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1 Mercado Financeiro Faculdade Estácio de Sá Luciano Henrique Castanon luciano@castanoninvestimentos.com.br - Graduado em Administração de Empresas. - Faculdade Machado Sobrinho. - MBA em Finanças / Gestão de Investimentos. - Fundação Getúlio Vargas. - Sócio da Castanon Investimentos, afiliado XP Corretora Juiz de Fora. 2 3 5 Apresentação A disciplina Mercado Financeiro se constitui em uma apresentação do ambiente complexo que compõe o mercado financeiro e de capitais no Brasil e no mundo. Busca caracterizar as instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional, a relação entre empresas e o mercado de capitais, além dos diversos mercados do dinheiro. 6 1- Identificar agentes que compõem o Sistema Financeiro Nacional. 2 - Caracterizar os mercados do dinheiro. 3 - Demonstrar a relação entre as empresas e o mercado de capitais, bem como os mecanismos para a abertura de capital. 4 - Apresentar os mercados de ações e derivativos, assim como as técnicas de análise de ações. Competências: 4 7 • Principais Mercados Financeiros • Panorama do Mercado Financeiro Nacional • Sistema Financeiro Nacional • Função dos Bancos Unidade 1 - Introdução 8 • Mercado Monetário • Mercado de Câmbio • Mercado de Crédito • Mercado de Capitais Unidade 2 – Os Mercados do Dinheiro 5 9 • Principais Ativos de Renda Fixa • Principais Indicadores de Renda Fixa • Títulos Públicos • CDB – Certificados de Depósito Bancário • Debêntures • IOF • Tributação em Renda Fixa • Ativos com Isenção do Imposto de Renda Unidade 3 – Mercado de Renda Fixa • Mercado de Capitais e a Economia • Estrutura do Mercado de Capitais • Participantes do Mercado de Capitais • CVM • CBLC • Corretoras de Valores • Bolsas de Valores 10 Unidade 4 – As empresas e o Mercado de Capitais 6 11 • Tipos de Ações • Código das Ações • Governança Corporativa • Abertura de Capital • Dividendos • Juros Sobre Capital • Direitos dos Acionistas • Índices da BOVESPA Unidade 5 – Mercado de Ações • Riscos • Análise fundamentalista 12 Unidade 6 – Análise de ações 7 CAVALCANTE, Francisco. Mercado de Capitais. O que é, como funciona. 7° Ed -Rio de Janeiro: Elsevier, 2009 LIMA, Iran S. ET all. Curso de Mercado financeiro. São Paulo: Atlas, 2007 PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais. Fundamentos e Técnicas. São Paulo: Atlas, 2007. BOOKSTABER, Richard M. Mercado Financeiro: A crise Anunciada. Rio de Janeiro: Campus, 2008. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São Paulo: Atlas, 2006. MELAGI, F. A. ISHIKAWA, Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Atlas, 2007 13 Bibliografia Básica Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional do Brasil é o conjunto de Instituições e instrumentos financeiros que possibilita a transferência de recursos financeiros, dos ofertadores finais para os tomadores finais e cria condições para que os títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado 14 8 Conselho Monetário Nacional (CMN) É a entidade superior do sistema financeiro, sendo puramente normativa. Tem por competência estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia. Também é responsável por regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e por disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. O CMN é presidido pelo ministro da Fazenda e integrado também pelo ministro do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. Subordinadas ao CMN, também existem diversas comissões técnicas e consultivas, que têm por objetivo assessorar o conselho nas tomadas de decisão referentes aos assuntos de sua competência. 15 Banco Central Também conhecido como BC ou Bacen, o Banco Central é a entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e de fazer cumprir as disposições e as normas expedidas pelo CMN, que regulam o funcionamento do sistema – ou seja, é através do BC que o Estado intervém diretamente no sistema financeiro e indiretamente na economia. O Banco Central também atua como banco dos bancos, intermediando as transferências financeiras que liquidam obrigações financeiras entre as instituições. Essas transferências são realizadas utilizando-se uma espécie de contacorrente, conhecida como conta de reservas bancárias, que todo banco atuante no Brasil é obrigado a manter junto ao Banco Central. 