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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ – FORTALEZA CE CURSO DE BAICHAREL EM DIREITO MARIA NATÁLIA MENDES DE OLIVEIRA JUSTIÇA RESTAURATIVA EM CONTRAPOSIÇÃO A JUSTIÇA RETRIBUTIVA; PSICOLOGIA JURÍDICA FORTALEZA, CE ABRIL DE 2017 MARIA NATÁLIA MENDES DE OLIVEIRA 2 JUSTIÇA RESTAURATIVA EM CONTRAPOSIÇÃO A JUSTIÇA RETRIBUTIVA; PSICOLOGIA JURÍDICA O tema a ser apresentado é referente à disciplina Psicologia Aplicada ao Direito, tendo como objetivo ser avaliado para somar com a nota da prova Av1, orientado pela professora Ana Marques, no curso de bacharel em Direito, no Centro Universitário Estácio de Sá. FORTALEZA, CE ABRIL DE 2017 RESUMO A Justiça Restaurativa baseia-se num procedimento de consenso, em que a vítima e o infrator, e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados pelo 3 crime, como sujeitos centrais, participam coletiva e ativamente na construção de soluções para a restauração dos traumas e perdas causados pelo crime. Sendo assim a justiça restaurativa se apresenta como sendo um modo alternativo de solução de conflitos, dessa forma será analisada sua importancia para a sociedade, com o objetivo de reparar os danos e socializar o indivíduo causador. A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais. Melhor dizendo, a Psicologia estuda o que motiva o comportamento humano – o que o sustenta, o que o finaliza e seus processos mentais, que passam pela sensação, emoção, percepção, aprendizagem, inteligência. A Psicologia Jurídica, tem como objetivo compreender a natureza psíquica do fenômeno jurídico para o indivíduo globalizado, os problemas das relações sócio-jurídicas comportamentais e os processos mentais dos jurisdicionados e dos agentes funcionais da justiça em face de estruturas normativas que regulam a vida social. Quando se fala de psicologia jurídica a primeira imagem que vem em nossas mentes é a do “doutor” que tenta entender uma mente criminosa, ou que atue apenas junto aos presos, porém a psicologia jurídica vai além disso. Ela é a área da psicologia que está em correlação com Direito, tanto nas questões teóricas como práticas. PALAVRAS - CHAVES Justiça Restaurativa; Justiça Retributiva; Principais características; Psicologia Jurídica. Campos de aruação; Importância. ABSTRACT 4 Restorative justice is based on a consensus procedure, in which the victim and the offender, and, where appropriate, other individuals or community members affected by a crime, as subjects, participate actively in the construction of collective solutions for the restoration of trauma and loss caused by the crime. Thus the restorative justice presents itself as an alternative way of resolving conflicts, thus will be considered your importance to society, with the objective of repairing the damage and socializing the individual cause. Psychology is the science that studies human behavior and mental processes. Rather, psychology studies what motivates human behavior – what holds, what ends and their mental processes that go through feeling, emotion, perception, learning, intelligence. The forensic psychology aims to understand the psychic nature of legal phenomenon for the individual problems of the globalized world, socio-behavioural and legal relations the mental processes of the courts and of functional agents of Justice in the face of regulatory frameworks governing social life. When talking about forensic psychology the first image that comes to our minds is the "doctor" who tries to understand a criminal mind, or to act only with the inmates, but the forensic psychology goes beyond that. It is the area of the psychology which is in correlation with the right, both on the theoretical questions as practices. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................5 5 2 CONCEITOS E DIFERENÇAS ENTRE JUSTIÇA RESTAURATIVA E RETRIBUTIVA.................................................................................................5 3 PRÁTICAS RESTAURATIVAS E SUAS CARACTERÍSTICAS ..................7 4 A DIFERENÇA ENTRE PSICOLOGIA E SENSO COMUM........................ 