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Caderno 1100 Questões GranCursos Retrospoectiva 2016

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Prévia do material em texto

SUMÁRIO
Língua Portuguesa ......................................................................................3
Redação Oficial ........................................................................................96
Raciocínio Lógico e Matemático ................................................................. 109
Noções de Informática ............................................................................ 134
Direito Administrativo ............................................................................. 155
Direito Constitucional .............................................................................. 273
Direito Penal .......................................................................................... 389
Direito Processual Penal .......................................................................... 412
Arquivologia .......................................................................................... 435
Administração Financeira e Orçamentária ................................................... 452
RETROSPECTIVA 2016
Língua Portuguesa
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LÍNGUA PORTUGUESA
(CESPE/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/ANVISA/2016)
Texto 1
1 Ninguém escreveu um romance sobre um personagem cujo característico 
maior é ser sadio. Há um silêncio literário a respeito, contrapartida ao silêncio dos 
órgãos — uma das definições que já foram dadas à saúde. Teoricamente, a higi-
dez não tem voz. Para muitas pessoas, estar sadio é simplesmente, e ao contrário
5 do que pretende a OMS, não estar doente. Mas será que isso é suficiente?
 � Para falar de saúde, precisamos aprender o idioma da saúde. Não é fácil. A 
própria palavra “saúde”, que usamos sobretudo para alguém que espirra, soa 
prosaica, convencional, babaca até. “É o mais tolo vocábulo em nosso idioma”, 
disse, com desprezo, o iconoclasta Oscar Wilde.
10 Mudar o jeito que falamos de saúde significa mudar o nosso estilo de vida. 
No começo, lutamos contra a inércia.
 � Mas então vem aquilo que poderíamos chamar de “salto de qualidade” e pas-
samos a um novo patamar de nossa existência.
 � Passamos a dialogar com nosso corpo e, para nossa surpresa, descobrimos que 
15 esse é um diálogo gratificante. Sabem-no bem as pessoas que embarcam em um pro-
grama de exercício. A sensação de bem-estar que se tem depois é algo extraordinário.
 � São as endorfinas? Bem, então são as endorfinas. Se o corpo se expressa 
através delas, tudo bem. Às vezes, a voz da saúde é a voz do corpo grato.
Moacir Scliar. O idioma da saúde. In: Almanaque Visa É, ano II, n.º 2. Brasília: Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária, 2009, p. 7. Internet: <http://portal.anvisa.gov.br> (com adaptações).
No que se refere às ideias e às estruturas linguísticas do texto 1, julgue os itens 
seguintes.
1. O uso diário que as pessoas fazem da palavra “saúde” contribuiu para que ela 
perdesse seu valor semântico original, tornando-a uma palavra “tola”.
2. Existe uma discordância entre o que a crença popular e o que a literatura médica 
— personificada na OMS — definem como “estar sadio” (R.4).
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3. Na argumentação desenvolvida no texto, a informação presente em “Teorica-
mente, a higidez não tem voz” (R. 3 e 4) é contraposta à informação presente em 
“Às vezes, a voz da saúde é a voz do corpo grato” (R. 18).
4. A palavra “até” (R. 8), que denota o posicionamento do autor frente a um dos 
usos da palavra “saúde”, pode ser substituída por sobretudo sem que isso prejudi-
que a correção e o sentido original do texto.
5. Caso se alterasse a ordem dos termos em “o iconoclasta Oscar Wilde” (R. 9) para 
o Oscar Wilde iconoclasta, haveria mudança do significado original do texto, mas as 
funções sintáticas de “Oscar Wilde” e de “iconoclasta” permaneceriam inalteradas.
6. Na linha 15, a forma “no” desempenha a função de complemento direto da for-
ma verbal “Sabem” e funciona como elemento de coesão, uma vez que retoma a 
informação segundo a qual o diálogo com o corpo é gratificante.
Texto 2
1 Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. 
Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia 
pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, 
Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela 
5 era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método então tradicio-
nal no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que 
percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua 
atuação provocou violenta reação popular.
 � Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento 
10 dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da 
população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso pro-
testou e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novem-
bro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha 
se levantou. O governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da 
20 vacina.
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 � Oswaldo Cruz acabou vencendo a batalha. Em 1907, a febre amarela estava 
erradicada do Rio de Janeiro. Em 1908, 22 uma epidemia de varíola levou a 
população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do 
sanitarista.
Osvaldo Cruz. Internet: <http://portal.fiocruz.br/ptbr/ content/oswaldo-cruz>
(com adaptações).
Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto 2, julgue os itens que se 
seguem.
7. O emprego de verbos no passado justifica-se em função do propósito comuni-
cativo do texto, que é o de narrar acontecimentos anteriores ao momento da fala. 
8. A forma verbal “acreditava” (R.2) está flexionada no singular para concordar 
com a palavra “parte” (R.2), mas poderia ser substituída sem prejuízo à correção 
gramatical pela forma verbal acreditavam, que estabeleceria concordância com o 
termo composto “dos médicos e da população” (R.2).
9. Na linha 2, o termo “se” é um pronome apassivador e, caso sua colocação fosse 
alterada de proclítica — como está no texto — para enclítica — que a doença trans-
mitia-se —, essa alteração incorreria em erro gramatical.
10. O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam preservados 
caso o período “Com o recrudescimento (...) massa da população” (R. 12 a 14) fos-
se reescrito da seguinte forma: Por conta do agravamento da epidemia de varíola, 
foi promovido por Oswaldo Cruz uma massiva vacinação da população.
11. A “batalha” (R.21) que Oswaldo Cruz venceu refere-se à busca de reconheci-
mento pelo seu trabalho de sanitarista, o qual só veio quando a população passou 
a acreditar que a vacinação era o único meio de vencer a epidemia de varíola que 
se manifestou em 1908.
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Texto 3
1 Os medicamentos dividem-se em duas categorias: medicamentos de referência 
e medicamentos genéricos. Os de referência são desenvolvidos e comerciali-
zados por determinado laboratório farmacêutico, público ou privado, enquanto 
seus genéricos são produzidos por outros laboratórios, geralmente após o fim 
5 da patente exclusiva. Do ponto de vista de médicos e pacientes, não importa 
se os medicamentos são de referência ou genéricos, eles devem ser eficientes, 
conter as doses do princípio químico ativo exatamente como divulgado na caixa, 
e ser livres de impurezas tóxicas. Para farmácias, hospitais e órgãos governa-
mentais, ambos devem ser estáveis e suportar armazenamento em condições
10 normais. Além disso, espera-se que os genéricos sejam bem mais baratos.� Os genéricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram 
fama e distribuição ampla em todo o mundo. Milhões de pessoas com baixo poder 
aquisitivo tiveram acesso a medicamentos pela primeira vez. No entanto, estudos 
e escândalos têm alertado a comunidade médica para o risco da disseminação 
15 descontrolada de medicamentos de qualidade questionável. Um dos perigos 
desse comércio ilícito, além dos maus-tratos aos doentes, é a difamação dos 
genéricos.
Riad Younes. Genéricos de má fama. In: CartaCapital, 13/4/2014. Internet: <www.cartacapital.
com.br> (com adaptações).
Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto 3, julgue os próximos 
itens.
12. A supressão das vírgulas logo após “genéricos” e “citados”, no trecho “Os gené-
ricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram fama e dis-
tribuição ampla em todo o mundo” (R. 11 a 12), não incorreria em erro gramatical, 
mas, sem elas, a interpretação do termo “Os genéricos” seria restringida.
13. Com o advento dos medicamentos genéricos, a saúde de uma parcela da popu-
lação mundial mudou, pois, com a distribuição gratuita desses medicamentos, essa 
população passou a ter acesso a remédios, sendo que algumas pessoas vivencia-
ram isso pela primeira vez.
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14. A disseminação de medicamentos de qualidade duvidosa é uma ameaça à boa 
fama conquistada pelos medicamentos genéricos ao longo de sua história.
15. Nos termos “livres de impurezas tóxicas” (R. 8) e “risco da disseminação des-
controlada” (R. 14 a 15), verifica-se paralelismo de funções sintáticas entre “de 
impurezas” e “da disseminação” e entre “tóxicas” e “descontrolada”.
16. A oração “que os genéricos sejam bem mais baratos” (R. 10) funciona como o 
complemento da forma verbal “espera-se” (R.10), na qual o sujeito é indetermina-
do pela partícula “se”.
(CESPE/DIPLOMATA/IRBR/2016)
Texto 4
1 O índio não teve muita sorte na literatura brasileira, depois do Romantismo. 
Enquanto nas letras hispano-americanas viceja um esplêndido indigenismo pelo 
século XX adentro, com tantos e tão importantes criadores dedicando-se a trans-
por o índio para a ficção, no Brasil se podem contar nos dedos das mãos os casos.
5 Torna a trazer o assunto à baila o aparecimento e grande vendagem de Maíra, 
romance de Darcy Ribeiro. O renomado antropólogo já tinha em seu acervo de 
realizações uma respeitável brasiliana, incluindo vários trabalhos sobre os índios, 
um dos quais, a história de Uirá, fora transformado em filme no início da década 
de 70. Maíra é, portanto, a primeira incursão do autor pelo épico, a menos 
10 que se considere a história de Uirá como uma primeira aproximação ao gênero.