16 9 Banco Central Também é através dessas contas de reservas bancárias que o Banco Central recolhe os depósitos compulsórios e realiza operações de redesconto e empréstimo de emergência os bancos. A atribuição mais importante do Banco Central para o mercado acionário ocorre através do COPOM, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. De acordo com as metas de inflação instituídas pelo CMN, o COPOM decide qual deve ser a meta para a taxa básica de juros, a SELIC. A SELIC influencia toda a economia, pois sua alteração tem conseqüências em todo o sistema de juros praticado na economia. 17 Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários, autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que possui a função de normatizar o mercado de capitais. Seu objetivo é promover a expansão e o desenvolvimento do mercado de capitais, criando um ambiente favorável para a emissão e a negociação de títulos característicos desse mercado. É também responsabilidade da CVM fiscalizar e disciplinar a atuação de todos os integrantes desse mercado, tendo poderes para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas. Diante de qualquer suspeita, a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas para identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa. 18 10 Função dos Bancos Dificilmente se poderá identificar uma data a partir da qual os bancos passaram a exercer as funções de grandes prestadores de serviços. Procurando atrair sempre um maior número de clientes, os bancos passaram a oferecer serviços mais rápidos e sofisticados, que, com o tempo, acabaram se tomando rotina. Essa agilização beneficiou sobremaneira os correntistas, principalmente os institucionais. Os primeiros carnês de pagamento levaram muito tempo para serem aceitos pelos bancos. Hoje, existem milhares de convênios assinados com empresas. O banco atual instala caixas avançados em grandes clientes, retira numerário, paga seus empregados e fornecedores, credita a cobrança no mesmo dia de pagamento, oferece caixas automáticos, cartões de crédito, cheques especiais, cheques de viagem, custódia e ordens de pagamento; oferece ainda outros produtos como depósitos a prazo fixo, fundos, seguros e poupança. 19Banco do Brasil Esta instituição teve uma função típica de autoridade monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão do CMN, foi suprimida a conta movimento, que colocava o BB na posição privilegiada de banco co-responsável pela emissão de moeda, via ajustamento das contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional. Hoje, o BB é um banco comercial que opera na prática como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal executor da política oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto, algumas funções que não são próprias de um banco comercial comum, como o Departamento de Comércio Exterior (Decex) que desempenha funções nitidamente governamentais; a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis; a execução de serviços ligados ao orçamento geral da União; a execução do serviço da dívida pública consolidada; a aquisição de estoques de produção exportável e a execução da política de preços mínimos de produtos agropecuários. 20 11 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do País; tendo como objetivos básicos: Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; fortalecer o setor empresarial nacional; atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de produção; promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços; promover o crescimento e a diversificação das exportações. Após o Plano Collor, o BNDES ficou encarregado de gerir todo o processo de privatização das empresas estatais 21 Bancos Comerciais Seu objetivo é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. Para atender a esses objetivos, os bancos comerciais podem: descontar títulos; realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente (contas garantidas); realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio internacional; captar depósitos à vista e a prazo fixo; obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes; obter recursos externos para repasse; efetuar a prestação de serviços inclusive, mediante convênio com outras instituições. É importante frisar que a captação de depósitos à vista, que nada mais são do que as contas correntes, livremente movimentáveis, é a atividade básica dos bancos comerciais, configurando-os como instituições financeiras monetárias 22 12 Bancos Comerciais Tal captação de recursos, junto com a captação via CDB e RDB, via cobrança de títulos e arrecadação de tributos e tarifas públicas, permite aos bancos repassá-las às empresas, sob a forma de empréstimos que vão girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.). Em resumo, são intermediários financeiros que recebem recursos de quem tem e os distribuem através do crédito seletivo a quem necessita de recursos, naturalmente, criando moeda através do efeito multiplicador do crédito. 