotransferase e AST – aspartato aminotransferase). 
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Enzimas musculares
Rabdomiólise (resultado de lesão muscular maciça)
pode-se detectar níveis séricos elevados de creatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT). 
As causas de rabdomiólise incluem convulsões repetidas, hiperatividade muscular, hipertermia e toxicidade celular direta, peçonhas de animais.
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ANÁLISES TOXICOLÓGICAS 
Tipos de amostras 
Urina: fácil coleta e não invasiva;
- resumo metabólico das últimas 6-8h;
 é uma das matrizes com menor número de interferentes;
 difícil estimar tempo decorrido de exposição e intensidade;
 baixa concentração;
 período de detecção: alguns dias.
saliva
- importante na detecção de fármacos e drogas de abuso; 
- facilidade de obtenção e não invasiva; 
 correlação com a concentração sanguinea (reflete a fração livre no plasma) e efeitos;
 concentração baixa;
 desvantagem: quantidade de AgT freqüentemente baixa.
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ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
Tipos de amostras
cabelo e unha
matriz importante para comprovar exposição passada ou uso 
 crônico de uma substância;
 baixa concentração;
 coleta não invasiva, janela de detecção ampla (vários meses);
algumas substâncias não possuem afinidade pela queratina e 
 não podem ser identificadas nesta matriz;
metais pesados: digestão ácida e análise por espectroscopia de 
 absorção atômica:
lavagem, tingimento, descoloração parecem influenciar na concentração; 
- possibilidade de contaminações ambientais;
 a qtde de amostra de unha com relação ao cabelo é escassa.
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 “janela de detecção”
Período pelo qual o exame é capaz de detectar o consumo de drogas. 
TABELA 1: Utilidade Comparativa da Urina, Saliva, Suor e Cabelo como Matrizes Biológicas para Detecção de Drogas. Fonte: OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Lowinson e col., 1997.
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TABELA 2: Extensão do tempo de detecção de diversas drogas por meio do exame de Urina. Fonte: OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Kaplan e col., 1997. *Ansiolítico: droga com efeito tranquilizante. **Opióide: droga sintética, semelhante às substâncias derivadas do ópio (opiáceos). ***Metabólito: substância derivada da metabolização da droga.
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ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
 Fornece ao clínico:
o diagnóstico preciso de uma intoxicação ou sua exclusão e possibilitando uma reavaliação do paciente;
a identificação do toxicante que proporcionará a indicação de intervenções mais específicas e adequadas (por ex. o uso de antídotos, antagonistas, hemodiálise, etc.);
 o acompanhamento mais adequado do paciente mediante a repetição de análises para avaliar o progresso de intoxicações graves.

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