 � O relato, como o filme, dá conta do trágico percurso de Uirá, da tribo 
Urubu-Kaapor, no Maranhão deste século, o qual um dia fica iñaron quan-
do, após muitas desgraças comuns ao destino dos índios brasileiros, como 
fome, espoliação, epidemias, perseguições, perde também um dos filhos.
15 A palavra tupi iñaron designa um estado de fúria sagrada, associado ao 
sofrimento excessivo, não deixando de lembrar as famosas fúrias dos heróis 
gregos: Hércules, uma vez acometido por um desses acessos, enviado pela vin-
gativa Hera, matou, sem o saber, seus três filhos e esposa, tal como vem nar-
rado na tragédia Héracles Furioso, de Eurípedes. Nas Bacantes, do mesmo 
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20 autor, Agave, fora de si, participa do desmembramento de seu filho adulto, 
Penteu, rei de Tebas. E talvez o mais formidável exemplo seja o da cólera de 
Aquiles, que dá nascimento à inteira composição da Ilíada, desencadeada por 
sua recusa a continuar lutando. Devido à recusa de Aquiles, quase foi perdida 
a guerra de Troia e, não fosse sua fúria, o poema não teria sido composto.
25 Em meio ao furacão histórico da fase do capitalismo selvagem no país, 
quando o acirramento da acumulação leva multinacionais e suas cabeças de 
ponte nacionais a apropriar-se dos mais recônditos confins com vistas ao 
lucro, encontram-se, estonteados, os índios. O único problema dos Mairum 
— nome inventado, tribo arquetípica de todas as tribos, povo de Maíra — é 
30 como sobreviver e como fazer sua cultura sobreviver, com crescente dificuldade.
 � O romance inteiro soa como uma lamentação, um carpir sobre o fim de uma civi-
lização das mais admiráveis. Seus trechos mais bem realizados são aqueles nos quais 
uma espécie de narrador coletivo índio dá conta de sua maneira de ver o mundo, de 
como compreende e interpreta seus hábitos e tradições; e, o que é mais importante,
35 franqueia para o leitor seu tremendo desejo de sobrevivência e alegria de viver.
 � A produção e publicação de um romance como esse, agora, mostra como o 
índio está mais vivo do que nunca em sua conexão com a literatura brasileira. 
Tampouco deve ser uma coincidência que, neste exato momento, outras ficções, 
filmes, romances, peças de teatro, novelas de televisão, canções, estejam sendo
40 feitos, todos sobre os índios, todos lutando em defesa de sua preservação para 
a História. Quando há tanta desconfiança em relação à pulsão destrutiva da 
civilização ocidental e entre nós é tão escandaloso o capitalismo selvagem, 
isso pode vir a significar alguma coisa. Talvez uma postura mais cautelosa e 
menos arrogante, de quem está aprendendo a perceber que outras civilizações 
45 encontraram saídas melhores e, sobretudo, não suicidas para males que hoje 
parecem irremediáveis, como o problema do poder, da proliferação e poten-
ciação dos armamentos, da destruição da natureza, do Estado e de seu apa-
relho, da igualdade nunca encontrada. A alegoria da moça branca morta ao 
parir mestiços mortos poderá significar também o caráter heteroletal e autoletal
50 da etnia branca? Pode ser que a importância da civilização indígena esteja, final 
e penosamente, penetrando na consciência do corpo social brasileiro.
Walnice Nogueira Galvão. Indianismo revisitado. 
In: Esboço de figura – Homenagem a Antonio Cândido. 
São Paulo: Duas Cidades, 1979, p. 379-89 (com adaptações). 
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Acerca das relações semântico-sintáticas e do vocabulário do texto 4, julgue (C ou E) 
os itens seguintes. 
17. Na oração que inicia o segundo parágrafo, o verbo concorda com o primeiro nú-
cleo do sujeito posposto, concordância verbal abonada pela gramática normativa. 
18. Mantendo-se a correção gramatical do texto, o segmento “fora transformado 
em filme” (R. 8) poderia ser reescrito da seguinte forma: foi transposto para o ci-
nema. 
19. Os termos “trágico” (R.11), “de Uirá” (R.11) e “deste século” (R.12) exercem 
a mesma função sintática, na oração em que ocorrem. 
20. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, a expressão “contar 
nos dedos das mãos” (R.4) poderia ser substituída por contar pelos dedos. 
21. As relações semântico-sintáticas no período “Nas Bacantes, do mesmo autor, 
Agave, fora de si, participa do desmembramento de seu filho adulto, Penteu, rei de 
Tebas” (R. 19 e 21) sustentam a inferência de que Agave tinha mais de um filho e 
apenas um deles era adulto.
(CESPE/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/FUB/ 2016)
Texto 5
1 Brasília tinha apenas dois anos quando ganhou sua universidade federal. A 
Universidade de Brasília (UnB) foi fundada com a promessa de reinventar a edu-
cação superior, 4 entrelaçar as diversas formas de saber e formar profissionais 
engajados na transformação do país.
5 A construção do campus brotou do cruzamento de 7 mentes geniais. O 
inquieto antropólogo Darcy Ribeiro definiu as bases da instituição. O educa-
dor Anísio Teixeira planejou o modelo pedagógico. O arquiteto OscarNiemeyer 
transformou 10 as ideias em prédios.
 � Darcy e Anísio convidaram cientistas, artistas e professores das mais tradicionais 
10 faculdades brasileiras para 13 assumir o comando das salas de aula da jovem UnB.
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 � “Eram mais de duzentos sábios e aprendizes, selecionados por seu talento 
para plantar aqui a sabedoria 16 humana”, escreveu Darcy Ribeiro, em A Inven-
ção da Universidade de Brasília.
 � A estrutura administrativa e financeira era amparada 19 por um conceito novo 
15 nos anos 60 e até hoje menina dos olhos dos gestores universitários: a autonomia.
Internet: <www.unb.br> (com adaptações).
No que se refere aos sentidos do texto 5, julgue os itens a seguir.
22. Sabendo-se que Brasília foi inaugurada em 1960, infere-se que a UnB foi fun-
dada em 1962.
23. Devido ao emprego da expressão “menina dos olhos” (R.15), é correto inferir 
que, ainda hoje, os gestores universitários utilizam a “estrutura administrativa e 
financeira” (R.14) adotada pela UnB nos anos 60.
24. A UnB foi fundada com dois compromissos: reinvenção do ensino superior, por 
meio do entrelaçamento dos conhecimentos, e formação de profissionais engajados.
25. A expressão “mentes geniais” (R.5) refere-se a Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e 
Oscar Niemeyer.
Julgue os itens que se seguem, pertinentes a aspectos linguísticos do texto anterior.
26. No primeiro parágrafo, a vírgula foi empregada para separar orações.
27. No último parágrafo do texto, a expressão “era amparada” está no singular 
para concordar com a palavra “estrutura”, que é núcleo do sujeito.
28. A ausência de acento agudo em “ideias” (R.8) está em conformidade com as 
regras ortográficas vigentes.
29. Na linha 9, a forma verbal “convidaram” está no plural porque concorda com os 
termos “cientistas”, “artistas” e “professores”.
30. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados se o 
trecho “promessa de reinventar a educação superior” (R.2) fosse substituído por 
promessa de reinvenção da educação superior.
31. No trecho “O arquiteto Oscar Niemeyer transformou as ideias em prédios” (R. 
7 e 8), o emprego do sinal indicativo de crase em “as ideias” é opcional.
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Texto 6
1 Hoje, constituída por 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa 
especializados, a UnB possui 2.695 professores, 2.620 servidores técnico-admi-
nistrativos, 36.370 alunos de graduação e 7.510 de pós-graduação.
 � Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 noturnos e 10 a distância, além 
5 de 147 cursos de pós-graduação stricto sensu e 22 especializações lato sensu.
 � Os cursos estão divididos em quatro campi espalhados pelo Distrito Federal: Darcy 
Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama. Os órgãos de apoio incluem o Hos-
pital Universitário, a Biblioteca Central, o Hospital Veterinário e a Fazenda Água Limpa.
 � Sua missão é ser uma instituição inovadora, comprometida com a excelência 
10 acadêmica, científica e tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel 
transformador na sociedade, respeitadas a ética e a valorização de identidades 
e culturas com responsabilidade social.
 � Estar entre as melhores universidades do Brasil, inserida internacionalmente, 
com excelência em gestão de processos que fortaleça o ensino, a pesquisa e a 
15 extensão, é a visão de futuro da UnB.
Internet: <www.unb.br> (com adaptações).
Julgue os itens seguintes, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto 6.
32. Entre os 26 institutos e faculdades da UnB, 21 deles são centros de pesquisa 
especializados.
33. O vocábulo “Hoje”, que inicia o texto, poderia ser corretamente substituído por 
Atualmente.
34. O sentido original do texto seria preservado caso se inserisse a expressão dos 
cursos logo após o vocábulo “apoio” (R.7).
35. Os dois-pontos empregados imediatamente após “Distrito Federal” (R.6) intro-
duzem itens de uma enumeração.
36. Seria mantido o sentido original do texto caso o trecho “inserida internacional-
mente” (R.13) fosse substituído por situada no exterior.
37. No terceiro parágrafo, o adjetivo “respeitadas” (R.11) encontra-se no plural 
porque concorda com os termos “ética”, “valorização”, “identidades” e “culturas”.
