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AULAS E ANOTAÇÕES GESTAO ESCOLAR

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AULA 01
Aula 1: Estado do conhecimento em supervisão, administração e orientação educacional: breve histórico
Se começarmos pela origem da palavra pedagogia, veremos que ela deriva dos termos, paidós e agogé, que teve seu início na antiga Grécia. Estamos falando em pedagogia, pois é a ciência do ensino, e a Supervisão, a Administração e a Orientação Educacional são nos dias atuais especializações dos profissionais de pedagogia. Agora que ficamos sabendo da essência da palavra pedagogia lá nos primórdios da Grécia e que o seu objeto de estudo é a educação, vamos para o Brasil dos anos 70, com a formação dos pedagogos, ou seja, os “especialistas em educação”, promulgada pela Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixava as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus. Em consequência do que sinalizou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96, a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, aponta não só mais para o trabalho do Pedagogo no Curso de Graduação em Pedagogia, mas também para a docência no conjunto das suas habilitações e extingue as habilitações nos Cursos de Graduação em Pedagogia, a partir deste momento conferindo as “especializações” aos Cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu.
O processo de organização educacional dispõe de elementos constitutivos que são, na verdade, instrumentos de ação mobilizados para atingir os objetivos escolares. Tais elementos ou instrumentos de ação são:
 I - Planejamento - processo de explicitação de objetivos e antecipação de decisões para orientar a instituição, prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los.
 II – Organização - é a atividade através da qual se dá a racionalização dos recursos, criando e viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado.
 III - Direção/Coordenação é a atividade de coordenação do esforço coletivo do pessoal da escola.
AULA 02
Percebemos que as mudanças que ocorreram na dinâmica da escola se deram por necessidades de determinados momentos sociais. A nossa escola atual já passou por diversas mudanças de paradigmas para atender as questões sociais prementes, nem sempre para atender aos educandos, mas sim, por questões do poder político, onde nem todos tinham acesso à escola, pois em certa época só quem detinha o poder que frequentava o espaço escolar. Esta instituição não era para todos, como se promulga atualmente nos textos legais. O início da história da escola no Brasil não podia ser diferente do que já discutimos até então. Se deu com o domínio dos colonizadores, por meio dos jesuítas que representavam a Igreja Católica – exemplo de poder político da época - e tinham o objetivo inicial de “catequizar” os índios que aqui estavam quando os colonizadores chegaram. Tendo o início da escola pública no período imperial, com Dom Pedro, que inclusive instituiu uma Lei que organizava a educação das crianças e instituiu o dia do professor e a questão da profissão do professor e os currículos escolares. Isto aconteceu em 15 de outubro de 1827 e, desde então outras reformas e legislações aconteceram no Brasil, no âmbito educacional, que contribuíram para mudanças de paradigmas da gestão escolar no país.
Como percebemos na citação de LUCKESI, o acesso e permanência na escola é uma das grandes dificuldades nas nossas escolas, e constitui um dos grandes desafios da gestão de nossas escolas hoje, no Brasil, pois além da necessidade de que todos tenham acesso à educação, precisamos que a escolaridade dos brasileiros melhore com sua permanência nos bancos escolares, como promulgam os discursos legais. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
AULA 03
Aula 3: Administração/gestão – refletindo os conceitos
Diferenças entre administração e gestão:
Administração: Do latim, ad (junto de) e ministrativo (prestação de serviço) significa ato de prestar serviço ou ajuda.
Gestão: Do latim, gestione Ato de gerir; gerência, administração.
Começamos a visualizar os pedidos de mudanças nos paradigmas de administração, por meio de parte do manifesto de 1932, porém não podemos esquecer que a administração de nossas escolas teve como modelo a administração científica e clássica de Taylor e Fayol, respectivamente. 
