Buscar

Aula 1: Aspectos metodológicos preliminares

Prévia do material em texto

Aula 1: Aspectos metodológicos preliminares
*A contabilidade social (ou contabilidade nacional) consiste em mensurar e classificar os vários fenômenos da vida econômica de um país a partir de interpretações da realidade.
*Sistematiza, por meio de um marco estrutural teórico, informações de bases conceituais universalmente satisfatórias relacionadas à classificação e explicação das transações econômicas observadas dentro da economia do país e entre esta e as do resto do mundo.
*Conforme se sabe, o termo economia advém de uma palavra grega, onde :
OIKONOMI
óikos refere-se à nómos refere-se à
Significando assim a administração de uma casa ou de um país.
Nesse sentido, sabendo-se que os recursos produtivos são escassos e que, devido a isso, os indivíduos, a sociedade e o país devem fazer escolhas de modo a produzir e distribuir, da melhor maneira possível, o resultado da produção para satisfazer as necessidades humanas.
*A economia é a ciência que estuda a escassez.
Dada a escassez dos recursos existentes de produção, associada às necessidades ilimitadas dos seres humanos, originam-se os chamados problemas econômicos fundamentais:
O que Como?
Quanto Para quem?
O modo (ou a administração da casa) como a sociedade irá tentar resolver tais problemas depende da forma da organização que se faz da economia de um país, ou seja, do sistema econômico de cada nação, de cada sociedade.
*UM SISTEMA ECONOMICO É DEFINIDO , DE MANEIRA GERAL, COMO SENDO A FORMA POLITICA, SOCIAL E ECONOMICA PELA QUAL ESTÁ ORGANIZADA NA SOCIEDADE.
*No caso do sistema capitalista (ou de uma economia de mercado), tem-se, no processo de produção (mais especificamente), a atividade central para se organizar esse sistema econômico, definindo as trocas e os setores institucionais (de produção) relevantes ao país e que participam ativamente desse processo, sabendo-se que os ajustes de preços e das quantidades ocorrem para balancear os fluxos das mercadorias que são transacionadas no mercado.
*Devido à diversidade cada vez maior da produção de mercadorias (ou de bens e serviços e de fatores de produção), tornou-se necessário a criação de um elemento a fim de facilitar esta dinâmica.
MOEDA É O ELEMENTO COMUM DE TROCA FUNCIONANDO COMO UM INSTRUMENTO QUE PERMITE O INTERCÂBIO DAS MACADORIAS E QUE UTILIZADO COMO DENOMINADOR COMUM DE VALORES DA PRODUÇÃO.
*Nesse sentido, em função das (várias) necessidades humanas, dos problemas econômicos e do modo de produção que existem em uma sociedade, com o processo de produção (capitalista), ocorre uma série de fluxos na forma de trocas econômicas e que acabam trazendo vantagens aos participantes dessa sociedade.
A CONTABILIDADE SOCIAL OU CANTABILIDADE NACIONAL SE ENQUADRA COMO UM INSTRUMENTO ESPECIAL DE ESTATÍSTICA.
São objetivos da contabilidade social > 
A mensuração e classificação (e interligadas) que permitem a compreensão.
A estimativa, e;
A contabilização (Em contas) das atividades econômicas de uma sociedade.
*A contabilidade nacional também pode ser interpretada como uma técnica estatística para análise macroeconômica, que possibilita a mensuração empírica dos modelos teóricos estudados no campo da teoria macroeconômica. Melhor dizendo, a contabilidade nacional é um instrumento estatístico de mensuração dos agregados econômicos (ao longo de um determinado período de tempo)
* A contabilidade social preocupa-se, mais especificamente, com a medição desses agregados, sendo uma TÉCNICA ESTATÍSTICA que RESGISTRA CONTABILMENTE, em determinado período de tempo, a ATIVIDADE PRODUTIVA realizada entre os diversos setores (ou agentes) institucionais do sistema econômico (de um país), apresentando sinteticamente informações cifradas em unidades monetárias.
No sistema de contas nacionais, é comum utilizar o Produto Interno Bruto (PIB) como a melhor medida de desempenho ou da riqueza da atividade econômica de um país.
Essa medida estatística tenta resumir em uma única conta (ou cifra) o valor corrente de toda essa atividade. Melhor dizendo, com o PIB procura-se medir a renda total (ou as remunerações) de todas as pessoas (ou agentes) da economia, bem como a despesa total na produção de bens e serviços.
Seja pela ótica da renda, seja pela ótica da despesa, percebe-se que o PIB é uma medida de desempenho econômico e, como tal, contabilmente, observa-se que ambos os valores (renda e despesa) expressam a mesma “coisa”, a mesma medida e, no plano da economia como um todo, a renda deve ser igual à despesa que é igual ao PIB.
*As famílias compram os bens e serviços (o produto) das empresas; estas utilizam uma parte da renda que advêm das suas vendas para pagar salários de seus trabalhadores; e o restante são os lucros (assim como juros e alugueis) dos donos das empresas que são integrantes das famílias. Nesse sentido, as despesas com as mercadorias acabam fluindo das famílias para as empresas, e a renda na forma de salários e lucros (como os juros e alugueis) circula das empresas para as famílias.
 O PIB, PORTANTO, MEDE O FLUXO DE RAIS (R$) DESTA ECONOMIA.
Melhor dizendo, em função do que foi explicado anteriormente, e por meio da demonstração desse desenho, pode-se calcular o fluxo circular da renda de duas maneiras: o PIB é o total da renda advinda da produção de bens e serviços que é igual à soma de salários e lucros (da mesma maneira como os juros e os alugueis), assim como o PIB é o total gasto com os bens e serviços.
pode-se descrever que o fluxo de reais (R$) pode ir de:
EMPRESA >>>>>>> FAMILIA
Sabendo-se que a equivalência entre a renda e a despesa decorre da regra da contabilidade:
Toda despesa tem a sua contrapartida na produção. Ao mesmo tempo, toda a transação econômica que afeta a despesa deve afetar a renda, e toda a transação que afeta a renda deve afetar a despesa.
