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UNIVERSIDADE GAMA FILHO
COORDENAÇÃO DE PÓS GRADUAÇÃO
PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL
CARLOS ALBERTO BATISTA
análise físico química de poços urbanos na região de Serrinha – Bahia
SALVADOR,
2011
CARLOS ALBERTO BATISTA
análise físico química de poços urbanos na região de Serrinha – Bahia
Monografia apresentada à Universidade Gama Filho, como requisito para a Pós-Graduação em Gestão Ambiental. 
Orientadora: Vera Lúcia Correia Ornellas
SALVADOR,
2011
�UNIVERSIDADE GAMA FILHO
COORDENAÇÃO DE PÓS GRADUAÇÃO
PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL
CARLOS ALBERTO BATISTA
análise físico química de poços urbanos na região de Serrinha – Bahia
1-CONTEÚDO
 Nota _____Conceito_____ 
Avaliador____________ ___________ _______________________
 Nome do professor e titulação				assinatura 
 
Avaliador __________________ 
___________________________
Nome do professore titulação assinatura 
NOTA FINAL:____Conceito____
 
Rio de Janeiro ____de_____________de20__
 _____________________________________
Nome do Coordenador 
		
�AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores desta pós-graduação em Gestão Ambiental, da Universidade Gama Filho, pelo desempenho e atenção.
Um agradecimento especial à Coordenadora Vera Ornellas, pela sua dedicação e compreensão.
�
O segredo de progredir é começar. 
O segredo de começar é dividir 
as tarefas árduas e complicadas 
em tarefas pequenas e fáceis de executar, 
e depois começar pela primeira.
(Mark Twain)
�SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO										08
2 REVISÃO DA LITERATURA								10
2.1 ÁGUA SUBTERRÂNEA								10
2.1.1 OCORRÊNCIA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA					13
2.1.2 OCORRÊNCIA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NO BRASIL			14
2.1.3 MOVIMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS					17
2.2 UTILIZAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA						18
2.3 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS POÇOS					19
2.4 POTABILIDADE E PROCESSO DE TRATAMENTO DA ÁGUA			20
2.5 POLUIÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA						21
3 ANÁLISE DOS POÇOS									26
3.1 MATERIAL E MÉTODO								26
3.2 RESULTADO E DISCUSSÃO							26
CONCLUSÃO										27
REFERÊNCIAS										28
ANEXOS											30
RESUMO
Na atualidade, muito se tem falado a respeito da escassez de água no planeta, essa é uma questão que pode atingir a população mundial. Assim, os recursos hídricos subterrâneos têm se tornado uma importante alternativa de abastecimento para regiões que já sofrem com essa carência. No entanto, apesar de uma maior proteção dos contaminantes externos, as águas subterrâneas podem apresentar problemas de qualidade. Dentre esses, a contaminação por coliformes fecais, ferro e até gasolina, podem impedir a utilização da água tanto para uso doméstico como industrial. Nesta conjuntura é que este estudo monográfico objetivou fazer uma análise físico química dos poços urbanos da região de Serrinha-Bahia, o intuito do estudo foi analisar a qualidade da água dos poços da região pesquisada. Para tanto, foi feito um breve estudo sobre a água subterrânea e os poços subterrâneos, e para melhor evidenciar o estudo foi feita uma análise físico-química dos poços urbanos de 11 poços urbanos nas mais diversas localidades da cidade de Serrinha-Ba. A pesquisa concluiu que a água proveniente dos poços da região de Serrinha não atende aos padrões bacteriológicos de potabilidade, Deste modo, esse estudo propõe, que as autoridades municipais, façam projetos de saneamento básico, unidades de tratamento de esgotos (ETE), estudo detalhado e permanente de poços monitoramento, coleta de lixo, armazenamento, Aterro Sanitário, ao invés de lixões, e um Plano Diretor para a Cidade, a qual já supera mais de 70.000 habitantes.
Palavras-chave: Recursos hídricos. Poços Subterrâneos. Contaminação. Qualidade. 
�ABASTRACT
Today, much has been said about the shortage of water on the planet, this is a question can reach the world's population. Thus, the underground water resources have become an important alternative supply for regions that already suffer from this lack. However, despite greater protection from external contaminants, groundwater quality may present problems. Among these, the contamination by fecal coliforms, iron and even gasoline can prevent the use of water for both domestic as industrial. At this juncture is that this monographic study aimed to analyse the physical chemistry of wells urban region of Serrinha-Bahia, the aim of the study was to analyse the quality of water from the wells of the region to search. For both, was made a brief study on the groundwater and groundwater wells, and to better highlight the study was made a physico-chemical analysis of municipal wells 14 wells located in various localities of the city of Serrinha-Ba. The research concluded that water from the wells of Serrinha does not meet bacteriological standards of drinking, thus, this study proposes that the municipal authorities to make projects of sanitation, sewage treatment units (ETE), detailed study and permanent monitoring wells, garbage, Landfill, garbage dumps, and a master plan for the city, which already surpasses more than 70,000. 
Keywords: water resources. Subterranean Wells. Contamination. Quality.
�
1 INTRODUÇÃO
A água para consumo humano pode ser proveniente de diferentes fontes. Uma dessas fontes é o aproveitamento racional dos recursos hídricos que torna imprescindível a utilização criteriosa dos mananciais subterrâneos como alternativa capaz de suprir de forma adequada as necessidades hídricas da população.