23 Caixas Econômicas Atualmente, como sua principal atividade, integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e o Sistema Financeiro da Habitação, sendo, justamente com os bancos comerciais, as mais antigas instituições do Sistema Financeiro Nacional. Equiparam-se, em certo sentido, aos bancos comerciais, pois podem captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços, embora basicamente dirigidas às pessoas físicas. Podem operar no crédito direto ao consumidor , financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem como têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação. Têm ainda a competência para a venda de bilhetes das loterias, cujo produto da administração constitui-se em mais uma fonte de recursos para sua gestão. 24 13 Caixas Econômicas Entretanto, sua grande fonte de recursos são os depósitos em caderneta de poupança, que são os instrumentos de captação privativos das entidades financiadoras ligadas ao SFH e que garantem o estímulo. à captação das economias das classes de baixa renda, por protegê-las contra a erosão inflacionária e lhes dar liquidez imediata. Sua mais nova atuação está dirigida à centralização do recolhimento e à posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. São, portanto, instituições de cunho eminentemente social, concedendo empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. 25 Cooperativas de Crédito São instituições que atuam basicamente no setor primário da economia, com o objetivo de permitir uma melhor comercialização de produtos rurais e criar facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os centros consumidores, sendo de destacar que os usuários finais do crédito que concedem são sempre os cooperados. 26 14 Bancos de Investimento Foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazos para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas. Seu objetivo maior é o de dilatar o prazo das operações de empréstimos e financiamento, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das empresas, através da compra de máquinas e equipamentos e da subscrição de debêntures e ações. Não podem manter contas correntes e captam recursos pela emissão de CDB e RDB, através de captação e repasses de recursos de origem interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. Devem orientar, prioritariamente, a aplicação dos seus recursos repassados no fortalecimento do capital social das empresas, via subscrição ou aquisição de títulos; na promoção de uma melhor ordenação da economia e maior eficiência das empresas, através de fusões, cisões ou incorporações (corporate finance); 27 Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento Sua função é financiar bens de consumo duráveis por meio do popularmente conhecido "crediário" ou crédito direto ao consumidor. Não podem manter contas-correntes e os seus instrumentos de captação restringem-se à colocação de letras de câmbio junto ao público. (LC, títulos de crédito sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras) Pôr ser uma atividade de grande risco, suas operações passivas não podem ultrapassar o limite de 12 vezes o montante de seu capital realizado mais as reservas. Está também limitada à sua responsabilidade direta por cliente. 28 15 Sociedades Corretoras São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituição depende de autorização do BC e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM e, como tal, operam nos recintos das bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de ações; administram carteiras e custodiam valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos de investimento; operam no mercado aberto e intercediam operações câmbio. 