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Procedimento Comum do Proc Civil I

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Procedimento Comum do Proc. de Conhecimento (art. 318 - 512, NCPC):
É aquele instrumento que o sujeito tem que manejar quando deseja obter uma tutela jurisdicional de conhecimento, ou seja, uma situação na qual o autor entende a possibilidade de praticar atos de satisfação, afirmando-se titular de um direito que é resistido pela parte contrária.
O caminho padrão utilizado para a prestação da tutela jurisdicional, dentro do processo de
conhecimento, é o chamado procedimento comum. Se não houver expressa determinação
legal de que uma espécie de conflito deve ser solucionada através de um procedimento próprio, especial, vamos para a vara comum do chamado procedimento comum.
No NCPC o procedimento comum foi unificado, então hoje não temos mais subdivisões, temos apenas o procedimento comum. 
Esse procedimento comum é o instrumento por intermédio do qual o autor vai provocar o exercício da atividade jurisdicional tendente a realizar uma série de atos, a fim de que no final possamos obter uma manifestação judicial, um provimento jurisdicional que vai, então, enfrentar a postulação do autor, a sua afirmação. Estes atos têm que ser praticados
objetivando, buscando a manifestação jurisdicional.
O art. 318, parágrafo único, NCPC diz que as regras que estão estabelecidas no procedimento comum serão aplicadas em outras espécies de processos, ou procedimento, subsidiariamente, quando não houver uma regra distinta “O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. O procedimento comum inicia-se com a petição inicial.
PETIÇÃO INICIAL:
A petição inicial é o ato primeiro de qualquer processo, não só no procedimento comum do processo de conhecimento, como em qualquer outra espécie de processo ou de procedimento. O autor, aquele que toma a iniciativa de provocar a atividade jurisdicional, vai trazer ao juízo a sua postulação, vai provocar o exercício da atividade jurisdicional por este primeiro ato jurídico processual chamado de petição inicial.
A petição é o ato primeiro a ser praticado em qualquer processo, é por intermédio deste ato que o autor vai delimitar, fixar a moldura do quadro sobre o qual a atividade jurisdicional vai se desenvolver. É a partir da petição inicial que o autor vai delimitar sobre o que ele está provocando o exercício da atividade jurisdicional e, por consequência, qual o limite da jurisdição a ser outorgada. Ela impõe os limites em que a atividade jurisdicional poderá ser prestada.
Um dos princípios informativos da teoria do processo é o Princípio Dispositivo, o qual prega que a jurisdição é inerte;
A petição inicial, então, é o ato primeiro do processo através do qual o autor irá descrever, desenhar, fixar o plano sobre o qual ele quer, fazendo uso do seu direito de ação, provocar que o juízo, prestando a jurisdição, representando o Estado, se manifeste, e no limite daquilo que foi prestado. O autor está delimitando a partir da petição inicial os limites subjetivos e objetivos (quem está postulando, em face de quem, e o que quer com esta postulação).
Com a petição inicial, o autor acaba delimitando a própria amplitude da defesa do réu, da eventual reação que o demandado possa ter frente à postulação. Isto porque o réu estará delimitado na sua situação de reação (contestação – reação padrão).
Se a petição inicial fixa o campo sobre o qual a atividade jurisdicional será
prestada, evidentemente que, no que refere ao autor, a petição inicial é a mais
relevante das peças, pois é através dela que ele delimita, subjetiva e objetivamente
o processo, fixa quem são os sujeitos do processo, os motivos que o levam a
postular e os limites da sua própria postulação.
Se a peça que vai delimitar a amplitude da prestação jurisdicional for deferida, o
juiz poderá e deverá atuar no sentido de sanear, de manter aquele instrumento
que, em um primeiro momento, nasce de um interesse de um indivíduo (um
particular titular de um direito que está sendo resistido e provoca o exercício da
atividade jurisdicional para vê-lo reconhecido). A partir do momento em que se
instaura esta nova relação, inicialmente vinculando o autor e o juiz, faz-se surgir
uma relação jurídica de interesse público, tendo em vista que é por intermédio dela
que será exercida aquela atividade típica do Estado que é a jurisdição.
(RESTO DA MATÉRIA (PETIÇÃO) NO PDF – PAG 3 EM DIANTE)
CITAÇÃO (arts. 238 - 259, NCPC):
A citação é um ato processual solene, porque a lei estabelece forma específica para que ele seja constituído, efetivado, como requisito de sua validade, além disso, é solene porque é o ato por intermédio do qual o réu é comunicado. 
A citação é um ato do processo, é o ato pelo qual comunicamos, em um primeiro momento, os sujeitos (réu) para que ele fique vinculado, a fim de que a partir daquele momento eles
fiquem cientes a todas as consequências de compor a relação processual, compareçam, atuem eles, ou não. 
Citação é ato de comunicação, de vinculação, de chamamento tipicamente destinado ao réu (ou executado) que passa a integrar aquela relação jurídica composta, distinta da relação material, que em um primeiro momento vinculava apenas autor e juiz, naquela iniciativa implementada pelo autor, buscando uma eventual tutela jurisdicional e que agora se complementa, vinculando o réu a esta relação.
Princípio da Inafastabilidade, o réu uma vez vinculado – pelos mecanismos próprios (citação) – à relação jurídica processual, não pode deixar de se submeter à jurisdição, terá que se submeter aos atos e o final desta atividade do Estado, querendo ou não, isto é, independentemente da sua vontade. 
O ato de citação é importante, e por isso podemos dizer que o legislador optou por construir para este ato de vinculação prévia, na qual vai surgir a possibilidade da consagração de princípios constitucionais (como o da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal), uma série de regramentos, para que isso se implemente de forma a concretizar a efetiva possibilidade de atuação, manifestação de defesa.
Mas, como é ato de comunicação, o NCPC estabelece no art. 239, §1º que o comparecimento do réu - independentemente de eventual citação, ou mesmo frente a eventual citação que tenha sido implementada em desconformidade com a forma estabelecida na lei, e, portanto, levaria a eventual nulidade -, supre este vício, esta lacuna, tornando aquele ato de comunicação pleno para ensejar os atos subsequentes.
O art. 238, NCPC define a citação, e diz que a citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. O art. 239, NCPC diz que para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Mas o § 1o diz que o comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
Princípio da Eventualidade. O princípio da eventualidade diz que o réu, quando comparece e apresenta a contestação, deve usar aquele momento para trazer toda e qualquer tese de defesa que entenda pertinente para sustentar a sua defesa frente a parte contrária, ou seja, o réu, ao elaborar sua contestação, deve fazê-la de maneira a enfrentar todas as possibilidades, todas as possíveis matérias que ele entenda que sejam cabíveis para rechaçar aquela pretensão trazida pelo autor, seja matérias eminentemente processuais (como vícios nos atos de citação, nulidades processuais), seja questões de mérito (como cumprir certa obrigação). Sendo assim, o réu em sua contestação, tem que trazer tudo, ele não tem um momento para trazer algumas informações, e outro momento para trazer outras informações, todas as informações têm que se dar no mesmo momento. Eis que, uma vez apresentada a contestação, preclusa está a possibilidade de renovar a prática daquele ato (preclusão consumativa), porqueo sujeito já o fez, já o praticou anteriormente.
Então, a citação é este ato próprio de convocação do réu, executado, ou terceiro, para compor, integrar a relação processual para, a partir dali, exercer seus direitos e faculdades processuais, outorgados por lei. Existem diversas modalidades de citação: este ato de comunicação pelo qual o réu ou o executado vai se vincular ao processo pode se dar por uma série de mecanismos (citação por correio, por mandado, por mandado por hora certa, por edital, por meio eletrônico).
Modalidades de Citação: a doutrina costuma classificar estas modalidades de citação em dois grupos distintos, identificando-as como citações REAIS ou FICTAS.
CITAÇÃO REAL: são aquelas modalidades nas quais se têm certeza de que o ato de citação foi implementado, quando há certeza de que a comunicação chegou ao destinatário. As citações reais são a citação por mandado, a citação por correio (carta AR) e a citação por meio eletrônico (modalidade nova).