A água subterrânea pode ser capturada no aqüífero confinado ou artesiano, que se encontra entre duas camadas relativamente impermeáveis, que dificulta a contaminação, ou ser captada no aqüífero não limitado ou livre, contiguo a superfície, e por isso, se encontra mais suscetível à contaminação. Devido ao baixo custo e facilidade de perfuração, a aquisição da água do aqüífero livre, apesar de ser mais vulnerável à contaminação, é mais freqüentemente utilizada no Brasil (Foster, 1993; Assis da Silva, 1999).
A qualidade da água pode ser comprometida por vários fatores. Pela proximidade de locais impróprios como, escoação de esgoto doméstico e industrial, fossas e tanque sépticos, ou ainda pelo acondicionamento inadequado de resíduos sólidos urbanos e industriais, postos de combustíveis e de lavagem e a modernização da agricultura podem ser descritos como fontes de contaminação das águas subterrâneas por bactérias e vírus patogênicos, parasitas, substâncias orgânicas e inorgânicas.
De acordo com os padrões de potabilidade adequados, garantir a água para consumo humano é assunto relevante para a saúde pública. No Brasil, a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, aprovada na portaria nº 1.469 de 29 de dezembro de 2000, do Ministério da Saúde, define os Valores Máximos Permissíveis (VMP) para as características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas da água potável (Brasil, 2000). De acordo com o art. 4º dessa portaria, “água potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça risco à saúde”.
Nesse sentido, garantir que a água proveniente de poços subterrâneos seja propicia para o consumo humano, sem a presença de microorganismos patogênicos, substâncias e elementos químicos prejudiciais à saúde, é uma atitude eficaz para prevenir doenças provenientes pelo uso da água contaminada.
Neste contexto, é que esse estudo fez uma análise físico química dos poços urbanos da Cidade de Serrinha no Estado da Bahia, devido a proximidade destes poços à residências, esgotos, animais, fossas sépticas, postos de gasolina e outros.O Município de Serrinha encontra-se na região de planejamento do Nordeste do Estado da Bahia, limitando-se a leste com o Município de Biritinga, a sul com Lamarão e Ichu, a oeste com Conceição do Coité, e ao Norte com Barrocas e Teofilândia. A área municipal é de 601 km². Saindo de Salvador o acesso a esta cidade é feito por rodovias pavimentadas BR-324 e BR-116 num percurso total de 173 km. A população de Serrinha possui cerca de 71.383 habitantes.
Para a realização deste estudo, em um primeiro momento foi realizada uma revisão de literatura sobre a água subterrânea, atentando para o conceito, ocorrência e volume, qualidade e uso, de poços subterrâneos, com atenção para os poços da região de Serrinha, seus aquíferos, e o que se refere ao tema abordado. Em um segundo momento foi realizado o estudo dos poços da região mencionada e demonstrado os resultados da analise físico-química da água proveniente dos poços subterrâneos da cidade Serrinha.
A metodologia utilizada para a realização deste estudo foi uma pesquisa bibliográfica, e um estudo qualitativo dos poços subterrâneos da região estudada. 
�2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ÁGUA SUBTERRÂNEA
As intercessões na renovação das águas superficiais vêm diminuindo a quantidade e qualidade da água disponível para consumo. Essas interferências são realizadas por meio de: extração excessiva, da utilização inadequada, dos efluentes domésticos e industriais nos corpos de água, na ausência de controle de erosão, ausência de matas ciliares, bem como o crescente aumento de custo no seu tratamento, assim, a água subterrânea vem assumindo papel relevante na fonte de abastecimento doméstico, industrial e agrícola (ANA, 2002).
Como água subterrânea pode-se entender todo tipo de água que se encontra abaixo da superfície da Terra, suprindo os poros ou vazios Inter granulares das rochas sedimentares, ou das fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que uma vez submetida a duas forças, de adesão e de gravidade, exercem papel relevante na conservação da umidade do solo, do curso dos rios, lagos e brejos. A água subterrânea cumpre o ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parcela da água precipitada.
Águas subterrâneas são aquelas que fluem sob o nível do chão. Em geral são armazenadas ou em rochas sedimentares porosas e permeáveis, ou em rochas não-porosas, mas fraturadas. Quando essas águas se acumulam chamamos esse "bolsão" de aqüífero. (CPRM, 1997, p. 43).
O aqüífero é uma formação geológica adequada para o armazenamento de água nos seus espaços vazios, possibilitando seu aproveitamento econômico, bem como da movimentação desse líquido, de acordo com a permeabilidade da formação. Um aqüífero é marcado em função dos parâmetros de porosidade, permeabilidade e coeficiente de armazenamento.
Os aqüíferos ou lençóis subterrâneos podem ser livres ou confinados. O aqüífero livre ou freático é aquele que se encontra sobre a primeira camada impermeável do solo e cuja água fica sob a pressão atmosférica. O aqüífero suspenso também é freático. Ele surge quando uma formação impermeável origina a retenção de águas de infiltração na superfície; e o aqüífero confinado é aquele capeado por camada impermeável; essa camada pode ser perfurada para construção de poço tubular profundo, que também pode ser denominado de poço artesiano, se a água jorrar.
A água da chuva pode ter vários destinos após atingir a superfície da Terra. Inicialmente uma parte se infiltra. Quando o solo atinge seu ponto de saturação, e fica bastante molhado, a água passa a fluir sobre a superfície ao encontro dos vales. Dependendo da temperatura ambiente, uma parte da chuva volta à atmosfera na forma de vapor. Nos países frios, ou em altitudes elevadas, a água se amontoa na superfície no formato de neve ou gelo, podendo ficar assim por muito tempo. E a quantidade de água que se infiltra vai originar a água subterrânea.
