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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS GEOLOGIA GERAL APLICADA A ENGENHARIA HÍDRICA LUIS EDUARDO A.S. SUZUKI Água subterrânea é a fração de água que sofre infiltração, percorrendo seu caminho pelo subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais presentes controlam seu armazenamento e movimento. Água Subterrânea =Água que se encontra no subsolo advinda de sua infiltração da superfície para o solo e abaixo dele. CICLO HIDROLÓGICO IMPORTÂNCIA E OCORRÊNCIA As águas subterrâneas se acumularam ao longo do tempo geológico (até alguns milhares de anos) e se encontram e condição de quase equilíbrio, em função dos mecanismos de carga e descarga. O movimento é, em geral, muito lento, implicando em tempo de residência muito longo. Nem toda a água do subsolo pode ser extraída. O volume explotável de um aquífero requer informações sobre a resposta do sistema a bombeamentos. IMPORTÂNCIA E OCORRÊNCIA As águas superficiais, por serem mais visíveis, passam a impressão de que devem ser a principal fonte de atendimento das necessidades humanas de água doce. Utilização da água subterrânea Europa em geral 75% Alemanha,Bélgica, Suécia,Dinamarca, Áustria chega a 90% Brasil 61% da população é abastecida por água subterrânea São Paulo 76% das cidades. Rio Grande do Sul e Paraná chega a 90% 12 Introdução Vantagens do uso das águas subterrâneas, em relação às águas superficiais: são mais protegidas da poluição; o custo de sua captação e distribuição é muito mais barato. A captação pode ser próxima da área consumidora, o que torna mais barato o processo de distribuição; em geral não precisam de nenhum tratamento, o que, além de ser uma grande vantagem econômica, é melhor para a saúde humana; permitem um planejamento modular na oferta de água à população, isto é, mais poços podem ser perfurados à medida que aumente a necessidade, dispensando grandes investimentos de uma única vez. 13 Introdução Distribuição da água no subsolo Zonas de ocorrência da água no solo de um aqüífero freático 14 Introdução zona de saturação é a região abaixo do lençol freático (nível freático) onde os poros ou fraturas da rocha estão totalmente preenchidos por água. observe-se que em um poço escavado num aqüífero deste tipo a água o estará preenchendo até o nível freático. em aqüíferos freáticos o nível da água varia segundo a quantidade de chuva. Em épocas com mais chuva o nível freático sobe e em épocas em que chove pouco o nível freático desce. um poço perfurado no verão poderá ficar seco caso sua penetração na zona saturada for menor do que esta variação do nível d’água. 15 Introdução Água subterrânea: Na zona de saturação encontra-se a água subterrânea possível de ser explorada por diversas técnicas especializadas aqüíferos – denomina-se aqüífero toda formação geológica capaz de conter água e ainda permitir que quantidades significativas se movimentem em seu interior em condições naturais. As formações permeáveis como areia, arenitos e formações ferríferas parcialmente decompostas são excelentes aqüíferos. as águas subterrâneas são realimentadas pelas infiltrações de águas de origem meteóricas (chuva). essas águas fluem lentamente (mm/dia, cm/dia ou m/dia) pelos poros e ou fissuras/fraturas intercomunicantes das rochas, armazenando-se em reservatórios subterrâneos ou alimentando os rios (efluência), lagos e nascentes durante os períodos sem chuvas. 16 Introdução Classificação dos aqüíferos segundo a pressão da água: Aqüíferos livres ou freáticos - A pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. São os aqüíferos mais comuns e mais explorados pela população. São também os que apresentam maiores problemas de contaminação. Aqüíferos artesianos - Nestes aqüíferos a camada saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou semipermeáveis, de forma que a pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água suba no poço para além da zona aqüífera. Se a pressão for suficientemente forte a água poderá jorrar espontaneamente pela boca do poço. Neste caso diz- se que temos um poço jorrante. 