CITAÇÃO FICTA: são aquelas em que se presumem, que a comunicação chegou ao seu
destinatário. Não há uma certeza de que a citação foi efetivada, existe apenas uma presunção. As citações fictas são a citação por edital e a citação por mandado por hora certa.
a) CITAÇÃO POR MANDADO – feita por Oficial de Justiça, não é a modalidade padrão do nosso sistema atual (citação por correio), mas é a típica no sentido de ser a mais tradicional modalidade de citação. Caracteriza-se por ser extraído um mandado de citação (um documento, uma espécie de carta com as informações estabelecidas em lei), o qual é entregue ao Oficial de Justiça que deverá se dirigir ao destinatário (réu, executado ou terceiro) e lhe comunicar que contra ele foi proposta uma demanda, e que ele tem o prazo de “x” dias para, eventualmente, responder ou comparecer à audiência de conciliação, ou que manifeste seu desinteresse nesta. Então, neste mandado há que se ter a informação
dos passos que o réu deve adotar, quais sejam, responder a demanda, ou comparecer à audiência, ou, ainda, manifestar-se no prazo de 10 dias para dizer que não tem interesse na audiência de conciliação. Além das possibilidades do réu e seus respectivos prazos, o mandado de citação também deverá conter as consequências de eventual inércia, como a aplicação da pena de revelia ou prosseguimento da ação. Isto se dá para que o demandado, que é um leigo, saiba as consequências da sua inércia após ter recebido a citação. Este mandado deverá sempre estar acompanhado de uma cópia da petição inicial.
O Oficial de Justiça deverá ter cuidado para identificar quem é o destinatário, porque a citação, em regra geral, é sempre pessoal e, sendo assim, deve o Oficial de Justiça atentar para que, quando for proceder a citação por mandado, verificar e ter certeza de que está entregando o mandado a pessoa correta, para evitar eventual nulidade. De acordo com o art. 242, NCPC “a citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado”.
Os parágrafos 1°, 2° e 3° do mesmo dispositivo, trazem exceções a esta regra.
§1° Ex: Advogado que tem a si outorgados, via procuração, poderes de receber citação. 
 Ex: O sujeito vai viajar e deixa um mandatário na cidade com poderes para receber citação. 
§2° Ex: Se o sujeito tem que demandar o locador, ele fará a citação na pessoa para quem faz o pagamento (locatário). 
A contrafé é a cópia do mandado acompanhada da cópia da petição inicial, as quais serão
deixadas, pelo Oficial de Justiça, com o destinatário (citando). 
 - Regras para efetuação da citação: art. 243, CPC. 
O art. 244, NCPC estabelece algumas exceções à regra geral, ele privilegia alguns princípios, especialmente o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, citadas em seus incisos. Ex: destinatário na UTI. 
Há também outra exceção, que é parecida, mas não é idêntica, prevista no art. 245, NCPC.
O citando não foi juridicamente ou civilmente incapacitado por ato próprio, então, o Oficial de Justiça tem que citá-lo na pessoa do seu representante legal, mas neste momento, ainda não se tem o ato prévio, mas o Oficial de Justiça percebe que o citando não tem capacidade de discernir, mesmo que ainda não interditado. Sendo assim, o Oficial de Justiça deverá certificar esta constatação, o juiz terá que nomear um curador, não definitivo, para a lide, para representar aquele réu naquele processo, a fim de que ele venha, então, atuar em sua defesa.
O NCPC salienta no §5o que “a citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.” Haverá aí, um pequeno procedimento de reconhecimento de incapacidade (≠ interdição).
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O art. 255, NCPC declara que “nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.” 
Ex: o processo está tramitando em Porto Alegre, o Oficial de Justiça pode citar o réu em Viamão, em Alvorada, em toda região metropolitana para poderá fazer a citação.
OBS: O art. 249, NCPC estabelece que “a citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.”
b) CITAÇÃO POR CORREIO – é a modalidade padrão e, em tese, é a mais rápida. A citação pelo correio é a regra geral. Está regulada a partir do art. 247, NCPC, o qual estabelece que a citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto: I- nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o (ou seja, nas ações de interdição, a citação deverá ser pessoal); II- quando o citando for incapaz; III- quando o citando for pessoa de direito público; IV- quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; V- quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma. 
A citação pelo correio é mais rápida se for feita por mandado na comarca em que o processo está tramitando e, além disso, é bem mais segura, porque não há como o réu se recusar a recebê-la. Mas, se temos que citar o réu que reside em outra comarca, principalmente em outro Estado, a citação pelo correio ainda é mais rápida, porque qualquer precatória de citação para São Paulo, por exemplo, vai levar mais de um ano, e a citação pelo correio vai demorar no máximo duas semanas para ir e voltar. Mas existem situações em que o autor já sabe que o réu não vai receber, vai se negar a receber a citação por correio, diferentemente da citação por mandado, na qual o Oficial de Justiça tem fé pública. O Oficial de Justiça tem fé pública, pois ao cientificar o réu, ao entregar a contrafé e ao buscar colher a assinatura do réu na sua cópia, caso o réu se negue a subscrever, o Oficial de Justiça poderá certificar que naquela data, naquele dia, naquela hora, procedeu a
cientificação do réu João da Silva, lhe entregou a contrafé, mas ele se recusou a assinar a cópia, ou seja, foi citado, mesmo sem ter assinado. Já na citação pelo correio, se o carteiro for ao local e o réu não quiser assinar, o carteiro poderá, no máximo, dizer que o sujeito se recusou e colocar um carimbo de devolução, mas não se terá a citação do destinatário. Não há como o carteiro, compulsoriamente, citar o réu. A citação por mandado muitas vezes surge por não ter havido êxito na citação pelo correio. E, quando eventualmente o autor já sabe que o réu irá se recusar a assinar, ele já pode pedir na petição inicial, justificadamente, que a citação seja feita por mandado.
Na citação pelo correio temos como documento de confirmação a Carta AR (carta com aviso de recebimento). O art. 248, NCPC estabelece que “deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
A citação é pessoal, mas existem situações expressamente estabelecidasem lei que mitigam
esta regra, e o art. 248 §2o, NCPC estabelece uma dessas hipóteses. 
Apesar da pessoa jurídica ser um ente abstrato, quando temos regulada a sua representação judicial e extrajudicial, tem-se a citação pessoal com a citação destas pessoas estabelecidas, no dispositivo (ler incisos 3° e 4°).
Ex: O porteiro pode alegar que o citando está viajando e só voltará daqui a duas semanas, sendo assim, ele poderá se recusar a receber a carta de citação. Corre-se o risco de o porteiro não saber que a parte está viajando, e pegar a citação. Neste caso, caberá a parte, recorrer em juízo. É um risco que as pessoas que moram em condomínios fechados correm. Pode o réu, inclusive, levantar a discussão da responsabilidade civil do condomínio, visto que o ato de seu preposto lhe causou prejuízo. 
Não pode o condomínio proibir o porteiro de receber citação, pois assim os condôminos estariam blindados de receber jurisdição.
c) CITAÇÃO DE MANDADO POR HORA CERTA - também se dá por mandado, é cumprida por Oficial de Justiça, mas é uma espécie de citação FICTA. A citação por hora certa, é a citação por mandado implementada quando o Oficial de Justiça tiver se dirigido por duas vezes ao endereço em que tiver que fazer a citação, e, agregado a este requisito objetivo, temos um requisito subjetivo, que é o fato de o Oficial de Justiça perceber e se convencer de que o destinatário está tentando se ocultar, para inibir, para não viabilizar a citação. Havendo a convergência destes dois requisitos, o Oficial de Justiça pode fazer a citação por hora certa. A citação é por hora certa, porque tem data e hora marcados. 
Se na data e hora marcados o Oficial de Justiça comparecer ao local e o réu estiver, faz-se a citação por mandado normal (≠ da citação por hora certa, porque ele cumpriu o objetivo,
que era citar o réu). 
Juntado nos autos este mandado cumprido, com estas certificações, o Escrivão (ou o Chefe de Secretaria) terá que mandar uma carta normal dando ciência ao demandado daquele ato de citação anterior, ou seja, é um ato complementar.
A citação por hora certa é uma modalidade de citação ficta, porque não é pessoal, não se tem certeza de que o citando irá receber. 
