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Resumo Aulas Teoria da Contabilidade

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Aula 1: Origem e Evolução histórica – principais escolas
Até bem pouco tempo, era simples e fácil aceitar a máxima tão bem delineada por alguns doutrinadores e estudiosos, de que:
“Todos os sistemas, no mundo físico e no social, podem ser objeto da contabilidade”.
A identificação das espécies de sistemas é conveniente para se fixarem as normas da respectiva aplicação. O patrimônio individualizado é um sistema bem definido, tendo servido de objeto único para a contabilidade. Ele se enquadra no mundo social, porque é na sociedade que tem suas origens, e esta fixa as normas de existência daquele.
Assim, todos os patrimônios, variados por suas finalidades, constituem o grande grupo da economia particular. Seguindo as premissas citadas, podemos concluir que os sistemas se definem no meio em que têm sua origem e se desenvolvem, classificados que são pelos componentes homogêneos e heterogêneos que os influenciam, como o Sistema de Informações Contábeis.
“Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins”.
Não existe, então, contestação quanto à finalidade da Contabilidade, que é a de registrar e demonstrar as variações no Sistema Patrimonial – no qual existem bens e direitos delineados e representados – na parte do Ativo, em contrapartida à parte do Passivo, representada pelas obrigações com os credores, e o Patrimônio Líquido, que representa o remanescente, ou seja, a parte que a entidade tem empenhada com os sócios ou acionistas.
“O ativo será o conjunto de componentes composto de elementos concorrentes à finalidade do sistema, ou seja, a soma de forças motrizes com direção aos fins que explicam a existência do conjunto (...)”.
A Revolução Industrial
Ao estudarmos com mais profundidade os aspectos da formação contábil, percebemos que seus alicerces foram estruturados em três grandes eras, distintas entre si, foram elas: Era agrícola, Era Industrial e Era do conhecimento, em que mudanças significativas ocorreram, inclusive para a Contabilidade e seus métodos de registros e informações.
Em verdade, o patrimonialismo foi a doutrina responsável por enaltecer a contabilidade, defendendo o seu método, objeto, partes, finalidade e tarefas. Aquilo que Aristóteles (384-322) seria para a filosofia, Einstein (1879-1955) para a física e Comte (1798- 1857) para a sociologia, Masi seria para a contabilidade, devido ao seu vigor intelectual que produziu um efeito prolífico. O neopatrimonialismo contábil é, portanto, este efeito prolífico criado por Antonio Lopes de Sá, para aperfeiçoar as idéias patrimonialistas e garantir o futuro da contabilidade na filosofia do conhecimento.
São considerados elementos obrigatórios nos registros contábeis dos fatos administrativos: 
 Título: É o nome que identifica a sua representação e alocação no patrimônio;
 Débito: Representa a forma de entrada dos dados no patrimônio por meio das contas;
 Crédito: Representa a forma de saída dos dados no patrimônio por meio das contas;
 Histórico: Significa a narrativa do fato que a contabilidade está informando;
 Saldo ou valor: Representa o aspecto quantitativo que foi registrado. O saldo será devedor quando a soma dos débitos registrados numa conta for maior que os créditos.
O desenvolvimento da teoria e prática contábil americana está baseado no trabalho de equipe. A premissa muitas vezes levianamente abraçada por alguns autores brasileiros é a de que as obras de autores norte-americanos são fracas do ponto de vista teórico. Vejamos dois pressupostos dos mais relevantes apontados como defeitos por alguns professores pesquisadores no Brasil:
Pouca importância atribuída à sistematização dos planos de contas, pelo menos nos livros-texto;
Apresentação dos tópicos dos livros de forma não ordenada, dificultando distinguir, às vezes, os de maior importância.
As firmas de auditoria de origem anglo-americana foram a mais antiga influência no sentido da “americanização” do entendimento das normas e dos procedimentos de contabilidade, mas como ponto negativo percebia-se que poucas empresas brasileiras possuíam manual de procedimento de auditoria, dificultando um melhor trabalho de equipe por parte dos brasileiros.