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38. Os termos “Ela” (R.4) e “Sua” (R.9) referem-se à UnB. 
39. O texto é predominantemente argumentativo, pois busca convencer o leitor da 
excelência da UnB.
(CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/PCGO/ 2016)
Texto 7
1 Na Idade Média, durante o período feudal, o príncipe era detentor de um 
poder conhecido como jus politiae — direito de polícia —, que designava tudo o 
que era necessário à boa ordem da sociedade civil sob a autoridade do Estado, 
em contraposição à boa ordem moral e religiosa, de competência exclusiva da 
5 autoridade eclesiástica.
 � Atualmente, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, das leis e 
de outros atos normativos, é conferida aos cidadãos uma série de direitos, entre 
os quais os direitos à liberdade e à propriedade, cujo exercício deve ser com-
patível com o bem-estar social e com as normas de direito público. Para tanto, 
10 essas normas especificam limitações administrativas à liberdade e à proprie-
dade, de modo que, a cada restrição de direito individual — expressa ou implí-
cita na norma legal —, corresponde equivalente poder de polícia administrativa 
à administração pública, para torná-la efetiva e fazê-la obedecida por todos.
Internet: <www.ambito-juridico.com.br> (com adaptações).
40. De acordo com o texto 7:
a) o poder de polícia refere-se à faculdade de que dispõe a administração pública 
para tornar efetiva e fazer obedecida cada restrição de direitos e liberdades indivi-
duais, em consonância com o bem-estar social.
b) a autoridade administrativa, sob a invocação do poder de polícia, poderá anular 
as liberdades públicas ou aniquilar os direitos fundamentais do indivíduo previstos 
na Constituição Federal de 1988.
c) o fato de a Constituição, as leis e outros atos normativos conferirem aos cida-
dãos os direitos à liberdade e à propriedade pressupõe a existência de direito públi-
co subjetivo absoluto no Estado moderno, desde que seja respeitada a boa ordem 
da sociedade civil.
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d) o mecanismo denominado como poder de polícia, usado pela administração pú-
blica para deter os abusos no exercício do direito individual, é restrito à atuação da 
administração no âmbito federal.
e) o denominado jus politiae que o príncipe detinha na Idade Média equivale, nos 
dias atuais, ao poder de polícia conferido à administração pública.
41. No que se refere aos aspectos linguísticos do texto anterior, assinale a opção 
correta.
a) A supressão da vírgula empregada logo após “normativos” (R.7) manteria a 
coesão e a correção textual, uma vez que, no contexto dado, seu emprego é facul-
tativo.
b) A coesão textual seria mantida se a expressão “os quais” (R.8) fosse substituída 
por aqueles.
c) No primeiro parágrafo, a substituição do par de travessões por um par de pa-
rênteses preservaria a coesão textual.
d) A substituição de “sob” (R.3) por pela manteria a coesão textual.
e) O elemento “à”, nas linhas 3 e 4, introduz complementos da forma verbal “de-
signava” (R.2).
42. Com referência aos mecanismos de coesão e aos tempos e modos verbais em-
pregados no texto 7, assinale a opção correta.
a) A substituição da forma verbal “designava” (R.2) por chamava manteria a coe-
são e o sentido original do texto.
b) O antecedente do pronome “cujo” (R.8) pode ser o vocábulo “direitos”, do tre-
cho “uma série de direitos” (R.7), ou a expressão “os direitosà liberdade e à pro-
priedade” (R.8).
c) A coesão textual seria mantida caso a expressão “Para tanto” (R.9) fosse subs-
tituída pelo vocábulo Porquanto.
d) Na linha 13, as formas pronominais em “torná-la” e “fazê-la” referem-se ao ter-
mo “administração pública”.
e) A substituição da forma verbal “era” (R.1) pela forma verbal foi geraria proble-
ma no sequenciamento textual, uma vez que tais formas verbais de passado pos-
suem funções diferentes.
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43. Quanto aos termos empregados no texto 7, às ideias nele contidas e à ortogra-
fia oficial da língua portuguesa, assinale a opção correta.
a) O sentido original do texto seria preservado e as normas da ortografia oficial da 
língua portuguesa seriam respeitadas caso se substituísse o trecho “é conferida aos 
cidadãos uma série de direitos” (R.7) por aos cidadões confere-se muitos direitos.
a) O emprego do hífen no vocábulo “bem-estar” justifica-se pela mesma regra or-
tográfica que justifica a grafia do antônimo desse vocábulo: mal-estar.
b) As formas verbais “torná-la” e “fazê-la” (R. 13) recebem acentuação gráfica por-
que se devem acentuar todas as formas verbais combinadas a pronome enclítico.
c) A mesma regra de acentuação justifica o emprego de acento em “à” (R.3) e “é” 
(R.7).
d) O vocábulo “período” é acentuado em razão da regra que determina que se 
acentuem palavras paroxítonas com vogal tônica i formadora de hiato.
Texto 8
1 Em linhas gerais, há na literatura econômica duas explicações para a educação 
ser tida como um fator de redução da criminalidade. A primeira é que a educação 
muda as preferências intertemporais, levando o indivíduo a ter menos preferên-
cia pelo presente e a valorizar mais o futuro, isto é, a ter aversão a riscos e a ter 
5 mais paciência. A segunda explicação é que a educação contribui para o com-
bate à criminalidade porque ensina valores morais, tais como disciplina e coope-
ração, tornando o indivíduo menos suscetível a praticar atos violentos e crimes.
 � Há outras razões pelas quais se podem associar educação e redução da 
criminalidade. Quanto maior o nível de escolaridade do indivíduo, maior será 
10 para ele o retorno do trabalho lícito (isto é, o salário), e isso eleva o custo 
de oportunidade de se cometer crime. Além disso, há uma questão relacio-
nada à possibilidade do estado de dependência do crime: a probabilidade de 
se cometerem crimes no presente está relacionada à quantidade de crimes 
que já se cometeram. Dessa forma, manter as crianças na escola, ocupadas
15 durante o dia, contribuiria a longo prazo para a redução da criminalidade.
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 � Acredita-se, por essa razão, que haja uma relação entre maior nível de 
escolaridade e redução da criminalidade. A criminalidade é uma externali-
dade negativa com enormes custos sociais e, se a educação consegue dimi-
nuir a violência, o retorno social pode ser ainda maior que o retorno privado.
R. A. Duenhas, F. O. Gonçalves e E. Gelinski Jr. Educação, segurança pública e violência nos 
municípios brasileiros: uma análise de painel dinâmico de dados. UEPG Ci. Soc. Apl., Ponta 
Grossa, 22 (2):179-91, jul.-dez./2014. Internet: <www.revistas2.uepg.br> (com adaptações).
44. Nas opções a seguir, constam propostas de reescrita do trecho “Há outras ra-
zões pelas quais se podem associar educação e redução da criminalidade.” (R. 8 e 
9). Assinale a opção em que a proposta apresentada mantém o sentido original, a 
formalidade e a correção gramatical do texto anterior.
a) Outras razões existem porque é plausível associar educação e redução da cri-
minalidade.
b) Existe outras razões em que é possível associar educação e redução da crimi-
nalidade.
c) Há outras razões em quais pode se associar educação à redução da criminalidade.
d) Existem outras razões por que é possível associar educação e redução da crimi-
nalidade.
e) Tem outras razões que é possível associar educação e redução da criminalidade.
45. No texto 8, a palavra “aversão” (R.4) foi empregada no sentido de
a) pavor.
b) repugnância.
c) intolerância.
d) indiferença.
e) atração.
46. A oração “que já se cometeram” (R.14)
a) equivale, sintática e semanticamente, a que foi cometida.
b) está coordenada à expressão “quantidade de crimes” (R.13).
c) explica o termo “crimes” (R.13).
d) complementa o substantivo “quantidade” (R.13).
e) restringe o sentido do termo “crimes” (R.13).
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47. As opções subsequentes apresentam propostas de reescrita do seguinte pe-
ríodo do texto anterior: “Acredita-se, por essa razão, que haja uma relação entre 
maior nível de escolaridade e redução da criminalidade.” (R. 16 e 17). Assinale a 
opção que apresenta proposta de reescrita que preserva a correção gramatical e o 
sentido original do texto.
a) Acredita-se que haja, por essa razão, uma relação, entre maior nível de escola-
ridade e redução da criminalidade.
b) Acredita-se por essa razão, que haja uma relação entre maior nível de escolari-
dade e redução da criminalidade.
c) Por essa razão, acredita-se, que haja uma relação entre maior nível de escola-
ridade e redução da criminalidade.
d) Acredita-se que haja por essa razão, uma relação, entre maior nível de escola-
ridade e redução da criminalidade.
e) Por essa razão, acredita-se que haja uma relação entre maior nível de escolari-
dade e redução da criminalidade.