De acordo com o art. 252, NCPC “quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.” 
CITAÇÃO POR EDITAL - é o ato processual, por intermédio do qual nós convocamos, nos
termos da lei processual, o réu ou interessado, para compor a relação que se
instaurou. 
A citação por edital normalmente surge quando não tivermos tido êxito nas tentativas das modalidades anteriores, principalmente por correio ou por mandado. 
As hipóteses de cabimento da citação por edital estão previstas no artigo 256, NCPC que
estabelece que a citação por edital será feita: incisos I, II, III.
§ 1o - Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. Esta modalidade normalmente é utilizada quando infrutíferas as tentativas anteriores.. A situação mais corriqueira da citação por edital é desta hipótese da não localização do réu, de não sabermos onde está o citando, ele está em lugar incerto ou não sabido.
Mas, existem situações em que realmente não se tem certeza de quem é o réu, nos termos do artigo 256. 
EX: Há a hipótese de uma eventual ação possessória contra um ato de esbulho possessório, ou seja, de perturbação da posse na qual me foi retirada, de um conjunto de pessoas. Eu não sei o nome de todos os ocupantes que estão perturbando a minha posse, e fica praticamente impossível que a lei imponha que eu tenha que identificar cada um dos possíveis ou pretensos esbulhadores da minha posse. Então, eu não indicarei o nome deles
na petição inicial, e a citação poderá ser feita por edital. Na prática, muitas vezes, neste caso, quando eventualmente deferida uma eventual ação possessória de urgência, quando o oficial de justiça que for se dirigir no local para cumprir o ato de reintegração da posse, por exemplo, vai ter a tarefa já de começar identificar alguns dos eventuais esbulhadores. O ideal é que identifique todos, mas nem sempre isso acontece. 
A primeira hipótese de citação por edital é nas raras situações das quais não sabemos quem é o réu. Isso não é raro acontecer nas ações de usucapião, quando, eventualmente ainda em face da fragilidade do sistema registral brasileiro, encontramos terras que queremos adquira-la por usucapião, porém, não se sabe de quem é. Nesse caso, se cita por edital, o réu é desconhecido. A segunda hipótese do artigo 256: quando fala em ignorado, é que não se tem conhecimento do réu. Ex: Sabe-se quem é, proprietário do imóvel no qual se quer usucapir, mas não se sabe onde ele está. Essa situação de ignorar o local de onde se encontra o citando, vai viabilizar a citação por edital. 
Inacessibilidade pode ser física ou jurídica: 
A jurídica encontramos no § 1°, quando diz que se considera inacessível quando o citando está em um país no qual não há tratado de reciprocidade com o Brasil, e que não cumpra lá os atos jurisdicionais do Brasil. Ele está em um local inacessível. 
Ao requerer a citação por edital já na inicial, sem primeiro esgotar a localização, se justifique, fundamente (ex: que eu sei que o réu não está aqui, que eu já tentei localizá-lo, etc).
O artigo 257 traz os requisitos do edital, ou seja, o que deve constar no edital.
Quando se fala em edital, se imagina que é a publicação de um aviso em um jornal ou outro meio que se permita essa amplitude de conhecimento, para que, se o destinatário não tomar conhecimento direto, alguém o avise. 
No CPC atual, quando se fala em citação por edital, está lá expressa a publicação em jornal, que é a forma mais clássica. Mas, o NCPC muda essa dinâmica, ele orienta que a citação por edital será feita mediante a publicação em site da rede mundial de computadores próprio, e no diário da justiça. Permite que o juiz poderá, considerando as circunstâncias da comarca, etc, determinar a publicação do edital em jornal de circulação local. Ausente um dos requisitos do artigo 257, em desconformidade entre a forma prevista no sistema e a forma pela qual foi implementado o ato, nulo será este ato. 
O juiz, ao despachar a inicial, determinando a citação do réu, do executado ou do interessado, vai dizer o prazo do edital, que pode ser de 20 a 60 dias, é o prazo de DILAÇÃO.
O prazo para eventual prática do ato (contestação, por exemplo), vai começar a fluir vencido o prazo de dilação, que variará de 20 a 60 dias. O prazo é contado em
dia útil. 
“Na busca de celeridade, de urgência, tem de se ter cuidado para não ofender os direitos mínimos constitucionais (do contraditório, do devido processo legal, possibilidade de efetiva defesa, etc).” Marco Aurélio.
Artigo 259 – Serão publicados editais: incisos.
Quanto à citação por edital, os efeitos da citação válida encontramos previstos no artigo 240 (“A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil)”).
CITAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO: é uma modalidade ainda nova. Encontramos esta modalidade prevista no artigo 246, V. Só vai existir citação eletrônica se houver processo eletrônico vigorando. Na justiça federal, hoje, já é processo eletrônico. A citação por meio eletrônico vai ser a citação feita direto pelo computador, pela internet.
Vimos que o procedimento comum do processo de conhecimento, inicia com a petição inicial, estando regulada esta petição, o juiz determina a citação do réu, vinculando-o ao processo. Citado, surgiria como regra geral, a fase de resposta do réu, na qual ele pode, basicamente, trazera sua matéria de defesa ou pretensões próprias dele frente ao autor (reconvenção). Porém, antes da resposta do réu, na estrutura do procedimento comum estabelecida no NCPC, surge a possibilidade de realizar-se uma audiência de conciliação. Não é uma audiência absoluta, não ocorrerá sempre, o sistema orienta para que tenha, salvo quando não for possível. Esta audiência está regulada no artigo 334 e seus parágrafos. 
Nesta audiência, se buscará viabilizar a conciliação ou a mediação das partes, ou seja, o juízo deverá designar um conciliador ou mediador, para que, em data própria, em local próprio, busque ou conciliar ou mediar aquele conflito, a fim de que, eventualmente, surja uma auto-composição, normalmente mediante uma transação, um negócio jurídico, por intermédio do qual as partes concedam recíprocas possibilidades, disponham, abram mão de parte de sua pretensão. Pode acontecer do réu convencer o autor, ou o autor convencer o réu, e uma das partes renunciar de sua pretensão (neste caso, há um ajuste, uma AUTOCOMPOSIÇÃO também). Porém, na maior parte das vezes, o que vai acontecer é uma auto-composição decorrente de uma transação, ou seja, concessões recíprocas (entrando em um acordo).
Esta audiência surge como padrão, sempre antes de oportunizado ao réu a resposta.
“Como o réu não vai ter contestado ainda, fica menos acirrado o conflito, podendo viabilizar eventual composição”. 
Então, recebeu o pedido, despacha o auto, determinando a citação, e já deve, como padrão, designar esta audiência com antecedência mínina de 30 dias, e cuidando para que o réu seja citado com no mínimo 20 dias antes desta audiência. Este é um prazo peremptório, não tem como mudar, reduzir, mesmo judicialmente, pois a lei é expressa neste sentido. A audiência não será realizada, nos termos do § 4° do artigo 334; 
Então, no sistema atual não encontramos esta audiência de conciliação e mediação antes da contestação do réu. 
No CPC atual nós temos: 
1. Petição Inicial ; 2. Citação; 3. Resposta do réu;
4. Providências preliminares; 5. Réplica (manifestação do autor à resposta do réu); 
6. Julgamento conforme o estado do processo (é uma fase na qual o juiz, dependendo do que aconteceu até o momento, vai ter de decidir alguma coisa, seja extinguir o processo, seja julgar antecipadamente a lide, ou então ele irá marcar a audiência preliminar[alcançar a conciliação]);
7. Audiência de instrução e julgamento (nesta audiência, por determinação da lei, o juiz também deve abri-la tentando uma eventual composição); 
Havendo a conciliação, extingue-se o processo, mediante sentença que homologa a transação feita. 
A audiência de conciliação foi estabelecida na nova estrutura do nosso procedimento comum do processo de conhecimento, regulada a partir do art. 334, NCPC, é uma figura que o legislador inseriu no processo civil para tentar oferecer formas de resolução de conflito mais rápidas, mas céleres. 