1. INTRODUÇÃO 6 O tema tem como objetivo uma abordagem sobre justiça restaurativa e justiça retributiva , estabelecendo uma diferenciação desta em relação à as duas justiças, além de destacar os elementos fundamentais das práticas e suas principais características. O direito penal é acima de tudo responsável por manter a paz social e a coexistência pacífica na sociedade e não deveria ser uma forma dessocializadora, que por muitas vezes erra por cometer as principais atrocidades contra os princípios fundamentais, como a dignidade da pessoa humana. Diante a uma sociedade intolerante a qual vivemos, é de extrema importância o estudo sobre a diferença entre as duas práticas de justiça, para que assim, possamos compreender o real impacto que ambas causam na sociedade. Com o objetivo de compreender a importância da Psicologia Jurídica para a formação do aluno bacharel em Direito, e, a relação entre a Psicologia e o Direito, realizaremos uma pesquisa. 2. CONCEITOS E DIFERENÇAS ENTRE JUSTIÇA RESTAURATIVA E RETRIBUTIVA A Justiça Restaurativa basea-se num procedimento de consenso em que a vitima e o infrator, afetados pelos crimes, participam coletivamente e ativamente na construções de soluções para a restauração dos traumas e perdas causadores pelo crime. Portanto, o crime, para a justiça restaurativa, não é apenas uma conduta típica e antijurídica que atenta contra bens e interesses penalmente tutelados, mas, antes disso, é uma violação nas relações entre infrator, a vítima e a comunidade, cumprindo, por isso, à Justiça Restaurativa identificar as necessidades e obrigações oriundas dessa relação e do trauma causado e que deve ser restaurado. A Justiça Retributiva é a conhecida lei de talião, "olho por olho, dente por dente" do Antigo Testamento tecnicamente, leva o nome de justiça retributiva. Não difere muito da vingança. Aplica-se a pena porque o réu a "merece". Essa noção de merecimento, é claro, só faz sentido quando dispomos de um Deus ou alguma outra entidade metafísica que sustente uma idéia de Justiça perigosamente platônica. 7 A justiça retributiva tem como propósito o afastamento das partes envolvidas diretamente no litígio, determinando-se que haverá apenas uma forma processual, em que o poder judiciário interrogará ofensor sobre o delito cometido por ele, sem ao menos investigar ou ver necessidade dos motivos que levaram a cometer o delito, não tendo o ofensor uma reflexão sobre sua conduta, e nas conseqüências que trouxe na sua vida, ou na da outra parte, a ofendida. VALORES JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Conceito jurídico-normativo de Crime – ato contra a sociedade representada pelo Estado - Unidisciplinariedade Conceito realístico de Crime – Ato que traumatiza a vítima, causando-lhe danos. - Multidisciplinariedade Primado do Interesse Público (Sociedade, representada pelo Estado, o Centro) – Monopólio estatal da Justiça Criminal Primado do Interesse das Pessoas Envolvidas e Comunidade – Justiça Criminal participativa Culpabilidade Individual voltada para o passado - Estigmatização Responsabilidade, pela restauração, numa dimensão social, compartilhada coletivamente e voltada para o futuro Uso Dogmático do Direito Penal Positivo Uso Crítico e Alternativo do Direito Indiferença do Estado quanto às necessidades do infrator, vítima e comunidadeafetados - desconexão Comprometimento com a inclusão e Justiça Social gerando conexões Mono-cultural e excludente Culturalmente flexível (respeito à diferença, tolerância) Dissuasão Persuasão PROCEDIMENTOS JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Ritual Solene e Público Comunitário, com as pessoas envolvidas Indisponibilidade da Ação Penal Princípio da Oportunidade Contencioso e contraditório Voluntário e colaborativo Linguagem, normas e procedimentos formais e complexos – garantias. Procedimento informal com confidencialidde Atores principais - autoridades (representando o Estado) e profissionais do Direito Atores principais – vítimas, infratores, pessoas da Comunidade, ONGs. Processo Decisório a cargo de autoridades (Policial,Delegado, Promotor, Juiz e profissionais do Direito - Unidimensionalidade Processo Decisório compartilhado com as pessoas envolvidas (vítima, infrator e comunidade) – Multi-dimensionalidade 8 RESULTADOS JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Prevenção Geral e Especial -Foco no infrator para intimidar e punir Abordagem do Crime e suas Conseqüências - Foco nas relações entre as partes, para restaurar Penalização Penas privativas de liberdade, restritivas