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Notas de Aula Processo Civil IV Completa!

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
Curso de Direito
Disciplina: Direito Processual Civil IV
Prof. MSc. Arley Márcio
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS:
- Processo judicial é o instrumento utilizado pelo Estado para prestar a tutela jurisdicional. Trata, pois de um conjunto de atos processuais pelos quais se materializa a atividade jurisdicional, quando o Estado é instado a pacificar os conflitos de interesses.
- O Novo CPC apresenta mudança na estrutura do Processo Civil, convertendo o processo cautelar em incidente processual (Tutela Provisória). O processo civil ficou assim classificado: 
- Processo de Conhecimento;
- Processo de Execução.
- O Processo de Conhecimento é utilizado sempre que os conflitantes buscam uma resposta a um conflito. Através dele, o Estado (juiz), investiga os fatos e emite uma sentença resolvendo o conflito. 
- O Processo de Conhecimento se desenvolve de diversas formas. Dependendo do valor da causa, o objeto da lide e a natureza da causa, podem seguir caminhos (rito ou procedimento) diferentes. 
- Este tipo de processo pode ser assim classificado:
- Procedimento Comum: Não havendo disposição em contrário, aplica-se o procedimento comum;
- Procedimentos Especiais: Aplica-se sempre que houver previsão legal no CPC ou em leis especiais. Os procedimentos especiais podem ser assim classificados: 
- Jurisdição Voluntária: Nela o Estado pratica ato de gestão em torno de interesses privados, para tornar eficaz um negócio jurídico, seja por ato voluntário das partes ou por imposição legal;
- Jurisdição Contenciosa: Através dela o Estado atua para solucionar um conflito de interesses (lide), mediante a imposição de uma solução.
- Os procedimentos especiais são regulamentados pelo CPC ou por legislações extravagantes;
- O que define a natureza do procedimento é o objeto da lide, ou seja, o PEDIDO;
- No NCPC, os Procedimentos Especiais estão regulamentados na Parte Especial, Livro I, Título III, Capítulo I a XIV (Jurisdição Contenciosa) e Capítulo XV (Jurisdição Voluntária). 
- São exemplos de Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa regulamentados pelo CPC: 
- Ação de consignação em pagamento;
- Ação de exigir contas;
- Ações possessórias;
- Ação de divisão e da demarcação de terras particulares;
- Ação de dissolução parcial de sociedade;
- Inventário e da partilha;
- Embargos de terceiro;
- Oposição;
- Ações de família;
- Ação monitória.
- São exemplos de Procedimentos Especiais de Jurisdição Contencioso regulamentados por Leis Especiais: 
- Ação Popular (Lei nº 4.717/65);
- Ação de Alimentos (Lei nº 5.478/68);
- Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85);
- Ação de Adoção, Guarda, Destituição do Poder Familiar (Lei nº 8.069/90);
- Ação de Despejo, Revisional de Aluguel e Renovatória (Lei nº 8.245/91);
- Ação de Procedimento Sumaríssimo (Lei nº 9.099/95);
- Ação de Recuperação Judicial e Falência (Lei nº 11.101/05);
- Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09);
PROCEDIMENTO DOS JUIZADOS ESPECIAIS (Sumaríssimo):
- Os Juizados Especiais Cíveis estão assim organizados: 
- Estaduais e do DF (Lei nº 9.099/95): Processa, concilia, julga e executa os feitos de competência da Justiça da Justiças Estaduais e do Distrito Federal, até 40 salários mínimos;
- Federais (Lei nº 10.259/01): Processa, concilia, julga e executa os feitos de competência da Justiça Federal até 60 salários mínimos;
- Fazenda Pública (Lei nº 12.153/09): Processa, concilia, julga e executa as causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 salários mínimos.
- Princípios que regem o procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais Cíveis: celeridade, simplicidade, informalidade, economia processual e natureza conciliatória;
- Juizados Especiais Cíveis Estaduais e do Distrito Federal:
- Regulamentado pela Lei nº 9.099/95, tem competência para processar, conciliar, julgar e executar os feitos de competência das Justiças Estaduais e do Distrito Federal até o limite de 40 salários mínimos;
- Nem todas as causas de até 40 SM são processadas pelos Juizados Especiais dos estados e do Distrito Federal. Apenas aquelas consideradas de menor complexidades. 
- Estão sujeitas ao procedimento sumaríssimo dos Juizados Estaduais e do Distrito Federal as seguintes causas:
- Aquelas cujo valor não exceda a 40 salários mínimos;
- Ação de despejo para uso próprio;
- Ações possessórias de bens imóveis com valor até 40 Salários Mínimos; 
- Não se incluem na competência dos Juizados Especiais dos estados e do Distrito Federal:
- Alimentos;
- Falência e recuperação judicial;
- Acidente de trabalho; 
- Relacionado ao estado e a capacidade das pessoas (Ex: divórcio, interdição, adoção, interdição, etc); 
- Interesse da Fazenda Pública. 
- Competência Territorial dos Juizados Especiais dos Estados e DF: 
- Domicílio do réu ou onde exerça profissão, ou sendo pessoa jurídica local do estabelecimento ou filial;
- Local onde a obrigação deve ser satisfeita; 
- Domicílio do autor ou local do ato ou fato, nas ações de reparação de dano; 
- Legitimidade processual: 
- Ativa: - Qualquer pessoa física capaz;
	- Microempreendedores individuais, Microempresas e Empresas de Pequeno porte;
- Pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
- Sociedades de crédito ao microempreendedor;
- Passiva: Pessoa física capaz (salvo o preso), e as Pessoas Jurídica de direito privado (salvo a massa falida);
Obs.: 1: Não poderão ser partes, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, a massa falida e o insolvente civil;
Obs.: 2: As causas cujo valor não excedam a 20 SM admitem-se o jus postulandi; nas que excedem esse limite é necessária a assistência de advogado (admite mandado verbal); 
Obs.: 3: As pessoas jurídicas poderão ser representadas por preposto; 
- Regras adotadas nos Juizados Especiais Cíveis dos estados e Distrito Federal: 
- Não admite conversão do procedimento quando a causa for inadmissível ou incompatível com o procedimento do juizado especial. A incompatibilidade provoca a extinção do processo (51, II);
- Não admite intervenção de terceiros, porém admite litisconsórcio;
- Registro dos atos processuais: Apenas os atos essenciais serão registrados (admite a gravação - 13, § 3º);
- Princípio da Instrumentalidade das Formas (13, § 2°);
- Natureza dúplice do procedimento: Admite pedido contraposto;
- Procedimento: 
- Petição inicial: - Escrita ou verbal (14) quando verbal é reduzido a termo (§1º);
	 - Requisitos: - qualificação;
- fatos e fundamentos;
 - objeto e valor;
Obs.: Admite-se pedido genérico, alternativo e cumulativo; 
- Citação: Pode ser realizada pelo correio (AR) ou Oficial de Justiça (18), com cópia do pedido, dia e horário da audiência de conciliação, com a advertência da revelia (18, § 1º);
Obs.: 1: Não admite citação por edital; 
Obs.: 2: As intimações serão feitas por qualquer meio idôneo (19);
- Audiência de conciliação: poderá ser presidida por juiz leigo (22); 
- Não comparecimento das partes: 
- Do autor: extinção do processo (51, I);
- Do réu: revelia, salvo se o juiz não se convencer dos seus efeitos (20);
- Comparecimento das partes: Tentativa de conciliação: 
- Obtida a conciliação: O juiz togado homologa o acordo;
- Não obtida a conciliação: As partes poderão optar pela arbitragem, escolhido entre os juízes leigos (24);
- Audiência de Instrução: 
- O juiz pode optar por audiência UNA (conciliação e instrução), ou realizar audiência de conciliação e designar audiência de instrução em 15 dias;	
- Atos a serem praticados na audiência de instrução: Apresentação da defesa:
- Contestação: - Escrita ou verbas (defesa processual e mérito);
	- Pedido contraposto (quando for o caso);
- Exceções: - Incompetência (reconhecida extingue o processo (51, III);
 - Impedimento;
- Suspeição;
Obs.: As exceções de suspeição e impedimento se processam em autos apartado (30); 
- Produção de provas:Todas as provas serão colhidas na audiência de instrução (33); 
- Juntada de documentos;
- As testemunhas (máximo de 3) serão conduzidas pelas partes ou requerida a intimação 5 dias antes (33, § 1º); 
- A inspeção poderá ser realizada por terceiro;
- Todos os incidentes processuais serão decididos de plano; 
- Sentença: A sentença pode ser concisa (dispensa relatório) e liquida; 
	 - Sentença terminativa - Carência de ação;
					 - Falta de pressuposto processual; 
 - Sentença definitiva - Prescrição e decadência;
				 - Procedência e improcedência. 
- Recursos admissíveis nos Juizados Especiais Cíveis: 
- Embargos de Declaração: Cabimento; prazo; competência; interrupção.
- Agravo de Instrumento: Não cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias do Juizado Especial. Cabe Mandado de Segurança (Súmula 376 STJ).
- Apelação ou Recurso Inominado: 
- É sempre admissível recurso contra a sentença (salvo as homologatórias e do juízo arbitral);
- Representação: Nos recursos as partes devem ser representadas por advogados
- Competência: Turma recursal compostas por 3 juízes de 1º Grau (41); 
- Prazo: 10 dias (42);
- Preparo: 48 horas, sob pena de deserção;
- Efeito: O recurso é recebido com efeito meramente devolutivo;
- Recurso Especial: É inadmissível no Juizados Especiais (Súmula 203 STJ). 