(CESPE/CONHECIMENTOS BÁSICOS – ANALISTA – ÁREA: ADMINISTRATIVA 
– ESPECIALIDADE: DIREITO/FUNPRESP/2016)
Texto 9
1 Minha tia, Mary Beton, devo dizer-lhes, morreu de uma queda de cavalo, 
quando estava em Bombaim. A notícia da herança chegou certa noite quase 
simultaneamente com a da aprovação do decreto que deu o voto às mulheres. A 
carta de um advogado caiu na caixa do correio e, quando a abri, descobri que ela 
5 me havia deixado quinhentas libras anuais até o fim da minha vida. Dos dois — 
o voto e o dinheiro —, o dinheiro, devo admitir, pareceu-me infinitamente mais 
importante. Antes disso, eu ganhara a vida mendigando trabalhos esporádicos 
nos jornais, fazendo reportagens sobre um espetáculo de burros aqui ou um casa-
mento ali; ganhara algumas libras endereçando envelopes, lendo para senhoras 
10 idosas, fazendo flores artificiais, ensinando o alfabeto a crianças pequenas num 
jardim de infância. Tais eram as principais ocupações abertas às mulheres antes 
de 1918. De fato, pensei, deixando a prata escorregar para dentro de minha 
bolsa e recordando a amargura daqueles dias: é impressionante a mudança de 
ânimo que uma renda fixa promove. Nenhuma força no mundo pode arrancar-me
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15 minhas quinhentas libras. Comida, casa e roupas são minhas para sempre. 
Assim, cessam não apenas o esforço e o trabalho árduo, mas também o ódio e 
a amargura. Não preciso odiar homem algum: ele não pode ferir-me. Não pre-
ciso bajular homem algum: ele nada tem a dar-me. Assim, imperceptivelmente, 
descobri-me adotando uma nova atitude em relação à outra metade da raça 
20 humana. E, ao reconhecer tais obstáculos, medo e amargura convertem-se gra-
dativamente em piedade e tolerância; e depois, passados um ou dois anos, a 
piedade e a tolerância se foram, e chegou a maior de todas as liberações, que 
é a liberdade de pensar nas coisas em si. Aquele prédio, por exemplo, gosto 
dele ou não? E aquele quadro, é belo ou não? Será esse, em minha opinião, 
25 um bom ou um mau livro? Com efeito, o legado de minha tia me desvendou o 
céu e substituiu a grande e imponente figura de um cavaleiro, que Milton reco-
mendava para minha perpétua adoração, por uma visão do céu aberto.Virginia Woolf. Um teto todo seu. Trad. de Vera Ribeiro. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985 (com adaptações). 
Com relação às ideias desenvolvidas no texto 9, julgue os itens subsequentes. 
48. O texto é desenvolvido com base na ideia de que a independência financeira é 
determinante para que as mulheres conquistem sua autonomia. 
49. Infere-se do texto que a narradora acredita ser mais importante para as mu-
lheres ter dinheiro que votar. 
50. Somente após receber a herança da tia, a narradora tornou-se uma mulher 
independente, capaz de governar-se pelos próprios meios. 
51. A conquista da “liberdade de pensar nas coisas em si” (R.23) resultou em sen-
timentos de piedade e tolerância em relação aos homens, sentimentos esses que 
substituíram o ódio e a amargura nutridos inicialmente pela narradora. 
52. Depreende-se do trecho “ganhara algumas libras endereçando envelopes (...) 
jardim de infância” (R. 7 a 11) que as diversas ocupações da narradora garantiam-
-lhe uma renda fixa. 
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Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 9, julgue os seguintes itens. 
53. Sem alterar o sentido original do texto, o verbo “admitir” (R.6) poderia ser 
substituído por reconhecer. 
54. As formas pronominais “a” (R.4) e “ela” (R.4) referem-se a “A carta” (R.3 e 4). 
55. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, o trecho “é impres-
sionante a mudança de ânimo que uma renda fixa promove” (R. 13 e 14) poderia 
ser reescrito da seguinte forma: a mudança de ânimo promovida por uma renda 
fixa é impressionante. 
56. Tanto o vocábulo “Nenhuma” (R.14) quanto o vocábulo “algum” (R.17) foram 
empregados com sentido negativo. 
57. A narradora utiliza a expressão “outra metade da raça humana” (R.19 e 20) 
para se referir ao gênero masculino. 
58. O sinal indicativo de crase em “às mulheres” (R.3) é facultativo. 
Texto 10
1 O europeu tem a respeito da mulher brasileira uma noção falsíssima. Para 
ele nós só nascemos para o amor e a idolatria dos homens, sendo para tudo 
mais o protótipo da nulidade. Dir-se-ia que a existência para nós desliza como 
um rio de rosas sem espinhos e que recebemos do céu o dom escultural da 
5 formosura, que impõe a adoração... Nem uma nem outra coisa. Nem a mulher 
brasileira é bonita, senão nos curtos anos da primeira mocidade, nem a socie-
dade lhe alcatifa a vida de facilidades. Ela é exatamente digna de observação 
elogiosa pelo seu caráter independente, pela presteza com que se submete 
aos sacrifícios, a bem dos seus, e pela sua virtude. A brasileira não se contenta 
10 com o ser amada: ama; não se resigna a ser inútil: age, vibrando à felicidade 
ou à dor, sem ofender os tristes com a sua alegria e sabendo subjugar o sofri-
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mento. Parecerá por isso indiferente ou sossegada, a quem não a conhecer 
senão pelas exterioridades. Mas não tivesse ela capacidade para a luta e ainda 
as portas das academias não se lhe teriam aberto, nem teria ela conseguido 
15 lecionar em colégios superiores. A esses lugares de responsabilidade ninguém 
vai por fantasia nem chega sem sacrifícios e coragem. Apesar da antipatia do 
homem pela mulher intelectual, que ele agride e ridiculariza, a brasileira de hoje 
procura enriquecer a sua inteligência frequentando cursos que lhe ilustrem o 
espírito e lhe proporcionem um escudo para a vida, tão sujeita a mutabilidades.
Júlia Lopes de Almeida. A mulher brasileira. In: Livro das donas e donzelas. 
Rio de Janeiro: Editora Livraria Francisco Alves e Cia., 1906 (com adaptações). 
Com referência às ideias e aos sentidos do texto 10, julgue os itens a seguir. 
59. Segundo a autora, ao homem europeu a mulher brasileira parece ser “indife-
rente ou sossegada” (R.12) porque sua alegria não diminui frente à dor de outrem. 
60. Infere-se do trecho “Mas não tivesse ela capacidade para a luta (...) nem te-
ria ela conseguido lecionar em colégios superiores” (R. 13 a 15) que as mulheres 
brasileiras conquistaram, com “sacrifícios e coragem” (R.16), o direito do acesso 
irrestrito às universidades tanto como estudantes quanto como professoras. 
61. A partir do trecho “Nem uma nem outra coisa” (R. 5), a autora apresenta ideias 
antagônicas para desconstruir estereótipos associados à mulher brasileira. 
62. A autora refuta, no texto, a ideia de que a beleza da mulher brasileira limita-se 
à juventude. A respeito dos aspectos linguísticos do texto 10, julgue os itens que 
se seguem. 
63. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam preservados caso 
o primeiro período fosse reescrito da seguinte maneira: A concepção do europeu 
acerca da mulher brasileira é demasiado falsa. 
64. A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados caso o vocábulo 
“amada” (R.10) fosse empregado no masculino: amado. 
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65. Seria preservada a correção gramatical do texto caso o trecho “Dir-se-ia” (R.3) 
fosse substituído por Dizem. 
66. A correção gramatical do trecho “as portas das academias não se lhe teriam 
aberto” (R. 14) seria mantida caso ele fosse reescrito da seguinte forma: não te-
riam sido abertas as portas das academias à brasileira 
(CESPE/TÉCNICO EM GEOCIÊNCIAS – HIDROLOGIA/CPRM/2016)
Texto 11
1 Fácil de produzir a partir de derivados do petróleo, cômodo de moldar por 
sopro, transparente e acessível por menos de cinco reais o quilo, o politerefta-
lato de etileno (PET) é um dos plásticos mais utilizados no mundo. Haja vista 
ele ser pouco biodegradável e sua reciclagem ser ineficaz, é excelente a notícia
5 de que os cientistas tenham descoberto uma bactéria capaz de usá-lo como 
alimento. Nasce uma estrela da reciclagem: a Ideonella sakaiensis. A presença 
desse organismo em um lixão, ou em uma usina de reciclagem de PET, apre-
senta um enigma de sumo interesse: o PET existe há apenas 70 anos, e, por-
tanto, foi esse exíguo tempo que a bactéria teve para evoluir e transformar o 
10 plástico na sua principal fonte de carbono. A solução desse enigma não é um 
mero desafio teórico, mas algo de grande utilidade para o desenvolvimento de 
enzimas que degradem outros plásticos de uso comum. Há, ainda, outro detalhe 
surpreendente: os dois genes em questão só se ativam na presença do PET, o 
que constitui uma “ativação por substrato”, mecanismo muito comum em velhas 
15 rotas metabólicas. Parece evidente, entretanto, que isso não precisa ser o resul-
tado de milhões de anos de paciente evolução. Basta um século, ou menos. 
Internet: <http://brasil.elpais.com> (com adaptações). 
67. A conjunção “entretanto” (R.20) do texto 11 introduz, no período em que se 
insere, ideia de 
a) condição.
b) explicação. 
c) oposição. 
d) comparação. 
e) adição. 
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(CESPE/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE: SECRETARIADO 
EXECUTIVO/FUNPRESP/ 2016)
Texto 12
1 No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E 
isso um lar perplexamente lhe dera.
 � Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de 
nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um 
5 homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude 
anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos 
emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, 
encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem tra-
balha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes 
10 de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada 
que tantas vezes seconfundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo 
enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e escolhera.
 � Sua preocupação reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, 
quando a casa estava vazia sem precisar mais dela, o sol alto, cada membro
15 da família distribuído nas suas funções. Olhando os móveis limpos, seu coração 
se apertava um pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para que 
sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a mesma habilidade que 
as lides em casa lhe haviam transmitido.
 � Saía então para fazer compras ou levar objetos para consertar,
20 cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da tarde 
e as crianças vindas do colégio exigiam-na.
 � Assim chegaria a noite, com sua tranquila vibração. De manhã acorda-
ria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os móveis de novo empoei-
rados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia
25 obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava 
anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim ela o quisera e escolhera.
Clarice Lispector. Amor. In: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 20-1.
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Com relação às ideias do texto 12, julgue os itens a seguir.
68. Ana dissimula as suas inquietações com afazeres domésticos.
69. Com um lar, com a vida que “quisera e escolhera”, a única preocupação de Ana 
era ser uma exímia dona de casa.
70. Infere-se do primeiro parágrafo do texto que, desde a juventude, Ana consi-
derava o casamento e a maternidade sua vocação inata, ou seja, seu destino de 
mulher.
71. Depreende-se do texto que o casamento proporcionou a Ana o direito à felici-
dade, sentimento desconhecido para ela na juventude.
Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 12, julgue os itens que se 
seguem.
72. No segundo parágrafo, o emprego do tempo verbal em formas como “Saía” 
(R.19), “exigiam” (R.21), “Encontrava” (R.23) e “alimentava” (R.25) denota o ca-
ráter rotineiro de determinados acontecimentos na vida de Ana.
73. No trecho “uma exaltação perturbada (...) com felicidade insuportável” (R. 10 
a 11), os adjetivos “perturbada” e “insuportável” qualificam a vida que Ana “quise-
ra e escolhera” (R.12).
74. Seria mantida a correção gramatical do texto caso a expressão “legião de pes-
soas” (R.8) fosse substituída por multidão, palavra que sintetiza o sentido de tal 
expressão.
75. A expressão “com persistência, continuidade, alegria” (R. 9) refere-se ao modo 
como vivem as pessoas que trabalham.
76. Em “Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um pouco em espanto” 
(R. 15 e 16), o agente da forma verbal “Olhando” corresponde ao referente do pro-
nome “seu”. 
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77. O termo “à revelia” (R.20) foi empregado no texto como sinônimo de a contra-
gosto.
78. A introdução do sinal grave indicativo de crase em “a noite” (R.22) manteria a 
correção gramatical do texto, mas prejudicaria seu sentido original.
Texto 13
1 Senti como se estivesse nascendo naquele momento.
 � Uma vida nova, passada a limpo, me esperava em direção a um Norte mais 
nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa.
 � Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se esforçava 
5 por me fazer feliz. Aquelas folhas de papel me esperavam também, intoca-
das, e era minha obrigação escurecê-las de ideias, histórias, sortilégios capa-
zes, talvez, de fazer alguém parar no seu cotidiano e se pôr a sonhar. Era 
bela a minha missão. “E sou um poeta”, pensei, “um homem dotado de um 
dom mágico com relação às palavras; a bem dizer, um encantador de palavras,
10 com a habilidade de ordená-las no seu caos e fazê-las significar, torná-las 
cruéis, pungentes, desesperadas, ou boas, úteis, generosas; com o poder de 
interpretar para alguém o milagre de um sentimento ignorado; de dar expres-
são ao inexprimível; de associar ideias, cores, sons aparentemente con-
trastantes; de emprestar sentido e beleza ao terrível paradoxo da vida...”. 
15 E senti como nunca dantes a necessidade de uma disciplina física e mental que 
pudesse ajudar meu corpo a tornar-se cada dia mais apto para usufruir, meu 
espírito mais lúcido para receber, meu coração mais simples para dar.
Vinicius de Moraes. Barra limpa. In: Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 31/12/1969 (com adaptações).
Com base nas ideias veiculadas no texto 13, julgue os itens subsequentes.
79. Ao refletir sobre a importância da sua arte, o narrador sente-se impelido a de-
senvolver uma disciplina física e mental para expandir suas potencialidades, con-
forme se depreende do trecho “E senti como nunca dantes (...) meu coração mais 
simples para dar” (R. 15 a 17).
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80. De acordo com o texto, uma das obrigações do poeta é “fazer alguém parar no 
seu cotidiano e se pôr a sonhar” (R.7).
81. Do trecho ‘com o poder de interpretar para alguém o milagre de um sentimento 
ignorado’ (R. 11 e 12) entende-se que o narrador considera o poeta alguém capaz 
de explicar por que determinados sentimentos são ignorados pelo ser humano.
A respeito de aspectos linguísticos do texto 13, julgue os próximos itens.
82. A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “também” (R.5) não 
prejudicaria o sentido original do período em que ocorre.
83. A vírgula empregada logo após “protegia” (R.4) separa orações aditivas que 
têm sujeitos distintos.
84. O sujeito da forma verbal “era” (R.6) está elíptico.
85. A oração “por me fazer feliz” (R.5) expressa uma ideia de finalidade.
(CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/SDS-PE/2016)
Texto 14
1 O crime organizado não é um fenômeno recente.
 � Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas do antigo 
regime na Europa, nas atividades dos piratas e corsários e nas grandes redes 
de receptação da Inglaterra do século XVIII. A diferença dos nossos dias é 
5 que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais profissionais.
 � Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que tudo é crime or-
ganizado. Mesmo quando se trata de uma pequena apreensão de crack em 
um local remoto, alguns órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em 
muitos casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados que 
10 existe. É praticado por um usuário que compra de alguém umas poucas pedras 
de crack e fuma a metade. Ele não tem chefe, parceiros, nem capital de giro. 
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Possui apenas a necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande 
traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a droga. Só utiliza seu 
dinheiro para financiar o tráfico ou seus contatos para facilitar as transações. 
15 A organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte 
das vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e médios tra-
ficantes e uns poucos traficantes de grande porte.
 � Nas outras atividades criminosas, a situação é a mesma. O crime pode 
ser praticado por um indivíduo, uma quadrilha ou uma organização. Portanto, 
20 não é a modalidade do crime que identifica a existência de crime organizado.
Guaracy Mingardi. Inteligência policial e crime organizado. In: Renato Sérgio de Lima e Liana 
de Paula (Orgs.). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel? São Paulo: 
Contexto, 2006, p. 42 (com adaptações).
86. De acordo com o texto 14,
a) poucas são as modalidades de crime que podem ser tipificadas como crime or-
ganizado.
b) nem sempre o que o senso comum supõe ser crime organizado é de fato crime 
organizado.
c) há registrosda associação de pessoas para o cometimento de crimes desde a 
Antiguidade.
d) as primeiras organizações criminosas estruturavam-se de modo totalmente im-
preciso e amador, em comparação com as organizações criminosas da atualidade.
e) o conceito da expressão crime organizado foi distorcido porque a imprensa pas-
sou a empregá-la para tratar de qualquer crime que envolva entorpecentes.
87. Em cada uma das opções a seguir, é apresentado um trecho do texto 14, seguido 
de uma proposta de reescritura. Assinale a opção em que a reescritura proposta 
mantém a correção gramatical do texto e o sentido original do trecho.
a) “O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma quadrilha ou uma organiza-
ção” (R. 18 e 19): O crime ser praticado por um indivíduo, uma quadrilha ou uma 
organização é permitido.
b) “Mesmo quando se trata de uma pequena apreensão de crack em um local re-
moto” (R. 7 e 8): Ainda que trata-se de uma pequena apreensão de crack em um 
local distante. 
c) “o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados que existe” (R. 9 e 
10): o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados que existem.
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d) “muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a droga” (R. 13): muitas vezes 
um indivíduo que se quer enxerga a Droga. 
e) “Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus contatos para facilitar as 
transações” (R. 13 e 14): Só utiliza seu dinheiro ou seus contatos para financiar o 
tráfico ou para facilitar as transações
88. No texto 14, isola um trecho de natureza explicativa a vírgula empregada logo 
após
a) “traficante” (R.13).
b) “vezes” (R.16).
c) “indivíduo” (R.13).
d) “remoto” (R.8).
e) “casos” (R.9).
89. No texto 14, funciona como complemento nominal a oração
a) “que identifica a existência de crime organizado” (R.20).
b) “que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais profissionais” 
(R. 5).
c) “de que tudo é crime organizado” (R. 6 e 7).
d) “para facilitar as transações” (R.14).
e) “que compra de alguém umas poucas pedras de crack” (R. 10 e 11).
Texto 15
1 Não são muitas as experiências exitosas de políticas públicas de redução de 
homicídios no Brasil nos últimos vinte anos, e poucas são aquelas que tiveram 
continuidade. O Pacto pela Vida, política de segurança pública implantada no 
estado de Pernambuco em 2007, é identificado como uma política pública exitosa.