A percentagem de infiltração de água no solo está sujeita a fatores como: 
Sua porosidade: A constância de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração.
Cobertura vegetal: Um solo com vegetação é mais permeável do que um solo desmatado.
Inclinação do terreno: quando existe mais declividade a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração.
Tipo de chuva: quanto maior quantidade de chuva, mis rapidamente o solo fica saturado, e, quanto menor a quantidade de chuvas finas em tempos mais demorados a água leva mais tempo para se infiltrarem.
Teoricamente, a água subterrânea está presente em qualquer lugar, no entanto, isso não significa que um poço possa ser localizado em qualquer ambiente. A captação de água subterrânea tem um custo por vezes elevado e, portanto, não deve ser feita sem critérios. Existem fatores naturais que condicionam a distribuição e concentração da água subterrânea em certos locais, de maneira a melhorar o rendimento e a vazão do poço, tornando o empreendimento mais proveitoso e evitando ou diminuindo a taxa de insucessos, alguns tipos de poços artesianos são os poços tubulares profundo, poços rasos, cisternas, cacimbas ou amazonas (abas, 2005, p. 65).
As águas subterrâneas são vistas como excelentes mananciais de fornecimentos de água presente em todo o planeta, nos últimos tempos, tem sido realizada grande atividade na aplicação desse recurso e, em conseqüência disso, tem ocorrido significativo desenvolvimento científico, tecnológico e legais na área da hidrogeologia.
De acordo com Stephen (1988), muitas são as vantagens da utilização das águas subterrâneas, destas, destaca-se: os custos da sua captação são baixos, quando comparados com o custo das águas superficiais, pois exigem menos construções, apresentam maior facilidade de explotação e apresentam menor impacto ambiental, se a aquisição dos poços for feita seguindo as normas e seja de acordo com a outorga do órgão ambiental.
A distribuição das águas subterrâneas é tão variável quanto às águas superficiais, pois elas, se inter-relacionam no ciclo hidrológico e dependem das condições climatológicas. Porém, as águas subterrâneas (10.360.230 km³) são aproximadamente 100 vezes mais abundantes que as águas superficiais dos rios e lagos (92.168 km³). Embora elas encontrem-se armazenadas nos poros e fissuras milimétricas das rochas, estas ocorrem em grandes extensões, gerando grandes volumes de águas subterrâneas na ordem de, aproximadamente, 23.400 km³, distribuídas em uma área aproximada de 134,8 milhões de km², constituindo-se em importantes reservas de água doce. (SHIKWMANOV, 1998, p.132).
Existem especialistas que observam que a quantidade de água subterrânea pode chegar até 60 milhões de km³, mas a sua ocorrência em grandes profundidades pode impossibilitar seu uso. Por essa razão, a quantidade passível de ser captada estaria a menos de 4.000 metros de profundidade, compreendendo cerca de 8 e 10 milhões de km³ (CEPIS, 2000), que, segundo Rebouças et al. (2002), estaria assim distribuída: 65.000 km³ constituindo a umidade do solo; 4,2 milhões de km³ desde a zona não-saturada até 750 m de profundidade, e 5,3 milhões de km³ de 750 m até 4.000 m de profundidade, constituindo o manancial subterrâneo. (SHIKWMANOV, 1998)
Aliado a tudo isso, atenta-se para o fato de que, a quantidade de água capaz de ser guardada pelas rochas e pelos materiais não consolidados em geral depende da porosidade das rochas, que pode ser de até 45% (IGM, 2001), da comunicação desses poros entre si ou da quantidade e tamanho das aberturas de fraturas existentes. (SHIKWMANOV, 1998)
No Brasil, de acordo com Fundaj (2003), as reservas de água subterrânea são estimadas em 112.000 km³ (112 trilhões de m³) e a contribuição multianual média à descarga dos rios é da ordem de 2.400 km³ /ano (REBOUÇAS, 1988 citado em MMA, 2003). Nem todas as formações geológicas possuem características hidrodinâmicas que possibilitem a extração econômica de água subterrânea para atendimento de médias e grandesvazões pontuais. As vazões já obtidas por poços variam, no Brasil, desde menos de 1 m³/h até mais de 1.000 m³/h.
2.1.1 Ocorrência da Água Subterrânea
Assim como a distribuição das águas superficiais é muito variável, a das águas subterrâneas também é, uma vez que elas se inter-relacionam no ciclo hidrológico e dependem das condições climatológicas. Entretanto, as águas subterrâneas (10.360.230 km3) são aproximadamente 100 vezes mais abundantes que as águas superficiais dos rios e lagos (92.168 km3). Embora elas encontrem-se armazenadas nos poros e fissuras milimétricas das rochas, estas ocorrem em grandes extensões, gerando grandes volumes de águas subterrâneas na ordem de, aproximadamente, 23.400 km3, distribuídas em uma área aproximada de 134,8 milhões de km2 (SHIKWMANOV, 1998), constituindo-se em importantes reservas de água doce.
Alguns especialistas indicam que a quantidade de água subterrânea pode chegar até 60 milhões de km3, mas a sua ocorrência em grandes profundidades pode impossibilitar seu uso. Por essa razão, a quantidade passível de ser captada estaria a menos de 4.000 metros de profundidade, compreendendo cerca de 8 e 10 milhões de km3 (CEPIS, 2000), que, segundo Rebouças et al. (2002), estaria assim distribuída: 65.000 km3 constituindo a umidade do solo; 4,2 milhões de km3 desde a zona não-saturada até 750 m de profundidade, e 5,3 milhões de km3 de 750 m até 4.000 m de profundidade, constituindo o manancial subterrâneo.