- Recurso Extraordinário: É admissível no Juizados Especiais (Súmula 640 STF). 
- Custas e Honorários: Somente admite-se em 2º Grau (55), salvo litigância de má-fé. 
- Ação Rescisória: Não cabe ação rescisória contra decisão do Juizado Especial.
- Juizados Especiais Federais Cíveis:
- Regulamentado pela Lei nº 10.259/01, tem competência para processar, conciliar, julgar e executar os feitos de competência da Justiça Federal até o limite de 60 salários mínimos;
- Nem todas as causas de até 60 SM são processadas pelos Juizados Especiais Federais. Não se incluem na competência do Juizado Especial Federal as seguintes causas:
- As ações de mandado de segurança; desapropriação; divisão e demarcação de terras; ações populares; execuções fiscais e por improbidade administrativa; as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;
- Que versem sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;
- Ação para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;
- Ações que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
- Das partes: Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
- Autor: Pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte; 
- Réu: União, suas autarquias, fundações e empresas públicas federais.
- Regras adotadas no Juizado Especial Federal: 
- Competência: Nas localidades que tiverem Varas dos Juizados Especial Federal a sua competência é absoluta;
- Admite o peticionamento eletrônico; 
- Composição: É admissível a conciliação transação por parte dos entes públicos; 
- Prazo: Não haverá prazo diferenciado para a prática dos atos processuais pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos; 
- Tutela Provisória: O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir tutela provisória no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação;
- Citação: A citação do ente público para audiência de conciliação deve ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias;
- Intimações: As intimações poderão ser feitas pessoalmente ou por via postal, salvo a sentença, que deve ser ARMP;
- Provas: É admissível a produção de prova técnica e a indicação de quesitos e assistente técnico; 
- Agravo de Instrumento: Não cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias do Juizado Especial. Cabe Mandado de Segurança (Súmula 376 STJ);
- Duplo Grau de Jurisdição: As sentenças não estão sujeitas ao reexame necessário; 
- Sentença Condenatória: Nas obrigações de pagar quantia certa até o limite de 60 SM, o valor deve ser efetuado no prazo de 60 (sessenta) dias, independentemente de precatório (Mediante RPV). Ultrapassado esse valor o pagamento far-se-á, por meio do precatório, sendo facultada ao exequente a renúncia ao crédito do valor excedente;
- Aplica-se subsidiariamente no Juizado Federal as regras provenientes do CPC e da Lei nº 9.099/95.
- Juizados Especiais da Fazenda Pública:
- Regulamentado pela Lei nº 12.153/09, tem competência para processar, conciliar, julgar e executar as causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas, até o valor de 60 salários mínimos.
- Nem todas as causas de até 60 SM são processadas pelos Juizado Especial de Fazenda Pública. Não se incluem na sua competência as seguintes causas:
- As ações de mandado de segurança; Desapropriação; Divisão e demarcação de terras; ações populares; por improbidade administrativa; execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;
- As causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
- As causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
- Das partes: Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
- Autor: As pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte; 
- Réu: Os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
- Regras adotadas no Juizado Especial de Fazenda Pública: 
- Competência: Nas localidades que tiverem Varas dos Juizados Especial de Fazenda Pública a sua competência é absoluta;
- Composição: É admissível a conciliação transação por parte dos entes públicos; 
- Admite o peticionamento eletrônico; 
- Prazos: Não haverá prazo diferenciado para a prática dos atos processuais pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos; 
- Tutela Provisória: O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir tutela provisória no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação;
- Citação: A citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias;
- Intimações: As intimações poderão ser feitas pessoalmente ou por via postal, salvo a sentença, que deve ser ARMP;
- Provas: É admissível a produção de prova técnica e a indicação de quesitos e assistente técnico; 
- Agravo de Instrumento: Não cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias do Juizado Especial. Cabe Mandado de Segurança (Súmula 376 STJ);
- Duplo Grau de Jurisdição: As sentenças não estão sujeitas ao reexame necessário; 
- Sentença Condenatória: Nas obrigações de pagar quantia certa até o limite de 60 SM, o valor deve ser efetuado no prazo de 60 (sessenta) dias, independentemente de precatório (Mediante RPV). Ultrapassado esse valor o pagamento far-se-á, por meio do precatório, sendo facultada ao exequente a renúncia ao crédito do valor excedente;
- Aplica-se subsidiariamente no Juizado de Fazenda Pública as regras provenientes do CPC e da Lei nº 9.099/95.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
Curso de Direito
Disciplina: Direito Processual Civil IV
Prof. MSc. Arley Márcio
TEORIA GERAL DOS PROCESSOS COLETIVOS: 
- Diferentemente do processo civil tradicional (protege interesses individuais), o Processo Civil Coletivo busca a solução de novos litígios provenientes da sociedade pós-moderna, e que objetiva a proteção de um conjunto de pessoas (coletividade).
- O Processo Civil Coletivo é uma parte do processo civil que possui algumas peculiaridades, pois se caracteriza pela proteção dos direitos difusos, direitos coletivos stricto sensu e direitos individuais homogêneos.- O Processo Civil Coletivo busca dar maior credibilidade aos órgãos jurisdicionais, pois através dele se evita decisões contraditórias sobre a mesma problemática, gerando também maior segurança jurídica frente a estabilidade das decisões em casos idênticos.
- No Processo Civil Coletivo as formas dos atos processuais são idênticas às fixadas pelo processo civil, ressalvadas as distinções legais previstas em legislações especiais que regulamentam de forma parcial as ações coletivas. 
- Definição: 
- “Conceitua-se processo coletivo como aquele instaurado por ou em face de um legitimado autônomo, em que se postula um direito coletivo lato sensu ou se postula um direito em face de um titular de um direito coletivo lato sensu, com o fito de obter uma providência jurisdicional que atingirá uma coletividade ou um número determinado de pessoas”. (Didier e Zanetti Jr.)
Microssistema da Tutela Coletiva:
- A tutela coletiva é formada por diversas leis que se comunicam entre si, e que formam um verdadeiro microssistema do processo coletivo; 
- Fazem parte desse microssistema, as seguintes leis: 
- Constituição Federal (5º, LXXIII – Ação Popular; 129, III - ACP; 5º, LXX – MSC);
- Lei nº 4.717/65 (Ação Popular); 
- Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente); 
- Lei nº 7.347/85 (Ação Civil Pública);
- Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor); 
- Lei nº 8.429/92 (Improbidade Administrativa);
- Lei nº 12.016/09 (Lei do Mandado de Segurança Coletivo);
- Outras leis.
- Legitimidade: 
- A legitimidade, diferentemente do que ocorre no processo civil tradicional individualista, é um dos pontos que diferencia o processo individual do processo civil coletivo. 
- A lei específica define quem são os legitimados a agir e proteger o interesse supraindividual.
ESPÉCIES DE AÇÕES COLETIVAS: 
- Várias são as espécies de ações coletivas. Passaremos a tratar de algumas delas:
- AÇÃO POPULAR: 
- A Ação Popular está prevista no art. 5º, LXXIII da CF (e regulamentada pela Lei 4.717/65), é uma modalidade de ação constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para invalidar atos e outras medidas da Administração Pública (e de suas autarquias, das entidades da administração indireta ou das entidades subvencionadas pelos cofres públicos), ilegais e lesivos aos respectivos patrimônios, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
- A Ação Popular tem por objetivo prevenir ou reformar atos lesivos que forem cometidos por agentes públicos ou a eles equiparados por lei ou delegação.
- Pressupostos Específicos: A cidadania; ilegalidade ou imoralidade pública praticada pelos agentes das pessoas de direito público; lesão ao patrimônio público; à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
- Objeto da Ação Popular: Anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público e condenar os responsáveis por esses atos a restituir o bem ou indenizar por perdas e danos. 
- Legitimidade: 
- Ativa: Qualquer cidadão (possuidor de título de eleitor, em condição de votar e ser votado). Admite litisconsórcio ativo;
- Passiva: A pessoa jurídica (público ou privado) de onde se emanou o ato impugnado, e seus respectivos agentes que tenha contribuído para a lesão do bem protegido (autoridades, funcionários ou administradores), e no caso em que o dano já ter acontecido, os beneficiários do ato. Admite litisconsórcio passivo; 
- Juízo Competente: Dependendo da vítima do dano (interesses da União, do Distrito Federal, do Estado e do Município), a competência pode ser da justiça estadual ou federal, do local onde ocorreu o ato danoso.
- Procedimento: Adota-se o rito comum, com as seguintes alterações legais: 
- O direito de ação prescreve em cinco anos;
- Não haverá adiantamento de custas processuais;
- Admite pedido de tutela provisória; 
- Admite citação por edital; 
- Intervenção obrigatória do MP;
- Prazo para contestar é de 20 dias, prorrogável por igual prazo (quando necessário);
- Em caso de desistência por parte do autor, qualquer cidadão ou o Ministério Público poderá dar prosseguimento à ação;
- Sentença: Prazo de 15 dias;
- Procedente: O juiz invalidará os atos ilegais e condenará os responsáveis e os beneficiários dos mesmos a indenizarem em perdas e danos os prejudicados. Proclamada a responsabilidade da administração pública e tendo a mesma que arcar com os prejuízos causados dolosa ou culposamente por seus funcionários, terá ela ação regressiva contra o agente causador do dano a ressarcir integralmente o erário público.