A maior crítica a este modelo de administração reside no fato de que o primordial era a produtividade, sem muitas das vezes considerar o “ser” humano como o centro da organização, ou seja, no nosso caso das instituições escolares. Este tipo de “administração” não mais se adequa ao contexto educacional contemporâneo, e como dissemos inicialmente, a troca dos termos de administração para gestão está ligada à atitude filosófica, pois hoje o trabalho em grupo é uma necessidade, não só da escola, mas de outros setores de nossa sociedade em geral.
Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas experiências levadas a efeito nos últimos anos, Libâneo (2001) apresenta, de forma esquemática, três concepções de organização e gestão: a técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a democrático- participativa. 
Uma das características do modelo de gestão funcionalista: maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas.
AULA 04
Aula 4: Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus gestores
Ser gestor desta escola é um grande desafio! Sua formação deverá ser realizada em Curso de Pedagogia e necessariamente complementada em curso de Pós Graduação em Gestão Escolar, conforme sinalizou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional  9.394/96 e a  Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia.
Concomitante às legislações, foram implementados Programas e Projetos Oficiais de formação de gestores das escolas públicas.
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES
O Programa Nacional Escola de Gestores foi implementado, em caráter experimental, em 2005, sob a coordenação do INEP, tendo realizado um projeto-piloto de formação de dirigentes, por meio de um curso de 100 horas que atingiu 400 dirigentes de escolas de 10 estados da federação. Nesse curso utilizou-se o suporte tecnológico do e-Proinfo. A re-elaboração do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica tem como referência, além da avaliação do projeto-piloto realizada pelo INEP, estudo realizado sobre programas de formação de gestores escolares, que teve como objetivo analisar de forma comparativa cinco programas voltados para a formação de gestores escolares, indicando suas principais características em relação às novas tendências educativas. São eles: Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares – PROGESTÃO, Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica, Programa de Formação Continuada de Gestores da Educação Infantil e Fundamental – PROGED, Centro Interdisciplinar de Formação Continuada de Professores – CINPOP, Programa de Formação de Gestores da Educação Pública – UDJF.
As definições das diretrizes do referido curso de formação continuada e as ações daí decorrentes, explicitadas nesse documento, resultam de trabalho coletivo, que envolveu o diálogo entre o Ministério da Educação, as universidades, as entidades e associações da área, bem como o CONSED e a UNDIME. 
PROGRAMA NACIONAL “ESCOLA DE GESTORES DE EDUCAÇÃO BÁSICA”
O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública faz parte das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e surgiu da necessidade de se construir processos de gestão escolar compatíveis com a proposta e a concepção da qualidade social da educação, baseada nos princípios da moderna administração pública e de modelos avançados de gerenciamento de instituições públicas de ensino, buscando assim, qualificar os gestores das escolas da educação básicapública, a partir do oferecimento de cursos de formação a distância. A formação dos gestores é feita por uma rede de universidades públicas, parceiras do MEC. O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública tem como objetivos gerais:
- Formar, em nível de especialização (lato sensu), gestores educacionais efetivos das escolas públicas da educação básica, incluídos aqueles de educação de jovens e adultos, de educação especial e de educação profissional.
- Contribuir com a qualificação do gestor escolar na perspectiva da gestão democrática e da efetivação do direito à educação escolar com qualidade social. Como resultado dessa iniciativa, o MEC espera a melhoria dos índices educacionais das escolas e municípios atendidos.
PROGESTÃO
O Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares - PROGESTÃO nasceu como programa pioneiro, no Brasil, de educação à distância para capacitação de lideranças escolares. Foi desenhado a partir de uma demanda específica de um grupo de Secretários de Estados da Educação, na década de 90, tendo como meta principal o desenvolvimento de uma gestão democrática focado no sucesso escolar do aluno. O Programa propõe a discussão entre membros do colegiado escolar sobre temas como sucesso e permanência de alunos na escola, projeto pedagógico, avaliação institucional, gerenciamento financeiro, espaço físico, patrimônio da escola, avaliações externas, recursos humanos, entre outros.