Aula 2: Definições conceituais
As atividades econômicas, nas quais os agentes econômicos estão envolvidos e que são objeto e natureza do estudo da contabilidade social, destacam-se principalmente pelas suas categorias (ou contas) mais significativas que são:
A PRODUÇÃO, O CONSUMO, ACUMULAÇÃO (RENDA).
O CONCEITO DE PRODUÇÃO (ECONÔMICA) RELACIONA-SE À CRIAÇÃO DE TODAS AS ‘‘COISAS’’ ECONÕMICAS (BENS E SERVIÇOS) COM UTILIDADES NECESSÁRIAS Á SOCIEDADE, INDEPENDENTEMENTE DOS SEUS MODOS DE PRODUÇÃO.
A ideia de produção atualmente está também identificada à complexa organização existente das etapas interpostas decorrentes da maior especialização e divisão social do trabalho. 
Novas dimensões da atividade produtiva são formadas diversificando e processando-se em um número cada vez mais amplo de bens e serviços, fazendo com que a contabilidade social tenha uma metodologia que compreenda e mensure adequadamente o esforço social de produção.
A produção, na verdade, é um processo transformativo no mundo de hoje, estando incluídas neste processo as atividades realizadas por empresas de distribuição e de comercialização, pois estas atividades são também produtivas, porquanto criam mais valor monetário de produtos, assim como mais utilidades para a sociedade de um determinado país.
Nesse sentido, o sistema econômico é alimentado e realimentado por uma série de produtos que são transformados pelas unidades produtoras, ou seja, pelas diversas empresas existentes.
Há, no âmbito da produção das empresas, produtos para alimentar o seu processo produtivo, ditos insumos, e que sofrem sucessivas transformações, pelas quais chegam a converter-se em produtos finais. A produção constitui, então, uma longa cadeia de redes e de fases, nas quais há transformações de produtos em outros produtos, incorporando progressivamente características com que se deverão apresentar no mercado quando os produtos estiverem para serem utilizados.
Insumos > Indústria (Processos de produção) > Produto final > Distribuição e Comercialização.
Pela contabilidade nacional, costuma-se medir, na prática, o que cada ramode atividade adicionou ao valor do produto final no país, em cada etapa do processo produtivo.
O adicionamento no valor do produto final (conceituado como valor adicional) é a forma mais operacional para medir o produto, assim como para se mensurar a geração de renda da economia do país. O valor adicionado em cada setor é igual à soma das remunerações do capital (lucros) e do trabalho (salários).
Paralelamente à produção (de um país), a geração de renda é uma atividade decorrente da especialização e da divisão do trabalho. Estas se desenvolvem no processo produtivo de um sistema econômico e ficam associadas à utilização da moeda como instrumento que efetiva os diferentes tipos de transações econômicas
Como já foi visto na aula anterior, na diversificação da realização da produção de mercadorias (por meio da especialização e da divisão do trabalho), são empregados (e mobilizados) os chamados fatores (ou recursos) de produção. Os mesmos conduzem a economia de um país a pagar remunerações em função do custo que se tem pela utilização destes fatores. A produção dá, assim, nascimento à geração de renda.
O somatório dessas remunerações classificadas em salários, juros, alugueis e lucros concorrem para a feitura da produção nacional.
SALÁRIOS > São as remunerações pelo fator trabalho;
JUROS > Incidem sobre o uso do capital e da capacidade administrativa e empreendedora do empresário, auferidos pelas empresas.
ALUGUÉIS > Aluguéis (ou mesmo os arrendamentos pelo emprego do fator terra) Gerados pelo uso de imóveis.
LUCROS > Gerados pela utilização dos recursos financeiros de propriedade das famílias.
Nesse contexto, a contabilidade nacional mensura as várias etapas de que são constituídos os produtos do país e o resultado monetário de geração de renda devido às contribuições de todos os agentes que participaram do esforço social de produção.
No conjunto, em função das tomadas de decisões dos agentes econômicos, uma parte da geração de renda do país será destinada ao consumo e a outra parte será alocada para a acumulação. Mas a geração da renda, assim como o consumo e a acumulação, dependem do esforço social de produção, de onde advêm os bens e serviços que serão consumidos ou acumulados.
 A figura abaixo esquematiza os fluxos que interligam esses conceitos de atividades econômicas consolidadas nas contas de produção, (geração de) renda, consumo e acumulação.
A partir da atividade econômica, são realizadas as remunerações nas formas de salários, lucros, alugueis e juros a todos os proprietários dos recursos (ou fatores) de produção.
Uma parte destas remunerações recebidas vai diretamente para as despesas em consumo de bens e serviços finais que irá realimentar a atividade de produção do país.
Outra parte da renda não será gasta, ou seja, formará a poupança da economia. Mas tal poupança irá se transformar em despesas (de formação) de capital e em formação de estoques, demonstrando que tal acumulação irá voltar-se para a produção novamente.
Logo, todo o processo circulatório das principais categorias das atividades econômicas (realizadas pelos agentes econômicos), concretiza-se e dá continuidade às operações do sistema econômico de um país. Como veremos nas aulas futuras desta nossa disciplina, os agentes - famílias e empresas -, assim como o governo (e até o resto do mundo) exercem funções econômicas que são refletidas nessas categorias e que são destacadas no sistema, criando um conjunto de fluxos que se interligam e que são mensurados pela contabilidade social.

Continue navegando

Outros materiais