17 Classificação dos aqüíferos segundo a geologia do material saturado: aqüíferos porosos - ocorrem em rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados e solos arenosos decompostos in situ. Constituem os mais importantes aqüíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Estes aqüíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. São poços isotrópicos podendo fornecer até 500 metros cúbicos por hora de água de boa qualidade. Aqüíferos fraturados ou fissurados - ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. A capacidade destas rochas em acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação. No Brasil a importância destes aqüíferos está muito mais em sua localização geográfica, do que na quantidade de água que armazenam. Fornecem poucos metros cúbicos de água por hora. 18 Classificação dos aqüíferos segundo a geologia do material saturado: aqüíferos cársticos - São os aqüíferos formados em rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de aqüífero fraturado, onde as fraturas, devidas à dissolução do carbonato pela água, podem produzir aberturas muito grandes, criando, neste caso, verdadeiros rios subterrâneos. É comum em regiões com grutas calcárias, ocorrendo em várias partes do Brasil. 19 Funções dos aqüíferos: os processos de filtração e as reações bio-geoquímicas que ocorrem no subsolo fazem com que as águas subterrâneas apresentem, geralmente, boa potabilidade e são mais bem protegidas dos agentes de poluição. as águas subterrâneas, quando apresentam teores de STD (Sólidos Totais Dissolvidos) superiores a 1g/l, ou possuem uma concentração especialmente elevada de um íon particular, são classificadas como águas minerais. quando apresentam temperaturas superiores a 40°C constituem fonte alternativa de energia, podendo ser utilizadas para aquecimento de casas, fins fisioterápicos, produção agrícola em estufa etc. quando o teor de sais contidos é elevado podem constituir importantes fontes de componentes minerais como Iodo, Bromo, Boro e Cloreto de Sódio. 20 A explotação da água subterrânea apresenta inúmeras vantagens em comparação com as águas superficiais: Dispensa tratamento químico que onera bastante as águas superficiais em dispendiosas ETAs. A rede de adução até o reservatório ou caixa d’água usualmente é de pequena extensão; Não exige desapropriação de grandes áreas como as barragens, que demandam vultosos investimentos. Independe de períodos de estiagens prolongadas para recarga anual e dos efeitos contínuos do processo de evaporação. O prazo de execução de um poço tubular é de dias. A implantação do sistema de captação e armazenamento pode ser efetuada de modo gradativo, na medida que aumente a demanda, O sistema como um todo é muito melhor protegido de eventuais poluições e contaminações químicas, e até mesmo de atos de vandalismo. 21 A explotação da água subterrânea apresenta peculiaridades que precisam ser monitoradas: a renovação e recarga das águas retiradas dos aqüíferos não se fazemna mesma velocidade da extração, podendo causar a explotação de parte ou de toda a Reserva Permanente, com risco da exaustão do aqüífero; a superexplotação de aqüíferos poderá acarretar subsidência na porção mais superficial, causando fendas nas rochas com aparecimento de possíveis sumidouros em correntes de águas superficiais; mesmo sendo menos vulneráveis aos agentes poluidores e às contaminações, a detecção de um processo contaminante num aqüífero, em geral não é imediata, podendo muitas vezes acarretar ações muito onerosas ou até mesmo situações irrecuperáveis no médio prazo. 22 Captação de águas subterrâneas Classificação baseada em sua profundidade: Poço raso - São poços que apresentam, geralmente, profundidades até 30,00 metros e onde são utilizados métodos simples de construções. poço escavado ponteiras cravadas poço a trado poço radial galerias Poços Profundos - São poços perfurados com máquinas, com profundidades até 1000 metros. Em alguns casos profundidades maiores são atingidas quando se procura a produção de água aquecida pelo geotermalismo. A perfuração de um poço demanda conhecimento técnico especializado. Na verdade, deve ser considerada como uma obra de engenharia. 