A partir de 2001 este Programa vem sendo implantado no país, por adesão das Secretarias de Estado da Educação e foi concebida para ser utilizada de forma descentralizada.
A metodologia do Programa inclui três componentes básicos: a) os materiais instrucionais; b) o sistema de apoio à aprendizagem e c) o sistema de avaliação.
A incorporação das tecnologias de informação e comunicação – TIC - na escola contribui para expandir o acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de comunidades colaborativas de aprendizagem, que privilegiam a construção do conhecimento, a comunicação, a formação continuada, a gestão administrativa, pedagógica e de informação.
Até então falamos em formação continuada dos gestores que já estavam atuando na gestão das escolas públicas. Porém, os parâmetros da formação inicial para Gestores Escolares, que atualmente se dá nos Cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu, pois com a Resolução CNE/CP 1/2006, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, as habilitações foram extintas no Curso de Graduação em Pedagogia, que são a Orientação Educacional, Supervisão Escolar e a Gestão Escolar, são os mesmos. Como podemos constatar nos Programas de Formação de Gestores, muitos foram oferecidos como Cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu para o grupo de gestores que já eram graduados. E se prestarmos atenção nas propostas destes cursos, concluiremos que, tanto a formação continuada, quanto a formação inicial de gestores escolares, têm a mesma linha filosófica, ou seja, a gestão democrática em busca da qualidade no ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aponta para: Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: Carga horária mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
Marque a opção que significa o tipo de formação oferecida nos programas aos gestores que já concluíram seus cursos de graduação: especialização lato sensu.
Conforme nossos estudos a escola de gestores da educação básica e o Programa de Capacitação de Gestores (Progestão) são programas que constituem a formação dos gestores das escolas públicas brasileiras. Marque a opção que traduz o foco da formação destes programas: a gestão democrática da educação pública.
AULA 05
Aula 05: Políticas e Gestão da Educação Básica no Brasil: limites e perspectivas
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Nº 9.394/96
Art. 22. A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I – carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver; (...)
Este é um exemplo de coerência e bom senso, pois não é regra que as férias escolares têm que ser no mês de janeiro e o recesso no mês de julho, competindo a cada sistema de ensino organizar seus calendários conforme as necessidades de suas comunidades, bem como o número de dias e carga horária, só tendo que atender número de dias e horas mínimas estipuladas na LDB.
Art. 9º A União incumbir-se-á de:
(...) IV – estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
(...) VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino (...)
(...) AS AVALIAÇÕES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (Inep) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e equidade, bem como produzir informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público em geral. Para gerar seus dados e estudos educacionais, o Inep realiza levantamentos estatísticos e avaliativos em algumas etapas da educação básica, assim como na modalidade de educação de jovens e adultos. 
Como parte integrante da estrutura organizacional do Inep, a Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) tem sob sua responsabilidade as seguintes avaliações: PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS (PISA), EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (Enem), EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS (Enceja) e PROVINHA BRASIL.
(BRASIL, SAEB/PDE, p.6, 2011)
Agora que você já tem conhecimento das avaliações que são de responsabilidade do INEP – Instituto Educacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” – que fazem parte do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), é importante que você também saiba da Prova Brasil: Em 2005, paralelamente à avaliação do Saeb, foi realizada uma outra avaliação, essa de natureza quase censitária, que permitiria a divulgação dos resultados por municípios e por escolas, ampliando as possibilidades de análise dos resultados da avaliação. Nasce assim, a Prova Brasil, que utiliza os mesmos procedimentos utilizados pelo Saeb.
Cabe ressaltar que a gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as quais: pensar criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto oralmente, como por escrito; empregar a aritmética e as estatísticas para resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para a prática da cidadania responsável. Portanto, o processo de gestão escolar deve estar voltado para garantir que os alunosaprendam sobre o seu mundo e sobre si mesmos em relação a esse mundo, adquiram conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com informações de complexidades gradativas e contraditórias da realidade social, econômica, política e científica, como condição para o exercício da cidadania. (LÜCK, p. 07, 2000).
