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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2010 Metodologia para Estudo de Caso Disciplina na modalidade a distância 5ª edição revista Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrícia Alberton Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Bruno Lucion Roso Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Carlos Alberto Areias Franciele Arruda Rampelotti Luiz Fernando Meneghel Assessoria de Inovação e Qualidade da EaD Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Rafael Bavaresco Bongiolo Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Coordenação dos Cursos Auxiliares das coordenações Fabiana Lange Patricio Maria de Fátima Martins Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Bernardino José da Silva Carmen Maria C. Pandini Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Eliza B. D. Locks Fabiano Ceretta Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manfroi Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Myriam Riguetto Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Raulino Jacó Brüning Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Thiago Coelho Soares Valnei Campos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Coordenadores Pós-Graduação Aloisio Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Luiz Otávio Botelho Lento Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Márcia Luz de Oliveira (Gerente) Fernanda Farias Financeiro Acadêmico Marlene Schau er Rafael Back Vilmar Isaurino Vidal Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Janaina Stuart da Costa Josiane Leal Marília Locks Fernandes Ricardo Mello Platt Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Shau ert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Fabiano Silva Michels Felipe Wronski Henrique Janaina Conceição Jean Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Maria José Rossetti Miguel Rodrigues da Silveira Junior Monique Tayse da Silva Patricia A. Pereira de Carvalho Patricia Nunes Martins Paulo Lisboa Cordeiro Rafaela Fusieger Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Naiara Jeremias da Rocha Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Hackbarth Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Clarissa Carneiro Mussi (Coord.) Biblioteca Soraya Arruda (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes Rodrigo Martins da Silva Capacitação e Assessoria ao Docente Angelita Marçal Flores (Coord.) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Cláudia Behr Valente Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Patrícia da Silva Meneghel Simone Perroni da Silva Zigunovas Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coord.) Anderson da Silveira Angélica Cristina Gollo Bruno Augusto Zunino Claudia Noemi Nascimento Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Eugênia Ferreira Celeghin Maria Lina Moratelli Prado Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Poliana Morgana Simão Priscila Machado Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Bruna de Souza Rachadel Letícia Regiane Da Silva Tobal Desenho Educacional Carmen Maria Cipriani Pandini (Coord. Pós) Carolina Hoeller da S. Boeing (Coord. Ext/DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) Ana Cláudia Taú Cristina Klipp de Oliveira Eloisa Machado Seemann Flávia Lumi Matuzawa Gabriella Araújo Souza Esteves Giovanny Noceti Viana Jaqueline Cardozo Polla Lis Airê Fogolari Lygia Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Cabeda Egger Moellwald Marina Melhado Gomes da Silva Melina de la Barrera Ayres Michele Antunes Correa Nágila Cristina Hinckel Roberta de Fátima Martins Sabrina Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Andrei Rodrigues Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Cristilaine Santana Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Edesio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Oliveira Santos Fernando Steimbach Marcelo Jair Ramos Logística de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraão do Nascimento Germano Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Pablo Farela da Silveira Rubens Amorim Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Alex Fabiano Wehrle Sheyla Fabiana Batista Guerrer Victor Henrique M. Ferreira (África) Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Walter Félix Cardoso Júnior Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula Schulka Nelson Rosa Patrícia Fragnani de Morais Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Dandara Lemos Reynaldo Fernando Gustav Soares Lima Sérgio Freitas Flores Portal Rafael Pessi (Coord.) Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Comunicação Marcelo Barcelos Andreia Drewes Carla Fabiana Feltrin Raimundo Produção Industrial Francisco Asp (Coord.) Ana Paula Pereira Marcelo Bittencourt Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico James Marcel Silva Ribeiro (Gerente) Atendimento Maria Isabel Aragon (Coord.) Andiara Clara Ferreira André Luiz Portes Bruno Ataide Martins Holdrin Milet Brandao Jenni er Camargo Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Sabrina Mari Kawano Gonçalves Vanessa Trindade Orivaldo Carli da Silva Junior Estágio Jonatas Collaço de Souza (Coord.) JulianaCardoso da Silva Micheli Maria Lino de Medeiros Priscilla Geovana Pagani Prouni Tatiane Crestani Trentin (Coord.) Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Scheila Cristina Martins Taize Muller Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrícia Alberton Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Bruno Lucion Roso Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Carlos Alberto Areias Franciele Arruda Rampelotti Luiz Fernando Meneghel Assessoria de Inovação e Qualidade da EaD Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Rafael Bavaresco Bongiolo Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas José Olímpio Schmidt Marcelo Neri da Silva Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Coordenação dos Cursos Auxiliares das coordenações Fabiana Lange Patricio Maria de Fátima Martins Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Bernardino José da Silva Carmen Maria C. Pandini Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Eduardo Aquino Hübler Eliza B. D. Locks Fabiano Ceretta Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manfroi Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Myriam Riguetto Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Raulino Jacó Brüning Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Thiago Coelho Soares Valnei Campos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Coordenadores Pós-Graduação Aloisio Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Luiz Otávio Botelho Lento Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Márcia Luz de Oliveira (Gerente) Fernanda Farias Financeiro Acadêmico Marlene Schau er Rafael Back Vilmar Isaurino Vidal Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Janaina Stuart da Costa Josiane Leal Marília Locks Fernandes Ricardo Mello Platt Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Shau ert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Fabiano Silva Michels Felipe Wronski Henrique Janaina Conceição Jean Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Maria José Rossetti Miguel Rodrigues da Silveira Junior Monique Tayse da Silva Patricia A. Pereira de Carvalho Patricia Nunes Martins Paulo Lisboa Cordeiro Rafaela Fusieger Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Naiara Jeremias da Rocha Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Hackbarth Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Clarissa Carneiro Mussi (Coord.) Biblioteca Soraya Arruda (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes Rodrigo Martins da Silva Capacitação e Assessoria ao Docente Angelita Marçal Flores (Coord.) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Cláudia Behr Valente Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Patrícia da Silva Meneghel Simone Perroni da Silva Zigunovas Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coord.) Anderson da Silveira Angélica Cristina Gollo Bruno Augusto Zunino Claudia Noemi Nascimento Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Eugênia Ferreira Celeghin Maria Lina Moratelli Prado Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Poliana Morgana Simão Priscila Machado Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Bruna de Souza Rachadel Letícia Regiane Da Silva Tobal Desenho Educacional Carmen Maria Cipriani Pandini (Coord. Pós) Carolina Hoeller da S. Boeing (Coord. Ext/DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) Ana Cláudia Taú Cristina Klipp de Oliveira Eloisa Machado Seemann Flávia Lumi Matuzawa Gabriella Araújo Souza Esteves Giovanny Noceti Viana Jaqueline Cardozo Polla Lis Airê Fogolari Lygia Pereira Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Cabeda Egger Moellwald Marina Melhado Gomes da Silva Melina de la Barrera Ayres Michele Antunes Correa Nágila Cristina Hinckel Roberta de Fátima Martins Sabrina Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Andrei Rodrigues Logística de Encontros Presenciais Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Cristilaine Santana Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Edesio Medeiros Martins Filho Fabiana Pereira Fernando Oliveira Santos Fernando Steimbach Marcelo Jair Ramos Logística de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraão do Nascimento Germano Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Pablo Farela da Silveira Rubens Amorim Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Alex Fabiano Wehrle Sheyla Fabiana Batista Guerrer Victor Henrique M. Ferreira (África) Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Walter Félix Cardoso Júnior Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula Schulka Nelson Rosa Patrícia Fragnani de Morais Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Dandara Lemos Reynaldo Fernando Gustav Soares Lima Sérgio Freitas Flores Portal Rafael Pessi (Coord.) Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Comunicação Marcelo Barcelos Andreia Drewes Carla Fabiana Feltrin Raimundo Produção Industrial Francisco Asp (Coord.) Ana Paula Pereira Marcelo Bittencourt Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico James Marcel Silva Ribeiro (Gerente) Atendimento Maria Isabel Aragon (Coord.) Andiara Clara Ferreira André Luiz Portes Bruno Ataide Martins Holdrin MiletBrandao Jenni er Camargo Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Sabrina Mari Kawano Gonçalves Vanessa Trindade Orivaldo Carli da Silva Junior Estágio Jonatas Collaço de Souza (Coord.) Juliana Cardoso da Silva Micheli Maria Lino de Medeiros Priscilla Geovana Pagani Prouni Tatiane Crestani Trentin (Coord.) Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Scheila Cristina Martins Taize Muller Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Marcelo José Cavalcanti Enzo de Oliveira Moreira Palhoça UnisulVirtual 2010 Metodologia para Estudo de Caso Livro didático 5ª edição revista Design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Edição – Livro Didático Professor Conteudistas Marcelo José Cavalcanti Enzo de Oliveira Moreira Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Assistente Acadêmico Nágila Cristina Hinckel (5ª ed. revista e atualizada) Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Higor Ghisi Luciano Frederico Trilha (5ª edição revista e atualizada) Revisão Amaline Boulus Issa Mussi Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul 001.42 C37 Cavalcanti, Marcelo José Metodologia para o estudo de caso : livro didático / Marcelo José Cavalcanti, Enzo de Oliveira Moreira ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini ; [assistente acadêmico Nágila Cristina Hinckel]. – 5. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2010. 169 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1. Pesquisa. 2. Método de estudo de casos. I. Moreira, Enzo de Oliveira. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Hinckel, Nágila Cristina. IV. Título. Copyright © UnisulVirtual 2010 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 UNIDADE 1 Estratégias de Pesquisa Científica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 UNIDADE 2 Estudo de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 UNIDADE 3 Etapas iniciais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 UNIDADE 4 Etapas finais de um relatório de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Metodologia para Estudo de Caso. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Por falar em distância, isto não significa que você estará sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras dos professores O desenvolvimento da Pesquisa Científica no Ensino Superior é primordial para o aperfeiçoamento humano e para a produção do conhecimento. Por essa razão, as Instituições de Ensino Superior (lES) têm como uma de suas finalidades produzir e sistematizar os saberes através da produção científica por parte do corpo discente e do corpo docente. O estudo de caso tem caráter acadêmico-científico. Materializa-se com a escolha de um tema pelo acadêmico, o qual irá desenvolvê-lo individualmente e mediante acompanhamento do professor. A escolha do tema é de extrema relevância. E, quanto mais específico e delimitado o assunto, mais significativa será a produção científica. Toda atividade de pesquisa reflete o resultado de estudos realizados e expressa, também, o grau de conhecimento do acadêmico em relação ao assunto investigado. Este livro objetiva oportunizar a padronização das regras pertinentes ao desenvolvimento do Estudo de Caso. Se, após a leitura e estudo deste livro, persistirem dúvidas quanto à elaboração do Estudo de Caso, o professor deverá ser consultado. Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo (a) no desenvolvi- mento da Disciplina. Possui elementos que o (a) ajudarão a conhecer o contexto da Disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o EVA (Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem); as atividades de avaliação (a distância, presenciais e autoavaliação); o Sistema Tutorial. Carga horária 60 horas-aula - 4 créditos. Ementa Tipos de pesquisa. Estudo de Caso: conceito, composição estrutural e metodologia. 12 Objetivos da disciplina O objetivo deste livro é contextualizar o(a) estudante nas atividades de pesquisa científica, através de metodologia prático-reflexiva, com a apresentação de um roteiro que o(a) auxilie na elaboração de seu projeto de pesquisa. Além disto, nesta disciplina, o(a) estudante terá subsídios para a execução da pesquisa e elaboração do relatório final, bem como acesso à padronização das regras pertinentes à elaboração e desenvolvimento de um Estudo de Caso. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 4 UNIDADE 1 – Estratégias de Pesquisa Científica Nesta unidade, serão apresentados alguns conceitos norteadores a respeito de pesquisa científica e métodos de pesquisa sob o viés da base lógica da investigação, da finalidade da pesquisa e do delineamento da pesquisa. UNIDADE 2 – Estudo de Caso Nesta unidade, trabalharemos a definição de um estudo de caso mais especificamente, com detalhes sobre a oportunidade de aplicação e as suas vantagens. Além disto, apresentaremos os tipos e as etapas de um estudo de caso. 13 UNIDADE 3 – Etapas iniciais de um relatório de pesquisa A unidade 3 é contextualizadora, pois dá início à construção do planejamento para o estudo de caso. Ela mostra os primeiros passos para a elaboraçãodo relatório e justifica a sua aplicação. UNIDADE 4 – Etapas finais de um relatório de pesquisa Nesta unidade, serão apresentadas as formas de socializar os resultados da aplicação do planejamento da pesquisa. Aqui será mostrado como construir as etapas de aplicação, apresentação, análise e sugestões do relatório final da pesquisa de estudo de caso. 14 Agenda de atividades/ Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades Demais atividades (registro pessoal) UNIDADE 1 Estratégias de Pesquisa Científica Objetivos de aprendizagem Nesta unidade, você terá subsídios para: conhecer os conceitos básicos sobre pesquisa científica e métodos de pesquisa; saber diferenciar os métodos que proporcionam a base lógica da investigação, dos que identificam a finalidade da pesquisa e dos que delineiam a pesquisa. Seções de estudo Seção 1 A pesquisa científica Seção 2 O método de pesquisa Seção 3 Métodos que proporcionam a base lógica da investigação Seção 4 Métodos que identificam a finalidade da pesquisa Seção 5 Delineamento da pesquisa: meios de investigação Seção 6 A pesquisa