de direitos, multa Estigmatização e Discriminação Pedido de Desculpas, Reparação, restituição, prestação de serviços comunitários Reparação do trauma moral e dos Prejuízos emocionais – Restauração e Inclusão Tutela Penal de Bens e Interesses, com a Punição do Infrator e Proteção da Sociedade Resulta responsabilização espontânea por parte do infrator Penas desarrazoadas e desproporcionais em regime carcerário desumano, cruel, degradante e criminógeno – ou – penas alternativas ineficazes (cestas básicas) Proporcionalidade e Razoabilidade das Obrigações Assumidas no Acordo Restaurativo Vítima e Infrator isolados, desamparados e desintegrados. Ressocialização Secundária Reintegração do Infrator e da Vítima Prioritárias Paz Social com Tensão Paz Social com Dignidade EFEITOS PARA A VÍTIMA JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Pouquíssima ou nenhuma consideração, ocupando lugar periférico e alienado no processo. Não tem participação, nem proteção, mal sabe o que se passa. Ocupa o centro do processo, com um papel e com voz ativa. Participa e tem controle sobre o que se passa. Praticamente nenhuma assistência psicológica, social, econômica ou jurídica do Estado Recebe assistência, afeto, restituição de perdas materiais e reparação Frustração e Ressentimento com o sistema Tem ganhos positivos. Supre-se as necessidades individuais e coletivas da vítima e comunidade 9 EFEITOS PARA O INFRATOR JUSTIÇA RETRIBUTIVA JUSTIÇA RESTAURATIVA Infrator considerado em suas faltas e sua má-formação Infrator visto no seu potencial de responsabilizar-se pelos danos e conseqüências do delito Raramente tem participação Participa ativa e diretamente Comunica-se com o sistema por Advogado Interage com a vítima e com a comunidade É desestimulado e mesmo inibido a dialogar com a vítima Tem oportunidade de desculpar-se ao sensibilizar-se com o trauma da vítima É desinformado e alienado sobre os fatos processuais É informado sobre os fatos do processo restaurativo e contribui para a decisão Não é efetivamente responsabilizado, mas punido pelo fato É inteirado das conseqüências do fato para a vítima e comunidade Fica intocável Fica acessível e se vê envolvido no processo Não tem suas necessidades consideradas Supre-se suas necessidades 3. PRÁTICAS RESTAURATIVAS E SUAS CARACTERÍSTICAS A Justiça Restaurativa possui o foco nas relações entre as partes, através de um diálogo, é uma de suas fundamentais práticas, para que ocorra a restauração do individuo infrator. Acreditando no poder da restauração, a justiça restaurativa têm como características o exercício do pedido de desculpas, a reparação, a restituição, prestação de serviços comunitários, com o objetivo de solucionar o conflito entre as partes, mas principalmente com o foco em reintegrar o individuo infrator a sociedade. Resultando em responsabilidade espontânea por parte do infrator, proporcionando a razoabilidade das organizações assumidas no acordo restaurativo. 4. A RELAÇÃO ENTRE A PSICOLOGIA E O DIREITO 10 Em 1868, a Psicologia surgiu no cenário das ciências que auxiliam a justiça, com a publicação do livro Psychologie Naturelle, do médico francês Prosper Despine, que apresenta estudos de casos dos grandes criminosos (somente delinqüentes graves) daquela época. Ele obteve seu material de estudo das detalhadas informações contidas na La Gazette des Tribunaux e de outras publicações análogas. Despine dividiu o material em grupos de acordo com os motivos que desencadearam os crimes e, logo em seguida, investigou as particularidades psicológicas de cada um dos membros dos vários grupos. Concluiu ao final que o delinqüente, com exceção de poucos casos, não apresenta enfermidade física e nem mental. Segundo ele, as anomalias apresentadas pelos delinqüentes situam-se em suas tendências e seu comportamento moral e não afetam sua capacidade intelectual (que poderá ser inferior em alguns casos e enormemente superior em outros). Conforme suas observações, o delinqüente age com freqüência motivado por tendências nocivas, como o ódio, a vingança, a avareza, a aversão ao trabalho, entre outras. Na opinião de Despine, o delinqüente possui uma deficiência ou carece em absoluto de verdadeiro interesse por si mesmo, de simpatia para com seus semelhantes, de consciência moral e de sentimento de dever. Não é prudente, nem simpático e nem é capaz de arrependimento. Despine passou então a ser considerado o fundador da Psicologia Criminal - denominação dada naquela época às práticas psicológicas voltadas para o estudo dos aspectos psicológicos do criminoso. 