23 RESOLUÇÃO CONAMA nº 396 de 2008 CAPÍTULO II DA CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Art. 3o As aguas subterraneas sao classificadas em: I - Classe Especial: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses destinadas a preservacao de ecossistemas em unidades de conservacao de protecao integral e as que contribuam diretamente para os trechos de corpos de agua superficial enquadrados como classe especial; II - Classe 1: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses, sem alteracao de sua qualidade por atividades antropicas, e que nao exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido as suas caracteristicas hidrogeoquimicas naturais; III - Classe 2: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses, sem alteracao de sua qualidade por atividades antropicas, e que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido as suas caracteristicas hidrogeoquimicas naturais; IV - Classe 3: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses, com alteracao de sua qualidade por atividades antropicas, para as quais nao e necessario o tratamento em funcao dessas alteracoes, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido as suas caracteristicas hidrogeoquimicas naturais; V - Classe 4: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses, com alteracao de sua qualidade por atividades antropicas, e que somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos restritivo; e VI - Classe 5: aguas dos aquiferos, conjunto de aquiferos ou porcao desses, que possam estar com alteracao de sua qualidade por atividades antropicas, destinadas a atividades que nao tem requisitos de qualidade para uso. 24 Aqüífero Guarani dados: 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²). espessura média aqüífera de 250 metros e porosidade efetiva de 15%; estima-se que as reservas permanentes do aqüífero (água acumulada ao longo do tempo) sejam da ordem de 45.000 Km³. as águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços tem cerca de 1.500m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h. Águas subterrâneas • Do ponto de vista hidrológico, a água encontrada na zona saturada do solo é dita subterrânea zona saturada Em geral, exige menos tratamento antes do consumo do que a água superficial, em função de uma qualidade inicial melhor. Em regiões áridas e semi-áridas pode ser o único recurso disponível para consumo. Águas subterrâneas • Fatores limitantes – porosidade do subsolo: a presença de argila no solo diminui sua permeabilidade, não permitindo uma grande infiltração; – cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado; – inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo a possibilidade de infiltração; – tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem Percolação abastecimento dos aqüíferos (mantém vazão dos rios durante as estiagens); Redução do escoamento superficial: cheias, erosão É a passagem de água da zona não-saturada (zona de aeração) para a zona saturada Qualidade das águas subterrâneas • Durante o percurso no qual a água percola entre os poros do subsolo e das rochas, ocorre a depuração da mesma através de uma série 'de processos físico-químicos e bacteriológicos, tais como: – troca iônica – decaimento radioativo – remoção de sólidos em suspensão – neutralização de pH em meio poroso – eliminação de microorganismos devido à ausência de nutrientes e oxigênio que os viabilizem • Ou seja, as águas subterrâneas são filtradas e purificadas naturalmente no processo de percolação Uso das águas subterrâneas • A exploração de água subterrânea está condicionada a fatores quantitativos, qualitativos e econômicos: – Quantidade: intimamente ligada à condutividade hidráulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos – Qualidade: influenciada pela composição das rochas e condições climáticas e de renovação das águas – Econômico: depende da profundidade do aqüífero e das condições de bombeamento. O que é um aquífero? Derivado do Latim, a palavra aquífero quer dizer: “ carregar água”. Unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea passível de ser explorada • Em oposição ao termo aquífero, utiliza-se o termo AQUICLUDE para definir unidades geológicas que apesar de saturadas e com grande quantidade de água absorvida lentamente, são incapazes de transmitir um volume significativo