científica na UnisulVirtual 1 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Provavelmente, você já realizou alguma pesquisa em sua vida, formal ou até mesmo informal, e, também, já deve ter percebido que, dependendo de como você planeje e execute a sua pesquisa, pode ter resultados diferentes! Muitos questionam a importância da normatização, como o caso da ABNT, mas poucos conseguem perceber que através da normatização evitamos tendenciar uma pesquisa. A partir de agora, você irá entrar no mundo da pesquisa científica e vai, na prática, montar um projeto de pesquisa, para executá-lo na próxima disciplina em seu curso. - Vamos iniciar o estudo, então? Preparado(a)? Inicialmente você estudará o que é Pesquisa. Seção 1 - A pesquisa científica Ao iniciar os estudos desta disciplina, é importante que você contextualize nomenclaturas as quais vai utilizar ao longo do estudo. Para seguir a trajetória que envolverá a produção de uma pesquisa científica, é necessário entender o conceito de ciência. Iniciamos, trazendo o conceito de Fachin (2001, p.15): [...] se pode considerar a Ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada – se possível, com auxílio da linguagem matemática –, leis que regem os fenômenos. Embora sendo as mais variadas, essas leis apresentam vários pontos em comum: são capazes de descrever séries de fenômenos; são comprováveis por meio da observação e da experimentação; são capazes de prever – pelo menos de forma probabilística – acontecimentos futuros. [...] Após entender o termo “CIÊNCIA”, você precisa também contextualizar “CONHECIMENTO”, que pode ser entendido como o conjunto de ferramentas conceituais e padrões usados pelos seres humanos para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a informação. 17 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 O conhecimento pode ser um refinamento de informações. A ele está associada certa dose de inteligência, que é capaz de fazer associações entre informações, experiências e conceitos, e elaborar conclusões. Dutra (2003) nos diz que o conhecimento serve para o ser humano enfrentar as agruras da natureza. Relaciona o conteúdo retido pela mente humana (informação) com sua aplicação à sua sobrevivência na natureza. Sendo assim, relaciona-se o conhecimento com as inter-relações que os seres humanos mantêm entre si para edificar a sociedade onde vivem. A partir desta introdução sobre CIÊNCIA e CONHECIMENTO, podemos dizer que a “ciência gera conhecimento”, concorda? Mas, como isto acontece? Para responder a esta questão, é interessante pensarmos que a ciência gera o conhecimento explícito através da aplicação de determinados métodos. São estes métodos que veremos, de forma mais detalhada, na próxima seção. Seção 2 - O método de pesquisa Antes de apresentarmos formalmente o conceito, cabe expor uma visão mais generalista sobre método, que pode se referir à organização em que serão aplicados os processos necessários para se atingir um objetivo; ou, ao conjunto de regras aplicadas na investigação e na demonstração de um fato. Para Fachin (2003, p. 27), método é um instrumento do conhecimento que proporciona aos pesquisadores, em qualquer área de sua formação, orientação geral que facilita planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar investigações, realizar experiências e interpretar resultados. 18 Universidade do Sul de Santa Catarina O método pode ser considerado o trajeto a ser percorrido pelo pesquisador, no decorrer do desenvolvimento da pesquisa. Daí que, através do método pode-se descobrir a reiteração dos fatos, isto é, a repetição dos fatos em intervalos idênticos, perseguindo-se a observação da regularidade dos fenômenos, verificar, inferir, explicar e generalizar o fenômeno e, então, transformá-lo em lei. O método tem uma estrutura técnica e uma operação mental. A primeira diz respeito aos vários métodos científicos, denominados métodos e a segunda se refere aos métodos racionais, ou seja, a indução e a dedução. A técnica é a maneira mediante a qual o pesquisador vai percorrer o caminho de sua pesquisa. Assim, o método é estável; as técnicas são variáveis, de acordo com o progresso tecnológico. O método indica o que fazer e a técnica indica o como fazer. Em suma, o método deve ser compreendido como a estratégia para se auferirem resultados. Não se inventa um método; ele depende, fundamentalmente, do objeto da pesquisa. Os pesquisadores que alcançaram êxito comprovado em suas investigações tiveram o cuidado de registrar os “caminhos” percorridos e os meios que os levaram ao cumprimento de seus objetivos. Seus registros, então, possibilitaram a outros cientistas a análise de tais processos para a comprovação, aprimoramento e reutilização dos “caminhos” já percorridos. Assim, estes processos, empíricos no início, foram transformados, com o passar do tempo, em métodos comprovadamente científicos, como nos mostra Gil (1999, p.27). Muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração de definir um método universal aplicável a todos os ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e os filósofos da ciência preferem falar numa diversidade de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela classe de proposições a descobrir. Assim, pode-se afirmar que a Matemática não tem o mesmo método da Física, e que esta não tem o mesmo método da Astronomia. E com relação às ciências sociais, pode- se mesmo dizer que dispõem de grande variedade de métodos. (GIL, 1999, p. 27). 19 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 Para Cervo e Bervian (2002), o método científico quer descobrir a realidade dos fatos, e esses, ao serem descobertos, devem, por sua vez, guiar o uso do método. Assim, o método científico segue o caminho da dúvida sistemática e metódica, que não se confunde com a dúvida universal dos céticos, que é impossível. Considerando-se o grande número de métodos científicos, torna- se conveniente classificá-los. Assim, de acordo com a natureza específica de cada problema investigado, estabelece-sea escolha de métodos apropriados para atingir um fim, que é o saber. Os métodos podem ser classificados em três grandes grupos, conforme Gil (1999) e por Vergara (2000): métodos que proporcionam a base lógica da investigação, métodos que identificam a finalidade da pesquisa e delineamento da pesquisa: meios de investigação. SEÇÃO 3 - Métodos que proporcionam a base lógica da investigação Perceba que existem vários tipos de métodos na vasta bibliografia atual, referente à Metodologia Científica. Esta seção apresenta os métodos que proporcionam a base lógica da investigação. Este tipo de método trata dos procedimentos que serão aplicados no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade. O ponto de partida deste método conta com um alto índice de abstração, possibilitando aos pesquisadores inferir sobre o alcance de sua investigação, as regras de explicação dos fatos e da validade de suas generalizações. Apesar da abstração inicial, a lógica na escolha dos procedimentos não deve ser leviana. Para sucesso na escolha do tipo de base lógica apresentaremos, a seguir, os dois principais métodos. Método dedutivo É o método que parte do geral e, logo após desce ao particular. Isto implica partir de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis, possibilitando chegar-se a conclusões de maneira formal, em virtude de sua lógica. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina O emprego do pensamento dedutivo acontece quando, segundo Ruiz (1996, p. 139), “a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular ou menos geral”. Ou seja, parte-se do geral para o particular. Este método é defendido pelos racionalistas – Descartes, Spinoza, Leibniz –, pois, para eles, somente a razão é capaz de conduzir ao conhecimento verdadeiro, cuja decorrência estaria relacionada a princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Método indutivo É o método inverso ao método dedutivo, pois parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. A indução, enquanto forma de pensar contrária à dedução, implica “um processo de raciocínio inverso ao processo dedutivo”, segundo Ruiz (1996, p. 139). A indução parte de fatos singulares para fatos mais gerais, ou seja, parte do particular para o geral. No raciocínio indutivo, a generalização não deve ser a priori buscada, mas apenas constatada a partir da observação de casos concretos que confirmem esta realidade. O método indutivo é o método proposto pelos empiristas – Bacon, Hobbes, Locke e Hume –, pois os mesmos consideram que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, desconsiderando os princípios preestabelecidos. Saiba mais Além dos métodos dedutivo e indutivo apresentados nesta unidade, outros autores desenvolveram também seus próprios métodos, que apresentamos a seguir. Método hipotético-dedutivo: é defendido por Karl Popper, que, a partir de críticas à indução, pressupõe que o pesquisador, através de uma combinação de observações, hábeis antecipações e intuição científica, alcançará um conjunto de postulados os quais regem os fenômenos por que estão interessados. 