- Improcedência: Está sujeita ao duplo grau de jurisdição necessário;
- Sucumbência: 
- Autor: Será isento das custas judiciais e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé; 
- Réu: Condenação no pagamento das custas e honorários.
- Recurso: Da sentença caberá apelação, sendo a decisão denegatória sujeita ao duplo grau de jurisdição necessário. 
- Coisa Julgada: A sentença produzirá efeitos erga omnes, exceto se tiver sido a ação julgada improcedente por deficiência de provas, caso em que se admite a possibilidade da propositura da mesma ação, desde que com novas provas.
- AÇÃO CIVIL PÚBLICA: 
- Disciplinada pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, a Ação Civil Pública tem por objetivo reprimir ou mesmo prevenir danos ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio público, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico, por infração da ordem econômica e da economia popular, à ordem urbanística, ao patrimônio público e social, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos e religiosos, e outros direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, podendo ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
- Trata-se de um instrumento processual de que podem se valer o Ministério Público e outras entidades legitimadas para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
- Assim como a ação popular, a ação civil pública busca proteger os interesses da coletividade, sendo que nela (ACP) pode figurar como réus não apenas a administração pública, mas qualquer pessoa física ou jurídica (Pública ou Privada) causadora do dano.
- Objeto da Ação Civil Pública: Prevenir ou reprimir danos ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio público, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico, por infração da ordem econômica e da economia popular, à ordem urbanística, ao patrimônio público e social, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos e religiosos, e outros direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, e condenar os responsáveis a indenizar os danos praticados. 
- Legitimidade: 
- Ativa: O Ministério Público; Defensoria Pública; a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; autarquias, empresas públicas, fundações e sociedades de economia mista; Conselho Federal da OAB; e associações que, concomitantemente, estejam constituídas há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e incluam, entre suas finalidades institucionais, a proteção aos direitos protegidos pela ACP; e entidades e órgãos da administração pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados ao ajuizamento da ação coletiva. Admite litisconsórcio ativo;
- Passiva: Qualquer pessoa (física ou jurídica, pública ou privada) que cause dano a quaisquer interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos. Admite litisconsórcio passivo; 
- Juízo Competente: Dependendo da vítima do dano (interesses da União, do Distrito Federal, do Estado e do Município), a competência pode ser da justiça estadual ou federal, do local onde ocorreu o ato danoso.
- Procedimento: Adota-se o rito comum, com as seguintes alterações legais: 
- Para apurar os atos lesivos, antes do ajuizamento da ACP o MP poderá realizar diligências e instaurar inquérito civil; 
- Não haverá adiantamento de custas processuais;
-Admite pedido de tutela provisória (Ex: Suspensão de atos lesivos); 
- Intervenção obrigatória do MP (caso não seja o autor);
- Em caso de abandono ou desistência o Ministério Público ou qualquer legitimado poderá dar prosseguimento à ação;
- Sentença: 
- Procedente: O juiz condenará os responsáveis a uma obrigação de fazer ou não fazer, e condenar a pagar quantia, cujos valores serão utilizados para reparar os danos causados. Se o requerido for o poder público, a sentença fica sujeita ao duplo grau de jurisdição necessário; 
- Improcedência ou carência de ação: Está sujeita ao duplo grau de jurisdição necessário;
- Sucumbência: 
- Autor: Será isento das custas judiciais e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé; 
- Réu: Condenação no pagamento das custas e honorários.
- Recurso: Da sentença caberá apelação e ao duplo grau de jurisdição necessário. 
- Coisa Julgada: A sentença produzirá efeitos erga omnes, exceto se tiver sido a ação julgada improcedente por deficiência de provas, caso em que se admite a possibilidade da propositura da mesma desde que com novas provas.
- AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: 
- Regulamentada pela Lei nº 8.429/92, a Ação de Improbidade Administrativa (desonestidade, a ilegalidade no conduzir da administração pública) é uma espécie de ação civil pública, por meio da qual se requer o reconhecimento do ato de improbidade praticado pelo agente público, e requerer a cominação das penas estabelecidas para o agente ímprobo; 
- São consequências dos atos de improbidade administrativa, que pode ser de forma cumulativa: 
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio do agente improbo; 
- Ressarcimento integral do dano, quando houver; 
- Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; 
- Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial obtido pelo agente improbo; 
- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três a dez anos;
- Responsabilização civil, penal e administrativa;
Obs: A aplicação das sanções ao agente improbo independe da ocorrência de dano ao patrimônio público; 
- Pressupostos: Comprovação da conduta dolosa ou culposa; o nexo causal e o resultado causado pela conduta (enriquecimento ilícito, dano ou ofensa aos princípios da administração);
- Objeto da Ação de Improbidade Administrativa: Prevenir ou reprimir danos ao patrimônio público, e condenar os responsáveis a indenizar os danos praticados, além de outras sanções previstas em lei. 
- Legitimidade: 
- Ativa: Ministério Público ou pessoa jurídica vítima do ato improbo (União, estados, DF e municípios);
- Passiva: Qualquer agente público (todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração público direta ou indireta). A Pessoa jurídica também pode ser sujeito passivo (REsp 970.393/CE); 
- Juízo Competente: Dependendo da vítima do dano (interesses da União, do Distrito Federal, do Estado e do Município), a competência pode ser da justiça estadual ou federal, do local onde ocorreu o ato danoso; 
- Procedimento: Adota-se o rito comum, com as seguintes alterações legais: 
- É imprescritível a pretensão de ressarcimento de danos causados ao Erário por atos de improbidade administrativa (STJ - REsp 1312071/RJ). Porém, para as demais sanções, prescreve em cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;
- Para apurar o ato de improbidade, antes do ajuizamento da ação, a autoridade administrativa poderá (de oficio ou mediante provocação de qualquer pessoa) instaurar processo administrativo para apurar atos de improbidade; 
- Não haverá adiantamento de custas processuais;
- É vedada a transação, acordo ou conciliação. Entretanto, admite a realização de TAC (Termo de Ajuste de Conduta) referente a reparação dos danos; 
- A ação deve ser instruída com provas que contenham indícios dos atos de improbidade;
- Admite pedido de tutela provisória, tais como: indisponibilidade dos bens, sequestro, afastamento cautelar do agente (sem prejuízo da remuneração), bloqueio de bens, contas bancária e aplicações financeiras, etc; 
- Intervenção obrigatória do MP (caso não seja o autor);
- Proposta a ação o requerido será notificado para se manifestar no prazo de 15 dias, caso em que em decisão fundamentada o juiz recebe a ação e determina a citação do requerido para apresentar contestação;
- Contra a decisão que admite a ação cabe agravo de instrumento;
- Sentença (Não está sujeita ao duplo grau de jurisdição necessário):
- Procedente: O juiz condenará o improbo às cominações legais. A responsabilidade patrimonial poderá recair sobre os sucessores, até o limite do valor da herança.
- Improcedência: Constitui crime a denúncia de improbidade quando o autor da denúncia sabe da inocência do denunciado, admissível a reparação de dano;
- Recurso: Da sentença caberá apelação. 
- Coisa Julgada: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença; 
- As decisões administrativas do Tribunal ou Conselho de Contas não fazem coisa julgada material para os processos judiciais.
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Disciplina: Direito Processual Civil IV
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PROCESSO DE EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
- O atual CPC reconhece duas espécies de Processos: 
- Processo de Conhecimento;
- Processo de Execução.
Obs: O NCPC converteu o processo cautelar em incidente processual (Tutela Provisória). Com isso extinguiu o Processo Cautelar.
- Processo de Conhecimento: 
- É o instrumento utilizado pelo Estado para reconhecer (ou não) um direito pleiteado judicialmente. Nele o juiz investiga e julga (decide, prolata uma sentença), na qual se pronuncia sobre a pretensão do autor, aplicando a sanção (quando for o caso). A decisão pode ser:
- Declaratória;
- Constitutiva;
- Condenatória.
- Processo de Execução: 
- Trata-se do instrumento processual no qual se busca compelir alguém a cumprir uma obrigação assumida extrajudicialmente (título executivo extrajudicial) ou por imposição judicial (título executivo judicial). 
- O processo de execução busca dar efetividade ao direito material reconhecido judicial ou extrajudicialmente. 
- Tipos de Execução: 
- A execução pode ser civil e penal.
- A execução civil é proveniente de título judicial ou extrajudicial (obrigação de dar, fazer ou não fazer e pagar quantia).
- Formas de cumprir a obrigação civil: 
- Espontaneamente: O devedor cumpre a obrigação definida no título; 
- Coercitivamente: O não cumprimento da obrigação espontaneamente conduz à autotutela (impedimento legal) ou execução forçada (Judicial);
- Obrigações sujeitas à Execução Civil: 
- Obrigações Contratuais: Podem ser objeto de execução as obrigações contratuais de natureza Cível (contratos), Comercial (título de crédito), Administrativo, Tributário e Previdenciário (certidão da dívida ativa); 
- Obrigações Extracontratuais: As obrigações extracontratuais só podem ser objeto de execução após o seu reconhecimento judicial (mediante processo de conhecimento) ou mediante transação (acordo extrajudicial que reconhece uma obrigação (ex: dano proveniente de acidente; esbulho) 
- Objetivo da Ação de Execução: A ação de execução tem por objetivo compelir o cumprimento de um direito reconhecido (judicial ou extrajudicialmente), aplicando a sanção correspondente (pagar quantia, dar, fazer, não fazer), e responsabilizando o devedor através da intervenção patrimonial (busca e apreensão ou expropriação de bens); 
Princípios informadores do Processo de Execução:
- Real: A execução deveincidir sobre patrimônio do devedor (789), não pode incidir sobre a vida, integridade física, liberdade, salvo devedor de alimentos (incidem sobre a liberdade – 5º, LXVII CF). Não havendo patrimônio resta frustrada a execução. 