Além disso, a quantidade de água capaz de ser armazenada pelas rochas e pelos materiais não consolidados em geral depende da porosidade dessas rochas, que pode ser de até 45% (IGM, 2001), da comunicação desses poros entre si ou da quantidade e tamanho das aberturas de fraturas existentes.
2.1.2 Ocorrências de Água Subterrânea no Brasil
A água subterrânea é utilizada desde o início da colonização, em decorrência da expansão dos colonos portugueses para o interior, principalmente na região de rochas cristalinas do Nordeste, com grandes áreas desprovidas de água em superfície. Inicialmente, aproveitava-se a água das coberturas inconsolidadas, principalmente dos aluviões, suficientes para atender às necessidades de então. Com o crescimento da população e, principalmente, com o surgimento dos primeiros aglomerados humanos e com a expansão da pecuária, as principais fontes de abastecimento tornaram-se insuficientes para o atendimento das necessidades. Essa situação se fazia mais evidente na região Nordeste, tomando o aspecto de calamidade em períodos de seca. Maiores volumes de água tornaram-se necessários, e, entre 1845-1846, foram perfurados em Fortaleza (CE) os três primeiros poços tubulares do Brasil.
No Brasil, as águas subterrâneas se encontram em diferentes tipos de reservatórios, que vão desde as zonas fraturadas do embasamento cristalino até os depósitos sedimentares cenozóicos. Dessa diversificação, resultaram sistemas aqüíferos que, pelo seu comportamento, podem ser reunidos em: sistemas porosos (rochas sedimentares); sistemas fissurados (rochas cristalinas e cristalofilianas); sistemas cársticos (rochas carbonáticas com fraturas e outras descontinuidades submetidas a processos de dissolução cárstica).
O sistema aqüífero fissural ocupa uma área de cerca de 4.600.000km2, correspondente a 53,8% do território nacional. Compreende as províncias hidrogeológicas dos escudos Setentrional (região Norte), Central (regiões Norte e Centro-Oeste), Oriental (regiões Nordeste e Sudoeste) e Meridional (região Sul). Esse sistema apresenta reservas de águas subterrâneas da ordem de 10,08.103km3 (Rebouças, 1988), que, devido à heterogeneidade do meio, encontram-se distribuídas irregularmente por sua área de ocorrência.
Hidrogeologicamente, as melhores possibilidades estão ligadas à presença de juntas e fraturas densas, associadas a coberturas inconsolidadas mais ou menos expressivas e clima úmido. Nesses casos, a zona aqüífera principal pode, não raro, ser representada pelo sistema superficial. Essa situação é predominante nos terrenos cristalinos das regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, onde as condições hidroclimáticas favoreceram o desenvolvimento de coberturas sedimentares inconsolidadas, às vezes muito espessas. Podem ocorrer vazões de várias dezenas de m3/h, com média em torno de 12m3/h. As águas são de boa qualidade química, podendo ocorrer localmente teores de ferro acima do permitido.
No domínio do embasamento cristalino aflorante, como na região Nordeste, o reservatório é representado quase que exclusivamente pelas fraturas. As reservas são reduzidas e as vazões dos poços apresentam média inferior a 3m3/h. As águas são, normalmente, salinizadas, com resíduo seco médio acima de 2.500mg/l.
Os sistemas cársticos mais importantes correspondem aos domínios do calcário do grupo Bambuí (província hidrogeológica do São Francisco, com mais de 350.000km2 nos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais) e da formação Jandaíra (subprovíncia Potiguar). Nos terrenos calcários do Bambuí, os carstes são, em geral, nus e desenvolvem-se nas fraturas situadas nas charneiras das dobras e nos contatos com as zonas margosas. Por outro lado, no aqüífero Jandaíra, os carstes estão relacionados às variações faciológicas. As profundidades do desenvolvimento cárstico são muito variáveis, com média em torno de 150m. Enquanto o Bambuí pode fornecer vazões superiores a 200m3/h, o Jandaíra, com pequeno desenvolvimento cárstico, apresenta vazões muito baixas (geralmente inferiores a 3,5m3/h). (SHIKWMANOV, 1998, p. 127).
Existem cerca de 20 bacias ou grupo de bacias sedimentares que ocupam uma área da ordem de 3.600.000km2, correspondente a 42% da superfície do país. A estruturação geológica, com alternância de camadas permeáveis e impermeáveis, assegura-lhes condição de artesianismo. Entre elas se destacam, pela extensão e potencialidade, as bacias do Paraná, Amazonas, Parnaíba e Potiguar-Recife.
A mais extensa, a bacia sedimentar do Paraná, cobre uma área da ordem de 1.600.000km2, sendo 1.000.000km2 no Brasil, apresentando uma espessura máxima de 7.825m. O principal sistema aqüífero é o Botucatu, também conhecido por sistema aqüífero Guarani, que representa cerca de 80% das reservas da província do Paraná. Esta, por sua vez, detém cerca de 45% das reservas de água subterrânea do território nacional.