AULA 06
Aula 06: Gestão Democrática da Escola Pública
DEMOCRACIA: ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.
A gestão democrática do ensino público está prevista em lei, desde a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e, como consequência, também está entre os princípios da educação brasileira na lei de diretrizes e bases da educação nacional nº 9.394/96. Se compararmos a educação brasileira de alguns anos atrás, ficava claro que não havia gestão democrática do ensino, principalmente em uma época que a escola pública, se dizia de qualidade, porém não era acessível a todos os cidadãos brasileiros, principalmente aos das classes populares.
A gestão democrática requer mudanças na dinâmica das escolas, dentre as mudanças ocorridas na educação com o advento da gestão democrática, temos a participação efetiva dos envolvidos no processo de aprendizagem. Com isso, os problemas não são somente da gestão, mas sim de todo o grupo, que envolve a gestão, a equipe técnica escolar, os professores, os funcionários, os pais e os próprios alunos, que devem estar no cerne das questões da escola.
A gestão democrática tem como princípios: a descentralização, a participação e a transparência.
Existem alguns programas de repasse de verbas do governo federal às escolas, sendo o PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola – um dos mais importantes, vejamos a seguir como se dá este Programa: 
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e as do ensino especial, mantidas por organizações não governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O repasse dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é feito anualmente pelo FNDE às contas bancárias das unidades escolares, cabendo a elas utilizar os recursos, de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola. 
Os recursos podem ser utilizados para as seguintes finalidades: Aquisição de material permanente; Manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; Aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; Capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; Avaliação de aprendizagem; Implementação de projeto pedagógico e desenvolvimento de atividades educacionais. 
O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. Tendo em vista a importância assumida pelo PDDE no cotidiano das escolas, em razão deste programa se caracterizar pelo repasse de dinheiro direto para as escolas públicas de todo o país, vamos discutir a seguir o referido programa e o papel do Conselho Escolar na gestão do mesmo. (BRASIL, pág.66, 2006)
AULA 07
Aula 7: Políticas Sociais no Brasil: descentralização em um Estado federativo
Percebemos durante os nossos estudos que “assegurar a formação comum indispensável para o exercício da cidadania do educando” constitui finalidade da educação básica no Brasil, deliberada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96.
O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.
Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão. "Cidadania: direito de ter direito".
Política social: Quando pensamos em conjunto de ação social em nível nacional por meio de planos e programas que garantam aos cidadãos o acesso aos seus direitos, estamos conceituando política social.
As políticas sociais implementam o acesso aos direitos dos cidadãos, propiciando, assim, o exercício da cidadania. A missão destas políticas é incluir socialmente aqueles que não têm oportunidade de participação efetiva na sociedade pela falta de acesso aos seus direitos. Possuir uma moradia, ter acesso à educação e serviços de saúde significa ter dignidade e poder exercer a cidadania de forma plena. Exemplificamos, aqui, alguns desses direitos, porém sabemos que Trabalho, Assistência Social, Previdência Social, Justiça, Agricultura, Saneamento e Meio Ambiente também fazem parte deste conjunto de necessidades básicas para o exercício pleno da cidadania.
A organização da política social no Brasil, atualmente, se dá por meio de uma Agenda Social, que contém o PPA - Plano Plurianual. Vejamos o que diz um documento oficial em relação à elaboração da Agenda Social e do Plano Plurianual: 
• A Agenda Social foi construída ao longo de 2007, em um processo coordenado pela Casa Civil, e que contou com a participação de representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e de órgãos setoriais com iniciativas relacionadas à área social. As reuniões e discussões sobre a proposta ocorreram em paralelo aos trabalhos de elaboração do PPA 2008-2011. Assim, ao mesmo tempo em que os órgãos definiam seus programas e ações para o novo PPA, a Casa Civil coordenava reuniões para a seleção do que comporia a Agenda Social do governo federal.