- Satisfação do direito do credor: Se realiza até o limite do crédito. A penhora se limita a garantir o crédito (831), caso ultrapasse esse limite haverá excesso de execução (899); 
- Utilidade da execução: Não se admite execução para causar prejuízo; ridicularizar o devedor. Ex: a arrematação não pode ser feita por preço vil (891).
- Economia: Menor onerosidade para o devedor (805).
- Especificidade: Executa-se a obrigação definida no título. Admite-se a substituição por prestação equivalente (pecuniário) caso não seja possível cumprir a obrigação específica (816); 
- Ônus da Execução: Havendo mora do devedor (inadimplemento), este assume o ônus da execução, tendo que pagar além do principal, juros, correção, custas e honorários (826, 831);
- Respeito à dignidade humana: Impenhorabilidade de salários, instrumento de trabalho, pensões, etc (833);
- Disponibilidade da Execução: O credor pode não executar (523) ou desistir da execução sem o consentimento do devedor (775). A desistência pode não extinguir a impugnação ou os embargos (775, PÚ). Ex: objetiva anular o título, reconhecer a inexistência do débito, prescrição, etc.;
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CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA: 
- Quanto à natureza do título, a Execução Civil deve ser fundada em Título Executivo: 
- Judicial: Quando o objeto da execução é proveniente de uma decisão judicial (condenatória ou homologatória, cível ou criminal, nacional ou estrangeira) ou sentença arbitral, que define obrigação de pagar quantia, dar, fazer ou não fazer. Constitui-se numa mera fase do processo de conhecimento (Processo Sincrético). São Títulos Executivos Judiciais (515).
- Extrajudicial: Quando o objeto da execução é proveniente de obrigação contratual definido em títulos de créditos ou outros documentos considerados pela lei. Trata-se de uma ação autônoma, cabível nas execuções de títulos extrajudiciais. São Títulos Executivos Extrajudiciais (784).
- Considerando o objeto da execução, pode ser: 
- Específica: Quando objetiva o cumprimento da obrigação assumida pelo devedor. Ex: Pagar quantia, dar, fazer, não fazer;
- Subsidiária: Quando objetiva a expropriação do patrimônio do devedor para satisfazer a obrigação de forma equivalente; 
- Considerando a situação econômica do devedor:
- Execução singular: Quando o devedor é solvente, e a obrigação pode recair sobre o seu patrimônio, caso em que o credor tem preferência sobre o bem penhorado (797).
- Execução coletiva ou concursal: Quando o devedor é insolvente, caso em que, declarada a sua insolvência, seus bens serão rateados entre todos os credores, observado a ordem de preferência (1.052 c/c 748-782 CPC/73);
- Quanto aos seus efeitos, a execução pode ser:
- Definitiva: - É admissível nos títulos extrajudiciais ou sentença transitada em julgado (523);
- A situação do credor é conhecida de modo imutável; 
- É realizada nos próprios autos;
- Provisória: Admissível nos títulos judiciais, caso haja recurso recebido com efeito meramente devolutivo (520 e 1.012, § 1º e 2º);
- A situação do credor ainda pode ser modificada em razão de pender recurso (não transitou em julgado), portanto não é definitivo (possui caráter excepcional); 
- Admite execução provisória quando pendente de recurso no STJ e STF;
- A execução provisória será realizada em autos suplementares ou carta de sentença (522);
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ESPÉCIES DE EXECUÇÃO:
- O processo (extrajudicial) ou a fase (judicial), varia de acordo com a natureza do título e da obrigação prevista por ele, e pode ser: 
- Execução de Pagar Quantia Certa: 
- Título Judicial (Cumprimento de Sentença):
- Pagar Quantia Certa proveniente de dívida comum (523-527);
- Pagar Quantia Certa proveniente de dívidas especiais:
- Pagar Alimentos (528-533);
- Dívida da Fazenda Pública (534-535);
- Título Extrajudicial: 
- Devedor Solvente (824-909);
- Devedor Insolvente: Depende de Lei Especial que regulamente (1.052);
- Contra a Fazenda Pública (910);
- Execução de Alimentos (911-913);
- Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80);
- Execução de Obrigação para entrega de coisa (certa ou incerta):
- Título Judicial - Cumprimento de Sentença (538);
- Título Extrajudicial (806-813);
- Execução de Obrigação de fazer e não fazer:
- Título Judicial - Cumprimento de Sentença (536-537);
- Título Extrajudicial(818-823);
PRESSUPOSTOS DA EXECUÇÃO FORÇADA:
- Para a admissibilidade da ação executiva faz-se necessário a presença de dois pressupostos específicos, quais sejam: 
		- Existência de Título Executivo; 
		- Inadimplemento do Devedor. 
- Existência de Título Executivo: A existência de título executivo exige a formalização de um documento escrito, descrito pela lei como tal, que pode ser: 
- Título Judicial (Cumprimento de Sentença); 
- Título Extrajudicial;
- Inadimplemento do Devedor: Considera-se inadimplente o devedor que não cumpre espontaneamente a obrigação definida no título, no prazo (786);
Obs.: Nas execuções de obrigações sujeita a contraprestação, um contratante não pode executar a obrigação enquanto não cumprir com sua obrigação (787). 
- Os títulos Executivos podem ser: 
- Judicial (515): 
- Sentença Condenatória Cível;
- Sentença Homologatória;
- Acordo extrajudicial homologado judicialmente;
- Certidão e formal de Partilha; 
- Sentença Penal Condenatória Transitada em julgado;
- Sentença arbitral;
- Sentença e decisão interlocutória estrangeira homologada (STJ);
- Extrajudicial (784):
- Títulos cambiais (cheque, NP, letra de câmbio, duplicata, debênture);
- Escritura ou outro Documento Público assinado pelo devedor;
- Documento particular assinado pelo devedor e 2 testemunhas;
- Instrumento de transação referendado pelo MP, Def. Púb. ou advogado, conciliador ou mediador credenciado; 
- Contrato com garantia Real (hipoteca, penhor, anticrese (garantia sobre frutos e rendimentos de imóveis);
- Contrato de seguro de vida;
- Crédito decorrente de: Foro (valor devido à União (0,6%) pelo proprietário que ainda não firmou um contrato de aforamento com a União); ou Laudêmio (valor pago à União (5%) quando da aquisição de direito de ocupação ou aforamento); 
- Crédito decorrente de contribuições ordinárias e extraordinárias de condomínio edilício;
- Crédito do serventuário da Justiça;
- Certidão de dívida da Fazenda Pública da União, estados, Distrito Federal e municípios (crédito inscrito); 
Obs: Os títulos expedidos no exterior: Para ter eficácia executiva basta que satisfaça os requisitos do lugar da celebração e indicar o Brasil como lugar do cumprimento da obrigação. Não dependem de homologação pelo STJ (784, § 2º e 3º). 
- Elementos do Título Executivo: 
- Para se constituir um título executivo, o documento deve preencher os seguintes requisitos: 
- Liquidez: É líquido quando o título define a importância ou objeto; 
- Certeza: É certo quando não há controvérsia acerca da obrigação;
- Exigibilidade: É exigível quando independe de termo ou limitação;
- A existência de qualquer ação para discutir o crédito constante do título não impede a ação executiva (784, § 1º);
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ELEMENTOS SUBJETIVOS DA EXECUÇÃO (Partes): 
- Os sujeitos da Ação Executiva são: 
- Exeqüente: Credor;
- Executado: Devedor;
- Legitimidade Ativa: Pode ser exequente (778):
- Credor: Aquele a quem se confere o título executivo;
- MP: Quando atua como parte ou interveniente; 
- Legitimação derivada ou superveniente: É proveniente de causa mortis ou atointer vivos:
		- Espólio, herdeiros ou sucessores;
- Cessionário (Ex: endosso, alienação de direitos);
- Sub-rogado: Aquele que paga uma dívida de terceiro (Ex: fiador, avalista);
- Legitimidade Passiva: Pode ser executado (779):
- Devedor: Aquele que assume a obrigação constante do título executivo;
- Legitimação derivada ou superveniente: É proveniente de causa mortis ou ato intervivos:
- Espólio, herdeiros ou sucessores;
- Novo devedor (desde que aceito pelo credor);
- Fiador (possui ação regressiva contra o devedor) admite o benefício de ordem (794);
- Responsável do bem vinculado com garantia real (penhor, hipoteca);
- Responsável tributário (inscrição na dívida ativa);
- Litisconsórcio no Processo Executivo: 
- No processo de execução é admissível o litisconsórcio ativo e o passivo, como também o facultativo e o necessário: 
- Ativo: Nas obrigações de fazer indivisível a execução deve ser proposta por todos os credores; 
- Passivo: A execução deve ser proposta contra dois ou mais devedores solidários (ex: devedor e fiador);
- Facultativo: A execução pode ser proposta contra todos os devedores ou apenas contra um deles (ex: fiança e aval);
- Necessário: Nas obrigações de fazer indivisível a execução deve ser proposta contra todos os devedores; 
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR AS AÇÃO EXECUTIVA:
- A competência varia de acordo com a natureza do título, se Judicial ou Extrajudicial:
- Título Executivo Judicial (Cumprimento de Sentença - 516): 
- Causas de competência originária dos tribunais;
- Juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
- Juízo Cível: sentença penal condenatório, sentença arbitral, sentença estrangeira (Justiça Federal - 109, X CF), acórdão de Tribunal Marítimo;
Obs: Competência Territorial: O exeqüente pode optar por qualquer dos seguintes juízos:
- Domicílio do executado;
- Local onde se encontra (m) os bens sujeitos a execução; ou
- Local onde a obrigação deve ser satisfeita;
- Título Executivo Extrajudicial (781):
- Domicílio do executado;
- Fôro de eleição (se houver);
- Situação dos bens (obrigação de dar);
- Lugar do fato que deu origem ao título;
DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO (775):
- Iniciada a execução, o exequente poderá desistir no todo ou em parte da execução. Todavia, dependendo do caso, a desistência poderá depender da anuência do executado;
- Os efeitos da desistência da execução depende da natureza do título executivo e do momento da desistência: 
- Será extinta a impugnação (Título Judicial) ou os embargos (Título Extrajudicial), se versar apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
- Se a impugnação (Título Judicial) ou os embargos (Título Extrajudicial) versarem sobre direito material (Ex: prescrição, pagamento, dação em pagamento), a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
CUMULAÇÃO DE EXECUÇÃO (780):
- A cumulação de execução fundado em títulos diversos, varia de acordo com a natureza das obrigações: 
- Fundado em Títulos Executivos diversos (judicial e extrajudicial): É inadmissível pois os procedimentos são diversos;
- Fundado em Títulos Executivos da mesma natureza: 
- Admissível: Nos Títulos Extrajudiciais quando as obrigações forem idênticas. Ex: pagar quantias provenientes de cheque a duplicata; Nos Títulos Judiciais é admissível pois são processados em autos próprios; 
- Inadmissível: Quando as obrigações forem diferentes. Ex: obrigação de dar e obrigação de fazer; 
- Pressupostos para a cumulação de execução fundada em títulos da mesma natureza: 
- Mesmo devedor; 
- Competência do juízo; e 
- Mesmo procedimento (tipo de execução).