As maiores espessuras de sedimento são encontradas nas bacias de São Luís-Barreirinhas (MA) e do Tucano (BA). Essa última, pertencente à subprovíncia hidrogeológica Recôncavo-Tucano-Jatobá, constitui um meio-gráben com profundidade que pode ultrapassar os 10.000m em sua margem oriental. Os principais aqüíferos são Marechal, São Sebastião (com espessura de mais de 3.000m) e Ilhas (2.500m). Esses aqüíferos apresentam vazão específica média dos poços da ordem de 3m3/h/m. As águas até uma profundidade de 800m são normalmente de boa qualidade.
As reservas temporárias correspondem ao escoamento de base dos rios, ou seja, às reservas reguladoras dos sistemas aqüíferos. A relação entre o volume do escoamento natural e as reservas permanentes constitui o coeficiente de realimentação, importante na definição das condições de exploração. As reservas exploráveis, ou reservas hídricas, correspondem ao volume de água que se pode extrair anualmente do aqüífero sem provocar resultados indesejáveis. O seu valor é obtido somando às recargas anuais um percentual, normalmente de 20%, das reservas permanentes, a ser utilizado por um período de 50 anos.
A avaliação dos recursos de água subterrânea do Brasil, por falta de maior precisão dos estudos locais, ainda é muito aproximativa. O valor das infiltrações é determinado a partir da vazão do escoamento de base. Ela é rápida nas bacias que drenam o cristalino da região Nordeste (cerca de 33 horas) e demorada nos demais domínios (vários meses e mesmo interanuais). O escoamento de base das reservas hidrogeológicas tem sido estimado entre 5.103 m3/ano/km2 e 250.103 m3/ano/km2.
Nos terrenossedimentares, os volumes acumulados até uma profundidade de 2.000m, considerando 1/3 produtivo, é da ordem de 102.1012m3. Esse volume, todavia, está distribuído irregularmente, sendo que mais de 81% encontram-se estocados apenas em duas bacias: do Paraná e do Amazonas.
Estima-se em mais de 200.000 o número de poços tubulares em atividade no Brasil, utilizados para diversos fins, como a irrigação, a pecuária, o abastecimento de indústrias, os condomínios etc. O maior volume de água ainda é, todavia, destinado ao abastecimento público. O número de poços perfurados por ano é estimado em 12.000, o que pode ser considerado irrisório diante das necessidades de água potável das populações e se comparado com outros países. Os estados com maior número de poços são: São Paulo (40.000), Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará e Piauí.
Em algumas zonas, todavia, as águas subterrâneas já são intensamente aproveitadas e constituem o recurso mais importante de água doce. Mesmo em casos de elevado teor salino, como nas áreas de ocorrência dos sistemas aqüíferos fissurados do semi-árido nordestino, constituem, não raro, a única fonte de suprimento de água permanente.
2.1.3 Movimento das Águas Subterrâneas
A água subterrânea escoa-se lentamente no subsolo, dos lugares mais altos para os mais baixos, desde que não encontre uma barreira impermeável,
A velocidade é relativamente pequena devido ao atrito nas paredes dos capilares e dos poros. Numa areia a água movimenta-se com a velocidade de cerca de 1m por dia; no Arenito em volta de 10cm por dia e nas argilas o movimento é praticamente nulo. Nas rochas muito diaclasadas a velocidade pode ser muito rápida. É preciso notar que estes dados são referentes a rochas submetidas às condições normais de pressão na superfície da terra, cujo valor aproximado é de uma atmosfera.
Pode-se medir a permeabilidade de uma rocha em laboratório com aparelhos denominados permeâmetros. As rochas mais importantes como aqüíferos são as que apresentam porosidade para o armazenamento e permeabilidade para possibilitar a movimentação da água no meio rochoso. Assim sendo os arenitos formam aqüíferos regionais com grandes quantidades de água potável, sendo motivo de estudos, tanto para sua exploração como preservação.
2.2 UTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
De acordo com Leal (1999), a exploração de água subterrânea está condicionada a fatores quantitativos, qualitativos e econômicos:
Quantidade: intimamente ligada à condutividade hidráulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos. Os aqüíferos têm diferentes taxas de recarga, alguns deles se recuperam lentamente e em outros a recuperação é mais regular; Qualidade: influenciada pela composição das rochas e condições climáticas e de renovação das águas; 
Econômico: depende da profundidade do aqüífero e das condições de bombeamento.
O aproveitamento das águas subterrâneas data de tempos antigos e sua evolução tem acompanhado a própria evolução da humanidade, sendo que o seu crescente uso se deve ao melhoramento das técnicas de construção de poços e dos métodos de bombeamento, permitindo a extração de água em volumes e profundidades cada vez maiores e possibilitando o suprimento de água a cidades, indústrias, projetos de irrigação, etc.
Em relação ao uso, no que se refere à demanda, existe uma variação de país para país, e nestes, de região para região, constituindo o abastecimento público, o que no geral, se refere à maior demanda individual (PROASNE, 2003).
Leal (1999), observa que, 
[...] praticamente todos os países do mundo, desenvolvidos ou não, utilizam água subterrânea para suprir suas necessidades. Países como a Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Hungria, Itália, Marrocos, Rússia e Suíça atendem de 70 a 90% da demanda para o abastecimento público (OECD, 1989 citado por REBOUÇAS et al., 2002). 
Outros utilizam a água subterrânea no atendimento total (Dinamarca, Arábia Saudita, Malta) ou apenas como suplementação do abastecimento público e de atividades como irrigação, produção de energia, turismo, indústria, etc. (PIMENTEL, 1999). Na Austrália, 60% do país depende totalmente do manancial subterrâneo e em mais de 20% o seu uso é preponderante (HARBERMEHL, 1985 citado por REBOUÇAS et al., 2002). A cidade do México atende cerca de 80% da demanda dos quase 20 milhões de habitantes (GARDUÑO e ARREGUIN-CORTES, 1994 citado por REBOUÇAS et al., 2002).