29 SociedadesDistribuidoras Suas atividades têm uma faixa operacional mais restrita que a das corretores, já que elas não têm acesso às bolsas de valores e de mercadorias. Suas atividades básicas são constituídas de: • Subscrição isolada ou um consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários para revenda; • Intermediação da colocação de emissões de capital no mercado; • Operações no mercado aberto, desde que satisfaçam as condições exigidas pelo BC. 30 16 Sociedades de Arrendamento Mercantil Tais sociedades nasceram do reconhecimento de que o lucro de uma atividade produtiva pode advir da simples utilização do equipamento e não de sua propriedade. Em linhas gerais, a operação de leasing se assemelha a uma locação tendo o cliente, ao final do contrato, as opções de renová-la, de adquirir o equipamento pelo valor residual fixado em contrato ou de devolvê-lo à empresa . As empresas de leasing normalmente captam recursos e através da emissão de debêntures, títulos que têm como cobertura o patrimônio da empresa que os emitiu, já que, sendo operações de longo prazo, para sua segurança exigem um funding também de longo prazo. 31 Sociedades de Crédito Imobiliário Estas sociedades fazem parte do Sistema Financeiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), criado pelo Governo para financiar o mercado mobiliário, utilizando a caderneta de poupança como instrumento de captação. Junto com a APE, como entidades financeiras privadas, foram criadas para, serem voltadas para as camadas da população de maior renda, em contraponto com a CEF e as CEE, que visam o público de baixa renda. As SCI podem captar depósitos a prazo com correção monetária, através das letras imobiliárias (LI), e elas podem estabelecer convênios com bancos comerciais para funcionarem como agentes do SFH. Suas operações passivas se baseiam na colocação de LI, na captação de depósitos de poupança e nos repasses da CEF. Suas operações ativas concentram-se em financiamentos imobiliários diretos ao mutuário final ou através da abertura de crédito a favor de empresários para empreendimentos imobiliários. 32 17 Os Mercados do Dinheiro A existência de unidade econômicas com superávit em seus orçamentos e unidades deficitárias ou com o projetos de investimentos que exijam recursos acima dos disponíveis atualmente resulta em oferta e procura do dinheiro, com um tomador de recursos tendo de pagar um rendimento - juros ou participação no lucros – ao doador de recurso para que estes abram mãos dos recursos. 33 Doador Final Tomador Final Capital Capital + Rendimento Os Mercados do Dinheiro Surge a necessidade de um elemento facilitador, que realize a aproximação entre doadores e tomadores gerando um fluxo de negócios que por sua vez, criará um mercado. Este facilitador é o intermediário financeiro, organizado em instituições que aproxima as partes e cria os mercados. 34 Doador Final Tomador Final Intermediário Financeiro Capital Capital + rendimento – remuneração do intermediário 18 Os Mercados do Dinheiro 35 O intermediário financeiro aproxima as partes, estrutura os negócios entre elas, organiza os fluxos, emite títulos próprios quando necessário, compatibiliza prazos, enfim, cria as condições para que os universos de doadores e tomadores sejam grandes o suficiente para gerar um mercado. Segundo certas características, o mercado financeiro costuma ser segmentado em quatro tipos principais de mercados. Embora sejam perfeitamente distintos quanto a suas características, não restam dúvidas de que esses mercados se inter-relacionam e, assim, determinadas operações podem afetá-los simultaneamente Mercado Monetário É o mercado de maior giro financeiro. Nele, são realizadas operações de curto e curtíssimo prazo com o objetivo principal de financiar os desencaixes monetários dos agentes econômicos, ou seja, as instituições financeiras e o Tesouro Nacional negociam entre si nesse mercado o excesso ou a falta de caixa em que incorrem. Fazem isso utilizando títulos públicos. É conhecido, também, como mercado interbancário ou open market. O Banco Central é um importante player desse mercado, operando sua política monetária através da venda ou da recompra de títulos públicos, regulando sua liquidez e, por consequência, a oferta de moeda na economia. Noutro aspecto, o governo também atua através do Tesouro Nacional, suprindo suas próprias necessidades através da emissão primária de títulos. 36 19 Mercado de Câmbio Câmbio é o conjunto de atividades, de governo e dos agentes econômicos, que relaciona o valor da sua moeda nacional em relação as demais moedas estrangeiras. A administração da política cambial é uma das atividades fundamentais dos governos de países bem sucedidos. Intervenções desastradas nos mercado de câmbio pode, arruinar o credito de um pais. Neste mercado são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em moeda nacional e vice-versa. Basicamente, são operações de curto prazo, feitas principalmente por bancos comerciais e corretoras autorizadas. O mercado de câmbio não é apenas uma referência de valor de moeda brasileira em moeda forte, como o dólar. O mercado funciona continuamente para comprar, vender ou arbitrar determinada moeda. 