A influência americana culminou, a partir da revolução brasileira de 1964, com uma modificação substancial no ensino de Contabilidade no Brasil, quando trouxe pela primeira vez o método didático norte-americano para nossas academias. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP foi a escola pioneira, com surgimento do livro de “Contabilidade Introdutória” em 1971, servindo de paradigma ainda nos dias atuais.
Aula 2: Abordagens da Contabilidade
A abordagem ética 
Nesta abordagem, a Contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada para todos os interessados. Deveria repousar nas noções de verdade e fairness. Ao mesmo tempo em que todos concordam que a Contabilidade deveria ser “verdadeira”, “justa” e “não enviesada”, é muito difícil, como afirma Hendriksen, definir, objetivamente, o que vem ser “justo”, “verdadeiro” ou “não enviesado”. Contadores diferentes poderiam ter diferentes ideias sobre tais conceitos.
A abordagem comportamental
Nesta abordagem, as informações contábeis deveriam ser feitas “sob medida”, de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta. Esta ênfase atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia. É dada abordagem a forma pela qual os relatórios contábeis são utilizados mais do que ao desenvolvimento lógico dos demonstrativos. Em outras palavras, é melhor um procedimento empírico que leve a decisões corretas do que um procedimento contábil conceitualmente correto que possa levar a uma decisão ou a um comportamento inadequado.
A abordagem macroeconômica
A abordagem macroeconômica é semelhante a da teoria do comportamento, porém fixa-se em objetos econômicos definidos. Utiliza-se do approach da teoria do comportamento para atingir determinados fins macroeconômicos. 
A abordagem sociológica 
A Contabilidade, nesta abordagem, é julgada por seus efeitos no campo sociológico. É uma abordagem do tipo “bem-estar social” – welfare, no sentido de que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da Contabilidade deveriam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das grandes companhias.
A abordagem sistêmica 
Esta parece ser uma base profícua para a Contabilidade, que, de fato, pode ser conceituada como o método de identificar, mensurar e comunicar informação econômico-financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação. Este processo de comunicação implica o reconhecimento dos tipos de informação necessária para cada principal usuário da informação contábil e a avaliação da habilidade dos usuários em interpretar a informação adequadamente.
Dedução e indução 
Qualquer que seja a abordagem ou a composição de abordagens escolhida para a Contabilidade, poderá utilizar, no estabelecimento dos princípios e dos procedimentos que irão reger a disciplina, dois tipos de raciocínio: o dedutivo e o indutivo.
De acordo com as pesquisas de Hendriksen, Eldon S., o raciocínio dedutivo em Contabilidade é o processo de iniciar com objetivos e postulados e, destes, derivar princípios lógicos que provêm as bases para as aplicações práticas ou concretas. Assim, as aplicações práticas são derivadas do raciocínio lógico. Ainda, de acordo com o pesquisador citado, a estrutura do processo dedutivo deveria incluir alguns dos seguintes passos, por exemplo: A formulação de objetivos gerais ou específicos dos relatórios contábeis; A declaração dos postulados de Contabilidade concernentes ao ambiente econômico, político ou sociológico no qual a Contabilidade precisa operar.
O processo indutivo em Contabilidade consisteem obter conclusões generalizantes a partir de observações e mensurações parciais detalhadas. Muitas descobertas no campo da Física e em outras ciências foram possíveis pelo uso do processo indutivo. Em Contabilidade, por exemplo, a aplicação da indução, seria feita pela observação e analise de informações financeiras relativas a empresas e entidades.
Aula 4: Objeto Científico do conhecimento contábil
O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda "forma de existência que se manifesta de algum modo"(Trujillo, 1974:14).
- Constitui um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
- Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
- Constitui-se em conhecimento científico, na sua pretensão de construir uma resposta segura para responder às dúvidas existentes, propõe-se atingir dois ideais: o ideal da racionalidade e o ideal da objetividade. 
