William Harvey

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INTRODUÇÃO
William Harvey nasceu no dia primeiro de abril de 1578, na cidade inglesa de Folkestone . Estudou medicina na Universidade de Cambridge e graduou-se em Pádua, cuja universidade era a mais avançada da época. Ao retornar para a Inglaterra, tornou-se membro do Real Colégio de Médicos. Foi médico dos reis Jaime I e Carlos I, de quem se tornou amigo. 
“Harvey se valeu de conhecimentos anatômicos e fisiológicos que estavam disponíveis havia décadas, porém o olhar lançado sobre fatos já conhecidos foi qualitativamente diferente de seus antecessores. Harvey descartou a questão dos espíritos, ou pneumas, que permearam as interpretações antigas e aderiu à crescente crença sobre a possibilidade da matematização dos fenômenos terrenos, jamais admitida no período anterior ao da Ciência Moderna (Koyré, 1982; Caraça, 1975). Assim, numa perspectiva dinâmica e quantitativa, valendo-se de provas e cálculos matemáticos, passa a interpretar seus ensaios biológicos.”(1)
Em 1628, publica seu livro : Exercitatio anatomica de motu cordis et sanguinis in animalibus(Estudos anatômicos dos movimentos do coração e do sangue dos animais) mostrou que o coração funciona como uma espécie de bomba sendo o principal orgão no sistema circulatório.
Em 1642, tomou o partido de Carlos I durante a guerra civil inglesa, caindo em desgraça quando o rei foi derrotado. 
Em 3 de junho de 1657, já velho e doente, William Harvey morre na cidade de Roehampton, Inglaterra.
PREDECESSORES E PRECURSORES DOS ESTUDOS DE WILLIAM HARVEY
	Todo o trabalho e pesquisa científica realizado por William Harvey não foi desenvolvido de forma individual. Harvey construiu toda a base de seus estudos baseado nas análises , estudos e conclusões de outros pesquisadores predecessores a ele como Miguel de Servet e o fisiologista Cláudio Galeno, reconhecido pelo próprio Harvey como “ o pai dos médicos”.
	“Miguel Servet (1509 ou 1511-1553) foi, além de desenvolver trabalhos na área da fisiologia, foi filósofo, teólogo, místico e crente em astrologia. Dedicou-se, ainda, à geografia, às ciências naturais e à medicina. Servet, tinha convicção da mudança qualitativa no sangue por ocasião de sua passagem pelos pulmões. Esta foi a primeira menção do que hoje conhecemos como pequena circulação sangüínea.Em 27 de outubro de 1553 foi queimado vivo, em Genebra, por ordem de Calvino, junto com seu livro Christianismi Restitutio (Restauração do Cristianismo) que conteria heresias. Nesta obra, quase incidentalmente, mas de forma clara e lógica ,descreve a circulação pulmonar. Ressalta, em criteriosa observação, que a artéria pulmonar é muito volumosa para ser apenas vaso encarregado da nutrição dos pulmões. Mostra que o sangue do coração direito não passa ao esquerdo através de poros septais, mas chega ao território pulmonar pela "veia arteriosa" e dele sai pela "arteria venosa", sendo atraído ao ventrículo esquerdo pela diástole cardíaca. O sangue atinge esta região já misturado com o ar inspirado, livre então de vapores fuliginosos e sede do espírito vital” (2) .
	Além de Servet, Realdo Colombo (1516-1559), realizava vivissecções e, em obra publicada quase no fim da vida (De Re Anatomica), reconhece os movimentos do coração, nega a presença de comunicações interventriculares e chega a admitir um fluxo em circulação. Estabelece que o sangue é conduzido aos pulmões pela "veia arteriosa" e que a "artéria venosa" foi constituída para que ele, misturado ao ar, atingisse o ventrículo esquerdo.
	O grande fisiologista pelo qual Harvey foi responsável por uma ruptura das ideias acerca do fluxo sanguíneo e o comportamento do sangue foi Cláudio Galeno, reconhecido como o grande fisiologista da Antiguidade.