RESPOSTA DO RÉU:
É o momento no qual descortina-se ao demandado a possibilidade de implementar algumas atitudes de contraposição, ou de contra-ataque trazido em relação à pretensão apresentada
pelo autor na petição inicial. Depois de o réu ter sido citado, e depois de eventualmente ter ocorrido aquela audiência de conciliação ou mediação, podem surgir algumas situações: 
1) como uma situação extrema de inércia total do ré;
2) um comparecimento do réu no qual ele pode submeter-se a pretensão do
autor (ou seja, comparecer para reconhecer a procedência do pedido);
3)situações de oposição parcial àquela pretensão trazida pelo autor. 
Então, dentro desta etapa de resposta do réu, nós vamos encontrar dentro do nosso NCPC basicamente duas formas de resposta do réu: a CONTESTAÇÃO e a RECONVENÇÃO. 
# CONTESTAÇÃO: é a figura típica de resposta do réu, é a figura por intermédio da qual o demandado vai buscar rechaçar, se opor, afastar o eventual acolhimento da pretensão trazida pelo autor.
# RECONVENÇÃO: é um mecanismo que permite que o réu que se considere titular de um direito frente ao autor aproveite o mesmo instrumento com o objetivo de contra-atacar o autor e trazer uma pretensão nova.
Princípio do Contraditório (por intermédio do qual à pretensão do autor deve ser oportunizada uma manifestação do réu);
Princípio do Devido Processo Legal e do Princípio da Ampla Defesa, as possibilidades de o réu adotar a contestação, a reconvenção e as chamadas exceções. As exceções que estão previstas no CPC/73, podem ser: exceção de incompetência relativa, exceção de impedimento e a exceção de suspeição.
- INCOMPETÊNCIA RELATIVA: a atividade jurisdicional como atividade do Estado é una,
exercida em todo território nacional. Há uma divisão de tarefas entre os diversos juízes que integram o poder judiciário, que presta a jurisdição para que cada um fique responsável por um tipo de causa.
O sistema para uma melhor prestação jurisdicional faz uma fragmentação, a partir de determinados critérios, que inclusive determinam uma organização judiciária brasileira própria para isto, com diversos órgãos que integram o poder jurisdicional, e entre estes são divididas as atribuições do exercício da jurisdição, essa competência é baseada em alguns critérios de divisão desta tarefa. 
São os critérios de divisão da competência: quanto à matéria, quanto à pessoa (competência absoluta), quanto ao local, quanto ao valor (competência relativa). 
A competência é o limite, a parcela, a porção de jurisdição dada a cada um dos juízes que integram o poder judiciário. 
Os critérios quanto a matéria e quanto a pessoa são inderrogáveis, ou seja, se a União Federal é parte do processo, ele não pode ser promovido na justiça estadual, por exemplo. Se a matéria é penal ela não pode ser julgada no juízo cível, por exemplo. Alguns critérios pelo NCPC, vamos encontrar lá pelo art. 42, as regras de divisão da competência interna. 
OBS.: ESTUDAR CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA PARA A PROVA!
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao
juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas,
entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em
que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas
públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o
ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis
será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
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§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado
onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réunão tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta
no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será
proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados
no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu
representante ou assistente.
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora
a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro
de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no
de situação da coisa ou no Distrito Federal.
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Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor
Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá
ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente
federado.
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem
alimentos;
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação
sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano
por ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
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Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se
um deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo
ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco
de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem
resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou
subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á
sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função
é inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do
território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e
aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
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§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão
preliminar de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a
alegação de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o
caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência
em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério
Público nas causas em que atuar.
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO: o NCPC levou estas questões referentes à impedimento e suspeição, por força do art. 146, para fora desta fase de resposta do réu. Visto que as hipóteses de impedimento e suspeição não estão limitadas a ocorrer neste primeiro momento do processo, pois elas podem ser arguidas em turma recursal, em câmara civil, ou seja, em grau de recurso. O art. 146, NCPC estabelece que: “No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicaráo fundamentoda recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.”.
As hipóteses de impedimento não precluem pela não arguição, visto que são hipóteses que a lei prevê como defeso, proibida a atuação do juiz.
A suspeição deve ser arguida dentro daquele prazo estabelecido dentro do art. 146, NCPC, ou seja, nos 15 dias subsequentes à ocorrência da circunstância que justifica a sua provocação. Se o sujeito não arguir a suspeição, preclusa estará a possibilidade de alega-la. No caso do impedimento, não esta preclusa, ele poderá ser arguido a qualquer momento, porém se não arguir neste prazo de 15 dias, poderá arguir no futuro, mas see neste período despesas do processo se implementarem, mesmo que venha a ser aceita depois a tese de impedimento, o sujeito deverá suportar as despesas que se implementaram pela sua inércia. 
As hipóteses de impedimento estão estabelecidas no art. 144, NCPC, e as hipóteses de suspeição estão estabelecidas no art. 145, NCPC. 
A exceção de impedimento e suspeição no NCPC deixou de existir com este nome próprio, agora pode-se alegar o impedimento ou a suspeição nos termos do art. 146, NCPC.
OBS.: Pelo NCPC independentemente da espécie de exceção, vamos alegar a incompetência, seja ela relativa ou absoluta, na própria contestação, ela deverá ser trazida como matéria de defesa.
OBS.: O terceiro não pode arguir impedimento, suspeição ou incompetência. Porém, se ele for litisconsorte necessário, mesmo que chamado no decorrer do processo para integrar a lide, ele é parte do processo e pode alegar impedimento, suspeição ou incompetência. Quando ocorre substituição de partes no meio do processo, a incompetência relativa não pode ser alegada. A incompetência absoluta pode ser alegada a qualquer momento.
A substituição de partes, uma vez formado o processo, só pode ser alterada naquelas específicas hipóteses que a lei estabelece, como por exemplo, quando faleceu o autor ou o réu é o sucessor assume a posição de parte. Mas há uma estabilidade objetiva, não há como migrar. Uma vez fixada a causa, e a incompetência relativa não sendo arguida pelo originário demandado não há que se alterar. Claro, sendo incompetência absoluta, a qualquer momento poderá ser arguida, e o próprio juiz pode e deve reconhecer de ofício sua eventual incompetência absoluta. 
Se for absoluta até pode arguir, mas a relativa não, porque a inércia do denunciante convalidou aquele juízo como competente para atuar. 
Se ele entende que aquele juízo é incompetente para aquela ação, ele não deverá manejar
a oposição. Como é liberalidade dele, ele deverá esperar terminar aquela primeira ação em juízo incompetente, e promover ação própria em juízo devidamente competente.
MEDIAÇÃO ≠ CONCILIAÇÃO - na conciliação o conciliador pode propor formas de composição, fazes propostas para que haja este acordo, esta transação. Na mediação a posição do mediador deve ser mais neutra, a estrutura do pensamento da mediação pressupõe que o mediador não faça sequer propostas, ele tem que oportunizar, encaminhar, transitar, no sentido de que as partes conversem efaçam quase uma catálise de solução dos seus conflitos internos para buscar uma convergência. A grande diferença da mediação para a conciliação é a diferença na postura daquele que está atuando como facilitador da composição, por isso que o NCPC fala em mediação ou conciliação. A forma mais comum de composição é a conciliação, porque a tendência é de a pessoa atuar para buscar um meio termo entre as duas partes. Na mediação a postura deve ser mais inerte, no que refere a solução em si.
CONTESTAÇÃO (art. 335 – 342, NCPC):
É a típica forma de resposta do réu, em face do procedimento comum do processo de conhecimento, juntamente com a reconvenção. A arguição do impedimento ou suspeição será realizada nos moldes do art. 146, NCPC, não é uma forma própria de resposta do réu, mas pode ser arguida pelo réu neste momento, bem como a declaração de incompetência. Na contestação o réu tem a oportunidade de juntar aos autos toda a sua defesa, contrapor-se ao pedido, à pretensão trazida pelo autor. Quando se fala em resposta do réu, se está falando em defesa do réu. E vale destacar que dentro do processo, o réu pode manejar tanto defesas PROCESSUAIS como defesas de MÉRITO. 