O ideal da racionalidade está em atingir uma sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias. (...) A ciência, no momento em que sistematiza as diferentes teorias, procura uni-las estabelecendo relações entre um e outro enunciado, entre uma e outra lei, entre uma e outra teoria, entre um e outro campo da ciência, de forma tal que se possa, através dessa visão global, perceber as possíveis inconsistências e corrigi-las. Essa verificação da coerência lógica entre os enunciados, ou entre teorias e leis, é um dos mecanismos que fornece um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria pela comunidade científica: os padrões da verdade sintática. Os enunciados científicos devem ser isentos de ambiguidade e de contradição lógica. É uma das condições necessárias, embora não suficiente.
O ideal da objetividade, por sua vez, pretende que as teorias científicas, como modelos teóricos representativos da realidade, sejam construções conceituais que representam com fidelidade o mundo real, que contenham imagens dessa realidade que sejam "verdadeiras", evidentes, impessoais, passíveis de serem submetidas a testes experimentais e aceitas pela comunidade científica como provadas em sua veracidade. Esse é o mecanismo utilizado para avaliar a verdade semântica.
Aula 5: Princípios e Convenções Contábeis
Os conceitos básicos referem-se aos objetivos da contabilidade.
McCullers & Schroeder explicam que estes conceitos se relacionam com a contabilidade financeira como um todo e servem de base para outros princípios. 
O Postulado da entidade considera que as transações econômicas são levadas a termo por entidades e a contabilidade é mantida como distinta das entidades dos sócios que o compõem. O postulado da continuidade observa a entidade como algo em movimento.
A entidade deve ser entendida como um ente dissociado dos indivíduos ou grupos que detêm o seu controle. Sob esta ótica, o conceito de entidade contábil define a área de interesse de organização, seus atributos e objetivos no contexto global da economia. Dentro de uma visão mais abrangente, atendendo às necessidades administrativas internas, pode-se subdividi-la em departamentos ou subsistemas distintos da unidade central, para efeitos de avaliação de desempenho.
O postulado da continuidade está calcado na premissa de que a entidade operará por um longo período (indefinidamente), sendo que este aspecto deve ser considerado na tomada de decisões. Caso alguma ocorrência demonstre uma possível quebra da continuidade da entidade, esta deverá ser observada nos relatórios contábeis.
Aula 6: O Ativo e sua Avaliação
A conceituação mais simples para a composição de Ativos pode ser dada como conjunto de bens e direitos à disposição de uma entidade.  Muitos autores, entretanto, observam este enfoque com cautela, tendo em vista que os bens e direitos são os componentes do ativo e não a sua definição. Esse conceito superficial e genérico não contempla as principais características relativas ao termo, haja vista a definição de recursos e a sua relação com as expectativas de benefícios econômicos e futuros.
O ativo de uma empresa é representado pela parte positiva do patrimônio, composta de bens e direitos, denominada de patrimônio bruto. Ao se falar em ativo, temos como primeiro objetivo identificar o conjunto das aplicações em bens e direitos providenciados pelos administradores com os recursos recebidos dos proprietários e de terceiros. Sua estrutura vem retratar todos os registros dos fatos ocorridos no exercício social, normalmente de janeiro a dezembro de cada ano. Podemos, ainda, dividi-lo em dois blocos que chamaremos de circulantes e não-circulantes.
Outro ponto a ser enfatizado diz respeito aos critérios de reconhecimento dos ativos que, segundo HENDRIKSEN e BREDA (1999), devem ser reconhecidos sempre que preencherem os seguintes requisitos: seja relevante; seja mensurável; o seu valor seja preciso.
Uma vez definido o ativo, a questão seguinte é como mensurá-lo, uma vez que isso implica no processo de designação de montantes quantitativos monetários aos objetos que estão sendo mensurados. Essa é uma das atribuições básicas da informação contábil no que tange a exatidão com que o dado é apresentado, devendo ser o mais próximo da realidade.
Os atributos básicos da mensuração são: Objetividade; confiabilidade; oportunidade; precisão; exatidão; acurácia.
Além disso, é importante destacar que existem diversos padrões de mensuração e não somente o monetário, a exemplo do comprimento, da área, do volume, da massa, da temperatura, das unidades físicas, etc.