Intervenção de Terceiro no Processo executivo: 
- Chamamento ao processo: Inadmissível na execução. Todavia é admissível na fase de defesa (Embargos); o co-devedor que cumpre a obrigação pode exigir a obrigação do devedor (ex: fiança); 
- Denunciação da lide: Inadmissível na execução. Admissível em fase de defesa (Embargos);
- Assistência: Inadmissível na execução. Admissível na fase de defesa (Embargos);
- Oposição: Inadmissível. A obrigação já está definida no título. 
- Embargos de Terceiro: Admissível sempre que houver constrição de bens pertencente a terceiro. 
		
Outros Institutos Admissíveis na Execução: 
- Ato atentatório à dignidade da justiça e multa (774);
- Responsabilidade do Exequente por execução indevida (776);
- Uso de força policial no cumprimento dos atos executivos (782, §2º);
- Na execução definitiva admite a inclusão do nome do executado no cadastro de inadimplentes (782, §3º); 
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RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL:
- A execução incide exclusivamente sobre os bens patrimoniais do devedor (real), jamais sobre a liberdade (salvo a obrigação alimentar - 5,LXVII CF) ou outros bens da personalidade (vida, nome, honra);
- Incide exclusivamente sobre os bens presentes e futuros do devedor (789), ainda que em poder de terceiros (salvo os bens impenhoráveis - 833);
Obs. 1: Bens do passado: Os bens transferidos mediante fraude à execução (792) e fraude contra credores (158 CCb), também podem ser objeto da execução. 
Obs. 2: A fraude à execução deve ser declarada nos próprios autos. Já a fraude contra credores deve ser declarada em ação própria. 
- Havendo bens em garantia (penhor, hipoteca, etc), a execução deve recair sobre estes bens (790, VI); caso incida sobre outro bem admite Embargo à Penhora; 
- Execução de bens de terceiros: Eventualmente a Execução pode incidir sobre bens de terceiro (790):
- Os bens do devedor, quando em poder de terceiro, ficam sujeitos a execução;
- Os bens do sucessor a título singular, quando a execução for fundada em direito real ou reipersecutória (hipoteca, alienação fiduciária);
- Os bens do sócio, quando concorre para a dilapidação da sociedade; A regra é que os bens dos sócios não se comunicam (795);
- Para a execução recair sobre os bens do sócio, depende de incidente de desconsideração da personalidade jurídica (133); 
- Ao sócio é admissível o benefício de ordem (797, § 1º), e quando cumpre a obrigação subroga-se no direito do credor (§3º); 
- O fiador, não é considerado terceiro (assume por contrato a condição de devedor solidário); 
- Benefício de ordem: Quando executado, o fiador poderá exigir a execução dos bens do devedor principal, indicar à penhora, bens livres e desembaraçados (794), salvo se renunciar o benefício de ordem;
- Se o fiador satisfazer a obrigação, subroga-se no direito do credor e pode executar o devedor principal nos próprios autos executivos (794, §2º); 
- Os bens do cônjuge ou companheiro, quando seus bens próprios ou da meação respondem pela dívida;
- Os bens alienados ou gravado com ônus real, de forma a fraudar a execução ou credores;
- Bens transferidos a terceiros, mediante fraude à execução ou contra credores.
- Considera-se fraude à execução (792);
- Considera-se fraude contra credores (158 CC);
Obs.: - A fraude à execução deve ser declarada nos próprios autos (incidentalmente), e quando reconhecida o juiz poderá aplicar uma multa ao executado (até 20%) em favor do credor (774, I e PÚ), e outras sanções que entender necessárias; 
- Mecanismos processuais capazes de impedir a fraude à execução: 
- Inscrição da ação no registro de imóveis (quando a ação se fundar em direito real);
- Averbação de Certidão de ajuizamento de ação executiva (828);		
- Registro da penhora (844);
- Tutelas provisórias de urgência (arresto, sequestro, arrolamento);
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PROCEDIMENTO DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO: 
- O processo de execução não se processa com o mesmo rito processual. Dependendo da espécie de título executivo (Judicial ou Extrajudicial) e do objeto da execução (pagar, dar, fazer, não fazer, etc), será adotadoum rito processual específico. 
- São espécies de Ritos Processuais Executivos: 
- Título Judicial (Cumprimento de Sentença): 
- Execução Provisória:
- Pagar Quantia Certa proveniente de dívida Comum (520-522);
- Execução Definitiva:
- Pagar Quantia Certa Comum (523-527);
- Pagar Quantia Certa Especial:
- Execução de Alimentos (528-533);
- Contra a Fazenda Pública (534-535);
- Obrigação de Fazer e Não Fazer(536-537);
- Entrega de Coisa (538);
- Título Extrajudicial:
- Entregar Coisa (806-813);
- Fazer e Não Fazer (818-823);
- Pagar Quantia Contra Devedor Solvente (824-909);
- Pagar Quantia contra Devedor Insolvente: Depende de Lei Especial que regulamente (1.052);
- Contra a Fazenda Pública (910);
- Execução de Alimentos (911-913); 
- Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80).
- Fases do Processo de Execução: 
- Assim como no processo de conhecimento, o processo de execução se divide em fases: 
- Proposição: Requerimento (Judicial – 513, §1º); ou Ajuizamento (Extrajudicial - 798);
- Preparação ou instrução: Apreensão ou transferência dos bens (penhora e arrematação);
- Final: Satisfação da obrigação.
Obs: Quando se trata de cumprimento de sentença, trata-se de sub-fases do processo de conhecimento. 
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) PROVISÓRIO DE SENTENÇA: (Pagar Quantia Certa - 520-522);
- Normas a serem obedecidas nas execuções provisórias (520): 
- É realizada por iniciativa e responsabilidade do credor, e corre por sua conta e risco;
- O levantamento de valores e transferência de domínio só ocorre mediante apresentação de caução idônea (520, IV) por parte do credor. A caução poderá ser dispensada, desde que não cause dano de difícil ou incerta reparação, nos seguintes casos (521): 
- Crédito de natureza alimentar; 
- O credor demonstrar necessidade; 
- Pendente de agravo contra decisão que nega seguimento a REsp e RE); 
- Sentença em consonância com súmula do STJ ou STF ou acórdão em recurso repetitivo;
 
- Fica sem efeito a execução provisória se o tribunal reformar a decisão exequenda (o executado pode pedir reparação pelos danos sofridos - 520, II);
- Na execução provisória também é devido honorários e multa (10% - 523, §1º) caso o executado não faça o depósito do valor executado provisoriamente;
PROCESSAMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) PROVISÓRIO DE SENTENÇA: 
- Decisão (Tutela Provisória ou Sentença Condenatória);
- Recurso recebido somente no efeito devolutivo; 		
- O exequente deve requerer (Tutela provisória: nos próprios autos; Sentença: em autos suplementares) o cumprimento da decisão, que devem ser instruídos com os seguintes documentos: 
- Decisão exequenda;
- Certidão de interposição de recurso não dotado de efeito suspensivo; 
- Procuração outorgadas aos advogados das partes; 
- Decisão de habilitação, quando for o caso;
- Outras peças;
- Liquidação da sentença (quando for o caso);
- Intimação do executado para - Depositar o objeto ou o valor; ou
- Nomear bens à penhora;
- Entregar o objeto (dar);
- Praticar o ato (fazer); 
- Avaliação do bem (quando indicado bem à penhora); 
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) DEFINITIVO DE SENTENÇA: (Pagar Quantia Certa - 523-527);
- As sentenças podem ser: 
- Declaratórias; 
- Constitutivas, e 
- Condenatórias;
- Apenas as Sentenças Condenatórias admitem execução;
- Pressupostos da Execução: Existência de Título – sentença (liquido, certo e exigível) e Inadimplemento;
- Os Títulos Executivos Judiciais que expressam condenação de sentença irrecorrível são executados em procedimentos específicos: 
- Pagar Quantia Certa Comum (523-527);
- Obrigação de Fazer e Não Fazer (536-537);
- Entrega de Coisa (538);
- O cumprimento de sentença se dá mediante requerimento do Exequente, que deve apresentar o memorial de cálculo quando necessário (quando depender de cálculo aritmético); 
- Obs.: Nas obrigações sujeitas a condição ou termo, o Exequente não poderá exigir o cumprimento da sentença sem cumprir a obrigação que lhe foi imposta pela sentença;
- O cumprimento da sentença vai depender se a sentença já foi liquidada, ou seja, se já foi apurado o valor da obrigação. 