2.3 Aspectos construtivos dos poços
A água subterrânea em seu estado natural é, na maioria dos casos, de boa qualidade sanitária e oferece segurança para o consumo doméstico. Contudo, algumas fontes de água subterrânea são contaminadas em conseqüências de negligências do homem A construção imperfeita de poços e a falta de vedação de poços abandonados podem ser apontadas como algumas causas.
Uma adequada proteção sanitária envolve todas as fases do projeto e da construção do poço necessária para se prevenir a introdução de contaminantes na água durante o bombeamento ou no aqüífero do qual a água é retirada (CETESB,1978).
Um poço subterrâneo é uma obra de engenharia e, quando bem construído, representa uma forma segura e econômica de abastecimento de água. Por outro lado, quando construído de forma inadequada, pode ser responsável pela degradação da água captada. Um exemplo disto é o caso em que, visando obter uma maior vazão, os filtros do poço são colocados em formações distintas podendo comprometer a qualidade da água no caso de captação de níveis de água contaminados (com teor elevado de ferro ou de nitrato, por exemplo).
Outra situação relativamente comum quando se avaliam perfis de poços é aquela em que mesmo os filtros sendo colocados apenas em uma formação, a água captada é proveniente de formações distintas. Nesses casos, a captação conjunta é decorrência de uma cimentação inadequada (CPRM,1996).
2.4 Potabilidade e processos de tratamento da água
No geral, as águas de poços exigem tratamento menos rigoroso do que as águas de superfície , porquanto estão bastante avançadas no processo natural de depuração. O objetivo do tratamento da água é melhorar a qualidade do suprimento sob os aspectos bacteriológico e químico. A utilização da água é o fator predominante na justificação do seu grau de tratamento (CETESB,1978).
No caso do ferro, existem vários processos para a remoção de seu excesso. Conforme RICHTER E NETO (1991), entre os vários processos para remoção de ferro nas águas, incluem-se a aeração seguida de contato ou filtração e a aeração seguida de coagulação, decantação e filtração. A escolha do processo dependerá da forma como as impurezas de ferro se apresentam. No caso de águas limpas que prescindem de tratamento químico, que é caso das águas subterrâneas (poços, fontes, galerias de infiltração), contendo bicarbonato ferroso dissolvido (na ausência de oxigênio) o primeiro processo é o mais indicado.
Para BAIRD (2002) 
a aeração é comumente usada para a melhoria da qualidade da água. As plantas municipais de tratamento promovem a aeração da água a ser bebida, extraída de aquíferos, com o objetivo de remover gases dissolvidos, como H2S e compostos organossulfurados de odor fétido, além de com postos orgânicos voláteis, alguns dos quais podem ter um cheiro detectável. A aeração da água que está sendo potabilizada resulta também em reações que produzem CO2 a partir do material orgânico mais facilmente oxidável. Uma outra vantagem da aeração consiste em que o aumento na concentração de oxigênio na água oxida o Fe+2 solúvel para Fe+3 , que forma então, hidróxidos insolúveis (e espécies relacionadas) que podem ser removidas como sólidos: Fe+3 +3 OH- Fe (OH)3 (s) Todos os ácidos dificultam a precipitação do ferro. Para efetiva remoção do ferro contido em uma água ácida, deve ser adicionada uma base para a alcalinização anterior à filtração.
Se o ferro estiver presente junto com a matéria orgânica, as águas em geral não dispensarão o tratamento químico(coagulação e precipitação) e a filtração. A instalação completa compreenderá então as unidades clássicas de uma estação de tratamento com aeração inicial (aeração, floculação, decantação e filtração). Sempre que forem captadas águas com teores elevados de ferro, é muito importante verificar a forma e o estado em que se apresentam essas impurezas. As determinações e os ensaios de laboratório podem oferecer valiosas informações para os projetistas (RICHTER e NETO, 1991).
Outra forma de evitar os inconvenientes da precipitação de sais de ferro é usar substâncias complexantes, à base de fosfato, que encapsulam as moléculas deste sais, formando compostos estáveis, não oxidáveis nem através de forte cloração, e desta forma mantendo-as permanentemente em solução. Os fosfatos cristalinos ou polifosfatos são úteis no tratamento químico de poços porque podem, efetivamente, dispersar o hidróxido de ferro, o óxido de ferro, o hidróxido de manganês, silte e argila. Uma importante vantagem do uso de polifosfatos reside no fato de serem produtos químicos de manuseio seguro. O inconveniente deste processo é que ele não elimina o ferro presente na água, e ainda adiciona mais produto químico (fosfatos) à mesma.
2.5 Poluição da Água Subterrânea
Muitas atividades do homem deixam o meio ambiente cheio de substâncias ou características físicas que ali não se encontravam ou que existiam em quantidades muito diferentes. A este processo chamamos de poluição. Assim como as atividades desenvolvidas pela humanidade são muito variáveis, também o são as formas e níveis de poluição.
Essas mudanças nas peculiaridades do meio físico tendem a refletir diferentemente sobre a biota local, podendo vir a prejudicar algumas espécies e não a outras. De qualquer forma, considerando as interelações entre as várias espécies, estas modificações levam sempre a desequilíbrios ecológicos. Resta saber quão intenso é este desequilíbrio e se é possível ser assimilado sem conseqüências catastróficas. Recentemente a grande imprensa noticiou que em países europeus o uso intensivo de defensivos agrícolas levou a uma diminuição dos microorganismos e insetos do solo a ponto de estar retardando a reciclagem das fezes animais.