DEFESAS PROCESSUAIS são aquelas em que o réu maneja atacando o processo, ou seja, o instrumento, ele se opõe, ele busca rechaçar aquele pedido do autor não adentrando no mérito, na defesa meramente processual o réu não suscita se o autor tem ou não razão, ele suscita questões meramente de ordem instrumental, técnica. Ex.: Incompetência do juízo; Autor não está devidamente representado e é incapaz. A defesa trazida pelo réu, pode não atacar a pretensão, o mérito da causa, mas sim as condições do instrumento. Podendo elas serem alegadas na própria contestação ou em instrumento próprio, como a alegação incompetência (CPC/73).
DEFESA DE MÉRITO é aquela defesa em que o réu ataca a própria pretensão do autor. Ex.: o réu nega ser devedor do autor por uma série de motivos. A defesa que o réu pode manejar dentro do processo, pode ser processual ou de mérito. Quando se fala em contestação, esta atuação do réu está orientada por dois princípios básicos, que são o Princípio da Eventualidade e o Princípio do Ônus da Defesa Especificada (art. 336 e 341, NCPC). 
Princípio da Eventualidade: o réu deverá alegar, em sua contestação, toda a matéria, sob pena de preclusão. O princípio da eventualidade como princípio orientador da contestação estabelece que deve o réu ao elaborar a sua contestação, trazer toda e qualquer matéria de defesa de que lhe seja lícito trazer. Ou seja, toda eventual matéria que ele entenda pertinente para se opor à pretensão do autor deve ele alegar, porque ele não terá nova oportunidade de fazê-lo O princípio da eventualidade orienta o réu no sentido de que na elaboração da contestação, deve o réu trazer toda e qualquer matéria que lhe entenda pertinente para afastar a pretensão do autor. 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
PRINCÍPIO DO ÔNUS DA DEFESA ESPECIFICADA: 
orienta e é inexorável à ideia da contestação. O réu em sua defesa deve impugnar/invalidar cada um dos fatos alegados pelo autor. Uma das consequências de eventual inércia do réu que não contesta, é a aplicação da pena de revelia, que pode gerar a confissão. 
O ônus da defesa especificada indica que se o autor trouxe na sua petição inicial vários fatos que viabilizam o acolhimento da sua pretensão, deve o réu na sua defesa impugnar cada um destes fatos, sob pena de, se não impugnar cada um dos fatos articulados pelo autor, os teremos por verdadeiros, ou seja, aplica-se a pena de confissão. É por este motivo que não pode-se fazer contestação com negativa geral. 
O art. 341, NCPC estabelece que: “Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo nos seus incisos. Ex.: Ação reivindicatória de bem imóvel, depende de juntada de certidão do registro de imóveis, matrícula imobiliária, instrumento público – neste caso, se o réu não contestar não se aplica a pena de
confissão, visto que o documento não juntado é da substância do ato); 
Estes dois princípios devem estar sempre claros quando formos falar de contestação. Na contestação o réu deve atender a eventualidade, trazer toda a matéria de defesa que puder trazer, e não deixar de questionar ou se opor a todos aqueles fundamentos do pedido do autor, como o próprio pedido do autor é proposto, cheio de pedidos (Ex.: quando há cumulação de pedidos). O NCPC não traz à contestação um formato rígido, um modelo específico, apenas estabelece que o réu deve atuar desta forma, carreando a matéria de defesa e especificando cada um dos fundamentos trazidos pelo autor. Além disso, nacontestação, antes de o réu discutir o mérito da causa (ex.: se é ou não devedor), ele deverá preliminarmente arguir alguma das matérias, que se por ventura for o caso, estão estabelecidas no art. 337, NCPC. Estas matérias são preliminares e se encontram no início da contestação, vem escrito “Preliminarmente” e após são colocadas estas alegações. Estas alegações preliminares dizem respeito a essas matérias que a lei orienta, que o NCPC orienta, que devem ser apresentadas pelo réu, para a análise do juiz, antes de enfrentar o mérito porque são matérias que dizem respeito ao instrumento, são matérias processuais, que o réu ataca o instrumento manejado por alguma situação de vício que ali existe, e quer que o processo se resolva e seja até mesmo extinto, sem ingressar na seara do mérito. Estas matérias estão elencadas no art. 337, NCPC. A
maioria dessas matérias leva à extinção do processo sem resolução de mérito.
O art. 337 estabelece que: Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I- inexistência ou nulidade da citação;
II- incompetência absoluta e relativa (ou seja, a incompetência de qualquer
natureza vai ser alegada como preliminar na própria contestação, sejam as figuras
do art. 64, NCPC – diferentemente do CPC/73);
III- incorreção do valor da causa (na petição inicial a toda causa deve ser atribuído
um valor, se a atribuição do valor da causa, segundo juízo do réu, for equivocado
ele poderá arguir esta desconformidade entre o valor e o art. 291, NCPC e
impugnar o valor da causa como preliminar de mérito– diferentemente do CPC/73,
onde isto se dava em uma peça separada da contestação);
IV- inépcia da petição inicial (art. 330, NCPC trata de quando a petição inicial será
indeferida, e o §2º diz que ela será indeferida quando ela for inepta e define o que é
petição inicial inepta); §2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas
partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
V- perempção (se dá quando o autor der causa à extinção do processo devido a
abandono do processo por três vezes consecutivas – art. 485, NCPC);
VI- litispendência (se dá quando se repete ação já proposta, e em andamento, a
ação é idêntica quando tem o mesmo pedido, causa de pedir e partes – art. 337 §1º,
NCPC); §1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada. §3o Há litispendência quando se repete ação que está em
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curso.
VII- coisa julgada (é a repetição de ação idêntica a outra já ajuizada e já julgada -
art. 337 §4º, NCPC); §1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se
reproduz ação anteriormente ajuizada. §4o Há coisa julgada quando se repete ação
que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
VIII- conexão (a conexão de causas se dá quando há identidade de causa de pedir
ou de pedido, as duas causas serão reunidas para o juízo prevento, o juízo prevento
é aquele que primeiro distribuiu ou registrou a petição inicial - art. 59, NCPC – de
acordo com o art. 55, NCPC, havendo ações conexas tramitando em separado, serão
elas reunidas);
IX- incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X- convenção de arbitragem (hipótese de resolução do processo sem sentença de
mérito);
XI- ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII- falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar (Ex.: se o
processo foi extinto por abandono, para promover de novo deve-se fazer prova de
que pagou as custas e honorários);
XIII- indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça (é uma forma de
impugnar o pedido de gratuidade da justiça deferido ao autor, e pode ser alegada
na contestação como preliminar de mérito, não precisa mais ser feita por
instrumento autônomo).
Estas matérias podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz, com exceção da incompetência relativa e da convenção de arbitragem, para reconhecê-las ele precisa ser provocado. Se o réu puder conhecer e suscitar a incompetência relativa do juízo ou a convenção de arbitragem, e não o fizer, preclusa estará a possibilidade de fazê-lo. A possibilidade de suscitar a incompetência relativa ou a convenção de arbitragem preclui pela inércia do réu. As outras matérias não precluem, visto que o juiz pode reconhecer de ofício, porém mesmo assim, o réu pode vir a responder pela sua inércia. O art. 337 §6º estabelece que a ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. Se o réu fica inerte, ele concorda que não quer o juízo arbitral. E o art. 337 §5º estabelece as situações em que o juiz pode reconhecer de ofício, então, excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. Quando falamos em contestação o que tem que se ter cuidado na elaboração são os dois princípios, e atender na sua formatação essa regra do art. 337, NCPC. O prazo da contestação no procedimento comum do processo de conhecimento é de 15 dias. Devemos ter cuidado quanto ao termo inicial deste prazo, ou seja, quando ele começa a ser contado. Esta regra está prevista nos incisos do art. 335, NCPC – “O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a data: I- da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II- do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III- prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. 
O termo inicial é sempre excluído, e conta-se só dias úteis. Se houver litisconsórcio o prazo é individual. O prazo de contestação é de 15 dias, o termo inicial destes 15 dias varia conforme o caso concreto.