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (509-512):
- Ao decidir a lide o juízo deverá proferir sentença que expresse a certeza do direito pretendido, ainda que ilíquida;
- Os títulos executivos judiciais, quando: 
- Incertos: Podem ser esclarecido mediante Embargos de Declaração, sem o qual não pode ser exigido (incerto);
- Ilíquido: Dependem de Liquidação;
- Natureza jurídica da liquidação da sentença: Trata-se de incidente processual que tem por objetivo apurar o limite da condenação caso não tenha sido apurado na sentença. A decisão que homologa a liquidação é de natureza interlocutória, e atacável mediante agravo de instrumento (1.015, Par. Único);
- Limites da liquidação: Apenas os termos materiais da sentença. É vedado discutir novamente a lide ou a sentença que a julgou (509, §4°);
- Sentença condenatória parcialmente ilíquida (509, §1°): 
- Executa-se a parte líquida e liquida-se a parte ilíquida em autos apartados; ou;
- Aguarda a liquidação da parte ilíquida e executa todo o título após a liquidação; 
TIPOS DE LIQUIDAÇÃO:
- Por Cálculo: Admite-se quando depende de simples cálculo aritmético, caso em que o exequente apresenta o cálculo (memorial), seguindo as orientações da sentença (Ex: principal, juros, correção monetária, honorários, multa, etc)
- Por Arbitramento: É admissível nas seguintes hipóteses:
- Determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
- Exigir a natureza do objeto;
Obs.: Pode ser nomeado perito para apurar o quantum debeatur.
Ex: Apurar lucros cessantes, redução da capacidade laborativa;
- Procedimento Comum: Admite-se sempre que houver necessidade de provar fatos novos;
Ex: Apurar desvalorização de bens; apurar valores em obrigação de dar e fazer quando não cumprida a obrigação;
PROCEDIMENTO DA LIQUIDAÇÃO (511):
- Requerimento do exeqüente e manifestação do executado (Contraditório – oitiva do devedor)
- Intimação do executado para apresentar contestação (se desejar) no prazo de 15 dias;
- Instrução (se for o caso); 
- Decisão: define o valor da obrigação (liquida a sentença);
- Recurso: Agravo de Instrumento (1.015, Par. Único);
PROCEDIMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA: 
- Após a sua liquidação quando for o caso, o Exequente deve requerer o cumprimento da sentença, contendo os requisitos legais (524); 
- O executado também poderá comparecer espontaneamente e efetuar o pagamento da quantia por ele apurada em cálculo (526); 
- Requerido o cumprimento da sentença, o Executado será intimado para cumprir espontaneamente a obrigação (paga o valor) no prazo de 15 dias. 
- O executado cumpre a obrigação: Extingue-se a execução;
- O executado não cumpre a obrigação no prazo de 15 dias: 
- Incidência de multa no percentual de 10%, e honorários advocatícios de 10% (523);
- O Exequente poderá requer a expedição de certidão para protestar o valor da obrigação ao cartório competente. O pagamento da dívida provoca a baixa no protesto (3 dias); 
- Expedição de mandado de penhora e avaliação (523, § 3º). O exequente pode indicar bens à penhora;
IMPUGNAÇÃO DO EXECUTADO (525): 
- Trata-se de um incidente processual através do qual o Executado pode se opor ao cumprimento de sentença (Não se faz por meio de Embargos à Execução); 
- A impugnação é processada nos próprios autos do cumprimento de sentença (Não se processa em autos apartados ou suplementares); 
- Prazo para impugnação: 15 dias após o transcurso do prazo para cumprir a obrigação espontaneamente;
- Hipóteses de cabimento: 
	- Falta ou nulidade de citação (se ocorreu revelia);
- Ilegitimidade da parte exequente; 
	- Inexequibilidade ou inexigibilidade do título;
	- Penhora incorreta ou avaliação errônea;
	- Excesso de execução ou cumulação indevida de títulos;
- Incompetência do juízo (absoluta ou relativa); 
	- Pagamento, novação, compensação, transação, prescrição.
Obs.:Quando o executado alegar excesso de execução, esse deve indicar qual o valor devido sob pena de rejeição da impugnação. 
- Efeito: A impugnação não impede a prática de atos executivos. Somente suspende a execução se suscetível de causar danos ao executado, e desde que esteja garantido o juízo pela penhora, caução ou depósito; 
- Em caso de efeito suspensivo, o Exequente poderá prestar contra-cutela e requerer o prosseguimento da execução;
- Recurso da decisão que julga a impugnação: Agravo de instrumento (1.015,Par.Único); 
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) DE SENTENÇA DE PAGAR ALIMENTOS (528-533):
- O Requerimento de cumprimento da sentença firmado pelo Exequente, que será processado nos próprios autos (execução definitiva) ou em autos suplementares (execução provisória). No requerimento o Exequente pode optar pelos seguintes pedidos: 
- Execução com pedido de prisão; 
- Execução por quantia certa;
- Execução de Alimentos com pedido de prisão: 
- Ao optar por esse procedimento, o Exequente só pode exigir o pagamento dos alimentos referentes aos 3 meses anteriores ao pedido de execução. Dívida pretérita só é admissível a execução por quantia certa;
- Optando pelo pedido de prisão, o Executado será intimado para em 3 dias: fazer prova do pagamento; justificar a impossibilidade de pagar; ou efetue o pagamento; 
- Faz prova do pagamento: Extingue a execução;
- Justifica a impossibilidade de pagar: Extingue a execução;
- Efetua o pagamento: Extingue a execução;
- Não faz prova do pagamento; não efetua o pagamento; ou o juízo recusa a justificativa: 
- Se o executado for empregado ou servidor público, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento, até o limite de 50%;
- É admissível o protesto da decisão no cartório de títulos;
- Será decretada a prisão do executado por prazo de 1 a 3 meses, em regime fechado (separado dos presos comuns), desde que referente a 3 prestações anteriores; 
- Execução de Alimentos com pedido de execução por quantia certa: 
- Optado pelo pedido de execução por quantia certa, o Executado será intimado para pagar em 3 dias, sob pena de expropriação de bens (penhora);
- Execução de Alimentos Provenientes de Ato ilícito: Quando a execução for proveniente de ato ilícito que impõe obrigação de pagar pensão, o exequente poderá requerer a constituição de capital que assegure o cumprimento da obrigação, que poderá recair sobre imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras, tornando inalienáveis ou impenhoráveis;
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) DE SENTENÇA A CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (534-535):
- Requerimento do exequente comprovando o valor da obrigação através de memoriais de cálculo; 
- Contra a Fazenda Pública não há incidência de pagamento de multa pelo não cumprimento da obrigação;
- Instrumento de Defesa (Impugnação):
- A procuradoria da Fazenda Pública será intimada para apresentar impugnação ao pedido de execução, caso deseje;
- Prazo da Impugnação: 30 dias (535);
- Fundamentos da defesa (535); 
- Processamento da impugnação: A impugnação será processada e julgada nos próprios autos da ação cognitiva;
- Recurso contra a decisão que julga impugnação: A decisão é impugnável mediante Agravo de instrumento; 
- Não havendo impugnação ou rejeitada a que for apresentada, o juiz assim procederá: 
- Expedir-se-á a Requisição de Pequeno Valor (RPV), a ser depositado no máximo em 60 dias, nos seguintes termos: 
- União: Valores até 60 salários mínimos;
- Estados e DF: Até 40 SM;
- Municípios: Até 30 SM.
- Valor superior, expedirá ordem de Precatório para o presidente do Tribunal competente, determine a sua inclusão no orçamento do órgão devedor (União, Estado, DF ou Município); 
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER (536-537);
- A execução pode ter início de ofício pelo juízo ou a requerimento do Exequente;
- O exequente poderá busca a Tutela Específica (fazer ou não fazer) ou na sua impossibilidade, a obrigação equivalente (substitutiva ou subsidiária);
- O juiz poderá (de ofício ou a requerimento) determinar providências que garantam o resultado prático da medida, tais como: multa (astrainte), busca e apreensão, remoção, desfazimento, etc;
- Intimação do Executado para efetuar o cumprimento da obrigação (Fazer ou não fazer); 
- Executado cumpre a obrigação: Extingue a execução;
- Obrigação de Fazer: O executado não cumpre a obrigação: 
- Obrigação Infungível (Personalíssima): Converte-se em perdas e danos;
- Obrigação Fungível: A obrigação poderá ser cumprida por terceiro, e o credor poderá executar a quantia paga em execução por quantia certa; 
- Obrigação de não fazer: 
- Se o executado tiver cumprido a obrigação, o juiz determinará o desfazimento. 