Aula 7: O Passivo - Avaliação e Mensuração
Geralmente, o momento de reconhecimento de um passivo é bem definido, já que ele decorre de um contrato, o qual especifica a data do vencimento, o valor e demais condições contratadas. Todavia, alguns contratos podem depender de acontecimentos futuros e incertos, que por sua vez levam à incerteza quanto às vantagens ou prejuízos. Nestes casos, a obrigação existe embora o seu valor seja apenas estimado.
Os passivos resultam geralmente das transações que permitem as entidades obterem recursos. Outros passivos podem-se originar de transferências não recíprocas, a exemplo da distribuição de dividendos aos proprietários da entidade ou das fianças dos ativos às sociedades beneficentes
Dessa forma, as principais questões relacionadas à avaliação do passivo são as seguintes: O reconhecimento do passivo depende do reconhecimento da contrapartida da transação; O valor da exigibilidade deve ser determinado em função do valor atual dos montantes a serem pagos no futuro; Passivos contingentes devem ser reconhecidos mesmo sem a certeza de sua ocorrência, a exemplo das provisões para garantia.
Finalmente, o passivo deve permanecer registrado até que ocorra a extinção da dívida, o que normalmente acontece pelo pagamento da obrigação. Contudo, o pagamento não é a única forma de extinção de uma obrigação. Além das terminologias abaixo: Novação, Doação em pagamento, Compensação, Transação, Confusão e Remissão.
As disposições gerais mencionadas no diploma legal das Normas Brasileiras de Contabilidade do CFC estabelecem as regras de avaliação dos componentes do patrimônio de uma entidade com continuidade prevista nas suas atividades.
A Resolução 732/92 do CFC, no que se refere à avaliação do Passivo, descreve os seguintes pontos relevantes para nosso estudo:
As obrigações e os encargos, conhecidos ou calculáveis, são computados pelo valor atualizado até a data da avaliação.
Os passivos contingentes, decorrentes de obrigações trabalhistas, previdenciárias, fiscais, contratuais, operacionais e de pleitos administrativos e judiciais, são provisionados pelo seu valor estimado.
As obrigações em moeda estrangeira sãoconvertidas ao valor da moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação.
As obrigações de financiamento contraídas a valor prefixado são ajustadas ao valor presente.
As demais obrigações com valor nominalmente fixado, e com prazo para pagamento, são ajustadas ao valor presente.
A LSA Lei das Sociedades por Ações justifica que as contas de obrigação com terceiros que tenham vencimento superior ao ano de encerramento do balanço devem ser classificadas no ELP exigível de longo prazo.
O problema principal do passivo não reside em sua avaliação, mas em quando reconhecê-lo e registrá-lo. A natureza e o timing de reconhecimento do passivo recaem, usualmente, na natureza de itens monetários fixos; às vezes, existe clausula de correção monetária ou variação cambial; de qualquer forma, são sempre expressos em moeda corrente na data dos balanços.
Uma diferenciação poderia ser constituída pelas receitas recebidas antecipadamente, as quais nem sempre são itens monetários.
Aula 8: Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos – Mensurações
Chamados também de custos correntes, os custos de reposição representam o modelo de mensuração de ativos que considera a variação do valor de reposição do ativo. Na definição de EDWARDS e BELL (1961), representa o “Custo Corrente de aquisição dos inputs que a firma utilizou para produzir o elemento do ativo”.
MARTINS (1972) substitui o verbo produzir por possuir, a seguir: “é o custo corrente de aquisição dos inputs que a firma utilizou para possuir o elemento do ativo; quando a empresa fabricou o ativo, o seu custo corrente é a soma dos custos correntes dos fatores que entraram na produção; quando a empresa comprou o ativo. É o custo corrente de adquiri-lo”.
Cabe, ainda, acrescentar o entendimento de valores de saída. Justificados como modelos de mensuração de ativos a valores de saída, se referem ao preço de troca do ativo no mercado, ou ainda, o valor que o mercado pagaria pelo ativo, neste caso, chamado de valor de realização.