No geral os depósitos de água subterrânea são bem mais resistentes aos processos poluidores dos que os de água superficial, pois a camada de solo sobrejacente atua como filtro físico e químico. A facilidade de um poluente atingir a água subterrânea dependerá dos seguintes fatores:
Tipo de aqüífero. Os aqüíferos freáticos são mais vulneráveis do que os confinados ou semiconfinados. Aqüíferos porosos são mais resistentes dos que os fissurais, e entre estes os mais vulneráveis são os cáusticos.
Profundidade do nível estático: (espessura da zona de aeração). Como esta zona atua com um reator físico-químico. Espessuras maiores permitirão maior tempo de filtragem além do que aumentarão o tempo de exposição do poluente aos agentes oxidantes e adsorventes presentes na zona de aeração.
Permeabilidade da zona de aeração e do aqüífero. Obviamente que a permeabilidade da zona de aeração é fundamental quando se pensa em poluição. Uma zona de aeração impermeável ou pouco permeável é uma barreira à penetração de poluentes no aqüífero. Aqüíferos extensos podem estar parcialmente recobertos por camadas impermeáveis em algumas áreas enquanto em outras acontece o inverso. Estas áreas de maior permeabilidade atuam como zona de recarga e tem uma importância fundamental em seu gerenciamento.
Por outro lado a alta permeabilidade (transmissividade), em aquíferos, permite uma rápida difusão da poluição. O avanço da mancha poluidora poderá ser acelerada pela exploração do aqüífero, na medida que aumenta a velocidade do fluxo subterrâneo em direção às áreas onde está havendo a retirada de água. No caso de aqüíferos litorâneos a superexploração poderá levar à ruptura do frágil equilíbrio existente entre água doce e água salgada, produzindo o que se convencionou chamar de intrusão de água salgada.
d) Teor de matéria orgânica existente sobre o solo. A matéria orgânica tem grande capacidade de adsorver uma gama variada de metais pesados e moléculas orgânicas. Estudos no Estado do Paraná, onde está muito difundida a técnica do plantio direto, têm mostrado que o aumento do teor de matéria orgânica no solo tem sido responsável por uma grande diminuição do impacto ambiental da agricultura. Têm diminuído a quantidade de nitrato e sedimentos carregados para os cursos d'água. Segundo técnicos estaduais isto tem modificado o próprio aspecto da água da represa de Itaipu.
e) Tipo dos óxidos e minerais de argila existentes no solo. Sabe-se que estes compostos, por suas cargas químicas superficiais, têm grande capacidade de reter uma série de elementos e compostos.
Na contaminação de um solo por nitrato sabe-se que o manejo de fertilizantes com adição de gesso ao solo facilita a reciclagem do nitrogênio pelos vegetais e como conseqüência à penetração do nitrato no solo é menor. Da mesma forma a mobilidade dos íons nitratos é muito dependente do balanço de cargas. Solos com balanço positivo de cargas suportam mais nitrato. Neste particular é de se notar que nos solos tropicais os minerais predominantes são óxidos de ferro e alumínio e caulinita, que possuem significante carga positiva, o que permite interação do tipo íon-íon (interação forte) com uma gama variada de produto que devem sua atividade pesticida a grupos moleculares iônicos e polares. 
Um poluente após atingir o solo poderá passar por uma série de reações químicas, bioquímicas, fotoquímicas e inter-relações físicas com os constituintes do solo antes de atingir a água subterrânea. Estas reações poderão neutralizar, modificar ou retardar a ação poluente. Em muitas situações a biotransformação e a decomposição ambiental dos compostos fitossanitários pode conduzir à formação de produtos com uma ação tóxica aguda mais intensa ou, então, possuidores de efeitos injuriosos não caracterizados nas moléculas precurssoras. Exemplos: Dimetoato, um organofosforado, degrada-se em dimetoxon, cerca de 75 a 100 vezes mais tóxico. O malation produz por decomposição o trimetilfosforotioato, que apresenta uma ação direta extremamente injuriosa no sistema nervoso central e nos pulmões, provocando hipotermia e queda no ritmo respiratório.
O conjunto dos processos que agem sobre os poluentes que atingem o solo podem ser agrupados nas seguintes categorias: Adsorção-desorção; Ácido-base; Solução-precipitação; Oxidação-redução; Associação iônica (complexação); Síntese celular microbiana; Decaimento radioativo.
A poluição capaz de atingir as águas subterrâneas pode ter origem variada. Considerando que os aqüíferos são corpos tridimensionais em geral extensos e profundos, diferentemente, portanto dos cursos d'água, a forma da fonte poluidora têm importância fundamental nos estudos de impacto ambiental.
As Fontes pontuais de poluição. São as que atingem o aqüífero através de um ponto. Exemplos: sumidouros de esgotos domésticos, principalmente nas comunidades rurais, aterros sanitários, vazamentos de depósitos de produtos químicos, vazamentos de dutos transportadores de esgotos domésticos ou produtos químicos. Estas fontes são responsáveis por poluições altamente concentradas na forma de plumas.