de água AQUIFUGOS • São unidades Geológicas que não apresentam poros interconectados e não absorvem e nem transmitem a água. Principais Aquíferos Formação Barreiras O Aquífero Guarani O Aquífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, sendo também um dos maiores em todas as categorias Volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade máxima por volta de 1.800 m, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos O Aquífero Guarani No Brasil, o aquífero guarani integra o território de oito estados: Mato Grosso do Sul 213 200 km² Rio Grande do Sul 157 600 km² São Paulo 155 800 km² Paraná 131 300 km² Goiás 55 000 km² Minas Gerais 51 300 km² Santa Catarina 49 200 km² Mato Grosso 26 400 km² AQÜÍFERO GUARANI População de 15 milhões de habitantes na sua área de influência Volume de água doce da ordem de 40.000 km3. Explotação sustentável capaz de atender demanda de 360 milhões de habitantes com cota per capita de 300 l/dia/habitante. Prof. Poços de 100 m (São Carlos) a 1.800m (Prudente) Q entre 10 a 1.000 m3/h AQÜÍFERO GUARANI • Anteriormente denominado Botucatu / Pirambóia maior reserva subterrânea de água doce doplaneta. • Territórios do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. • No Brasil - área de 840.000 KM2, sendo 155.800 Km2 dentro do estado de São Paulo – região Centro Oeste Bauru, Araraquara, São José do Rio Preto, Catanduva, São Carlos, Matão, Itápolis, Ribeirão Preto, Presidente Prudente entre outras. FUNÇÕES DOS AQÜÍFEROS Um aqüífero possui duas funções: 1. Armazenar água (porosidade e volume da camada aqüífera – formação geológica) 2. Transmitir água ( permeabilidade e transmissividade entre áreas de recarga e descarga) A velocidade de transmissão (v = k . h/l ) LEI DE DARCY depende da condutividade hidráulica (K) e do gradiente hidráulico ( h / l ) . As velocidades naturais da água subterrânea são pequenas poucos metros por dia. Figure 13.15 Darcy’s Law RECARGA DE AQÜÍFEROS • Uso sustentável da água subterrânea importante identificar e conservar as áreas de recarga . Regiões de muita chuva toda bacia é potencialmente área de recarga. Pontos principais : locais de maior infiltração e afloramentos de camadas mais permeáveis. Regiões semi-áridas as áreas de recarga são os riachos intermitentes. Definição: Recarga • A recarga de aqüíferos pode ser descrita como um processo segundo o qual as águas presentes nos, ou escoando através dos, interstícios do subsolo aumentam em quantidade através de meios naturais ou artificiais. Definição: Recarga Articicial • A recarga artificial de aqüíferos é uma técnica hidrogeológica que consiste em introduzir água em um aqüífero a uma taxa muitas vezes maior que a taxa de recarga natural com o objetivo de aumentar a disponibilidade e melhorar a qualidade dos recursos hídricos subterrâneos. AQUÍFEROS E TIPOS DE POROSIDADE Tipos de aquífero Tipos de aquífero É aquele formado por rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de granulação variada Aquífero poroso ou sedimentar Formado por rochas ígneas, metamórficas ou cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas, abertas devido ao movimento tectônico Ex.: basalto, granitos, gabros, filões de quartzo, etc.. Poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora Aquífero fraturado ou fissural Formado em rochas calcáreas ou carbonáticas, onde a circulação da água se faz nas fraturas e outras descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do carbonato pela água. Essas aberturas podem atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrâneos Aquífero cárstico (Karst) Aquífero cárstico (Karst) Tipos de aquíferos • Livres São aqueles cujo o topo é demarcado pelo nível freático, estando em contato com a atmosfera. Normalmente ocorrem a profundidades de alguns metros a poucas dezenas de metros da superfície • Suspensos São acumulações de águas sobre aquicludes, na zona insaturada, formando níveis lentiformes de aqüíferos livres acima do nível freático principal • Confinados ocorre quando um estrato permeável (aquífero) está confinado entre duas unidades pouco permeáveis (aquiclude) ou impermeáveis • Os aqüíferos confinados são aqueles onde a água é retida por solos menos permeáveis. Esta