• A partir das discussões, foram selecionados os eixos organizadores da agenda, que tem a Câmara de Políticas Sociais da Presidência da República como instância decisória, mas cuja coordenação é descentralizada: cada eixo está sob responsabilidade de um órgão específico. É importante salientar que tal opção contrasta com a que prevaleceu no caso do PAC, que é tanto gerenciado quanto monitorado pela Casa Civil.
• Em linhas gerais, os grandes objetivos da Agenda Social são: reduzir a desigualdade social; consolidar uma política garantidora de direitos; buscar a gestão integrada das políticas, promovendo oportunidades; e incentivar a pactuação federativa entre União, estados e municípios. (BRASIL, IPEA, p.15, 2008)
Constituído por ações destacadas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), este eixo da Agenda Social teve suas linhas gerais divulgadas em março de 2007. Abrange a educação básica – inclusive programas destinados a alfabetizar os adultos –, a educação profissional técnica e tecnológica, e o ensino superior. Entre as inovações trazidas encontra-se a estratégia de responsabilização das outras instâncias governamentais em torno de compromissos com a melhoria da qualidade da educação básica, mensurada pelo novo indicador criado pelo MEC, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Nova sistemática de apoio técnico e financeiro do ministério a estados e municípios, foi instituída com a substituição das transferências voluntárias, até então realizadas mediante convênios fragmentados, pela proposta de elaboração de Planos de Ação Articulada (PAR). Dessa forma, as transferências voluntárias passam a obedecer a um plano estratégico plurianual orientado em quatro dimensões: gestão; relação com a comunidade; projeto pedagógico; e infraestrutura. O MEC elegeu os municípios com piores desempenhos no Ideb em2005 como prioridade neste apoio, tendo também incluído as grandes cidades, por concentrarem em suas periferias escolas com insuficientes condições de oferta educacional. Das iniciativas do PDE integram a Agenda Social:
• Alfabetização de jovens e adultos, com prioridade para os municípios com taxas mais elevadas de analfabetismo;
• Expansão da formação e capacitação de professores, com a implantação do Sistema Universidade Aberta do Brasil e de polos de apoio presencial;
• Apoio à construção, reforma e aquisição de equipamentos para creches e escolas públicas de educação infantil (ProInfância);
• expansão da educação profissional e tecnológica;
• Reestruturação e expansão das universidades federais, com prioridade para a interiorização da rede de escolas federais e a garantia de vagas em universidades por meio de bolsas do ProUni;
• Eletrificação de escolas mediante o Programa Luz para Todos;
• Implantação de laboratórios de informática em todas as escolas públicas; 
• Apoio à expansão do transporte escolar, com o Programa Caminho da Escola.
AULA 08
Aula 08: Conselhos Municipais de Educação no Brasil
Os Conselhos são caracterizados como órgãos consultivos e deliberativos do Ministério e das secretarias de educação. Embora, entre suas funções importantes, constem as de elaborar normas e interpretar a legislação educacional, sua atuação se esgota no âmbito da estrutura de gestão do executivo, ou seja, não são dotados de natureza legislativa ou judiciária.
A efetivação dos Conselhos Municipais de Educação tem como ponto de partida a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e que prevê a gestão democrática do ensino público.
A gestão democrática constitui pilar fundamental de uma educação básica com qualidade social. Ela está prevista na Constituição Federal, em seu art. 206, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, em seu art. 14, como um dos objetivos e prioridades do Plano Nacional de Educação – PNE. Para fomentar o cumprimento dessa legislação, surge a permanência de estimular a implantação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Educação, bem como de capacitar seus membros para que possam oferecer uma contribuição efetiva à qualificação da educação.
Inicialmente, os Conselhos Municipais de Educação tinham uma função meramente consultiva, porém, ao longo do tempo, outras funções foram agregadas a estes Conselhos.