21 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 Método dialético: o fato de ter sido utilizado por Platão na arte do diálogo demonstra a antiguidade deste método, muito embora a concepção moderna deste método esteja fundamentada em Hegel, cuja idéia pressupõe que a lógica e a história da humanidade seguem uma trajetória dialética, onde as contradições se transcendem, dando origem a novas contradições que passarão a requerer novas soluções; em um processo contínuo. A concepção hegeliana de dialética é de natureza idealista, admitindo, portanto, a hegemonia das idéias sobre a matéria. Desta forma, o materialismo dialético poderá ser entendido como um método de interpretação da realidade. Método fenomenológico: sugere uma base sólida de investigação sem a possibilidade de proposições. A premissa básica deste método é: “avançar para as coisas”, onde “coisas” refletem os dados. Portanto o método fenomenológico não se preocupa com o fenômeno em si, mas sim com os dados, independentemente se esses dados representam uma realidade, ou uma mera aparência. Esta característica faz com que o método fenomenológico não seja dedutivo nem empírico: seu propósito é mostrar o que é o dado e esclarecer sobre o que é, não se importando em explicar as leis nem fazer deduções com base nos princípios, mas sim, considerar o que está presente na consciência, o objeto. A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que pressupõe o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento. FONTE: Gil (1999). Seção 4 - Métodos que identificam a finalidade da pesquisa Os fins, como o próprio nome designa, identificam o propósito pelo qual uma pesquisa é realizada. Desta forma, Vergara (2000) lista um conjunto de métodos pelos quais uma pesquisa se justificaria. Veja a seguir. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Pesquisa Exploratória Normalmente, é feita em áreas onde o conhecimento é escasso e sistematizado e, por sua natureza de sondagem, não comporta inicialmente as hipóteses, porém nada impede que as hipóteses surjam durante ou no final da pesquisa. Tem por finalidade a descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modificadas e a obtenção de alternativas ao conhecimento científico existente. Tem por objetivo principal a descoberta de novos princípios para substituírem as atuais teorias e leis científicas, como nos diz Jung (2003). Pesquisa Descritiva Este tipo de pesquisa tem por objetivo expor as características de uma determinada população ou fenômeno, de forma a estabelecer correlação entre as variáveis, para então definir sua natureza. A pesquisa descritiva, de acordo com Mattar (1994), visa a prover o pesquisador de dados sobre as características de grupos, estimar proporções de determinadas características e verificar a existência de relações entre variáveis. Embora a pesquisa descritiva não tenha o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, ela servirá de base para tal explicação - como é observado nas pesquisas de opinião. Pesquisa Explicativa O objetivo desta investigação é o de esclarecer e justificar os motivos pelos quais algo acontece, buscando evidenciar quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno. Tem por objetivo ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar hipóteses numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por força de dedução lógica. Exige síntese e reflexão. Visa identificar os fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Explica o “porquê das coisas”, de acordo com Jung (2003). A figura 1.1 apresenta as diferenças entre estes três tipos de pesquisa. Observe. 23 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 Figura 1.1 - Diferenças básicas. Fonte: Jung (2003). Com modificações. Seção 5 - Delineamento da pesquisa: meios de investigação Gil (1999) considera o delineamento como o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as formas de controle das variáveis envolvidas. O delineamento define os meios de investigação a serem utilizados na pesquisa, que se tornam essenciais face à necessidade de confrontação entre a visão teórica do problema com os dados da realidade. Assim, segundo Gil (1999), podem ser definidos dois gruposde delineamento: aquele que se vale das chamadas fontes de papel, onde estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental; e 24 Universidade do Sul de Santa Catarina aquele cujos dados são fornecidos por pessoas, onde estão a pesquisa experimental, a pesquisa post-factum, o levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. A seguir, apresentam-se algumas considerações sobre cada delineamento. Pesquisa Bibliográfica É o estudo sistematizado, desenvolvido a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado, existentes sobre determinado assunto, tema ou problema; busca também, explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente, e tem por objetivo permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações. O propósito deste tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de pesquisa. Quanto às fontes, poderão ser primárias, se coletadas em materiais originais que deram origem a outros estudos; ou secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas. Pesquisa Documental Muito semelhante à pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental diferencia-se por valer-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico. Trata-se, portanto, de investigação realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados; ou de pessoas que, a partir da interpretação do pesquisador, poderão dar origem a uma obra. Pesquisa Experimental Investigação de natureza empírica, onde o pesquisador manipula e controla as variáveis independentes, observando as possíveis alterações que tais variáveis provocarão sobre as variáveis dependentes. Desta forma, para que se tenha um delineamento experimental, é necessário que se determine um objeto de estudo, 25 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 cujas variáveis poderão influenciar o pesquisador, nas formas de controle e de observação. Pesquisa post factum Esta pesquisa se fundamenta apenas na experiência, onde as variáveis independentes não são controladas pelo investigador, seja porque já ocorreram suas manifestações, seja porque são intrinsecamente não-manipuláveis, tais como: sexo, classe social, nível intelectual, preconceitos, autoritarismo, entre outras. Pesquisa Survey (Levantamento) Este tipo de pesquisa tem por característica a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Gil (2000) afirma que pelo “método survey” levantamento é caracterizado como pesquisa formada por uma amostra que se constitui num subconjunto da população - se estimam as características da população total. Complementa o autor que os levantamentos apresentam como vantagens o conhecimento direto da realidade; economia e rapidez; facilidade de quantificação. Gil (1999) esclarece que, na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada: o que se faz, normalmente, é a seleção de um grupo mediante procedimentos estatísticos, que possam, com a menor margem de erro, representar toda a população. Pesquisa de Campo A pesquisa de campo, para Vergara (2000, p. 47), “é uma investi- gação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fe- nômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”, podendo-se valer, ou não, de entrevistas, aplicação de questionários ou testes. Para Gil (2000), embora as pesquisas de campo se assemelhem aos levantamentos (surveys), existem duas características que as diferem. São elas: 26 Universidade do Sul