37 Mercado de Crédito Caracteriza-se por funcionar a partir de normas contratuais, que envolvam tomadores de crédito , doadores finais e intermediários do processo de concessão. Nesse mercado, são efetuados os financiamentos de curto e médio prazo, tanto para pessoas físicas como jurídicas. Para as jurídicas, principalmente por motivo de capital de giro; e, para as físicas, por motivo de consumo corrente ou de bens duráveis. As vendas a prazo são exemplos de operações do mercado de crédito. Atuam nesse mercado majoritariamente os bancos comerciais, bancos múltiplos e financeiras. 38 20 Mercado de Capitais Nesse mercado, são efetuados os financiamentos do capital fixo das empresas e das construções habitacionais. Esse financiamento se dá através da emissão e da negociação de títulos e valores mobiliários (que podem ser transacionados). As ações são títulos mobiliários, e sua negociação representa uma operação típica desse mercado. Atuam nesse mercado instituições ditas não-monetárias, ou seja, que não são capazes de multiplicar moeda. São exemplos dessas instituições as corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e bancos de investimento. 39 Mercado de Renda Fixa 40 São denominados como ativos de renda fixa aqueles cuja remuneração ou retorno de capital pode ser dimensionado no momento da aplicação. Os títulos de renda fixa podem ser públicos (ex: NTN) ou privados (ex: CDB, Debêntures), conforme a condição da entidade ou empresa que os emite. O modo mais fácil de entender o que é um título de renda fixa é imaginar cada título como um empréstimo. Cada vez que você compra um título de renda fixa você está emprestando dinheiro ao emissor do título (que pode ser o seu banco, uma empresa ou o governo). Os juros cobrados nada mais são do que a remuneração que você recebe poremprestar seu dinheiro. 21 Mercado de Renda Fixa 41 O investimento em renda fixa é, certamente, o mais popular no Brasil. Seja indiretamente através dos fundos de investimento DI ou de renda fixa, ou diretamente através da caderneta de poupança, dos CDBs, Tesouro Direto e de outros instrumentos. Embora seja encarada como uma alternativa de investimento de baixo risco, é fundamental que o aplicador entenda os principais conceitos e definições deste mercado, o que pode fazer a diferença. Existem opções de investimento disponíveis para todos os bolsos e gostos, desde a tradicional, segura e pouco rentável caderneta de poupança até produtos desenhados para investidores mais agressivos e com mais recursos para aplicar. Títulos de Renda Fixa Pré-Fixados Pós-Fixados Valor de Resgate conhecido no início da aplicação Valor do Resgate apenas é conhecido no final da aplicação LTN NTN-F NTN-B LFT NTN-C Debêntures CRI LCI LCA CDB Renda Fixa – Principais Ativos 22 CDI SELIC IPCA IGP-M Calculado pela CETIP com base na média diária dos Depósitos Interfinanceiros (trocas financeiras entre bancos com prazo de 1 dia). Serve de Indexador para várias operações de mercado. Calculado com base na média diária dos financiamentos de um dia com lastro em Títulos Públicos (operações compromissadas). Divulgado pela SELIC. O IPCA, medido mensalmente pelo IBGE, foi criado com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final. O IPCA é considerado o índice oficial de inflação do país. O IGP-M é pesquisado pela FGV. Tem a mesma metodologia do IGP DI, mas refere se à coleta de preços realizada entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte, e não no mês completo. Renda Fixa - Principais Indexadores RENDA FIXA - Previsibilidade de retorno Preservação de capital - Tendência em países desenvolvidos Risco Soberano - Entre 90 e 97% do CDI Fundos DI Risco Privado - Entre 99% e 110% Fundos renda fixa crédito privado e CDB Maior exposição a crédito privado (Cuidar análise) Redução das taxas de administração Pequeno investidor mais sacrificado (<R$100mil). Taxa de administração consome a rentabilidade INDICAÇÃO Urgências e necessidades diárias Preservação de capital Parcela ultra conservadora = DI Parcela menos conservadora = Renda Fixa Crédito Privado Por que Investir em Renda Fixa? 23 São títulos com a finalidade principal de captar recursos para financiamento da dívida pública, e