Fontes lineares de poluição: São as provocadas pela infiltração de águas superficiais de rios e canais contaminados. A possibilidade desta poluição ocorrer dependerá do sentido de fluxo hidráulico existente entre o curso d'água e o aqüífero subjacente. É necessário enfatizar que ao longo de um mesmo curso poderemos ter lugares onde o fluxo se dá do aqüífero para o talvegue e outros onde se passa o inverso, isto é, as águas do rio se infiltram em direção ao aqüífero. A existência de poços profundos em funcionamento nas proximidades do curso d'água poderá forçar a infiltração de água contaminada no aqüífero invertendo o seu fluxo ou aumentando sua velocidade. 
Fontesdifusas de poluição: São as que contaminam áreas extensas. Normalmente são devidas a poluentes transportados por correntes aéreas, chuva e pela atividade agrícola. Em aglomerados urbanos onde não haja rede de esgotamento sanitário, as fossas sépticas e sumidouros estão de tal forma regularmente espaçadas que o conjunto acaba por ser uma fonte difusa de poluição. A poluição proveniente das fontes difusas se caracterizam por terem baixa concentração e atingirem grandes áreas.
Alguns estudos de casos sobre poluição e água subterrânea. 
Alexandre e Szikszay (1999) estudando a contaminação por As, Cu, Pb, e Zn, provenientes de herbicidas e fungicidas, dos solos e águas do lençol freático de região de vinicultura de Jundiaí, Estado de São Paulo, encontraram o seguinte: os minerais predominantes nos solos estudados são o quartzo e a caulinita, havendo um horizonte enriquecido em ferro na parte superior da zona saturada.
O solo da área encontra-se poluído por chumbo e cobre. Os principais responsáveis pela retenção do cobre, chumbo e zinco são os minerais ferruginosos.
Na parte superficial do solo a matéria orgânica é responsável pela retenção do cobre.
As águas do aqüífero, cujo nível estático variava de 2,35 a 5,34 metros de profundidade, apresentaram teores, em geral, muito baixos destes elementos, com exceção do chumbo que chega a ultrapassar o padrão de potabilidade (0,05 mg/l).
Vê-se, portanto que os solos tropicais apresentam forte tendência em reter os metais pesados lançados no solo pela atividade agrícola.
Rodrigues (et al, 1999), relatam estudo realizado em regiões brasileiras (Goiás; Paraná, e Rio Grande do Sul) produtoras de soja e milho em rotação onde há vinte anos estão sendo usados os herbicidas atrazine e simanzine. Nestas áreas foram coletadas amostras mensais de Março de 1994 a Maio de 1995. Ao todo foram monitorados 28 lagos, 33 rios, 39 poços e 5 estações de tratamento, não se constatando nenhum valor acima dos estabelecidos pela OMS e Governo norte-americano.
�3 ANÁLISE DOS POÇOS
3.1 MATERIAL E MÉTODO
Onze amostras de água de poços artesianos localizados em varias regiões da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, foram coletadas em frascos utilizados para essa finalidade e enviados ao laboratório local. As análises bacteriológicas e físico-química foram realizadas no Laboratório de Análise de Água, da 12ª DIRES de Serrinha – Bahia e Secretaria da Saúde do Estado – SESAB.
3.2 RESULTADO E DISCUSSÃO
As amostras após análise foram descritas em seus aspectos bacteriológicos de potabilidade e Físico Químicos. Todas as amostras analisadas apresentaram Coliformes Fecais e Escherichia Coli, desse modo, constata-se que as águas dos poços subterrâneos analisadas não atende aos padrões bacteriológicos de potabilidade.
O resultado das análises realizadas faz parte do anexo desta monografia.
A partir da análise realizada nos poços subterrâneos da cidade de Serrinha este estudo propõe que as autoridades municipais, façam projetos de saneamento básico, unidades de tratamento de esgotos (ETE), estudo detalhado e permanente de poços, monitoramento, coleta de lixo, armazenamento Aterro Sanitário, ao invés de lixões, e um Plano Diretor para a Cidade, a qual já supera mais de 70.000 habitantes.
Anexos presentes no final do trabalho: Mapa da localização dos poços, Listagem dos Poços e Laudos das Análises.
�CONCLUSÃO
Estudos a respeito da composição das águas subterrâneas são de fundamental importância, sobretudo em áreas com crescente adensamento populacional onde se busca uma melhor maneira do aproveitamento da mesma em condições de potabilidade aceitável. Sabe-se que um dos maiores problemas enfrentado pelo homem é a poluição dos mananciais, tanto superficiais quanto subterrâneos. 
O mais grave é que este problema tem origem predominantemente antrópica, decorrente do uso e ocupação desordenada do meio físico, o que tem aumentado de forma significativa os impactos na saúde e na qualidade de vida da população. Cada um dos problemas citados é tratado de forma isolada e sem um planejamento preventivo, ou mesmo curativo dos processos. 
Como conseqüência observa-se prejuízos econômicos, forte degradação da qualidade de vida com retorno de doenças de veiculação hídrica, mortes, em algumas áreas, entre outras conseqüências. 
Vários conflitos e problemas ambientais têm sido gerados, tais como: a) Degradação ambiental dos mananciais; b) aumento do risco de poluição orgânica e química de áreas de abastecimento; c) contaminação dos rios por esgotos domésticos e industriais; d) enchente urbana gerada pela inadequada ocupação do solo e pelo gerenciamento inadequado da drenagem urbana, e; e) falta de coleta e disposição inadequada do lixo urbano.
Assim sendo, o presente trabalho apresenta os resultados iniciais no que diz respeito à qualidade das águas subterrâneas e as doenças de veiculação hídrica, acometidas pela população que se utiliza destas águas para consumo humano na cidade de Serrinha - Bahia.
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ANEXOS

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