Resposta do réu no procedimento comum do processo de conhecimento: Aspectos referentes à típica forma de resposta do réu, que é a contestação, que encontramos regulada no NCPC a partir do artigo 335. Esta peça, por intermédio da qual o réu tem a oportunidade de exercer o seu direito de ação (bilateralidade da ação), do contraditório e da ampla defesa. É nesta peça que ele trará toda a sua matéria de defesa, ou seja, todas as eventuais alegações que possa entender ser útil a fim de se opor a pretensão trazida pelo autor na inicial.
Diferente da estrutura da contestação hoje existente, estabelecida no CPC atual, no NCPC houve uma ampliação de matérias as quais deverão ser apresentadas na própria contestação.
Se quisermos identificar os pontos principais desta peça, que no que se refere ao réu é a mais importante, pois é aí que ele vai delimitar a sua matéria de defesa (assim como o autor na peça inicial delimita a abrangência da jurisdição a ser
prestada, o espaço dentro do qual o juiz poderá outorgar ao autor os pedidos que
ele trouxe), tanto é que um dos princípios que orienta a elaboração desta peça de
resposta, de defesa, de rechaço, de oposição, trazida pelo réu, é justamente o
princípio da eventualidade. Encontramos este princípio consagrado no artigo 336, que diz que incumbe ao réu na contestação, trazer toda a matéria que lhe seja possível, como forma de opor-se a pretensão do autor. “Incumbe ao réu alegar, nacontestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
Estas matérias podem ser de natureza processual ou genérica. O réu tende a afastar eventual acolhimento da pretensão do autor, atacando o processo como instrumento do exercício do direito de ação do autor (suscitando nulidade, eventuais questões de incompetência, impedimento, suspeição, litispendência, coisa julgada, perempção, etc – matérias que por força do artigo 337, deva ele alegar como preliminar de mérito, ou seja, antes de enfrentar a pretensãodo autor). O princípio da eventualidade também é complementado no artigo 342, que orienta que após a contestação, somente será lícito ao réu trazer novas matérias de defesa nos específicos casos ali previstos. “Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: LER INCISOS.
Frente a eventual nulidade de citação, pode a parte ré, comparecer apenas para suscitar esta nulidade, mas se esta nulidade não for acolhida, e ele não tiver apresentado eventual peça de defesa, tempestiva, não será oportunizado novo momento para fazer. Por isso que, se ainda dentro do prazo de contestação, embora haja provável nulidade do pedido da parte autora, se contesta igual, porque na hipótese de não acolhida a tese de nulidade, alguma coisa já se apresentou.
Junto com o princípio da eventualidade, o outro princípio norteador da elaboração desta peça por parte do réu é o princípio do ônus da defesa especificada, que é uma orientação que está também consagrada, positivada, no diploma legal (já no CPC anterior e repetido neste NCPC – artigo 341). Que reitera a necessidade de o réu opor-se especificadamente, ponto a ponto, caso a caso, aspecto a aspecto, daqueles fundamentos de fato que eventualmente o autor trouxe na sua petição inicial. É necessário que se atente para impugnar cada um dos fundamentos que eventualmente o autor trouxe na sua petição inicial como ensejadores, adequados, justificadores, do acolhimento do pedido por ele apresentado, sob pena de, não impugnando, termos por verdadeiros àqueles fatos. Salvo nas situações excepcionais trazidas no próprio artigo 341.
Estes são os dois princípios que temos de cuidar sempre quando falamos de contestação, deste momento oportunizado ao réu para que ele se oponha a pretensão do autor. Esta peça da contestação encontra-se como uma das diversas modalidades de resposta do réu, é uma típica forma de resposta do réu. Resposta esta que se verificava no CPC anterior como um momento que havia muitas possibilidades, desde se comparecer para reconhecer da propositura do pedido, até a inércia total, ou reconhecer para simplesmente contestar, ou, além disso, manejar a exceção (alegando exceção de impedimento ou suspeição do juiz, ou
eventual exceção de incompetência relativa), e ainda, reconvir. Sem ainda esquecer as possibilidades que temos no CPC atual de, não concordando com o valor da causa, manejar um incidente próprio de impugnação ao valor da causa (artigo 261). Ou, não concordando com o pedido e o indeferimento da justiça gratuita ao autor, manejar um incidente próprio, nos termos da Lei 1.060/50. Muitas destas figuras agora estão agregadas no próprio corpo da contestação (NCPC). Ex: As exceções de impedimento, por força do artigo 146, NCPC, serão manejadas por peça própria, mas não como figura de resposta típica do réu, que o é, até porque o impedimento ou suspeição não é matéria que pode ser suscitada apenas pelo réu (o autor também, em determinada situação, poderá fazê-lo). 
 Já as figuras de incompetência relativa e absoluta, são suscitadas na nova estrutura, por força do artigo 337 do NCPC, como preliminar de mérito, diferente da estrutura anterior, na qual se estabelecia que apenas a incompetência absoluta do juízo poderia ser arguida como preliminar de mérito, enquanto que a incompetência relativa impunha o manejo de uma terceira forma de resposta do réu, que é a exceção.
Da mesma forma, a questão do valor da causa e do benefício da gratuidade da justiça, que se quisermos impugnar, devemos fazer via contestação.
OBS: No artigo 337 não consta a prescrição e decadência, pois não são preliminares, são questões de mérito, que levam a resolução de mérito, às sentenças definitivas.
O novo aspecto diz respeito à circunstância de eventualmente o réu alegar ilegitimidade passiva.
A NOMEAÇÃO A AUTORIA: Esta figura, tem o objetivo de permitir que o réu, tendo sido inadequadamente demandado, ou seja, a ação tendo sido dirigida erroneamente a determinado sujeito, esta demanda ser “salva”, ou seja, o réu indicar ao autor que a origem dos atos que ele entende que estar vinculada ao réu, não está vinculada a ele. A origem está vinculada a outra pessoa. A nomeação a autoria, então, no NCPC, permite o redirecionamento da demanda mal proposta contra o réu que poderia, ou alegará, esta eventualmente ilegitimidade passiva. (como no caso 3 de LPJ)
As hipóteses típicas da nomeação a autoria está ligada as questões da posse (alguém que é mero detentor da coisa, e que pratica atos de posse em nome de terceiro, ou quando praticou atos que em tese pode levar a uma eventual ação de indenização, mas o fez sob ordem de terceiro, este que foi demandado suscita, diz que não é o possuidor do bem, e sim que é mero detentor.
Ex: caseiro, chacreiro, jardineiro, empregado contratado, etc. 
Então, a nomeação a autoria permite este redirecionamento da causa, no qual o réu citado maneja este instrumento próprio a fim de que o autor da ação se manifeste se concorda ou não com esta eventual indicação trazida pelo nomeante (réu). Se o autor indicado pelo réu concordar, o réu sai e a ação é redirecionada ao nomeado, que vai ser citado para poder responder. Se o autor não concordar, ele vai poder manter o nomeante réu como réu da demanda, não sendo afastada deste réu a possibilidade de continuar asseverando a sua ilegitimidade passiva. 
Por força do artigo 338, se orienta que toda a vez que o réu alegar ilegitimidade passiva, deve o juiz oportunizar ao autor que, no prazo de 15 dias, retifique a sua petição inicial, e redirecione aquela demanda proposta contra A, para ser proposta contra B. Para isso, é necessário, que o réu, ao alegar a sua ilegitimidade passiva, se souber, sob pena de responder por eventuais despesas que se implementarem por sua inércia, deverá indicar na sua manifestação a parte passiva legítima. Dependendo da situação concreta, ele pode não saber, porém, sendo conhecedor, deve indicar quem seria o legitimado passivo para aquela demanda. Uma vez alegado isso (na própria contestação – não será necessário instrumento próprio, autônomo, como o era até então, CPC73), recebida a contestação, na qual o réu estará alegando a sua ilegitimidade, o juiz deve intimar o autor, na pessoa de seu advogado, para que se ele quiser, redirecione a demanda para a pessoa que foi indicada pelo réu. Se o autor concordar com a provocação trazida pelo réu, no sentido de que haja
redirecionamento, concordando com a saída do réu, ele deverá, nos 15 dias subsequentes à sua intimação, apresentar uma petição inicial aditada, retificada, para fazer incluir no pólo passivo aquele que foi indicado pelo réu, ou, se caso o ré não tinha conhecimento e o autor concordou com a sua ilegitimidade e tomou conhecimento do outro réu (mesmo sem indicação).