atividades do Governo federal como educação, saúde e infra-estrutura. Títulos Públicos Títulos Rentabilidade Características NTN-B (IPC-A) + (juros) Juros semestrais e o principal no vencimento NTN-B Principal (IPC-A) + (juros) Juros + principal no vencimento NTN-C (IGP-M) + (juros) Juros semestrais e o principal no vencimento LFT Selic Juros + principal no vencimento NTN-F Juros Pré-Definido Juros semestrais e o principal no vencimento LTN Juros Pré-Definido Juros + principal no vencimento Títulos Públicos 24 Tesouro Direto: Serviço do Tesouro Nacional; Destinado a pequenos investidores (PF) com CPF, residência no Brasil e conta em Instituição cadastrada; Mínimo de R$200,00 e máximo de R$400.000,00 por mês; Forma negociação: o próprio cliente via Internet no site do Tesouro Direto; Quem operacionaliza: CBLC; Liquidez: Diária na compra, e semanal (quartas-feiras) na venda. Títulos Públicos Risco de Crédito: risco do Governo Federal não pagar (inexistente); Risco de Mercado: risco das oscilações da taxa de juros e índices de inflação; Risco de Liquidez: risco de não conseguir vender os papéis ao preço desejado para o Tesouro Direto. Rentabilidade Depende de cada título. Podendo ser na venda, pagamento de juros e no vencimento. Base de Cálculo Pré ou Pós-fixada Liquidez Semanal, das 09:00AM de quarta-feira ás 05:00AM de quinta-feira Títulos Públicos - Características Títulos Públicos 25 Compra e venda no mercado secundário; (somente por mesa de operações) Destinado a todos investidores (PF e PJ); Mínimo de R$ 50.000,00 sem limite máximo para aplicação; Quem operacionaliza: SELIC; Liquidez: Diária para compra e para venda. Títulos Públicos O CDB é um título de crédito emitido por bancos que paga uma taxa de juros pré-fixada ou pós-fixada. As aplicações mais usuais são com os CDBs com prazos de 30 dias a 720 dia. Pode ser resgatado a qualquer momento, após a carência. Antes o Banco pode não rentabilizar o valor e devolver apenas o capital. CDB – Certificado de Depósito Bancário 26 Risco de crédito: risco do emissor - Instituição Financeira; Risco de mercado: oscilação da taxa de juros e índice de inflação; Risco de Liquidez: não há risco de liquidez após sua carência. CDB É GARANTIDO pelo FGC até R$ 250.000,00, por CPF e por Instituição Financeira Rentabilidade É dada apenas no Resgate do CDB Base de Cálculo Pós-fixado, atrelado a uma % do CDI acordada na compra do CDB multiplicada pelo montante em função do tempo Liquidez Após o vencimento da carência é diária CDB – Características Mercado Primário – Bookbuilding É uma espécie de leilão para definição dos juros que a debênture irá remunerar. Bookbuilding = período de reserva + coleta de intenção de taxas. Há possibilidade de rateio. Mercado Secundário Se a debênture foi emitida por intermédio de oferta pública, ela pode ser negociada no mercado de balcão, no BovespaFix ou na CetipNet. Debêntures 27 Risco de crédito: risco do emissor – Empresa; Risco de mercado: oscilação da taxa de juros e índice de inflação; Risco de Liquidez: Não conseguir vender as debêntures no mercado secundário ao preço desejado. Rentabilidade Depende de cada debênture. Podendo ser na venda, pagamento de juros e no vencimento. Base de Cálculo Pré ou Pós-fixada Liquidez Diária Debêntures - Características 1% ao dia sobre o valor de resgate/referência, limitado ao percentual do rendimento conforme tabela: É calculado no resgate em caso de permanência por prazo menor do que 30 dias e antes do cálculo do IR. Prazo (dias corridos) % do IOF sobre o rendimento Prazo (dias corridos) % do IOF sobre o rendimento 1 96 16 46 2 93 17 43 3 90 18 40 4 86 19 36 5 83 20 33 6 80 21 30 7 76 22 26 8 73 23 23 9 70 24 20 10 66 25 16 11 63 26 13 12 60 27 10 13 56 28 6 14 53 29 3 15 50 30 0 IOF – Renda Fixa Resgate em prazos menores do que 30 dias, para se evitar operações de curtíssimo-prazo 28 Alíquota do imposto de renda sobre aplicações de Renda Fixa: •IR - Renda Fixa Prazo da Aplicação % IR sobre o Rendimento Bruto Até 6 meses 22,50% 6 - 12 meses 20% 12 - 24 meses 17,50% + de 24 meses 15% Tributação em Renda Fixa CRI – Certificado de RecebíveisImobiliários LCI – Letra de Crédito Imobiliário LCAs – Letras de Crédito Agrícola CRIs e LCAs são ativos destinados apenas a Investidores Qualificados *Investidores que tenham pelo menos R$ 300.000,00 investidos em quaisquer aplicações financeiras. Ativos com Isenção do IR 29 Os CRIs são títulos de renda fixa nominativos, de livre negociação e lastreados em