5. A PSICOLOGIA JURIDICA E SEUS CAMPOS DE ATUAÇÃO No Brasil, o termo Psicologia Jurídica é o mais adotado. Entretanto há profissionais que preferem a denominação Psicologia Forense. O termo forense nos leva a idéia de fórum, tribunal, já a palavra “jurídico” da um sentindo mais amplo e abarca os conhecimentos do Direito. Assim, a palavra “jurídica” torna-se mais abrangente por referir-se tanto aos procedimentos ocorridos nos tribunais, quanto àqueles que são frutos da decisão judicial ou ainda àqueles que são de interesse do jurídico ou do Direito. No princípio o psicólogo jurídico apenas servia para formular laudos baseado em diagnostico e testes psicológicos para ajudar a instituição judiciária a tomar uma decisão. Porém no decorrer do tempo surgiu a necessidade de mudar este modelo de atuação, dessa forma buscou-se novas formas de intervenção, visando o bem estar do individuo, focando a preservação da sua cidadania. 11 O objeto de estudo da psicologia jurídica, assim como toda a psicologia, são os comportamentos que ocorrem ou que possam vir a ocorrer, porém não é todo e qualquer tipo de comportamento. Ela atua apenas nos casos onde se faz necessário um inter-relação entre o Direito e a Psicologia, como no caso de adoções, violência doméstica, novas maneiras de atuar em instituições penitenciarias, entre outros. A Psicologia Jurídica tem que ver tudo de um ponto de vista jurídico? Não, ao contrário, ela tem que transcender tal visão e observar o problema por um ponto de vista psicológico. Não se pode haver uma estagnação neste tipo de relação. Deve repensar se é possível responder, sob o ponto de vista psicológico, a todas as perguntas que lhe são lançadas. Nesses termos, a questão a ser considerada diz respeito à correspondência entre prática submetida e conhecimento submetido. Um se traduz no outro. A outra forma de relação entre Psicologia Jurídica e Direitoé a complementaridade. A Psicologia Jurídica, como ciência autônoma, produz conhecimento que se relaciona com o conhecimento produzido pelo Direito, incorrendo numa interseção. Portanto há um diálogo, uma interação, bem como haverá diálogo com outros saberes como da Sociologia, Criminologia, entre outros. Os trabalhos de autores brasileiros apresentados no III Congresso Ibero-americano de Psicologia Jurídica enquadram-se nos seguintes setores de atuação: I – Setores mais tradicionais da Psicologia Jurídica. A cada setor, seguem os temas dos trabalhos apresentados. ⦁ Psicologia Criminal ⦁ Psicologia Penitenciária ou Carcerária ⦁ Psicologia Jurídica e as questões da infância e juventude ⦁ Psicologia Jurídica: investigação, formação e ética ⦁ Psicologia Jurídica e Direito de Família ⦁ Psicologia do Testemunho ⦁ Psicologia Jurídica e Direito Civil ⦁ Psicologia Policial/Militar II – Setores mais recentes da Psicologia Jurídica e seus temas: ⦁ Mediação ⦁ Psicologia Jurídica e Ministério Público ⦁ Psicologia Jurídica e Direitos Humanos ⦁ Psicologia Jurídica e Magistrados ⦁ Proteção a testemunhas ⦁ Vitimologia 6. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA PSICOLOGIA JURÍDICA PARA A FORMAÇÃO DOS OPERADOES DO DIREITO 12 O Direito é uma disciplina que pode ser considerada redefinidora de conceitos porque um conceito anteriormente utilizado antes não é superado como ocorre com os conceitos da física, mas sim redefinidos, pois o direito é uma ciência social e como tal evolui juntamente com a sociedade em que atua. A eficácia da análise tanto sintética quanto analítica da conduta humana é um ponto importante para o aperfeiçoamento dos estudantes do direito, ao não permitir que a objetividade própria da ciência jurídica mais pura retire a capacidade de compreensão de que fatores íntimos dos sujeitos do processo tem sim um fator decisivo no desenvolvimento dos litígios. A psicologia jurídica ao estudar os fenômenos mentais ligados ao direito e os princípios de onde procedem, proporcionando um conhecimento do homem, de suas faculdades e inclinações, vem facilitar o trabalho do jurista, do legislador, que dita normas sobre o comportamento humano, e do magistrado, que as aplica ao