O preço de troca é o valor pelo qual os ativos podem ser vendidos ou trocados, quando deixarem a entidade, supondo-se que a empresa opera em um mercado organizado. Já o preço de mercado pode ser considerado uma estimativa bem próxima do preço real de venda em um curto prazo. Observar que os preços correntes de venda ou valor líquido realizável se referem à diferença entre a venda e o custo da realização.
Ao abordarmos a natureza e definição de uma receita, torna-se difícil uma apreciação deste assunto, pois as definições de receita têm-se fixado, via de regra, mais nos aspectos de quando reconhecê-la e em que montante do que na caracterização de sua natureza. Assim, algumas definições usualmente encontradas de receitas se referem ao seu efeito sobre o patrimônio ou ativo líquido, e outras fazem referências expressas à entrega de bens e serviços ao cliente.
Uma definição tida como uma das melhores pelo consenso da maioria dos estudiosos e pesquisadores da teoria da Contabilidade, pois caracteriza o que é essencialmente a receita e dá margem a uma ampla gama de formas pelas quais pode ser reconhecida, colocando bem o fato de que o mercado deverá validar o esforço desenvolvido pela empresa, atribuindo um valor de troca à produção de bens e serviços e àquela descrita por Sprouse e Moonitz:
Vamos agora definir as despesas. De acordo com SFAC, representam saídas ou outros gastos de ativos ou, ainda, obrigações incorridas.
Autores renomados na atualidade acrescentam, ainda, de forma ampla:
Sprouse e Moonitz (1962) citam de forma inconteste em seus trabalhos que: “despesas representam a diminuição de ativos líquidos como resultado da utilização de serviços econômicos na criação de receitas ou na imposição de taxa do governo”.
Em outra pesquisa, SPROUSE & MOONITZ, apud KRAEMER (2000; p. 22) afirmam que passivos são obrigações que exigem a entrega de ativos ou prestação de serviços em um momento futuro, em decorrência de transações passadas ou presentes.
A mensuração do consumo de ativo é realizada a partir dos seguintes princípios universais:
 Relação de causa e efeito, a exemplo dos custos das mercadorias vendidas. 
 Alocação racional e sistemática, a exemplo da depreciação de ativos fixos. 
 Alocação racional e sistemática, a exemplo da amortização de intangíveis. 
 Alocação racional e sistemática, a exemplo da apropriação de despesas de seguros. 
 Imediato reconhecimento, a exemplo das demais despesas que são registradas quando incorridas
Segundo o SFAC, perdas são reduções de líquidos, originadas de transações periféricas ou incidentais de uma entidade e de outras transações, eventos ou circunstâncias que afetam a entidade, exceto as que resultam de despesas ou distribuições para acionistas. Ao mensurar as perdas como reduções de patrimônio líquido, estamos focando aquelas provenientes de transações e eventos econômicos, exceto as que geraram despesas ou distribuição aos proprietários.
Aula 9: Patrimônio Líquido
Genericamente, conceitua-se o PL Patrimônio Líquido como sendo a diferença entre o ATIVO e o PASSIVO. Corrobora com esse entendimento estático o IASB International Accounting Standards Board - Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade, ao afirmar que o PL é a participação residual nos ativos da empresa depois de deduzidas as obrigações
Dessa forma, o PL representara diferentes valores em função dos critérios adotados na avaliação dos ativos e passivos da entidade. Nesse sentido, o IASB cita que o patrimônio líquido que é apresentado no BP Balanço Patrimonial depende de sua avaliação dos ativos e passivos.
O IASB é uma Entidade do setor privado, independente, criada em 1973 para estudar, preparar e emitir normas de padrões internacionais de contabilidade, com sede em Londres, Grã-Bretanha, constituída por mais de 140 entidades profissionais de todo o mundo, incluindo o Brasil representada pelo Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON e o Conselho Federal de Contabilidade - CFC. Relativamente a sua estrutura, o IASB é vinculado à Fundação para o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade, com sede em Delaware, Estados Unidos da América. 
