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ESTUDOS CULTURAIS EM LÍNGUA ESPANHOLA - Aula 10

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Estudos Culturais em Língua Espanhola 
Erika Carlos
Aula 10
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Nesta aula...
Manifestações culturais
Fenômeno genuinamente hispano-americano: o real maravilhoso.
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Contexto histórico-cultural
Anos 40: começo dos experimentalismos literários > imposição da imaginação ao testemunho crítico da realidade sócio-política.
Tal movimento culminou no realismo mágico: estilo literário que interpreta a complexa realidade humana e social hispano-americana por meio da imaginação e do mito.
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Contexto histórico-cultural
Realismo mágico > boom latino-americano: grande número de autores de países hispano-americanos lançaram-se no panorama internacional.
Literatura americana em espanhol alcançou imenso prestígio: Julio Cortázar (Argentina); Gabriel García Márquez (Colômbia); Mario Vargas Llosa (Peru); entre tantos outros.
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Realismo mágico
1954- Angel Flores foi o primeiro a usar o sintagma “realismo mágico” no mundo acadêmico: conferência “Magical Realism in Spanish American” (Nova York, MLA, 1954).
Este trabalho divulgou a designação que passou a ser usada para a nova narrativa hispano-americana; 
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Realismo mágico
Angel Flores: 
a novidade dessa literatura era um tipo de representação em que coexistem fantasia e realidade; 
situa o começo do realismo mágico em Jorge Luís Borges, com a Historia universal de la infamia (1935). 
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Realismo mágico x real maravilhoso
“Realismo mágico”: não tinha, uma base teórica sólida, acrescido o facto de que o adjetivo “mágico” provém de uma outra série que não a literária (da antropologia, de magia), não tendo, portanto, uma tradição na crítica e na história da literatura. 
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O real maravilhoso
Alejo Carpentier propõe, no prefácio de seu livro El reino de este mundo (1949), chamar a esse mesmo fenômeno, tal como o título de seu prólogo “De lo real maravilloso”. 
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sites.davidson.edu
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Carpentier aproxima o maravilhoso surrealista de Breton ao “vivenciado” por ele no Haiti:
“Sin habérmelo propuesto de modo sistemático, el texto que sigue ha respondido a este orden de preocupaciones. En él se narra una sucesión de hechos extraordinarios, ocurridos en la isla de Santo Domingo, en determinada época que no alcanza el lapso de una vida humana, dejándose que lo maravilloso fluya libremente de una realidad estrictamente seguida en todos sus detalles.”
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O real maravilhoso
Maravilhoso: termo com um vasto enraizamento no universo da tradição literária, desde os mitos, melhor se adapta a esse tipo de nomenclatura.
Recusa às ideias estéticas europeias para encontrar uma expressão americana própria, o “real maravilloso”.
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Alejo Carpentier e o real maravilhoso
“A fines del año 1943 tuve la suerte de poder visitar el reino de Henrí Christophe —las ruinas, tan poéticas, de Sans-Souci; la mole, imponentemente intacta a pesar de rayos y terremotos, de la Ciudadela La Ferriére— y de conocer la todavía normanda Ciudad del Cabo —el Cap Françáis de la antigua colonia—, donde una calle de larguísimos balcones conduce al palacio de cantería habitado antaño por Paulina Bonaparte.” 
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Alejo Carpentier e o real maravilhoso
“Después de sentir el nada mentido sortilegio de las tierras de Haití, de haber hallado advertencias mágicas en los caminos rojos de la Meseta Central, de haber oído los tambores del Petro y del Rada, me vi llevado a acercar la maravillosa realidad vivida a la acotante pretensión de suscitar lo maravilloso que caracterizó ciertas literaturas
europeas de estos últimos treinta años. (…) a fuerza de querer suscitar lo maravilloso a todo trance, los taumaturgos se hacen burócratas.”
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Alejo Carpentier e o real maravilhoso
 “Y sin embargo, por la dramática singularidad de los acontecimientos, por la fantástica apostura de los personajes que se encontraron, en determinado momento, en la encrucijada mágica de la Ciudad del Cabo, todo resulta maravilloso en una historia imposible de situar en Europa, y que es tan real, sin embargo, como cualquier suceso ejemplar de los consignados, para pedagógica edificación, en los manuales escolares. ¿Pero qué es la historia de América toda sino una crónica de lo real-maravilloso?”
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Real maravilhoso – aspectos principais
A singularidade da história e a sociedade do continente americano.
A forma subjetiva com que um artista apreende a própria realidade, a americana.
O “mágico”, o sobrenatural, é uma forma de entender a realidade de boa parte dos habitantes desse continente.
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Real maravilhoso – Pedro Páramo
Pedro Páramo, do mexicano Juan Rulfo, 1955: reconhecimento internacional, chegando a ser considerado como 
uma das obras mais 
importantes da literatura
mundial, do século XX, 
pela crítica Susan 
Sontag (2005: 145): 
	