• A função deliberativa é assim entendida quando a lei atribui ao conselho competência específica para decidir, em instância final, sobre determinadas questões. No caso, compete ao conselho deliberar e encaminhar ao Executivo, para que execute a ação por meio de ato administrativo. A definição de normas é função essencialmente deliberativa. A função recursal, também, tem sempre um caráter deliberativo, uma vez que requer do conselho competência para deliberar, em grau de recurso, sobre decisões de instâncias precedentes. Só faz sentido a competência recursal quando vem revestida de poder de mudar, ou confirmar, a decisão anterior.
 
• A função consultiva tem um caráter de assessoramento e é exercida por meio de pareceres, aprovados pelo colegiado, respondendo à consultas do governo ou da sociedade, interpretando a legislação ou propondo medidas e normas para o aperfeiçoamento do ensino. Cabe ao Executivo aceitar e dar eficácia administrativa, ou não, à orientação contida no parecer do conselho.
• A função fiscal ocorre quando o conselho é revestido de competência legal para fiscalizar o cumprimento de normas e a legalidade ou legitimidade de ações, aprová-las ou determinar providências para sua alteração. Para a eficácia desta função, é necessário que o conselho tenha poder deliberativo, acompanhado de poder de polícia. Embora mais rara nos conselhos tradicionais de educação, esta função é atribuída cada vez mais fortemente aos conselhos de gestão de políticas públicas, nas instituições públicas e na execução de programas governamentais.
• A função mobilizadora é a que situa o conselho em uma ação efetiva de mediação entre o governo e a sociedade, estimulando e desencadeando estratégias de participação e de efetivação do compromisso de todos com a promoção dos direitos educacionais da cidadania, ou seja: da qualidade da educação.(MEC, p.36, 2004)
Não basta ter o Conselho Municipal de Educação no município. É preciso que os representantes tenham condições de atuar de maneira eficaz nos mesmos. Diante desta necessidade, o governo federal criou o Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró- Conselho). O programa estimula a criação de novos conselhos municipais de educação, o fortalecimento daqueles já existentes e a participação da sociedade civil na avaliação, definição e fiscalização das políticas educacionais, entre outras ações. O Pró-Conselho tem como principal objetivo qualificar gestores e técnicos das secretarias municipais de educação e representantes da sociedade civil, para que atuem em relação à ação pedagógica escolar; à legislação e aos mecanismos de financiamento e ao repasse e controle no uso das verbas da educação. Os conselhos municipais de educação exercem papel de articuladores e mediadores das demandas educacionais junto aos gestores municipais e desempenham funções normativa, consultiva, mobilizadora e fiscalizadora. Fonte: Pró-Conselho.
O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Básica, na perspectiva de construir o perfil dos Conselhos Municipais de Educação – CME - no Brasil desenvolveu o Sistema de Informações dos Conselhos Municipais de Educação - SICME. 
O SICME é um sistema que fornece subsídios para caracterizar o perfil dos Conselhos Municipais de Educação, bem como para estudos e pesquisas no campo da gestão democrática e da formulação da política de Educação Básica. Também um instrumento que permite o aperfeiçoamento dos processos de formação continuada para conselheiros municipais de Educação, a partir de informações atualizadas sobre a organização e o funcionamento dos Conselhos. O sistema possibilita, ainda, o monitoramento do Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação - Pró-Conselho - quanto ao seu impacto na criação e fortalecimento dos CME. 
A participação de todos os municípios no cadastramento de informações no SICME vai contribuir efetivamente para a definição de políticas públicas de Educação mais focadas nas necessidades locais, tais como a definição de vagas para a formação continuada de Conselheiros Municipais de Educação, seja por meio do Curso de Extensão a Distância, seja pela realização de Encontros Presenciais de Capacitação de Conselheiros, dentre outras. Anualmente, os CME devem atualizar os dados informados no SICME, sendo que, nos municípios onde ainda não existem Conselhos, a Secretaria Municipal de Educação é responsável pelo preenchimento dos dados no Sistema. Fonte: SICME.