créditos imobiliários; Possuem fluxo de pagamentos de contraprestações de aquisição de bens imóveis, ou de aluguéis; São emitidos exclusivamente por sociedades securitizadoras. CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários Risco de crédito: risco do emissor; Risco de mercado: oscilação da taxa de juros e índice de inflação; Risco de Liquidez: Não conseguir vender o papel no mercado secundário do preço desejado. Rentabilidade Depende de cada CRI. Podendo ser na venda, pagamento de juros e no vencimento. Base de Cálculo Pós-fixada Liquidez Baixa CRI – Características 30 São títulos de crédito de emissão privativa de instituições financeiras que atuam na concessão de crédito imobiliário. Podem ser emitidas, na forma escritural, nominativa e endossável e, identificando os créditos que lhes são caucionados, por bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, Caixa Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias hipotecárias. LCI – Letra de Crédito Imobiliários IR: são isentos do imposto de renda na fonte e declaração – para pessoa física; Garantias: garantidos por alienação fiduciária de imóveis - garantia real e pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito); Investimento mínimo: apenas R$ 30.000,00; Prazo: de 2 meses a 2 anos; Taxas: pós-fixadas atreladas a um % do CDI, pré-fixadas ou IGPM + cupom. Exemplo de ganho pela isenção de impostos: Uma LCI (prazo de 6 meses) com remuneração líquida de 91% do CDI, equivale a um CDB de 113,75%. LCI – Característica 31 A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de emissão exclusiva de instituições financeiras públicas e privadas. A LCA foi o primeiro título a ser utilizado pelo Banco do Brasil para captação de recursos com lastros em CPRs. Compra através da mesa de renda fixa da XP assim como as debêntures, mas não há venda antes do prazo de vencimento do papel. LCA – Letra de Credito do Agronegócio Risco de crédito: risco do emissor – Empresa; Risco de mercado: oscilação da taxa de juros e índice de inflação; Risco de Liquidez: não tem risco de liquidez, pois este papel não tem venda, ele tem de ser levado até o vencimento. Rentabilidade É dada apenas no vencimento da LCA Base de Cálculo Pós-fixada Liquidez Não há liquidez LCA – Característica 32 Títulos Públicos x Perfil do Investidor 63 Títulos Públicos LFT Destinado a investidores com horizonte temporal em aplicações de curto prazo, rentabilidade atrelada a taxa básica de juros(Selic), sem risco de crédito e baixíssimo risco de mercado. LTN Destinado a investidores com horizonte temporal no médio prazo, com rendimento conhecido na aplicação, com liquidez, e que não precisem sair antes do vencimento. Pois há risco de mercado, o que pode afetar a rentabilidade. NTN-F Destinado a investidores com horizonte temporal no médio prazo, com rendimento conhecido na aplicação, com rendimentos semestrais, com liquidez, e que não precisem sair antes do vencimento. Pois há risco de mercado, o que pode afetar a rentabilidade. NTN-B Destinado a investidores com horizonte temporal em aplicações no médio/longo prazo, quem busca preservar o valor do dinheiro ao longo do tempo, com rendimentos semestrais, e com liquidez. Porem apresenta risco de mercado. 64 Títulos Privados x Perfil do Investidor Títulos Privados Debêntures Destinado geralmente a investidores com horizonte temporal no médio prazo, para quem visa uma maior rentabilidade, com liquidez, sem risco de mercado. Porem contem um pequeno risco de crédito (depende da empresa emissora). CDBs Destinado ao investidor com horizonte temporal em aplicações de curto a médio prazo, contem risco de crédito, mas com a garantia do FGC que garante 60k. Rentabilidade atrelada a % CDI. LCA Destinado a investidores com horizonte temporal no médio prazo, Investidores Qualificados (já ter pelo menos 300k em qualquer aplicação financeira). Porem não tem liquidez, tem de ser levada ao vencimento, é ISENTO DE IMPOSTO. CRI Destinado a investidores com horizonte temporal no médio prazo, Investidores Qualificados (já ter pelo menos 300k em qualquer aplicação financeira). Tem baixa liquidez, preferencialmente deve ser levada ao vencimento, tem rendimentos mensais, e é ISENTO DE IMPOSTO. LCI Destinado a investidores com prazo de 2 meses a 2 anos, sem liquidez, mínimo de 30k, 60k garantido pelo FGC, e ISENTO DE IMPOSTO. Não tem liquidez, tem de ser levada ao vencimento. Rentabilidade atrelada a % CDI.
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