água é chamada de artesiana poço artesiano é aquele que penetra um aqüífero confinado • Estão geralmente a profundidades maiores do que os aqüíferos não confinados. • As pressões podem ser suficientes para que a água nos poços descarreguem naturalmentepoço artesiano com fluxo. Exemplo de aqüífero confinado Algumas Definições Importantes Perda de Carga: Decréscimo na carga hidráulica causada pela dissipação de energia (fricção no meio poroso) Para o aquífero livre (ou freático): Nível Freático ou Nível de Água (NA): Altura da água de um aquífero não-confinado, freático ou livre medida num poço de observação. Superfície Freática: Superfície cujos pontos em relação igual ao nível de água no aquífero freático. Perda de Carga: Decréscimo na carga hidráulica causada pela dissipação de energia (fricção no meio poroso). Para o Aquífero Confinado: Carga Piezométrica ou Altura Piezométrica: Altura da água de um aquífero confinado medida num piezômetro em relação ao fundo do aqüífero (z + P/ ). Superfície Piezométrica: Superfície cujos pontos estão em elevação igual à altura piezométrica Algumas Definições Importantes Funções dos aquíferos • Produção: consumo humano, industrial ou irrigação • Estocagem e regularização: estocar excedentes de água que ocorrem durante as enchentes dos rios • Filtro: corresponde à utilização da capacidade filtrante e de depuração bio- geoquímica do maciço natural permeável • Transporte: é utilizado como um sistema de transporte de água entre zonas de recarga artificial ou natural e áreas de extração excessiva • Estratégica: o gerenciamento integrado das águas subterrâneas • Energética: aquecimento pelo gradiente geotermal como fonte de energia elétrica ou termal • Mantenedora: mantém o fluxo de base dos rios 62 ROCHA ARMAZENADORA PROPRIEDADES FÍSICAS 63 POROSIDADE 64 Porosidade Primária Porosidade Secundária 65 Vazão Específica 66 Porosidade efetiva para fluxo (Cleary 1989) 6/26/2015 67 Interconexão dos poros - fraturas Fontes de poluição QUAIS SÃO OS IMPACTOS? • Contaminação por agrotóxicos em solos que não favorece a degradação do agentes químicos, principalmente na zona de recarga dos aqüíferos • Superexploração de aquiferos, que é a exploração da água subterrânea que ultrapassa os limites de produção das reservas reguladoras ou ativas do aqüífero, iniciando um processo de rebaixamento do nível potenciométrico do mesmo • Subsidência de solos – movimento para baixo ou afundamento do solo causado pela perda de suporte subjacente, que leva ao colapso das construções civis • Avanço da cunha salina – avanço da água do mar em superfície , sobre a água doce salinizando o aquífero • Os aquíferos costeiros fluem quase sempre para o mar, em gradiente variável Impactos Ambientais sobre os aquíferos Impactos Ambientais sobre os aquíferos • No encontro subterrâneo da água doce com a água salgada forma-se uma interface denominada cunha salina. Por ser mais densa, a água salgada fica abaixo da água doce, permitindo que poços bem próximos à praia ainda captem água doce • Só em casos de intensa explotação, a cunha salina pode avançar terra a dentro, salinizando os poços. Isto quase que acontece na praia de Boa Viagem, na cidade do Recife, exigindo a intervenção governamental, que proibiu a perfuração de novos poços naquela área Impactos Ambientais sobre os aquíferos • O avanço da cunha salina pode salinizar não só os poços , mas também as estruturas de aço e concreto de edifícios próximos ao mar • o aqüífero Barreiras na zona urbana de Maceió, originalmente com águas de boa qualidade, vem sendo em algumas áreas gradativamente contaminadas por águas salinizadas da Formação Marituba, por meio da ascensão vertical de cones salinos, devido a explotação intensiva desse sistema Impactos Ambientais sobre os aquíferos Contaminação de Águas Subterrâneas • A Zona Aerada é barreira natural contra contaminação seja por: • microorganismos (bactérias,protozoários ou vírus) ; compostos orgânicos (biodegradáveis, hidrocarbonetos ou orgânicos sintéticos) ou por substâncias inorgânicas (metais, nitritos, nitratos, fosfatos) • Ao atingir a zona saturada os contaminantes podem sofrer um processo mais intenso de diluição e dispersão. Vulnerabilidade