Em linhas gerais, o conjunto de contas pertencentes aos capitalistas, segundo este comitê de normas contábeis, o patrimônio líquido é a parcela residual dos recursos que remanesce após ser deduzido suas responsabilidades.
Reservas 
Conceituadas como a diferença entre o patrimônio líquido total e o capital social realizado. São contas de reserva constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Representam lucros reservados e constituem garantia e segurança adicional para a saúde financeira da companhia, porque são lucros contabilmente realizados, que ainda não foram distribuídos aos sócios ou acionistas. Poderão representar futuro aumento de capital, lucros reinvestidos ou resultados não distribuídos aos capitalistas. 
Observar, que quando despesas ultrapassam as receitas ao longo dos exercícios sociais, não temos uma reserva e sim, prejuízos acumulados.
Ações em tesouraria 
Normalmente não é permitido às empresas adquirir suas próprias ações, a não ser quando: em operações de resgate, re-embolso ou amortizações de ações; aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas (exceto legal) e sem diminuição do capital social ou recebimento dessas ações por doação; aquisição para diminuição do capital. Veja restrições na LSA Lei das Sociedades por Ações.
Redução do Capital Social 
A redução voluntária no Capital Social pode ser por perda ou excesso. De acordo com COELHO1: 
“O capital social da companhia pode, também, ser reduzido. Duas são as causas que a lei considera para permitir esta redução: excesso de capital social, quando se constata o seu superdimensionamento; e irrealidade do capital social, quando houver prejuízo patrimonial (LSA, art. 173).” (COELHO1, 2003, p. 195). A redução por excesso se dá no caso em que se verifica que o capital subscrito é maior que o necessáriopara o desenvolvimento do negócio e a companhia resolve diminuí-lo. Estando integralizando há duas alternativas podem permanecer na sociedade como reserva de lucro, ou ser restituídas aos acionistas. 
LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Os lucros ou prejuízos representam resultados acumulados obtidos, que foram retidos sem finalidade específica (quando lucros) ou estão à espera de absorção futura (quando prejuízos). Com o advento da Lei 11.638/2007,  para as sociedades por ações, e para os balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008, o saldo final desta conta não poderá mais ser credor.   
Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros. 
Desta forma, para as sociedades por ações,  o saldo respectivo deverá ser composto apenas pelos eventuais prejuízos acumulados (saldo devedor), não absorvidos pelas demais reservas.
Aula 10: Normatizações da Contabilidade no Brasil
Uma das principais alterações da LSA Lei das Sociedades por Ações é a forma de cálculo do patrimônio das companhias. Os balanços terão de incluir os bens intangíveis, como marca e localização de um imóvel. E os ativos das companhias serão contabilizados não mais pelo valor pago na época da aquisição, mas pelo preço de mercado. As empresas de capital aberto ainda terão de expor a divisão das riquezas produzidas por elas. Aliás, trata-se de outra informação preciosa. A citação da lei, diz respeito a Divisão de Riqueza. 
Outra mudança importante, as empresas de capital aberto, terão de divulgar a Demonstração de Valor Adicionado, que mostra a divisão de suas riquezas entre acionistas, governo e empregados. Já as de capital fechado de grande porte farão balanços semelhantes aos das companhias listadas na bolsa e terão de contratar auditorias externas. O contador não vai apenas registrar, mas também interpreta-los. É a evolução do profissional para uma posição mais estratégica na empresa.
A nova legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais, o que facilita o investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de capital fechado a divulgarem seus balanços. Com as novas regras, diversas alterações significativas ocorreram. 
	Alterações Significativas 
	a) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR foi extinta;
b) Torna-se obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC e da Demonstração do Valor Adicionado – DVA;
c) A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais);
d) A DVA é exigida para todas as companhias abertas;
e) O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”, além dos já existentes “Investimentos”, “Imobilizado”;
f) Foi extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial” que possui características diferentes;
g) Ainda no Patrimônio líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em Tesouraria”;
h) Foram extintas as reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures” e “Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta última, controlada na conta “Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser excluída da base de cálculo dos dividendos obrigatórios;
i) Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial que agora, não mais precisam ser relevantes.

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