de Santa Catarina a) estudos de campo se preocupam mais com o aprofundamento das questões propostas do que com a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis, o que lhes dá maior flexibilidade; e b) pesquisas de campo estudam um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, destacando-se a interação de seus componentes. Desta forma, o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação do que de interrogação. Seção 6 - A Pesquisa Científica na UnisulVirtual Diante da abordagem conceitual dos métodos que você acabou de ler, utilizada para nortear a metodologia da pesquisa científica, é possível inferir que a ciência moderna tem usado uma combinação desses métodos, de modo a superar as deficiências que cada um possui, não apenas para alcançar uma exatidão inconfundível, mas tão somente para ser capaz de atender a complexidade atual. Até aqui você conheceu os métodos de pesquisa que proporcionam a base da investigação e identificam a finalidade da pesquisa. Esta contextualização dá suporte para estudarmos mais à frente detalhes sobre o método de “estudo de caso”, ponto central de nosso estudo. A contextualização a que se propõe esta unidade nos abre caminho para justificar e apresentar o método de pesquisa que a UnisulVirtual escolheu para seus cursos tecnólogos de graduação na modalidade a distância. Entendemos que a escolha pela Metodologia de Estudo de Caso é a mais viável para uma estratégia prático-reflexiva nos cursos de curta duração. Este método nos possibilita rapidez na fase inicial, aplicabilidade prática em curto espaço de tempo, sem, no entanto, perder-se a característica de uma pesquisa científica. 27 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 O estudo de caso vem sendo utilizado cada vez mais pelos pesquisadores, em virtude de poder ser utilizado com diferentes propósitos. Isto configura outro motivo de ser escolhido o método de estudo de caso, já que, na UnisulVirtual temos diversos cursos tecnólogos em diferentes áreas. O estudo de caso como padrão para todos os cursos tecnólogos a distância na UnisulVirtual nos permitirá homogeneizar a prática da pesquisa como parte integrante do processo de aprendizagem em nível de graduação, sem perda de qualidade e com liberdade de ação em diversas áreas. É importante você perceber que o método de estudo de caso é objeto central deste livro, sendo abordado com mais detalhes nas unidades a seguir. A partir de agora você poderá, na prática, participar de uma pesquisa científica real, a partir da qual poderá refletir sobre ciência e praticar pesquisa com o auxílio de seu professor. Antes, porém, é importante mostrarmos administrativamente como este estudo de caso funcionará para o seu curso. Este material tem o objetivo de viabilizar a elaboração do relatório de pesquisa da disciplina Estudo de Caso, em que você se matriculará no próximo semestre. Durante o processo de leitura dos conteúdos deste livro, procure desenvolver um elo entre o que está apresentado, os materiais que você já tem disponíveis e a realidade a ser estudada. Lembre que você pode utilizar todos os conteúdos já estudados em seu Curso – tanto os livros didáticos, quanto os sites na internet e outras leituras realizadas – como fonte de pesquisa para enriquecer o seu estudo de caso. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina Regras gerais do estudo de caso nos cursos de graduação da UnisulVirtual A disciplina Metodologia de Estudo de Caso deve ser cursada anteriormente à disciplina de Estudo de Caso. Ambas as disciplinas (Metodologia de Estudo de Caso e Estudo de Caso) têm características e particularidades que você necessita entender antes de seguir com seu trabalho. É muito importante que você leia com atenção todo este livro nesta disciplina (Metodologia para Estudo de Caso), o guarde para balizara sequência da sua pesquisa com a disciplina seguinte (Estudo de Caso) e o tenha sempre à mão para fazer consultas. Resumidamente a sua pesquisa científica será construída com suporte em duas disciplinas sequenciais (uma em um semestre e outra no próximo): Metodologia para Estudo de Caso: (lhe dará aportes teóricos para desenvolver a sua pesquisa); Estudo de Caso: (Trabalhará a prática do estudo de caso com a construção final do Relatório de pesquisa). - Veja, a seguir, como ocorre a oferta e o envio das atividades, identificando assim, suas responsabilidades enquanto aluno desta disciplina. Esta informação é específica para os cursos totalmente a distância e, portanto, NÃO se aplicam às disciplinas a distância (DAD). A OFERTA E O ENVIO DAS ATIVIDADES NA DISCIPLINA DE METODOLOGIA PARA O ESTUDO DE CASO Diferentemente das demais disciplinas que você está habituado a realizar aqui na UnisulVirtual, na Metodologia para Estudo de Caso você realiza apenas as atividades a distância (AD), durante dois períodos, de forma paralela às demais disciplinas do curso, e não há avaliação presencial. Esta disciplina é composta por duas avaliações a distância (AD) e uma avaliação final (AF), também a distância, caso seja necessária. Para o envio de cada uma das avaliações, você deverá acessar a ferramenta AVALIAÇÃO da disciplina no Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA). 29 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 — Ficou preocupado (a) com o que vem pela frente? Fique calmo (a), pois o seu professor estará a disposição para orientá-lo e acompanhá-lo (a) nesta tarefa: Seguimos, então... Isto significa que os cuidados com a administração do tempo devem ser redobrados. Não corra o risco de pensar que, pelo fato de a disciplina ocorrer durante dois períodos, você poderá deixar para realizar as atividades depois das demais. As consequências deste tipo de atitude serão bastante prejudiciais e irreversíveis. Caso você obtenha uma nota inferior a 7,0 na média das duas atividades enviadas, deverá fazer uma avaliação de recuperação denominada “Avaliação Final (AF)” e enviá-la até a data prevista no cronograma, observando que: a) Avaliação Final (AF) será disponibilizada através da mesma ferramenta onde estão as outras ADs. A nota será atribuída pela visão geral do trabalho, respeitando as sugestões já apresentadas nas avaliações anteriores de seu professor e nas orientações contidas neste livro. Observe, portanto, que a análise que o professor fez das atividades individuais não estará diretamente relacionadas à análise da avaliação final; b) aluno com média inferior a 2,0 não é necessário fazer avaliação final, pois matematicamente não será possível obter a média mínima para a aprovação (6,0); c) é responsabilidade do aluno verificar no sistema acadêmico a média obtida no semestre e se haverá necessidade do envio da avaliação final; d) a data de envio da avaliação final estará publicada no cronograma da disciplina no EVA; e) a correção da atividade de avaliação final ocorrerá uma única vez (sem possibilidade de refazer), sendo atribuída uma nota a ser publicada no sistema acadêmico no campo “avaliação final”; e f) a média mínima para a aprovação após a realização da Avaliação Final é 6,0, tal como as demais disciplinas do curso. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Nesta unidade, você estudou que ciência é um ramo do conhecimento sistemático e organizado a partir de princípios rígidos e regras específicas, relacionados e sistematizados. Essa relação e sistematização é que caracterizam o conhecimento científico e o diferenciam do conhecimento comum, ou empírico, que se limita a verificar os fatos sem lhes buscar uma explicação racional, nem as suas relações inteligíveis com outros fatos, sistematizando-os. O que distingue uma ciência de outra ciência não é a natureza dos objetos que estuda, mas o ponto de vista sob o qual os estuda. Desta forma, o que foi tratado nesta unidade diz respeito não só ao ato de conhecer os tipos disponíveis de pesquisa científica e de métodos para colocá-las em prática: depois de lê-la, o acadêmico reúne condições para saber diferenciar os métodos que proporcionam a lógica na investigação, daqueles que estabelecem a finalidade da pesquisa. Você deve ter percebido que o assunto abordado nesta unidade foi muito importante para desenvolver um processo de pesquisa, pelo fato de que ele instrumentaliza teoricamente para que você possa conhecer o estudo de caso, desde suas definições, passando por seus tipos, além de definir suas etapas. Estes conteúdos serão abordados na unidade 2. 