dos aqüíferos • Aqüíferos freáticos com camada pouco espessa de cobertura são mais suscetíveis à contaminação. • Aqüíferos confinados profundos são melhor protegidos, principalmente se sobrepostos com densas camadas argilosas. • Camadas rochosas fraturadas podem permitir ocorrência de caminhos de contaminação. • Poços penetrando dois aqüíferos sobrepostos podem aumentar a chance de contaminação cruzada entre os dois aqüíferos. Origem e características dos contaminantes • ATIVIDADES DOMÉSTICAS: LIXO: chorume(matéria org., metais,sais) FOSSAS e Valas de infiltração: problemas em aqüíferos freáticos pouco profundos. • ATIVIDADES INDUSTRIAIS: Indústrias químicas, mineração. • ATIVIDADES COMERCIAIS: postos de gasolina, lavanderias, galvanização. • ATIVIDADES AGRÍCOLAS: fertilizantes e defensivos. Figure 13.20 Proteção dos Aqüíferos • Medidas legais e preventivas • Desenvolvimento e divulgação de conhecimento técnico. • Banco de dados geológicos e hidrogeológicos. • Ordenamento territorial. • Serviços de coleta de resíduos perigosos. • Comprometimento da população. • Monitoramento da qualidade da água. • Cadastramento de poços. Proteção dos Poços de Abastecimento • Complexa : considera-se características hidráulicas, taxa de exploração, características e persistência dos contaminantes. • Perímetros de proteção • 1a. zona:atividades relacionadas com a proteção dos poços ( 5 a 100 metros). • 2a.zona: proibir atividades potencialmente poluidoras(transporte e estocagem de produtos perigosos, disposição de resíduos e efluentes) • 3a. Zona: controle ambiental para proteção do solo e das águas. • Tamanho da zonas é função da distância ao poço e do tempo de trânsito do contaminante. Porosidade razão entre o volume de vazios e o volume total totalVolume vaziosVolume Depende da forma, do grau de compactação e da distribuição do tamanho das partículas Material Intervalo Média Limite inferior Limite superior Argila 0,34 0,57 0,42 Silte 0,34 0,61 0,46 Areia fina 0,26 0,53 0,43 Areia grossa 0,31 0,46 0,39 Cascalho fino 0,25 0,38 0,34 Cascalho grosso 0,24 0,36 0,28 Propriedades Hidrogeológicas Umidade ou retenção ou conteúdo volumétrico da água razão entre o volume de água e o volume total; para condições saturadas, todos os vazios estão preenchidos com água e, portanto, a umidade é dita saturada e se aproxima do valor da porosidade: totalVolume águaVolume θ Varia de zero (meio poroso completamente seco) até o valor máximo (porosidade) curva de retenção tende para um valor constante, quando a pressão capilar aumenta indefinidamente. O valor de para o qual d /dc 0 é chamado retenção específica r Propriedades Hidrogeológicas Umidade = 0 meio Poroso completamente seco = r retenção específica = todos os poros preenchidos por água r parâmetro razoavelmente constante, sobretudo para areias e cascalhos Propriedades Hidrogeológicas Porosidade efetiva (ηe) t e V V D Onde: ηe = porosidade efetiva VD = volume de água drenada por gravidade Vt = volume total 1 m 1 m 1 m 0,1 m Nível de saturação inicial Nível de saturação final Volume drenado 3 3 1m 0,1m e 10%0,1e Propriedades Hidrogeológicas Coeficiente de Armazenamento (S) •Volume de água liberado por uma unidade de área do aqüífero quando a linha piezométrica abaixa 1m 1m a) freáticos aqüiclude 1m A=1m2 aqüífero Nível da água A=1m2 Superfície potenciométrica b) confinado S = Ss . b Propriedades Hidrogeológicas Propriedades Hidrogeológicas Condutividade Hidráulica K medida da habilidade de um aqüífero conduzir água através do meio poroso; é expressa em m/dia, m/s, mm/h [K = v/(dh/dx)]. Condutividade Hidráulica é a não resistência ao fluxo, por exemplo: Na areia a velocidade do fluxo é maior, então K é maior Na argila a velocidade do fluxo é menor, então o K é menor • Q = fluxo de água (m3/s) • A = área (m2) • H = carga (m) • L = distância (m) • K = condutividade hidráulica (m/s) dx dh AKQ Lei de Darcy Propriedades Hidrogeológicas Trasmissividade T taxa volumétrica de fluxo através de uma secção de espessura “b” T = K . b Onde: T é a coeficiente de transmissividade (m2/s) K é a condutividade hidráulica (m/dia; m/s); b é a espessura do aqüífero confinado (m). b
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