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Revisão da literatura empírica Açaí v.1 12 de setembro de 2017

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Revisão da literatura empírica
Desde meados dos anos 1990, diversos pesquisadores vêm tentando compreender melhor o mercado do Açaí e de seus derivados. Nesse sentido, tentaram explicar melhor o processo produtivo do fruto e dos seus subprodutos, viabilidade econômica, determinantes da oferta e demanda, comportamento do consumidor (preferências e recepção do produto). Além disso, também procuraram localizar possíveis externalidades geradas para outros mercados. 
Muniz-Miret et. al. (1996) calculou o Valor Presente Líquido (VPL) para a produção brasileira de Açaí por hectare, comparando com diversos produtos e analisando a viabilidade econômica das plantações deste fruto. Embrapa (2005), Gomes, Costa e Santana (2005) e Homma et. al. (2006) vão mais além e além de arrolar as características do produto, por exemplo, a composição química do mesmo, registram as técnicas de manejo e colheita, armazenamento, transporte, processamento, custos e rendimento do Açaí. 
Adicionalmente, Nogueira, Santana e Garcia (2010) realizaram uma análise da dinâmica do mercado do Açaí no Estado do Pará, entre 1994 e 2009. Equacionando os determinantes da demanda e oferta do produto, os autores mostraram que essas são inelásticas ao preço Açaí, enquadram-se como bens de luxo, tem o salário rural como principal impactante no custo de produção e que a safra de um ano exerce influência na safra do ano seguinte. 
Mais tarde, Nogueira e Santa (2011) analisaram a sazonalidade do Açaí, sublinhando o comportamento dissonante entre os períodos de safra e entressafra, com grande variação nos valores de produção. Além disso, explicitaram a possível produção deste produto em conjunto com o Bacapa, dado a simetria sazonal da produção dos mesmos.
Todavia, a partir do trabalho de Sabbe e Verbeke (2009), surgiu uma nova tendência de pesquisa do Açaí, cujo enfoque passou a ser o consumidor, provavelmente, em resposta à crescente demanda pelo produto, dada sua alta capacidade energética e associação com práticas esportivas. Em seu trabalho, os autores examinaram a aceitação, intenção de compra e atitudes em relação ao Açaí pelos consumidores europeus. Os resultados foram encorajadores, pois mostraram boa receptividade e elevada demanda potencial. De forma análoga, procederam Menezes et. al. (2011) sobre as preferências e atitudes sobre o Açaí no mercado norte-americano. Similarmente, Santana et. al. (2014) analisaram o consumo de Açaí no mercado varejista do Belém do Pará, separando por tipo de comércio, a saber, quitanda, supermercado, lanchonete. 
Outros autores, como Vallejo et. al. (2014) e Morsello et. al. (2014) projetaram a dinâmica das plantações de Açaí na Colômbia e da especialização da produção voltada para o consumo diante da não extração de madeira, respectivamente. Com isso, pode-se ter uma noção do crowding effect da produção do Açaí, em relação a outros produtos e plantas nativas da região, de produção agrícola ou extração vegetal. 
Em sumário, a literatura aponta particulares da oferta e demanda pelo Açaí, em perspectivas macro e microeconômicas. No entanto, carece de análises detalhadas sobre os impactos socioeconômicos da produção, por exemplo, enunciado as consequências da exploração dessa atividade econômica sobre indicadores sociais, como renda per capita, desigualdade, dentre outros. Adicionalmente, faltam evidências de efeitos transbordamento da produção entre micro e macrorregiões e quaisquer aplicações de métodos de análise espacial.

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