5 O Pacto Pela Vida é um programa do governo do estado de Pernambuco 
que visa à redução da criminalidade e ao controle da violência. A decisão 
ou vontade política de eleger a segurança pública como prioridade é o pri-
meiro marco que se deve destacar quando se pensa em recuperar a memó-
ria dessa política, sobretudo quando se considera o fato de que o tema da 
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10 segurança pública, no Brasil, tem sido historicamente negligenciado. Muitas 
autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto como também o 
tratam de modo simplista, como uma questão que diz respeito apenas à polícia.
 � O Pacto pela Vida, entendido como um grande concerto de ações com o 
objetivo de reduzir a violência e, em especial, os crimes contra a vida, foi apre
15 sentado à sociedade no início do mês de maio de 2007. Em seu bojo, foram 
estabelecidos os principais valores que orientaram a construção da política de 
segurança, a prioridade do combate aos crimes violentos letais intencionais 
e a meta de reduzir em 12% ao ano, em Pernambuco, a taxa desses crimes.
 � Desse modo, definiu-se, no estado, um novo paradigma de segurança
20 pública, que se baseou na consolidação dos valores descritos acima (que 
estavam em disputa tanto do ponto de vista institucional quanto da socie-
dade), no estabelecimento de prioridades básicas (como o foco na redu-
ção dos crimes contra a vida) e no intenso debate com a sociedade civil. A 
implementação do Pacto Pela Vida foi responsável pela diminuição de quase 
25 40% dos homicídios no estado entre janeiro de 2007 e junho de 2013.
José Luiz Ratton et al. O Pacto Pela Vida e a redução de homicídios em Pernambuco. Rio de 
Janeiro: Instituto Igarapé, 2014. Internet: <https://igarape.org.br> (com adaptações).
90. O Pacto pela Vida é caracterizado no texto 15 como uma política exitosa porque
a) teve como objetivos a redução da criminalidade e o controle da violência no 
estado de Pernambuco.
b) tratou a questão da violência como um problema social complexo e inaugurou 
uma estratégia de contenção desse problema compatível com sua complexidade.
c) definiu, no estado de Pernambuco, um novo paradigma de segurança pública, 
embasado em uma rede de ações de combate e de repressão à violência.
d) foi fruto de um plano acertado que elegeu a área da segurança pública como 
prioridade.
e) resultou em uma redução visível no número de crimes contra a vida no estado 
de Pernambuco.
91. No texto 15, a partícula “se” foi empregada para indeterminar o sujeito em
a) “se pensa” (R.8).
b) “se considera” (R.9).
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c) “associar-se” (R.11).
d) “definiu-se” (R.19).
e) “se deve destacar” (R.8).
92. No trecho “Muitas autoridades públicas não só evitam associar-se ao assunto 
como também o tratam de modo simplista” (R. 10 a 12), do texto 15, o vocábulo 
“como” integra uma expressão que introduz no período uma ideia de
a) proporcionalidade.
b) adição.
c) comparação.
d) explicação.
e) oposição.
93. Assinale a opção na qual a palavra apresentada no texto 15 classifica-se, do ponto 
de vista morfossintático, como advérbio.
a) “historicamente” (R.10)
b) “modo” (R.12)
c) “intenso” (R.23)
d) “muitas” (R.1)
e) “quando” (R.8)
(CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA-TODAS AS ÁREAS/SDS-PE/2016)
Texto 16
1 Em julho de 1955, Bertrand Russell e Albert Einstein lançaram um inusitado 
apelo aos povos do mundo, pedindo-lhes que “pusessem de lado” seus fortes 
sentimentos a respeito de uma série de questões e se vissem “exclusivamente 
como membros de uma espécie biológica que traz consigo uma história 
5 extraordinária e cujo desaparecimento ninguém pode desejar”. O dilema 
com que se defronta o mundo é “claro, aterrador e incontornável: pore-
mos fim à espécie humana ou a humanidade renunciará à guerra?”
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 � O mundo não renunciou à guerra. Muito pelo contrário. Hoje, a potência mun-
dial hegemônica se dá o direito de fazer a guerra ao seu arbítrio, segundo uma 
10 doutrina de “autodefesa antecipada” sem limites conhecidos. Com uma postura 
essencialmente farisaica, os Estados Unidos da América (EUA) são implacáveis na 
imposição do direito internacional e de tratados e regras da ordem mundial aos 
outros países, mas rejeitam-nos como irrelevantes quando se trata de si mesmos — 
uma prática antiga, levada a limites inauditos pelos governos de Reagan e Bush II.
Noam Chomsky. Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia. Rio de 
Janeiro: Bertrand Brasil, 2009 (com adaptações).
94. No texto 16, a palavra:
a) “arbítrio” (R.9) foi empregada no sentido de vontade.
b) “inusitado” (R.1) foi empregada no sentido de corriqueiro.
c) ‘extraordinária’ (R.5) foi empregada no sentido de comezinha.
d) ‘aterrador’ (R.6) foi empregada no sentido de atenuador.
e) “dilema” (R.5) foi empregada no sentido de contraditório.
95. No texto 16, o sinal de dois-pontos empregado logo após ‘incontornável’ (R.6) 
introduz
a) uma expressão que o autor desejou realçar.
b) uma enumeração.
c) uma citação.
d) um esclarecimento acerca do que foi enunciado anteriormente no período.
e) uma exemplificação.
96. De acordo com o texto 16:
a) os tratados e os acordos mundiais sãoirrelevantes na busca da superação da 
prática da guerra.
b) os EUA mostram coerência, pois praticam aquilo que propõem para outras na-
ções.
c) a guerra justifica-se pelo arbítrio das nações e suas doutrinas de “autodefesa 
antecipada”.
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d) o descumprimento de regras mundiais passou a ser uma prática adotada pelos 
EUA a partir dos governos de Reagan e Bush II.
e) a preocupação manifestada no apelo de Bertrand Russell e de Albert Einstein, 
em meados do século passado, era de cunho supranacional.
97. No texto 16, a forma pronominal
a) “nos” (R.13) retoma “outros países” (R.13).
b) ‘consigo’ (R.4) refere-se a ‘membros’ (R.4).
c) “lhes” (R.2) refere-se a “Bertrand Russell e Albert Einstein” (R.1).
d) “se” (R.3) refere-se a “povos do mundo” (R.2).
e) ‘cujo’ (R.5) retoma ‘membros de uma espécie’ (R.4).
Texto 17
1 Eu tinha muito orgulho daquela espada dourada, não mais de dois centíme-
tros, espetada na gola da camisa do colégio. Na minha turma da quarta série 
primária, era a única.
 � Não me lembro que houvesse outras como ela entre os meus colegas da
5 escola. Não do meu candidato. O broche que algumas crianças usavam trazia 
uma pequena vassoura. E era do “meu” adversário.
 � Porque aqueles símbolos, diminutos, eram tão fortes, talvez explique o fato 
de que — até muito tempo depois da tristeza e perplexidade que senti na derro-
ta de Lott diante de Jânio Quadros —, quando pensava naquela que foi a minha 
10 “primeira” campanha, eu lembrasse dela, basicamente, como uma eleição na 
qual minha espada havia sido, inexplicavelmente, derrotada por uma vassoura.
 � Aquele ano marcaria o despertar do meu interesse pela política.
Antônio Lavareda. Emoções ocultas e estratégias eleitorais. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009
(com adaptações).
98. Com relação ao texto 17 e às ideias nele presentes, assinale a opção correta.
a) A maioria das crianças do colégio tinha preferência pelo candidato Lott.
b) O texto apresenta características típicas do gênero relato.
c) A vassoura representa, no texto, a candidatura de Lott.
d) O texto é predominantemente argumentativo.
e) No texto, o narrador descreve as emoções que teve ao votar pela primeira vez 
em eleições oficiais.
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99. A correção gramatical e os sentidos do texto 17 seriam mantidos caso se subs-
tituísse
a) o trecho “que senti” (R.8) por sentidas por mim.
b) a forma verbal “lembrasse” (R.10) por lembrei.
c) a forma verbal “marcaria” (R.12) por tinha marcado.
d) a forma verbal “explique” (R.7) por explica.
e) a forma verbal “houvesse” (R.4) por existisse.
Texto 18
1 Alguns nascem surdos, mudos ou cegos. Outros dão o primeiro choro com 
um estrabismo deselegante, lábio leporino ou angioma feio no meio do rosto. Às 
vezes, ainda há quem venha ao mundo com um pé torto, até com um membro 
já morto antes mesmo de ter vivido. Guylain Vignolles, esse, entrara na vida 
5 tendo como fardo o infeliz trocadilho proporcionado pela junção de seu nome 
com seu sobrenome: Vilain Guignol, algo como “palhaço feio”, um jogo de pala-
vras ruim que ecoara em seus ouvidos desde seus primeiros passos na existên-
cia para nunca mais abandoná-lo.
Jean-Paul Didierlaurent. O leitor do trem das 6h27. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015
(com adaptações).
100. Seriam mantidos os sentidos e a correção gramatical do texto 18 caso a for-
ma verbal “entrara” (R.4) fosse
substituída por 
a) entrava.
b) haveria entrado.
c) tinha entrado.
d) há de entrar.
e) entraria.
101. Na oração em que é empregado no texto 18, o termo “surdos, mudos ou ce-
gos” (R.1) exerce a função de
a) predicativo do sujeito.
b) objeto direto.
c) adjunto adnominal.
d) sujeito.
e) adjunto adverbial.