O parágrafo único do artigo 338 do NCPC regula a questão de custas e honorários devidos pelo autor. Quando ele concordar com a alegação de ilegitimidade passiva trazida pelo réu e, portanto, manifestada, aditando a sua petição inicial, para que a ação seja redirecionada a um terceiro, que não era réu até então, o autor deverá, nos termos do parágrafo único, realizada a substituição, reembolsar as despesas e pagar os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre 3% e5% do valor da causa ou, sendo este irrisório, se faz por equidade, nos termos do artigo 85, § 8o. Diferentemente da nomeação, que hoje não há nenhum regramento (ainda que pelo princípio da causalidade, se terá que remunerar e fixar os honorários do advogado). Este pagamento estabelecido pelo parágrafo único vai ser o requisito formal para que possa ocorrer o redirecionamento. O artigo 338, quando fixa esta dinâmica do redirecionamento, já impõe como requisito para a própria atuação do processo que o autor já faça esta comprovação.
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízosdecorrentes da falta de indicação. O réu, ao alegar ilegitimidade, se souber, ele tem que alegar quem é o terceiro novo réu. Se souber e omitir, ou indicar de forma errônea dolosamente, ele irá responder pelas despesas fruto do retardamento imotivado, e eventual prejuízo causado ao autor. Se não souber, tudo bem.
O § 1o traz um exemplo de requisito que deve ser atendido, sob pena de não prosseguir o feito.(...) Ou seja, fazer prova do pagamento dos honorários. 
Ademais, o autor não está obrigado a redirecionar a causa, ele pode entender que diferentemente do que o réu está a afirmar, a sustentar, de que ele é parte ilegítima, ou seja, o autor pode não concordar com a alegação do réu. Ele só fará esta alteração se ele concordar. Vai ser objeto de debate na própria demanda a própria ideia da ilegitimidade ou não do réu. Então, a alegação trazida pelo réu poderá ou não ser de plano acolhida pelo autor. 
Por força do § 2o do artigo 339, pode optar em manter a demanda contra o réu original, e ainda requerer a citação do terceiro. Todas estas são situações que devem ser dimensionadas, riscos que devem ser considerados, pelo autor. Ao concordar com a retirada do réu e redirecionar contra o terceiro que foi indicado por este, o autor está correndo o risco de que este novo terceiro que venha a ser réu no processo sustente a mesma coisa que o antigo réu, isto é, de que também não é a parte legítima no processo.
Nesta dinâmica de redirecionamento, que decorre de uma manifestação do réu na contestação de ilegitimidade passiva, há de ser animizado(?) pelo autor da pertinência. Ele aceita se quiser, se não quiser continua com réu. Se continuar com o mesmo réu, este vai poder continuar sustentando a ilegitimidade, que poderá vir a serreconhecida no final. Se ele aceitar o redirecionamento, também corre o risco de que eventualmente o terceiro que vá ser vinculado sustente a mesma ilegitimidade.
E pode, por fim, escolher manter os dois (§ 2o do artigo 339). Também, evidentemente, correndo o risco de um ou outro ter sucesso na alegação de ilegitimidade, ou mesmo os dois.
No do § 2o, o autor não está se falando concordando com a saída do réu. O réu fica, e ainda vem o outro, então, não há por enquanto, que se falar em ressarcimento de honorários. 
Só se falará em ressarcimento de honorários, no final da causa, depois de todo o processamento do feito, na sentença, reconheça-se a ilegitimidade passiva do réu. Haverá um litisconsórcio passivo, o primeiro demandado, e o que foi depois vinculado. Este terceiro assume sim a posição do réu, e pode alegar a sua ilegitimidade também. A lei não impede que este réu indicado como parte legítima, e que foi aceito pelo autor, e que foi citado, e no prazo da resposta, apresentou contestação e alegou também ilegitimidade, que se o autor aceitar novamente, e concordar com a retirada desse aí também, o autor terá que arcar com o mesmo ônus do artigo 332, salvo se foi feita uma indicação erroneamente, dolosamente, pelo réu. Mas, acontecendo o
redirecionamento, e este que foi chamado arguir, e o autor de plano concordar com a saída deste, ocorre a típica aplicação do parágrafo único do artigo 338. É a mesma lógica da nomeação a autoria sucessiva, que a doutrina permite. O artigo 339, no caput, fala em falta de indicação, não em indicação errônea, mas a jurisprudência e a doutrina vão entender que havendo uma indicação dolosa, ele vai acabar suportando este prejuízo também.
OBS: Os honorários de sucumbência são aqueles que decorrem de uma decisão que julga o feito, de sentença, que vai ser suportado pela parte vencida na causa, em favor do vencedor. São fixados pela decisão judicial da sentença ou acórdão. São honorários advocatícios, mas são fruto da sucumbência. Existem os honorários advocatícios contratuais, ou seja, aqueles que eventualmente o profissional pactua com seu cliente, mediante contrato de honorários, para prestar um serviço. São, normalmente, por força de lei, independente dos honorários sucumbenciais, ou seja, independentemente de eventual verba sucumbencial, independente de sucesso na causa. Honorários do parágrafo único do artigo 338 são sucumbenciais.
Tem-se que, quando eu concordo que o réu saia, eu estou concordando que dirigi a demanda de forma equivocada. O advogado atuou, portanto, deve ser remunerado (de forma mais singela, tanto é que é de 3% a 5% apenas).
Então, o artigo 338 e 339 inovam na dinâmica processual em comparação ao texto atual. Inovam no que se refere ao mecanismo, pois até então faríamos mediante a nomeação a autoria, e agora faremos nessa outra dinâmica, na qual o réu, na própria contestação, vai trazer a tese da ilegitimidade, se implementando estes processos já destacados.
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA: A incompetência deve ser alegada na própria contestação. O legislador, então, trouxe no artigo 337 estabelecido que qualquer que seja o tipo de incompetência que vai ser arguida deverá ser feita na própria peça da contestação,
como preliminar de mérito. 
Há uma possibilidade prevista no artigo 340, que quando o réu quiser alegar a incompetência do juízo no qual tramita o feito, ele poderá fazê-lo, entregar, protocolizar a sua contestação no juízo do domicílio do réu, naquele que ele entende ser o competente. Depois é que será remetido para o juízo de origem, onde foi distribuída inicialmente a inicial, para ser julgada a tese da incompetência, esta a questão preliminar que foi trazida.
No CPC atual, as exceções suspendem o processo, significa dizer que o manejo de uma exceção – de impedimento, suspeição ou incompetência – suspende o processo, e se há suspensão do processo, há suspensão dos prazos como conseqüência. 
Hoje, manejada por um instrumento próprio, chamado exceção de incompetência relativa, eu devo apresentar no prazo da contestação - hoje, e se eu manejo a exceção no quinto dia, o processo se suspende, e eu posso comparecer hoje só para alegar a exceção de incompetência relativa; esperar julgar, e depois de julgado, eu sou intimado pro resultado, e, independente do que for julgado, eu tenho mais 10 dias para apresentar a contestação, pois, apresentada a exceção, suspende o processo. E, depois de julgada a exceção, eu apresento a contestação, que eu não tinha praticado este ato ainda. 
O principio norteador da contestação, o principio da eventualidade. Se eu quero arguir a incompetência tudo bem, mas devo argüir esta incompetência e todo o resto também, pois, seja acolhida ou não a incompetência, não me será reaberto o prazo para complementar o ato chamado de contestação. 
Antes, então, suspendia, depois de intimado do julgamento, me
era retomado o prazo que havia sobrado (é entregue o prazo remanescente, aquilo
que faltava – diferente da interrupção). Esta incompetência, absoluta ou relativa,
deverá ser arguida na própria contestação.
O artigo 340 diz que apresentada a contestação na qual houve a sustentação de preliminar de incompetência, no juízo que o réu entende competente, vai ser protocolizado primeiro mediante sorteio entre qualquer órgão que compõe aquele juízo. Se ele foi citado por carta precatória, ele irá juntar na própria carta precatória que serviu como instrumento para a sua citação, e vai retornar para o juízo de origem. Retornando ao juízo de origem, se for acolhida a incompetência argüida, é remetido para o juízo incompetente, que será aquele que já funcionou no juízo deprecado. Então, esta demanda foi proposta em outro juízo, frente ao qual foi arguida a incompetência, face ao que foi acolhida, e se remete para o juízo competente, e vai atuar aquele que já atuou, via precatória ou na distribuição. Este é o critério de fixação de competência funcional. “Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.”