31 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 1 Atividades de autoavaliação Realize as atividades de autoavaliação a seguir, para praticar os conhecimentos adquiridos nesta unidade. Vamos precisar destas informações lá na frente. 1. Apresente a definição de método que considerar mais completa. 2. Conforme discutido nesta unidade, diferencie: a) método dedutivo e indutivo. b) pesquisa descritiva, exploratória e explicativa. 32 Universidade do Sul de Santa Catarina 3. Estudamos os meios de investigação, agora expresse o que você entendeu, efetuando a definição dos itens: a) Pesquisa documental b) Pesquisa bibliográfica Saiba mais Para saber mais sobre Técnicas e Métodos, sugerimos as seguintes leituras: GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros. Ciência e pesquisa: livro didático. 2. ed. rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2007. 228 p. RAUEN, Fábio José. Elementos de iniciação à pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 1999. UNIDADE 2 Estudo de Caso Objetivos de aprendizagem Nesta unidade, você terá subsídios para: conhecer os conceitos básicos sobre estudos de caso; entender quando utilizar o estudo de caso, quais os tipos de estudo de caso e suas etapas; identificar as vantagens de um estudo de caso. Seções de estudo Seção 1 Definições Seção 2 Quando usar o estudo de caso? Seção 3 Quais as vantagens do estudo de caso? Seção 4 Quais os tipos de estudo de caso? Seção 5 Quais as etapas do estudo de caso? 2 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Esta unidade trata, mais especificamente, da definição de um estudo de caso, com detalhes sobre a oportunidade de aplicação e as suas vantagens. Além disto, apresenta, também, os tipos e as etapas de um estudo de caso. Atente para a importância desta unidade, que é contextualizadora e trará subsídios para que você possa realizar o seu próprio estudo de caso futuramente. Seguimos, então, com maiores detalhes sobre estas definições. Seção 1 - Definições O que é um estudo de caso? Acompanhe, a seguir, as várias definições encontradas e dimensione a importância de compreendê-las no contexto de seu curso e na expectativa de efetuar pesquisa. O estudo de caso, segundo Gil (1999), é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. Para Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é uma investigação empírica que “investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. Mazzotti (2006), afirma que, ao definir o objeto do estudo de caso como um fenômeno contemporâneo, Yin procura distingui- lo dos estudos históricos nos quais a evolução temporal é o foco de interesse, o que não significa que, nos estudos de caso, não serecorra a fatos passados para compreender o presente. 35 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 A investigação de estudo de caso, para Yin (2005, p. 33): [...] enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que de pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado, beneficia- se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e análise de dados. Para Chizzotti (2006, p. 102), O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora. Yin (2005, p. 19) esclarece que o estudo de caso é apenas uma das maneiras de se fazer pesquisa em todas as áreas. Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e análise de informações em arquivos são alguns exemplos de maneiras diferentes para se realizar uma pesquisa. Contudo cada estratégia apresenta vantagens e desvantagens, dependendo das seguintes condições: [...] tipo de questão da pesquisa, o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais efetivos, o foco em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos [...]. Geralmente, esse tipo de estudo representa a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”, e quando o pesquisador tem pouco controle sobre os fenômenos estudados. Perceba que, no entendimento de Martins e Santos (2003), num estudo de caso, o investigador tenta examinar uma situação em profundidade. O investigador tenta descobrir todas as variáveis que são importantes na história ou desenvolvimento de seu 36 Universidade do Sul de Santa Catarina sujeito. A ênfase está em compreender por que o indivíduo faz, o que faz, como seu comportamento muda quando ele responde a seu ambiente. Isto exige estudo detalhado por um período considerável de tempo. O investigador coleta dados sobre o estado presente do sujeito, suas experiências passadas, seu ambiente e como estes fatores se relacionam uns com os outros. Um caso é um acontecimento no mundo real que uma teoria pressupõe no mundo abstrato. O caso é tomado como unidade significativa do todo e, por isso, suficiente tanto para fundamentar um julgamento fidedigno quanto para propor uma intervenção. Como visto nas diversas definições, o estudo de caso consiste em uma investigação minuciosa de uma ou mais organizações ou grupos, visando prover uma análise do conjunto e dos processos envolvidos no fato analisado. Hartley (1994) nos lembra que o fenômeno estudado não está isolado de seu contexto, sendo este o interesse principal do pesquisador: a relação entre o fenômeno estudado e o seu contexto, dessa forma. Agora que já sabe o que é um estudo de caso, entenda quando poderá usá-lo. Seção 2 - Quando usar o estudo de caso? A utilização do estudo de caso é abrangente, podendo ser aplicado em várias situações. E, por juntar vantagens de vários métodos, acabou se transformando na estratégia de pesquisa preferida dos investigadores dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo. Veja, agora, a opinião de vários autores acerca da usabilidade do método de estudo de caso. No entendimento de Fidel (1992), o estudo de caso é apropriado para investigação de fenômenos, quando: 37 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 há uma grande variedade de fatores e relacionamentos; não existem leis básicas para determinar quais fatores e relacionamentos são importantes; os fatores e relacionamentos podem ser diretamente observados. Yin (2005) descreve três situações nas quais o estudo de caso é indicado: a primeira ocorre quando o caso em pauta é crítico, para testar uma hipótese ou teoria previamente explicitada; a segunda é o fato dele ser extremo ou único; a terceira situação é o caso revelador, que ocorre quando o pesquisador tem acesso a uma situação ou fenômeno até então inacessível à investigação científica. Já, para Hartley (1994), o estudo de caso é considerado adequado para: a compreensão dos processos sociais em seu contexto organizacional ou ambiental - importante para a pesquisa; a exploração de novos processos ou comportamentos, gerando hipóteses e construindo teorias; a averiguação de casos atípicos ou extremos para melhor compreender os processos típicos; a busca de fatos na vida organizacional, considerando que uma pesquisa quantitativa, por exemplo, seria muito estática para abarcar o fluxo de atividades em uma empresa; a exploração de comportamentos organizacionais informais. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Note que o estudo de caso pode ser utilizado em todos os tipos de pesquisa, contudo há alguns obstáculos que devem ser considerados: a falta de rigor metodológico exige que se redobrem os cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados; a dificuldade de generalização na análise de um único, ou mesmo, de múltiplos casos fornece uma base muito frágil para a generalização; o estudo de caso demanda muito tempo destinado à pesquisa, e, freqüentemente, seus resultados tornam-se pouco consistentes. Goode e Hatt (apud BRESSAN, 2006) propõem algumas medidas, para que se possa obter um bom estudo de caso. Desenvolver um plano de pesquisa que considere estes perigos ou críticas. Por exemplo, com relação ao sentimento de certeza, pode-se usar um padrão de amostra apropriado, pois, sabendo que sua amostra é boa, há uma base racional para fazer estimativas sobre o universo do qual ela é retirada. Ao fazer generalizações, da mesma maneira que nas generalizações a partir de experimentos, fazê- las em relação às proposições teóricas, e não para populações ou universos. Esquematizar a utilização, tanto quanto possível, da técnica do código qualitativo para traços e fatores individuais que são passíveis