- Em caso de impossibilidade do desfazimento: Converte-se em perdas e danos, e procede a liquidação do dano suportado pelo exequente, caso em que continua a execução por quantia certa; 
PROCEDIMENTO DO CUMPRIMENTO (EXECUÇÃO) DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA (538);
- A execução pode ter início de ofício pelo juízo ou a requerimento do Exequente;
- A própria sentença deve especificar o prazo para o cumprimento da obrigação (entregar a coisa - 498), podendo, inclusive, impor multa em caso de descumprimento;
- O exequente poderá busca a Tutela Específica (dar coisa) ou na sua impossibilidade, a obrigação equivalente (substitutiva ou subsidiária);
- O juiz poderá (de ofício ou a requerimento) determinar providências que garantam o resultado prático da medida, tais como: multa (astrainte), busca e apreensão, etc;
- Intimação do Executado para efetuar o cumprimento da obrigação (Entregar o bem); 
- Cumprimento da obrigação: Extingue a execução;
- Não cumprimento da obrigação: Expede-se mandado de busca e apreensão (bem móvel) ou imissão da posse (bem imóvel);
- É admissível a impugnação por parte do executado; 
- Inadmissibilidade de Embargos de Retenção: 
- Estes somente são admissíveis em execução de título extrajudicial (917, IV);
- Nas obrigações de dar coisa proveniente de sentença, o direito de retenção proveniente de benfeitorias deve ser argüido em matéria de contestação; 
- Não se manifestando acerca das benfeitorias, na contestação, deve propor ação objetivando o ressarcimento do valor empregado; 
- Impossibilidade de cumprimento da obrigação: Converte-se em perdas e danos, e procede a liquidação do dano suportado pelo exequente, caso em que continua a execução por quantia certa; 
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Disciplina: Direito Processual Civil IV
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PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL: 
- O processamento da Execução de Título Executivo Extrajudicial, diferentemente do Cumprimento de Sentença, é processado em ação própria, sujeito a ajuizamento (distribuição de petição inicial); 
- A Petição Inicial da Ação de Execução deve conter os seguintes requisitos (798): 
- Endereçamento ao juízo competente;
- Identificação e Qualificação das partes (exequente e executado);
- Indicar qual o seu direito (quantia, coisa, obrigação de fazer ou não fazer); 
- Indicar o valor da causa;
- Instruir a petição inicial com: 
- Título executivo extrajudicial (liquido, certo e exigível, comprovando o inadimplemento;
- Nas obrigações de pagar, apresentar demonstrativo de débito (juros, correção, multa, etc); 
- Prova do cumprimento da obrigação por parte do exequente (quando for o caso); 
- Procuração;
- Prova do preparo ou requerimento de gratuidade de justiça.
 
- Poderá indicar bens passíveis de penhora; 
- Se a penhora recair sobre bens com garantia real, o exequente deverá requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético, credor fiduciário, usufrutuário, promitente vendedor e comprador, superficiário, enfiteuta, proprietário do direito de superfície; A falta de intimação provoca será ineficaz com relaçãoaos credores não intimados; 
- Requerer tutela provisória (quando for o caso). Ex: arresto, sequestro, busca e apreensão, etc; 
- Proceder averbação junto ao registro dos bens penhorados (se desejar); 
Obs. 1: Se a causa admitir várias espécies de execução o exequente deve indicar qual a espécie a ser adotada; 
Obs. 2: Se a obrigação for alternativa e a escolhe couber ao Executado, este será citado para escolher a opção no prazo de 10 dias, se outro prazo não for estipulado em lei ou no contrato. Se não realizada a escolha esta será transmitida ao credor; 
 
- Distribuição ao juízo competente;
- Despacho da Petição Inicial:
- Indeferimento da petição inicial: Quando apresentar defeito insanável, caso em que o processo de execução será extinto; 
- Emenda da inicial: Quando apresentar defeito sanável (incompleta ou mal instruída), o exequente será intimado para corrigir o defeito no prazo de 15 dias; 
- Citação do Executado: Estando em ordem a petição inicial, o executado será citado para cumprir a obrigação inadimplida (pagar, entregar, fazer ou deixar de fazer); 
- Causas que provocam a nulidade da execução (803): 
- Ausência de liquidez, certeza ou exigibilidade (título imperfeito);
- Inexistência ou defeito da citação;
- Ajuizamento antes de tempo (não há inadimplemento); 
- Forma e momento para arguir a nulidade da execução):
- Forma: - Ex officio;
	- Requerimento do executado: - Petição avulsa;
- Exceção de pré-executividade;
- Embargos do devedor;
- Momento para se arguir a nulidade:
	- Qualquer tempo ou grau de jurisdição (matéria de ordem pública);
	- Ação rescisória: se foi objeto de embargos;
- Ação anulatória: se não foi objeto do mérito dos embargos; 
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EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL PARA ENTREGA DE COISA CERTA (806):
- O Objeto da execução deve ser a entrega de coisa (dar, prestar, restituir) pode ser um bem móvel (Pessoal - Ex: veículo, jóia, objetos em geral), semovente (Ex: animal), ou imóvel (Real - Ex: casa, apto, chácara, fazenda, terreno, etc); 
- Procedimento: 
- Ajuizamento da ação executiva contendo além os requisitos comuns para toda petição inicial da ação de execução (798), e mais os seguintes:
- O exeqüente pode quantificar a coisa (caso de execução substitutiva);
- Requerer cominação de multa (pode ser concedida de ofício);
- Admite a cumulação com pedido de perdas e danos (809);
- Juntar documentos indispensáveis (título);
- Despacho do juízo: Estando em ordem a petição inicial, o juiz determinará citação do executado para cumprir a obrigação no prazo de 15 dias, sob pena de pagar multa, determinando ainda, o imediato cumprimento de imissão na posse (imóvel) ou busca e apreensão (móvel ou semovente), caso não satisfaça a obrigação;
- Citação do devedor:
- Coisa Certa: Para entregar a coisa indicada no título no prazo de 15 dias (806); 
- Coisa Incerta: Para entregar a coisa individualizada no prazo de 15 dias (811):
Obs.: Da escolha cabe impugnação por parte do Exequente no prazo de 15 dias, devendo o juiz decidir de plano ou ouvir perito (812);
- Cumprimento da Obrigação (entregar a coisa): Lavra-se o termo de entrega, caso em que se extingue a execução (924, II); pode prosseguir para pagamento dos frutos, da multa imposta e de eventual dano (807), caso em que o valor será apurado em liquidação (809, § 2º); 
- Inércia do Executado: Cumpre mandado de imissão de posse (bem imóvel) ou busca e apreensão (bem móvel);
- Embargo à Execução:
- Prazo: 15 dias da juntada aos autos do mandado de citação, do AR ou da carta precatória (915);
- Os embargos serão admitidos sem o prévio depósito ou apreensão da coisa;
- Efeitos dos Embargos: Não Suspensivo (Admite o levantamento da coisa); O Embargante poderá requerer efeito suspensivo para evitar dano grave ou difícil reparação);
- Recebido os embargos com efeito suspensivo, a imissão na posse é provisória (só se torna definitiva após o julgamento de improcedência dos embargos); 
- Ausência de Embargos: A posse torna-se definitiva;
- Embargos Procedentes: Restituição da coisa ao Executado (Embargante);
- Alienação da coisa após o ajuizamento da ação:
- Continua sujeita a execução (808);
- Constitui fraude à execução (792);
- O mandado executivo incide sobre o adquirente, caso em que admite embargos de terceiro; 
- Inexistência, deterioração, alienação ou recusa de entregar a coisa certa: 
- Converte-se em execução de obrigação substituta (execução por quantia certa);
- Admite a cumulação com perdas e danos; 
- Localização da coisa depreciada: admite o pedido de danos;
- Embargos à Execução com Retenção por Benfeitorias: 
- Além de qualquer outra defesa admissível, o Executado poderá requerer a retenção da coisa face à construção de benfeitoria úteis e necessárias (917, § 5º), enquanto o credor não efetuar o depósito do valor da mesma;
- Execução cumulada com danos, multa e pagamento de frutos: Admite-se a compensação destes com o valor das benfeitorias (917, § 5º);
- Embargos à Execução com Retenção por Benfeitorias: O embargante deve indicar: 
	- Quais as benfeitorias realizadas;
	- Qual o estado anterior e atual da coisa;
	- Qual o valor das benfeitorias; 
	- A valorização da coisa em face das benfeitorias;
- A decisão que julga os Embargos (retenção) cabe Recurso de Apelação. 
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EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER (814):
- Tem por objetivo compelir o devedor ao cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer definida em título extrajudicial. 
- O não cumprimento da obrigação no prazo legal pode implicar na imposição de multa (astrainte). 