Se o réu apresentou contestação, e nele apresentou a argüição da incompetência, essa defesa tem que ser juntada nos autos,e há que se dar oportunidade ao próprio autor para que se manifeste (na fase das providências preliminares – réplica). Dependendo do conteúdo da defesa apresentada pelo réu, o autor tem que ter essa possibilidade de se manifestar antes de resolver (contraditório). Então, esta audiência de conciliação ou mediação que, por ventura, tenha sido designada, não poderá ocorrer, deverá ser cancelada.
CONSEQUÊNCIA DE EVENTUAL ACOLHIMENTO DA INCOMPETÊNCIA ARGÜIDA: se a incompetência for arguida, pelas regras fixadas a partir do artigo 42 do NCPC, que estabelece qual o juízo que é competente para qual situação, isto é, se esta tese for a arguida pelo juízo de origem, e definida a competência, e se reconhecida for que é lá no juízo onde o réu apresentou a sua defesa, este processo deverá ser remetido para lá. O juízo de origem vai declinar da atuação, remetendo para o juízo no qual foi apresentada a contestação pelo réu. E, pela figura da prevenção, e pela fixação de competências pelo critério funcional, pois o juízo que já atuou no processo é que será o juízo competente. 
§ 2o - “Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento”. 
OBS: O juízo frente ao qual se suscitou a incompetência, apesar da réplica, ele vai ter que se liminar a resolver a incompetência, não vai poder avançar. Sequer a nulidade da citação ele vai poder alegar. O juiz primeiro terá que decidir se é competente ou não. Dentro destas figuras de resposta do réu, depois deste já ter sido citado, surge a possibilidade do réu apresentar reconvenção. A reconvenção é uma figura que está estabelecida no artigo 343 do NCPC.
Eu apresento, no prazo da resposta, simultaneamente, a exceção, a contestação e a reconvenção. No NCPC, a reconvenção, por força do artigo 343 é mais uma postulação do réu que vai ter que ser trazida na própria contestação.
A reconvenção é uma ação que o réu pode, apresentando o instrumento já posto(contestação), trazer uma pretensão própria sua frente ao autor. Independentemente do réu se opor a pretensão do autor (no pedido que o autor trouxe), este réu se afirma, se reconhece como titular de um direito próprio dele frente ao autor e, preenchidos alguns requisitos, aproveita o instrumento já posto, com o típico objetivo de economia processual, para promover uma verdadeira ação dele (réu), contra o autor. O réu passa de mero sujeito passivo na relação processual a ser réu reconvinte, ou seja, autor da ação de reconvenção, que será manejada nos próprios autos da demanda, trazendo o réu reconvinte uma pretensão dele frente ao autor (autor reconvindo). 
Frente à determinadas situações, presentes alguns requisitos (os do artigo 343), permite o legislador que o réu passe a ter uma atitude ativa, de postulação, de pretensão frente ao autor, buscando que aquele processo, que aquelas fases que se irá percorrer, sirva para que ao final a sentença, não só rechace ou acolha o pedido do autor, mas também acolha o pedido do réu frente ao autor. 
A reconvenção, então, é uma figura na qual permite que o réu, traga uma pretensão própria sua frente ao autor. O réu afirma-se titular de um direito, e portanto, pede um provimento jurisdicional que reconheça o seu direito frente ao autor. O mesmo que o autor podia fazer, o réu poderá fazer.
O momento de uso da reconvenção, na estrutura nova, é na apresentação da contestação. Se o réu não contestar, sua possibilidade de reconvir precluiu, mas não a sua possibilidade de apresentar a postulação que, por ventura, ele poderia ter feito na reconvenção. O réu pode estar apenas aproveitando o instrumento, baseado na ideia da economia processual, na busca de tentar evitar eventuais decisões objetivamente contraditórias, para que uma única sentença resolva tudo.
Se ele não contestou, seu direito efetivamente não prescreveu, apenas ele não poderá usar este mecanismo, terá que promover uma ação autônoma, e que provavelmente será tida por conexa àquela, e nesse caso, será reunida. O grande objetivo, vantagem, é a economia processual. Aproveitam-se todos os atos, as instruções do feito, para resolver duas questões distintas. Tenta evitar, também decisões objetivamente contraditórias, pois, da mesma situação de fato, que surge
uma pretensão do autor frente ao réu, pode ser que o réu entenda que ele é que é o lesado, o titular do direito controvertido. Com a supressão do procedimento sumário do NCPC, isso pode acontecer em uma ação de acidente de trânsito, por exemplo, onde duas pessoas se envolvem no acidente, e uma, entendendo-se que é vítima, pois a outra parte agiu com culpa (imprudência), e promove uma ação de indenização. O réu citado, não só entende que não foi o responsável, mas imputa ao autor a responsabilidade, e quer indenização, usando o mesmo instrumento, baseado no mesmo fato (que é o acidente de trânsito). Se o réu simplesmente contesta, o máximo que ele irá conseguir é uma sentença de improcedência, e não terá que indenizar pelos danos do autor. Ele poderia promover uma ação em separado, sem saber que o autor também estava promovendo a sua ação contra ele, e ambas seriam vão acabar sendo reunidas. 
A reconvenção permite que ocorra uma ampliação da atividade jurisdicional. A dinâmica da reconvenção hoje, é que ela será julgada pela mesma sentença que julgar a ação principal. Não é necessário para que o réu tenha sucesso na reconvenção que o autor tenha insucesso na ação primeiro. Ambas podem ser julgadas procedentes, ou ambas podem ser julgadas improcedentes. Não há vinculação direta entre o acolhimento de uma e a rejeição da outra. Haverá de ser regulado a sucumbência. A legitimidade da reconvenção é ampliada no NCPC, apesar da função dela ser a mesma no CPC e no NCPC, pois, o NCPC estabelece que o réu pode reconvir contra terceiro, o réu pode trazer terceiro para ser o réu reconvinte contra o autor (estas situações no CPC atual não existia). A contestação e a reconvenção devem ser apresentadas simultaneamente
no prazo da defesa, sob pena de preclusão. No CPC atual, eu apresentar a
contestação no 10° dia, eu não posso apresentar a reconvenção no 11° dia, pois o réu é citado para responder, e essa resposta contempla várias coisas, inclusive a contestação e a reconvenção. Se eu contesto e não reconvenho simultaneamente, ou seja, em peças separadas, eu não vou poder reconvir no dia seguinte, mesmo que dentro do prazo. As peças são independentes, mas o prazo é comum (CPC atual). 
No NCPC é mais junto ainda, pois a reconvenção tem de estar dentro da contestação. O réu pode apenas comparecer para reconvir, e não contestar (mas a não contestação vai impor a revelia, etc).
Hoje tem que recolher custas, e provavelmente será mantida a mesma causa, pois os Tribunais não vão querer abrir mão de dinheiro. Se eu vou querer demandar amparado do benefício da gratuidade, eu posso pedir na reconvenção também (AJG).
A reconvenção é o instrumento que permite que o réu use um mesmo instrumento para demandar contra o autor, mas há de ter um nexo entre as duas situações, que está previsto no próprio artigo 343. “Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. Então, o pedido terá que ter uma conexão pelo pedido ou pela causa de pedir (pois se trata de conexão) com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Tem que ter um liame mínimo que vincule isso, para não ser um assunto totalmente diferente.
Pode haver audiência de conciliação e mediação para a reconvenção trazida pelo réu? A reconvenção é apresentada apenas na contestação, então, em tese, ela será apresentada depois da audiência de conciliação e mediação. Na audiência, o acordo não está restrito ao tema da ação principal, então, pode ser que o réu traga como forma de compensar eventual pretensão dele frente ao autor. 
O acordo fechará tudo, sem ficar nada de fora. Se por acaso não houve a audiência, ou houve e ela foi infrutífera, e agora

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