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www.aldialibros.com
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Real maravilhoso – Pedro Páramo
"O romance de Rulfo não é apenas uma das obras-primas da literatura mundial do século XX, mas também um dos livros mais influentes do século".
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www.aldialibros.com
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Pedro Páramo, Juan Rulfo.
	-Já lhe disse no começo. Vim procurar Pedro Páramo, que segundo parece foi meu pai. Trouxeme a ilusão.
	-A ilusão? Isso custa caro. Custou-me viver mais do que o devido. Paguei com isso a dívida
de encontrar meu filho, que não foi, por assim dizer, senão mais uma ilusão; porque nunca tive nenhum
filho. Agora que estou morta, dei-me tempo para pensar e inteirar-me de tudo. Nem sequer o ninho para guardá-lo Deus me deu. 
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	Só essa longa vida arrastada que tive, levando daqui para lá meus olhos tristes que sempre olharam com dissimulação, como que procurando por trás das pessoas, suspeitando que alguém houvesse escondido meu menino. E tudo foi culpa de um maldito sonho. Tive dois: a um deles chamo o “bendito” e ao outro, o “maldito”. O primeiro foi o que me fez sonhar que havia tido um filho. E
enquanto vivi, nunca deixei de crer que fosse certo; porque o senti entre meus braços, tenrinho, cheio
de boca e de olhos e de mãos; durante muito tempo conservei em meus dedos a impressão de seus
olhos adormecidos e o palpitar de seu coração. 
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	Como não ia pensar que aquilo fosse verdade? Levava-o comigo onde quer que fosse, envolto em meu manto, e logo o perdi. No céu disseram-me que se haviam equivocado comigo. Que me haviam dado um coração de mãe, mas um seio de outra qualquer.
	Esse foi o outro sonho que tive. Cheguei ao céu e comecei a ver se entre os anjos reconhecia o rosto de meu filho. E nada. Todos os rostos eram iguais, feitos com o mesmo molde. Então perguntei. Um daqueles santos se aproximou e, sem dizer-me nada, afundou uma de suas mãos em meu estômago como se a houvesse afundado num montão de cera. 
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Ao tirá-la me mostrou algo assim como uma casca
de noz: “Isto prova o que se demonstra.”
	Você sabe como falam pouco lá em cima mas se os entende. Quis-lhes dizer que aquilo era só
meu estômago diminuído pelas fomes e pelo pouco comer; mas outro daqueles santos me puxou pelos
ombros e me mostrou a porta da saída: “Vá descansar um pouco mais na terra, filha, e procura ser boa para que seu purgatório seja menos grande.
	Esse foi o sonho maldito que tive e do qual tirei o esclarecimento de que nunca havia tido nenhum filho. 
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Estudos Culturais em Língua Espanhola 
Erika Carlos
Atividade 10
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Quem inaugurou o conceito de real maravilhoso em substituição ao de realismo mágico? Em que ambos se diferenciam?
Quais as principais características do real maravilhoso?

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