de tais classificações. Recomenda-se que, por segurança, as classificações feitas sejam analisadas por um conjunto de colaboradores que atuarão como “juízes da fidedignidade mesma das classificações mais simples”. Procurar não fazer narrações longas e relatórios extensos, uma vez que relatórios deste tipo desencorajam a leitura e a análise do estudo do caso. Fazer seleção e treinamento criteriosos dos investigadores e assistentes para assegurar o domínio das habilidades necessárias à realização de estudo de caso. 39 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 Seção 3 - Quais as vantagens do estudo de caso? Você já estudou anteriormente que o estudo de caso, como estratégia de pesquisa, é abrangente, por tratar da lógica de planejamento, das técnicas de coleta de dados e das abordagens específicas à análise dos mesmos. Apenas isto já bastaria para justificar a escolha do estudo de caso como estratégia de pesquisa, mas, para garantir que esta é a melhor escolha, apresentaremos a seguir, alguns arcabouços teóricos para validar o estudo de caso como o ideal para nosso futuro trabalho de pesquisa. Yin (2005) esclarece que a investigação de estudo de caso: enfrenta uma situação tecnicamente única, em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados; e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo; e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análisede dados. Veja que, ao tratar dos objetivos da coleta de dados, Bonoma (1985, p. 206) coloca como objetivos do Método Estudo de Caso não a quantificação ou a enumeração, mas, ao invés disso: descrição; classificação (desenvolvimento de tipologia); desenvolvimento teórico; e o teste limitado da teoria. As vantagens desta metodologia, segundo Bruyne et al. (1994), são: criar um estímulo a novas oportunidades de descobertas do desenvolvimento da investigação; 40 Universidade do Sul de Santa Catarina trabalhar com situações concretas, possibilitando, se necessário, mudanças favoráveis no caso em estudo; procurar relacionar a teoria (pesquisa bibliográfica) com a prática (pesquisa de campo); não requerer um modo único de coleta de dados, podendo o investigador utilizar-se de entrevistas, observações, relatórios e questionários. Em uma palavra, o objetivo é compreensão. Também, entre as vantagens do método do estudo de caso, está o fato de que se pode obter inferência do estudo de todos os elementos que envolvam uma entidade completa, em vez de o estudo de vários aspectos selecionados. Seção 4 - Quais os tipos de estudo de caso? Assim, Stake (2000) identifica três modalidades de estudo de caso: intrínseco, instrumental e coletivo. No estudo de caso intrínseco, para Stake (2000, p.437), o [...] estudo não é empreendido primariamente porque o caso representa outros casos ou porque ilustra um traço ou problema particular, mas porque, em todas as suas particularidades e no que têm de comum, este caso é de interesse em si. O pesquisador, pelo menos temporariamente, subordina outras curiosidades para que as histórias dos que “vivem o caso” emirjam [...]. No estudo de caso instrumental, o empenho, no caso, deve-se à crença de que ele poderá facilitar a compreensão de algo mais amplo, uma vez que pode servir para fornecer insights sobre um assunto ou para contestar uma generalização amplamente aceita, apresentando um caso que nela não se encaixa. Já, no estudo de caso coletivo, segundo Mazzotti (2006, p. 641), “o pesquisador analisa concomitantemente alguns casos para investigar um dado fenômeno, podendo ser visto como 41 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 um estudo instrumental estendido a vários casos.” Eles são selecionados, porque se acredita que seu estudo permitirá melhor compreensão, ou melhor teorização, sobre um conjunto ainda maior de casos. Você pode constatar, assim, que os estudos de caso instrumentais, coletivos ou não, pretendem favorecer, ou, ao contrário, contestar uma generalização aceita; já os estudos intrínsecos, em princípio, não se preocupam com isso. O estudo de caso, para Yin (2005, p.67), pode ser dividido em único ou múltiplo. Casos únicos representam um projeto comum para realizar estudos de caso, e foram descritas duas variantes: as que utilizam projetos holísticos e as que utilizam unidades incorporadas de análise. No geral, o projeto de caso único é eminentemente justificável sob certas condições — quando o caso representa (a) um teste crucial da teoria existente, (b) uma circunstância rara ou exclusiva, ou (c) um caso típico ou representativo, ou quando o caso serve a um propósito (d) revelador ou (e) longitudinal. Uma etapa fundamental, ao projetar e conduzir um caso único, é definir a unidade de análise (ou o próprio caso). Contudo podem ser acrescentadas subunidades de análises em um caso único, de forma que se possa desenvolver um projeto mais complexo — ou incorporado. O caso múltiplo é aquele que contém mais de um caso único, ou seja, mais de um objeto de estudo. Por exemplo: duas escolas, duas empresas, etc. Cada caso deve servir a um propósito específico dentro do escopo global da investigação. Assim, inicialmente será necessário o pesquisador definir qual será seu objeto ou objetos de estudo, para, em seguida, apresentá- lo(s) e descrever a situação observada em relação ao problema escolhido. — Agora que já nos familiarizamos com o estudo de caso, vamos às etapas? 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 5 - Quais as etapas do estudo de caso? Não há consenso por parte dos pesquisadores quanto às etapas a serem seguidas no desenvolvimento do estudo de caso. Segundo Chizzotti (2006), o desenvolvimento do estudo de caso supõe 3 fases. Vamos conhecê-las? a) Seleção e delimitação do caso A seleção e delimitação do caso são decisivas para a análise da situação estudada. O caso deve ser uma referência significativa para merecer a investigação e, por comparações aproximativas, ser apto para fazer generalização de situações similares ou autorizar inferências em relação ao contexto da situação analisada. A delimitação deve precisar os aspectos e os limites do trabalho, a fim de reunir informações sobre um campo específico e fazer análises sobre objetos definidos, a partir dos quais se possa compreender uma determinada situação. Quando se toma um conjunto de casos, a coleção deles deve cobrir uma escala de variáveis que explicite diferentes aspectos do problema. b) Trabalho de campo O trabalho de campo visa a reunir e organizar um conjunto comprobatório de informações. A coleta de informações em campo pode exigir negociações prévias para se aceder a dados que dependem da anuência de hierarquias rígidas, ou da cooperação das pessoas informantes. As informações são documentadas, abrangendo qualquer tipo de informação disponível - escrita, oral, gravada, filmada - que se preste para fundamentar o relatório do caso. Este será, por sua vez, objeto de análise crítica pelos informantes ou por qualquer interessado. c) Organização e redação do relatório Documentos, rascunhos, notas de observação, transcrições, estatísticas, etc., coligidos em campo, devem ser reduzidos ou indexados segundo critérios predefinidos, a fim de que se constituam em dados que comprovem as descrições e as análises do caso. 43 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 Yin (2005) apresenta as etapas do método de estudo de caso descrevendo-as da seguinte forma: a etapa inicial consiste no desenvolvimento da teoria específica; em seguida se faz necessário selecionar o caso e definir as medidas específicas para o planejamento e coleta de dados, essa etapa projeta o protocolo de coleta de dados. O protocolo deve apresentar uma visão geral do projeto de estudo de caso (objetivos e patrocínios, questões do estudo de caso e leituras importantes sobre o tópico que está sendo investigado), bem como, os procedimentos de campo, as questões do estudo de caso e o guia para o relatório (resumo, formato de narrativa e informações bibliográficas). — Na próxima unidade, você irá estudar a estrutura do relatório de estudo de caso e ver exemplo de cada etapa, facilitando o desenvolvimento do projeto! Síntese Esta unidade diz respeito à caracterização completa do estudo de caso, que tem início com definição dos problemas, temas a serem estudados e o desenvolvimento de um projeto de estudo de caso. É importante você perceber a relevância da abordagem dos principais aspectos que envolvem o estudo de caso, pois as contribuições que ele pode trazer para a academia, para a organização e para a sociedade como um todo, vão desde a ampliação do conhecimento que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, até outros fenômenos relacionados. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação 1. Nesta unidade, estudamos as Etapas do Estudo de caso. Agora para memorizarmos, vamos voltar e descrever a definição dos itens: a. seleção e delimitação do caso; b. o trabalho de campo; c. a organização e redação do relatório. 2. Delimite duas habilidades exigidas ao pesquisador de estudode caso descritas por YIN (2005). 3. Cite duas vantagens do método de estudo de caso, apresentadas por Bruyne et al. (1994) . 45 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 2 Saiba mais Para complementar seus estudos, veja quais as habilidades que um pesquisador deve possuir. O que ele deve considerar para obter sucesso na sua trajetória de pesquisa. Habilidades do pesquisador Para conduzir com sucesso o estudo de caso, é essencial que o pesquisador saiba detectar um problema, apresentando as possíveis soluções. Yin (2005) descreve como habilidades comumente encontradas nos pesquisadores de sucesso: habilidade para fazer perguntas e interpretar os resultados; habilidade para ouvir e não se deixar prender pelas suas próprias ideologias e percepções: implica receber informações por meio de várias modalidades; habilidade para adaptar-se e ser flexível para que possa ver as novas situações encontradas como oportunidades, e não como ameaças; habilidade de domínio das questões em estudo: o pesquisador deve ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas, mesmo que seja uma orientação teórica ou se seja de um modo exploratório; e imparcialidade em relação a noções preconcebidas, incluindo aquelas que se originam de uma teoria. Assim, a pessoa deve ser sensível e estar atenta a provas contraditórias. Essas habilidades podem ser desenvolvidas em qualquer pessoa. Entretanto é importante uma autoanálise honesta das próprias capacidades e limitações como pesquisador. UNIDADE 3 Etapas iniciais de um relatório de pesquisa Objetivos de aprendizagem Esta unidade lhe fornecerá subsídios para: conhecer a estrutura do relatório de pesquisa para o estudo de caso; desenvolver as primeiras etapas de um estudo de caso. Seções de estudo Seção 1 Planejamento Seção 2 Estrutura de um relatório de pesquisa Seção 3 Introdução Seção 4 Tema Seção 5 Objetivos Seção 6 Procedimentos metodológicos 3 48 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo O estudo de caso, como toda pesquisa, tem início com a definição dos temas e problemas a serem estudados. A esta etapa chamamos de planejamento da pesquisa, ou, de acordo com alguns autores como projeto de pesquisa. Mas, independente da nomenclatura, o momento inicial é o que consideramos crítico para a identificação da relevância da pesquisa, sua justificativa, contextualização, pois remete à abordagem dos principais aspectos que envolvem o ponto de partida para uma pesquisa científica. Ao produzir o seu relatório de pesquisa, tenha em mente que as etapas iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos) constituem a lógica que une os dados a serem coletados (e as conclusões a serem tiradas) às questões iniciais de um estudo. Cada estudo empírico possui um projeto de pesquisa implícito, se não explícito. Para Heerdt e Leonel (2006, p. 112), “o projeto de pesquisa é o planejamento de uma pesquisa, ou seja, a definição dos caminhos para abordar certa realidade”. Um planejamento de pesquisa é uma série de etapas estabelecidas pelo pesquisador, que direciona a metodologia aplicada no desenvolvimento da pesquisa. O pesquisador obedece a um plano de etapas metodológicas necessárias ao desenvolvimento da pesquisa científica. Ele tem como prioridade demonstrar as atividades indispensáveis para o desenrolar da pesquisa, segundo nos conta Fachin (2003). — Sendo assim, estudaremos agora a estrutura de um relatório de estudo de caso em duas etapas. Na unidade 3, veremos as etapas iniciais (tema, objetivos e procedimentos metodológicos) e, na unidade 4, as etapas de execução, análise, sugestão e conclusão. Mantenha-se atento(a) a leitura e anote os pontos chaves! 49 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 3 Seção 1 - Planejamento As etapas iniciais do relatório de pesquisa podem ser entendidas como o planejamento da pesquisa, ou seja, o projeto de pesquisa, que na UnisulVirtual se apresenta de forma IMPLÍCITA e está integrado com o documento oficial da pesquisa: Relatório de estudo de caso. Segundo Vieira (2004), a partir do estabelecimento da questão a ser estudada, afloram os problemas que ela envolve, justificam-se sua relevância e a viabilidade, traçam-se objetivos, caracteriza-se o estudo, localizam-se as variáveis, aponta-se o caminho a seguir (método) e, ainda, o tempo para fazer o percurso, designam-se os meios (ou recursos) para sua efetivação e, enfim, faz-se uma listagem das obras (livros, revistas, monografias e outras publicações, amplas ou restritas) que serão consultadas. Ao planejarmos uma pesquisa firmamos a pretensão de realizar uma atividade de investigação científica. Em outros termos, isto implica um plano elaborado para responder a uma ou mais questões pertinentes ao tema investigado. Compreende uma construção lógica e racional que se baseia nos postulados da metodologia científica a serem empregados no desenvolvimento de uma série de etapas, de modo a facilitar a execução do plano de trabalho. De forma simplista, podemos dizer que o projeto é a descrição do que será necessário para a consecução de uma pesquisa. Importante! A elaboração das etapas iniciais do relatório de pesquisa tem influência direta sobre os resultados a serem obtidos e a validade das conclusões tiradas do trabalho. O relatório serve de guia para todo o trabalho do investigador. Jung (2003) esclarece que o planejamento da pesquisa correspondente a um processo onde a partir de uma necessidade, se escolhe um tema e, gradativamente, define-se um problema e as formas para solucioná-lo: 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 3.1 – Projeto de pesquisa. Fonte: Jung (2003, p. 151). Assim, como mostra Jung (2003), o projeto de pesquisa deve, fundamentalmente, ser constituído em cima de 3 passos, apresentados no esforço de responder às seguintes questões: O que? Como? Quando? a) O que? Qual o tema? Qual o problema? Quais os subproblemas? Qual a justificativa? Quais os objetivos? Quais os pressupostos teóricos? b) Como? O que será feito para solucionar o problema? Qual será o universo a ser pesquisado? Como serão coletadas as informações? Serão feitas entrevistas, observações? Serão feitas experimentações, medições? Que instrumentos serão utilizados? Que atividades serão realizadas? Como serão analisados os dados? c) Quando? Qual o tempo total previsto para a pesquisa? Qual o tempo destinado a cada etapa? Como se distribuem as atividades no tempo? O projeto é viável no tempo? 51 Metodologia para Estudo de Caso Unidade 3 Não esqueça: um assunto de pesquisa tem início com leituras, reflexões, problemas detectados na própria atividade profissional! Por que se deve planejar uma pesquisa? Ora, a importância do planejamento da pesquisa deve ser entendida na mesma linha de elaboração da planta antes de se construir uma casa; ou de um rascunho antes de se produzir uma obra prima. Na lição de Minayo (1994, p.35): Fazemos um projeto de pesquisa para mapear um caminho a ser seguido durante a investigação. Buscamos, assim, evitar muitos imprevistos no decorrer da pesquisa que poderiam até mesmo inviabilizar sua realização. Outro papel importante é esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo (o que pesquisar, como, por quanto tempo etc.). Além disso, um pesquisador necessita comunicar seus propósitos de pesquisa para que seja aceita na comunidade científica. Barreto e Honorato (apud HEERDT; LEONEL, 2006, p. 113), destacam que se deve fazer o projeto para planejar a pesquisa: Entende-se por planejamento da pesquisa a previsão racional de um evento, atividade, comportamento ou objeto que se pretende realizar a partir da perspectiva
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