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(CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PA/2016)
Texto 19
1 O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não 
crer em nada, que zombam das coisas mais sérias e que riem dos santos e dos 
milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo era uma grande 
mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de 
5 dormir uma noite inteira dentro do cemitério.
 � Eu não lhe podia ouvir tais leviandades em coisas medonhas e graves sem que 
o meu coração se apertasse, e um calafrio me corresse a espinha. Quando a gente 
se habitua a venerar os decretos da Providência, sob qualquer forma que se ma-
nifestem, quando a gente chega à idade avançada em que a lição da experiência 
10 demonstra a verdade do que os avós viram e contaram, custa ouvir com paciência 
os sarcasmos com que os moços tentam ridicularizar as mais respeitáveis tradições, 
levados por uma vaidade tola, pelo desejo de parecerem espíritos fortes, como 
dizia o Dr. Rebelo. Peço sempre a Deus que me livre de semelhante tentação. Acre-
dito no que vejo e no que me contam pessoas fidedignas, por mais extraordinário
15 que pareça. Sei que o poder do Criador é infinito e a arte do inimigo, vária.
 � Mas o tenente Souza pensava de modo contrário!
 � Apontava à lua com o dedo, deixava-se ficar deitado quando passava um 
enterro, não se benzia ouvindo o canto da mortalha, dormia sem camisa, ria-se 
do trovão! Alardeava o ardente desejo de encontrar um curupira, um lobisomem
20 ou uma feiticeira. Ficava impassível vendo cair uma estrela, e achava graça ao 
canto agoureiro do acauã, que tantas desgraças ocasiona. Enfim, ao encontrar 
um agouro, sorria e passava tranquilamente sem tirar da boca o seu cachimbo 
de verdadeira espuma do mar.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo: Ed. Difusão Cultural do Livro, 2008, p. 7-8
(com adaptações).
Com relação às ideias do texto 19, julgue os itens seguintes.
102. Para o narrador, as pessoas de idade avançada são pouco tolerantes para com 
os mais jovens e mais tolerantes em relação ao sobrenatural.
103. O tema central do texto é explorado pela perspectiva do conflito entre a cren-
ça nas tradições religiosas populares e o ceticismo em relação a elas.
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104. A pouca idade do tenente Souza é apontada pelo narrador como a causa 
principal do seu comportamento zombeteiro, sarcástico e cheio de desdém pelas 
crendices populares.
Julgue os itens que se seguem, referentes aos aspectos linguísticos do texto 19.
105. A supressão da vírgula empregada no trecho “a arte do inimigo, vária” (R.15) 
prejudicaria o sentido original do texto.
106. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso a 
oração “Peço sempre a Deus que me livre de semelhante tentação” (R. 13) fosse 
reescrita da seguinte forma: Rogo-lhe constantemente que Deus me livre de seme-
lhante tentação.
107. Na linha 4, a palavra “só” foi empregada no sentido de sozinhos.
108. Haveria prejuízo da correção gramatical do texto caso a partícula “se”, no tre-
cho “Quando a gente se habitua a venerar os decretos da Providência” (R. 7 e 8), 
fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal “habitua”, escrevendo-se 
habitua-se.
109. No último parágrafo do texto, o emprego das formas verbais no pretérito 
imperfeito do indicativo indica que as ações do tenente Souza eram habituais. Tais 
hábitos acabam por caracterizar o personagem.
110. Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, no trecho “só 
os tolos temem a lobisomem e feiticeiras” (R.4), a preposição “a” poderia ser su-
primida.
(FCC/DIREITO/ELETROSUL/2016 )
111. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:
a) O efeito de que as moças pretendem obter em suas fainas, ao fim e ao cabo 
realizam-se como pretendido.
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34 de 472grancursosonline.com.brb) A técnica ilusória com cuja as moças contam acaba por se mostrar favorável 
diante do batatal.
c) Consiste a magia das moças maoris, a cada plantação, de cantar e dançar para 
que se alcance os melhores resultados.
d) A magia de um rito, cuja força as moças convocam no plantio, não as deixa 
frustrar-se.
e) As sementeiras de batatas, de cujo plantio as moças se aplicam, estão sujeitas 
para com os efeitos do vento leste.
Uma energia que vem de longe
O aproveitamento de recursos hídricos nas formas e em escala que conhecemos 
hoje só se tornou possível no final do século XIX, após o domínio das leis da me-
cânica dos fluidos, o consequente aperfeiçoamento das máquinas hidráulicas até o 
rendimento máximo e, por fim, o desenvolvimento da fantástica indústria da eletri-
cidade. Sua história, porém, remonta à época da emergência daquelas civilizações, 
na Ásia e na África, das quais toda a cultura moderna é tributária, e está intima-
mente associada ao desenvolvimento dos primeiros grandes sistemas energéticos 
da humanidade, baseados na cultura irrigada de cereais.
(LOPES, Bernardina Reina, inédito)
112. Transpondo-se para a voz ativa a frase Eficazes sistemas de irrigação 
teriam sido utilizados pelos antigos em suas culturas de cereais, a forma 
verbal resultante deverá ser
a) seriam utilizados. 
b) teriam utilizado. 
c) foram utilizados. 
d) utilizaram-se. 
e) haveriam de utilizar.
113. Sua história, porém, remonta à época da emergência daquelas civilizações 
(...)
O segmento acima ganha nova e correta redação, sem prejuízo para o sentido ori-
ginal, em:
a) Ainda assim, sua história retoma o caráter emergencial daquelas civilizações. 
b) Seu passado, portanto, prende-se ao tempo em que despontaram as antigas 
civilizações. 
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c) Assim sendo, sua memória cola-se ao tempo dinâmico daquelas civilizações. 
d) Suas origens, todavia, encontram-se no tempo em que emergiram aquelas ci-
vilizações. 
e) Na época das antigas civilizações, por conseguinte, situa-se sua história.
114. Deve-se entender do texto que o aproveitamento de recursos hídricos 
a) mantém-se tecnicamente tão eficaz quanto já o era ao tempo dos primeiros 
grandes sistemas energéticos. 
b) está dando uma contribuição decisiva para o surgimento da fundamental indús-
tria da eletricidade. 
c) deve muito de seu atual estágio aos avanços resultantes do domínio da mecâ-
nica dos fluidos. 
d) remonta ao final do século XIX, quando se aperfeiçoou o sistema de irrigação 
da cultura de cereais. 
e) é tributário da cultura moderna e ainda se vale significativamente das técnicas 
das antigas civilizações orientais.
Inquilinos
Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa 
acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno 
de seu próprio eixo na velocidade apropriada e em torno do Sol, de modo a garantir 
a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços 
básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico − e sem taxa 
de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendên-
cia ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, 
ou se – coroando o mais delirante dos sonhos liberais − sua gerência fosse entre-
gue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir 
correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites, e até mudar de galáxia, 
conforme as conveniências do mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catas-
tróficas, fraudes e falência.
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É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas 
na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio meta-
fórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incom-
petência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infraestrutura já 
estava pronta quando nós chegamos.
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, 
p. 19)
115. Há adequada correlação entre os tempos e os modos verbais presentes na 
seguinte frase: 
a) A responsabilidade pelos defeitos do mundo só seria nossa caso já não estives-
sem prontos os elementos que constituem essa imensa infraestrutura, à qual todos 
estamos submetidos. 
b) Nenhum de nós terá qualquer responsabilidade na injusta distribuição dos ma-
les e benefícios do mundo, a menos que a algum de nós caberia a tomada de todas 
as decisões. 
c) Provavelmente o mundo natural apresentaria ainda mais falhas, se viermos a to-
mar as decisões que implicassem uma profunda alteração na ordem dos fenômenos. 
d) Quem ousará remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, se tais po-
deres estivessem à disposição dos nossos interesses e caprichos? 
e) Na opinião do autor do texto, o síndico ideal seria aquele cujos serviços sequer 
se notem, pois ele manterá com discrição sua eficiência e sua dedicação ao trabalho. 
116. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente atendidas na 
seguinte frase: 
a) Não cabe aos responsáveis pelo mau funcionamento do mundo quaisquer tipos 
de sanção, uma vez que sequer logramos identificá-los. 
b) O desleixo e a improvisação, que na ordem humana constitui um defeito incor-
rigível, estão perversamente implicados na política e na economia. 
c) Torna-se difícil projetar as imagens de um mundo natural que fosse administra-
do pela consciência humana, à qual se devem as decisões mais injustas. 
d) Acabam por tornar visíveis as falhas do mundo natural o desequilíbrio injusto na 
distribuição dos favores e das desgraças que acometem a humanidade. 
e) Os liberais dizem que se devem confiar nas vantagens do livre mercado, cujo 
funcionamento por si só se responsabilizariam pela estabilidade da economia.
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117. Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o 
texto:
a) Se comparados o mundo e um prédio, notaríamos que a boa administração de 
ambos os casos dependeriam de que seus síndicos talvez devessem passar como 
se fossem impessoais. 
b) Tanto na ordem natural do mundo, como se dá também entre nós, existem in-
justiças que não dependem apenas de nossa participação, dado que algumas com-
petem à própria natureza. 
c) O autor acredita de que os simpatizantes das causas liberais gostariam de ge-
renciar o mundo como se se tratassem de uma empresa privada, que poderiam 
organizar segundo seus próprios princípios. 
d) Não é fácil imaginar como seria o mundo caso os homens se constituíssem seus 
gerentes, em cuja administração fosselhes possível mudar os rumos da natureza 
ou mesmo suprimir-lhes as injustiças. 
e) Aos homens cabe sofrer não apenas as injustiças da ordem social que consti-
tuem, mas também os efeitos desiguais das intempéries ou dos benefícios da pró-
pria natureza.
118. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um seg-
mento do texto em: 
a) correta sucessão das estações (1o parágrafo) = apropriada estabilidade meteo-
rológica.
b) tendência ao desleixo (1o paragrafo) = propensão para o descaso.
c) coroando o mais delirante dos sonhos (1o paragrafo) = sobrepujando as expec-
tativas irracionais.
d) mesmo sob o atual regime impessoal (2o parágrafo) = ainda que personalizando 
o presente sistema.
e) andares do prédio metafórico (2o parágrafo) = escalas da engenharia habitacional.
119. Atente para as seguintes afirmações:
I – O autor mostra-se descrente quanto à competência dos homens para admi-
nistrar o funcionamento do mundo, tal como acusa o segmento mesmo sob 
o atual regime impessoal.
II – As expressões gerência (...) entregue a umaempresa privada e conveniên-
cias do mercado ajudam a ilustrar o que entende o autor por sonhos liberais.
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III – Ao dizer que a infraestrutura já estava pronta quando nós chegamos, o autor 
exime a humanidade de responder pelo que seriam as falhas de funciona-
mento do mundo natural.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
a) I, II e III. 
b) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) II, apenas.
120. Para bem comparar o funcionamento do mundo à boa administração de um 
prédio, o autor do texto se vale do fato de que, em ambos os casos, 
a) as necessidades humanas imprimem a tudo as leis do mercado, a fim de evitar 
nossas falhas pessoais. 
b) a distribuição e a qualidade dos serviços costumam ser justas, salvo em casos 
excepcionais. 
c) a presença de um síndico só se faz sentir de modo positivo quando se trata de 
prevenir catástrofes. 
d) a infraestrutura se acomoda às necessidades dos usuários, não cabendo falar 
em incompetência administrativa. 
e) os serviços se oferecem com certa naturalidade, sem que se perceba a presença 
de um responsável.
(FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE SAÚDE/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016)
121. Uma frase escrita com clareza e correção é: 
a) Depois de ler poetas como Castro Alves e Olavo Bilac, T orquato Neto dedicou-
-se à leitura de Machado de Assis. 
b) Torquato Neto resolveu-se à cursar o científico em Salvador, cidade que se en-
contrava um agitado meio artístico. 
c) Em 1960, Salvador era um centro voltado à diversas manifestações culturais, as 
quais se destacava a literatura. 
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d) Glauber Rocha ligava-se à uma arte agressiva e de vanguarda, como também 
de Lina Bo Bardi e Joaquim Koellreutter. 
e) Torquato Neto ignorava de que iria ser exposto à essa agitação cultural a que 
tomava conta em Salvador no início dos anos 1960.
(FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE SAÚDE/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016)
Torquato Neto foi um menino tímido que, desde cedo, ainda nos bancos esco-
lares, já lia os poetas Castro Alves, Olavo Bilac, Fagundes Varela, Gonçalves Dias. 
Aos 14 anos, descobriu Machado de Assis. Em 1959, seguindo os passos de outro 
poeta piauiense, Mário Faustino, decidiu cursar o científico em Salvador. Não po-
dia imaginar a opulência que o esperava. A Salvador do início dos anos 1960 vivia 
grande agitação cultural. Lina Bo Bardi, Joaquim Koellreutter e Glauber Rocha eram 
só as figuras mais nobres num cenário em que surgia uma arte considerada “agres-
siva e de vanguarda”.
(Adaptado de: CASTELLO, José. Torquato, uma figura em pedaços. Disponível em: www.jornal-
depoesia.jor.br/castel19.html)
122. O texto chama a atenção para 
a) a influência de Mário Faustino sobre o estilo literário de Torquato Neto. 
b) o bloqueio criativo de Torquato Neto em virtude da timidez. 
c) o interesse precoce de Torquato Neto por literatura. 
d) a decepção de Torquato Neto ao chegar a Salvador em 1959. 
e) o perfil agressivo e vanguardista de Torquato Neto.
A rua
Toda rua tem seu curso
Tem seu leito de água clara
Por onde passa a memória
Lembrando histórias de um tempo
Que não acaba
De uma rua, de uma rua
Eu lembro agora
Que o tempo, ninguém mais
Ninguém mais canta
Muito embora de cirandas
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(Oi, de cirandas)
E de meninos correndo
Atrás de bandas
Atrás de bandas que passavam
Como o rio Parnaíba
O rio manso
Passava no fim da rua
E molhava seus lajedos
Onde a noite refletia
O brilho manso
O tempo claro da lua
(...)
(NETO, Torquato. Disponível em: www.jornaldepoesia.jor.br/tor.html#rua.)
123. No poema, 
a) a rua é comparada a um rio e ambos são fonte de lembranças para o poeta.
b) o rio Parnaíba é associado a um cenário de desolação, com casas alagadas.
c) as cirandas estão ligadas à experiência adulta, pois não há alusão à infância.
d) a lua mal se deixa ver em uma paisagem sombria, em que predomina a escuridão.
e) o tempo se relaciona à evolução da humanidade e é descrito de modo impessoal.
Quando as crianças saírem de férias
Tenho certeza absoluta de que em nenhum fim de junho passou pela cabeça 
da minha mãe o que ela faria com cinco crianças de férias dentro de casa, durante 
um mês. Férias eram sagradas, de 01 a 31 de julho, todos os anos. Lembro-me 
bem dela recolhendo os nossos uniformes do colégio e levando para lavar quando 
o primeiro dia de férias chegava. Só isso. As férias, propriamente ditas, eram por 
nossa conta.
Quando vejo, nos telejornais, matérias e mais matérias que só faltam dizer que 
as férias de julho em casa com as crianças correm o risco de ser um verdadeiro 
inferno, penso na minha mãe. Os repórteres dão mil sugestões para preencher as 
vinte e quatro horas diárias das crianças, durante o mês inteirinho.
As mães de hoje, descabeladas, começam a planejar: uma semana no acampa-
mento, depois um dia vão ao cinema, no outro ao teatrinho, no terceiro à lancho-
nete, no quarto ao clube, no quinto ao parque, no sexto à casa dos avós, no sétimo 
ao shopping... mas, pensando bem, ainda faltam duas semanas inteirinhas para 
preencher.
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Nossas férias começavam cedo. Acordávamos às seis da manhã, comíamos um 
pão com manteiga, bebíamos um copo de leite e descíamos para o quintal. Era um 
espaço em que havia galinhas, coelhos, porquinhos-da-índia, cachorro, pombos, 
passarinhos, caixotes, carrinhos, cordas, árvores, tijolos, muros e muito mais.
Nenhuma preocupação passava pela cabeça da minha mãe naqueles trinta e um 
dias de julho. De vez em quando ela entrava em ação quando um chegava com o 
joelho ralado, o cotovelo esfolado ou uma picada de abelha. Ela lavava o ferimen-
to com água e sabão, passava mercúrio cromo e pronto, estávamos novinhos em 
folha.
No dia 01 de agosto a cortina das férias se fechava. Na noite de 31 de julho, 
minha mãe abria o armário e tirava o uniforme de cada um, limpinho, cheirando a 
novo. E a vida continuava.
(Adaptado de: VILLAS, Alberto. Disponível em: www.cartacapital.com.br/cultura/quando-as-
-criancas-sairem-de-ferias)
124. As mães de hoje, descabeladas, começam a planejar: uma semana no acam-
pamento, depois um dia vão ao cinema, no outro ao teatrinho, no terceiro à lan-
chonete, no quarto ao clube, no quinto ao parque, no sexto à casa dos avós, no 
sétimo ao shopping... mas, pensando bem, ainda faltam duas semanas inteirinhas 
para preencher. (3o parágrafo)
As reticências (...), no trecho acima, sinalizam
a) a frustração das mães por não poderem levar os filhos aos lugares que desejam. 
b) as dúvidas que as mães enfrentam ao fazerem o planejamento das férias dos filhos. 
c) a certeza que as mães têm de que seus filhos irão se comportar bem nas férias. 
d) o estado de empolgação das mães ao verem que passarão mais tempo com os 
filhos. 
e) o cansaço das mães após passarem duas semanas levando os filhos a diferentes 
lugares.
125. Lembro-me bem dela recolhendo os nossos uniformes do colégio e levando 
para lavar... (1o parágrafo)
Para que a expressão os nossos uniformes do colégio seja corretamente retomada 
por um pronome, o segmento sublinhado deve ser substituído por:
RETROSPECTIVA 2016
Língua Portuguesa
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a) lhes levando 
b) levando-nos 
c) levando-lhe 
d) o levando 
e) levando-os
126. As férias, propriamente ditas, eram por nossa conta. (1o parágrafo)
Com a afirmação acima, o autor chama a atenção para o fato de que
a) havia muitas atividades para ocupar o tempo das crianças durante as férias, o 
que também é dito no trecho: Os repórteres dão mil sugestões para preencher as 
vinte e quatro horas

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