- O procedimento varia segundo a natureza da obrigação: Fazer (fungível ou infungível), ou não fazer; 
Procedimento da Execução de Obrigação de Fazer:
- Fungível (816): 
- O executado será citado para cumprir a obrigação no prazo estipulado no título ou, na sua falta, no prazo estipulado pelo juízo, podendo ser estipulado multa por dia de atraso;
- O executado cumpre a obrigação (faz): Extingue-se a execução;
- O executado não cumpre a obrigação no prazo: 
- O credor poderá requerer a conversão em perdas e danos (816); ou 
- Se preferir, o credor poderá executar, sob sua direção, desde que em igualdade de condição com terceiro, caso em deve exercer o direito de preferência no prazo de 5 dias (820). Após a sua realização segue a execução por quantia certa; 
- O credor pode requerer a realização por terceiro (817). Após a sua realização segue a execução por quantia certa;
- Infungível (821): 
- A obrigação é considerada infungível quando pela natureza da obrigação ou pelo contrato, não pode ser cumprida por terceiro;
- Nesse caso o executado também será citação para cumprir a obrigação (fazer), no prazo definido pelo juízo;
- O executado cumpre a obrigação (faz): Extingue-se a execução;
- O executado não cumpre a obrigação no prazo: Será convertido em perdas e danos, caso em que segue a execução por quantia certa; 
Procedimento da Execução de Obrigação de Não Fazer:
- Tem por objetivo impedir que o devedor faça algo a que se comprometeu em não fazer, ou caso já tenha praticado o ato, promover o seu desfazimento. 
- Caso tenha realizado o ato, o executado será citado para promover o desfazimento no prazo fixado pelo juízo, sendo admitido a imposição de multa; 
- O executado cumpre a ordem judicial (promove o desfazimento): Extingue-se a execução;
- O executado não cumpre a ordem no prazo: 
- O credor desfaz ou manda desfazer, sendo as despesas às custas do executado, caso em que continua a execução por quantia certa.
- Na impossibilidade do desfazimento, converte-se em perdas e danos, cujo valor será objeto de liquidação, continuando a execução por quantia certa.
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Disciplina:Direito Processual Civil IV
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EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (910):
- A execução de Título Executivo Extrajudicial é processada em ação própria (ação de execução); 
- Mecanismo: Na execução contra a Fazenda Pública não se processa mediante a expropriação de bens. Os bens públicos são impenhoráveis e portanto, não estão sujeitos à expropriação;
- Julgado improcedente os embargos, o juízo procederá a Requisição de Pagamento mediante Precatório, ou RPV (Requisição de Pequeno Valor) feita pelo Judiciário ao Executivo;
- Dispensa de precatório e expede-se ordem de RPV: 
- União: Valores até 60 salários mínimos;
- Estados e DF: Até 40 SM;
- Municípios: Até 30 SM. 
- Não estão sujeitos a ordem cronológica de precatórios: Crédito de natureza alimentar (art. 100, Par. 1º - A CF): 
Procedimento dos embargos opostos pela Fazenda Pública:
- Citação do poder público para opor embargos no prazo de 30 dias (sem penhora de bens);
- Embargos à execução: Admissível qualquer matéria de natureza processual ou material;
- Não opõe Embargos: Presidente do Tribunal expedirá requisição de pagamento (precatório);
- Opõe Embargos: 
- Rejeita: Expede-se requisição de pagamento (precatório) ou RPV; 
- Conhece: Total ou parcialmente; 
	Obs.: não se admite execução provisória contra a fazenda pública (100, § 1º CF);
- Inclusão da ordem de precatório: Deve ser requisitado até 1º de junho do ano anterior (100, § 1º CF);
- Os valores destinados ao cumprimento do precatório ficarão consignados junto ao Poder Judiciário (100, § 2º CF);
- Preterição do direito de preferência: O presidente do Tribunal pode requerer o seqüestro do valor devido; 
- Precatório complementar: Sempre que houver defasagem em decorrência do atraso no pagamento;
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EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR (911):
- A obrigação alimentar proveniente de Título Extrajudicial pode ser executada de dois modos: 
	- Execução com pedido de prisão: Quando referente aos 3 últimos meses;
	- Execução por quantia certa: Demais meses (penhora);
Processamento da Execução com Pedido de Prisão: 
- Ao optar por esse procedimento, o Exequente só pode exigir o pagamento dos alimentos referentes aos 3 meses anteriores ao pedido de execução. Dívida pretérita só é admissível a execução por quantia certa;
- Petição inicial: Requisitos (319), requerer a citação do executado para pagar sob pena de prisão;
- Despacho: Citação do executado para em 3 dias:
- Comprovar o pagamento;
- Depositar o valor;
- Comprovar a impossibilidade de pagar;
- Posição do Executado: 
- Paga ou comprova o pagamento: Extingue-se a execução;
- Justifica a impossibilidade de pagar: Admitida a justificativa, extingue-se a execução; 
- Não paga, não justifica, justificação não aceita: Será decretada a prisão de 1 à 3 meses (911, §Ú c/c 528, §2º a 7º);
- Possibilidade de desconto em folha de pagamento: Quando o executado for servidor público ou empregado, o juiz poderá determinar que se proceda o desconto no contracheque do executado, e deposite o valor em conta a disposição do credor;
- A prisão do devedor não extingue a obrigação alimentar; 
- O cumprimento da obrigação após a decretação da prisão enseja a revogação da prisão;
- Execução de Alimentos com pedido de execução por quantia certa: 
- Optado pelo pedido de execução por quantia certa, o Executado será citado para pagar em 3 dias, sob pena de expropriação de bens (penhora);
- Despacho: Citação do executado para em 3 dias:
- Comprovar o pagamento;
- Depositar o valor;
- Comprovar a impossibilidade de pagar;
- Posição do Executado: 
- Paga ou comprova o pagamento: Extingue-se a execução;
- Justifica a impossibilidade de pagar: Admitida a justificativa, extingue-se a execução; 
- Não paga, não justifica, justificação não aceita: O processo prossegue como execução por quantia certa, caso em que ocorrerá a expropriação de bens do executado. 
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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE (824):
- É admissível sempre que o devedor possuir patrimônio (ativo) superior à dívida (passivo), e que não tenha sido declarado sua insolvência por sentença;
- Tem por objetivo expropriar os bens do devedor para satisfazer o credor, através de imposição judicial;
- A expropriação consiste em (825):
- Adjudicação;
- Alienação por iniciativa particular ou hasta pública;
	- Apropriação de frutos e rendimentos;
- O executado pode, a qualquer tempo antes da expropriação, remir a execução;
- Remissão: A remissão implica no ato do executado pagar ou depositar o valor da obrigação antes da adjudicação ou alienação dos bens objetos da expropriação.
Procedimento da Execução por Quantia Certa:
- Petição Inicial da ação executiva, podendo indicar bens à penhora e requerer tutela provisória, além de instruir com documentos indispensáveis (título executivo, demonstrativo de débito, etc); 
- Despacho da petição inicial: 
- Admissíveis os atos comuns: Emendar ou corrigir vícios sanáveis; indeferir a petição inicial;
- Citação do executado para pagar em 3 dias, caso em que deverá arbitrar honorários em 10%, podendo ser majorado para até 20%. Cumprida a obrigação no prazo legal, os honorários serão reduzidos para 5%; No mandado deve conter a ordem de penhora e avaliação, caso não seja cumprida a obrigação no prazo;
Obs: Ajuizada a ação o exequente poderá obter certidão para averbação junto aos órgãos competentes; 
- Devedor não encontrado: Arresta-se os seus bens (830), procedendo-se a citação por edital, se for o caso;
- Devedor encontrado: Paga o valor no prazo legal, extingue-se a execução (924, II);
- Devedor não Cumpre a Obrigação: Dar-se início à fase de garantia do juízo e expropriação de bens;
FASE DE GARANTIA DO JUÍZO (PENHORA): 
- Penhora: Trata-se de um ato localização e apreensão de bens do devedor, através do qual se faz a individualização de tantos bens quantos bastem para garantir a satisfação do credor;
- Objetiva proteger (evitar extravio, deterioração, etc) e garantir o direito de preferência sobre os bens apreendidos;
- Efeitos da penhora: 
- Limitar a propriedade através da inscrição junto ao órgão competente;
	- O devedor pode perder a posse do bem (840);
- Quem indica os bens à penhora: 
- Credor: Já na petição inicial (798, II “c”), ou a qualquer tempo;
- Devedor; 
- O credor poderá requerer que o executado indique bens sob pena de caracterizar atentado à dignidade da justiça (774, V) e aplicação de multa (Par. Único); 
- A penhora pode recair sobre todos os bens penhoráveis do devedor, ainda que em poder de terceiros;
- Bens sujeitos à Penhora: Bens penhoráveis pertencentes ao devedor, tantos quantos bastem para satisfazer a obrigação;
- Ordem de preferência da penhora (835); 
- Não estão sujeitos à penhora: Bens Impenhoráveis e inalienáveis (832);
- São bens impenhoráveis (833 e Lei 8.009/90);		
- A penhora sobre bem dado em garantia (penhor, anticrese, hipoteca), fica sujeita a intimação do garantidor 835, § 3º;
- Providências a serem obedecidas com a penhora: 
- A penhora pode se dar por meio eletrônico (Bacenjud (movimentação bancária), Renajud (cadastro de veículo), e Infojud (Receita Federal) (837); 
- Realização do termo de penhora nos autos (838); 
- Intimação do devedor e terceiros (cônjuge, credor hipotecária, pignoratício, etc;
- Averbação do registro da penhora no órgão competente (cartório de imóveis, Detran, etc) (844); 
- Uso da força policial (846);
- Lugar da Realização da penhora: Onde se encontrar o bem (845); 
- Penhora de bens fora da sede do juízo: Será realizada por carta precatória (845);
- Arrombamento e força policial (846) para cumprir a ordem de penhora;
- Guarda dos bens penhorados: Poderá ser nomeado fiel depositários dos bens penhorados, as seguintes pessoas

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