prenunciar-se sobre a conduta humana. Um aspecto crucial do conhecimento de psicologia jurídica é o discernimento do fator gerador da vontade, elemento chave na apuração de crimes, do interesse do menor e da compreensão sobre as experiências causaram nas partes. Conhecer a fonte interesse das partes em um processo é imprescindível para que o direito além de legal seja também legítimo. Não se deve, portanto, limitar a psicologia jurídica na psicologia forense, pois esta em suma é a que se pratica nos tribunais e aquela é extensível não só aos integrantes judiciários, mas também aos bacharéis integrantes do poder executivo, como aqueles que irão trabalhar no Ministério Público, além dos que irão trabalhar na produção do conteúdo normativo. Uma lei que considere os fatores subjetivos do comportamento humano, certamente será mais útil a um sistema inflexível que pune sem a preocupação dos agravamentos de possíveis psicopatologias que foram determinantes para a prática da conduta ilícita. CONCLUSÃO JUSTIÇA RESTAURATIVA EM CONTRAPOSIÇÃO A JUSTIÇA RETRIBUTIVA Diante a grande diferenciação entre Justiça Restaurativa e Justiça Retributiva, e em comparação ao momento de extrema violência e intolarância em que vivemos , acredito que seja de grande urgência e fundamental a prática da Justiça Restaurativa, pois a mesma, ao 13 contrário da Justiça Retributiva, pode servir como base de ressocialização, sendo uma forma alternativa válida em relação à justiça retributiva. No entanto deve haver uma ponderação de sua aplicação, já que em crimes de alto teor ofensivo se torna impensável a aplicação da justiça restaurativa, como é o caso dos crimes de estupro, homicídio, tráfico de drogas, entre outros. Sendo possível pensar nesta forma de justiça em casos de crimes de menor potencial ofensivo como é o caso de crimes contra a propriedade. Contudo, nenhuma solução em favor desta ou daquela Justiça (retributiva ou restaurativa) pode ser absoluta. PSICOLOGIA JÚRIDICA O ensino da psicologia jurídica, sobretudo no Brasil, enfrenta dificuldades muito em virtude da criação relativamente recente da disciplina. A aplicação das técnicas e pesquisas advindas destes profissionais terá por função a capacitação dos bacharéis de psicologia e do direito, viabilizando que a visão objetiva do direito seja complementada pela análise do comportamento individual dos sujeitos das contendas judiciais. Os desafios enfrentados pela disciplina passam pela defasagem do ensino dos cursos de direito que ainda não dão o merecido espaço a esta disciplina, o que leva a uma visão distorcida sobre sua importância. A formação de profissionais capazes de compreender os fatores que levaram determinado indivíduo a agir contra disposição legal pode auxiliar a romper um sistema jurídico em que o rigor da norma acaba por ignorar os fatores sociais e biológicos que moldam o comportamento humano. Por fim, a psicologia jurídica vem dar caráter mais científico às decisões dos tribunais, bem como à defesa feita pelos futuros procuradores operadores do direito. O intuito é os estudantes de tal matéria possam respaldar a análise de um indivíduo em fatores mais concretos provenientes da observação mais específica da conduta, objeto do estudo sobre os indivíduos. 6. REFERÊNCIAS ROLIM, Marcos; SCURO NETO, Pedro; DE VITTO, Renato Campos Pinto e PINTO, Renato Sócrates Gomes, 2004. Justiça Restaurativa – Um Caminho para os Direitos 14 BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: Introdução ao estudo de Psicologia, Ed. Saraiva 1999 LEAL, Liene Martha. Psicologia jurídica: história, ramificações e áreas de atuação. In: Revista Diversa. https://junyor.jusbrasil.com.br/artigos/317098961/justica-restaurativa-como-forma-alternativa-a-justica-retributiva- de-solucao-de-conflitos Acesso em 08/04 as 17:00 http://abacoti.com.br/cnv/?p=365 Acesso em 08/04 as 18:00 http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/justica_restaurativa/manual_de_praticas_restaurativas_falta12. Acesso em 15/04 as 17:00 Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/psicologia-juridica © Psicologado.com Acesso 23/04 as 20:00 http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-do-estudo-da-psicologia-juridica-para-a-formacao-dos-operador es-do-direito/117864/ Acesso 23/04 as 20:00
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