AULA 09
Aula 9: Gestão da Educação Básica e o Fortalecimento dos Conselhos Escolares
EDUCAÇÃO BÁSICA: EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO.
LDB: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
O Projeto Pedagógico deve fazer parte de um projeto maior; que é o Projeto Político-Pedagógico, que também é consequência de uma gestão democrática.
SOBRE O PPP: (...) O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão paraum tipo de sociedade.
O Projeto Político-Pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma organizada do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão. (VEIGA, p.13, 2001)
A gestão da educação básica a nível governamental começa pela Constituição Federal de 1988, que prevê a gratuidade da educação básica, entre outras questões essenciais, para que seja assegurada pelo poder público o acesso, permanência e conclusão, do que se diz básico, para o exercício pleno da cidadania. O Projeto Pedagógico e o Projeto Político-Pedagógico fazem parte da gestão da educação básica.
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Art. 9º A União incumbir-se-á de:
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
O Conselho Escolar (CE) é um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar com a função de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB, lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Gestão Democrática no inciso II – "participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para se ter uma gestão democrática. 
PARA SE GARANTIR UM CONSELHO ESCOLAR:
Natureza do Conselho Escolar: Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora.
Atribuições fundamentais: Elaborar seu regimento interno; elaborar, aprovar, acompanhar e avaliar o projeto político-pedagógico; criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da comunidade escolar; definir e aprovar o plano de aplicação financeiros da escola; participar de outras instâncias democráticas, como conselhos regional, municipal, e estadual da estrutura educacional, para definir, acompanhar e fiscalizar políticas educacionais. 
Normas de funcionamento: O Conselho Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme a necessidade da escola, para encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função do membro do CE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por metade mais um dos votos dos presentes da reunião.
Os representantes dos Conselhos Escolares são escolhidos por eleição, que deve ser na escola, por votação direta, secreta e facultativa, sendo o gestor da unidade escolar membro nato do Conselho.
Presidência do Conselho Escolar: Qualquer membro efetivo do conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil.
Critérios de participação: Participam do Conselho com direito a voz e voto todos os membros eleitos por seus pares; os representantes dos estudantes a partir da 4ª série ou com mais de 10 anos terão sempre direito a voz e voto, salvo nos assuntos que, por força legal, sejam restritivos aos que estiverem no gozo de sua capacidade civil; poderão participar das reuniões do Conselho, com direito a voz e não voto, os profissionais de outras secretarias que atendam às escolas, representantes de entidades conveniadas, Grêmio Estudantil, membros da comunidade, movimentos populares organizados e entidades sindicais.
Mandato: Um ano, com direito à recondução.
AULA 10
Aula 10: A Pesquisa sobre características de escolas eficazes no Brasil: breve revisão dos principais achados e alguns problemas em aberto – Eficácia escolar e práticas de gestão
O planejamento estratégico é um meio de estabelecer e manter um sentido de direcionamento quando o futuro torna-se cada vez mais difícil de prever. É um processo contínuo por meio do qual a organização é mantida em seu curso, fazendo ajustes à medida que os contextos interno e externo mudam. O planejamento, é claro, não termina quando o plano escrito é produzido – isso é um registro do processo conforme sua visão em determinado ponto no tempo -, a parte difícil é implementar o plano. No planejamento estratégico, a ênfase está no planejamento evolucionário ou contínuo, em que o próprio plano é alterado para se adaptar às circunstâncias cambiantes. (WEINDLING, p.224, 2006)
FIM
Questões de prova: qual o objetivo de uma gestão democrática?
A gestão deve ter como referencial, que preparar para o exercício pleno da cidadania é propiciar ao educando um ensino de qualidade, de modo que ele possa assegurar os estudos em condições de igualdade com os demais cidadãos, de modo que seus alunos aprendam e apliquem esses conteúdos no seu cotidiano de maneira segura. Cabe ressaltar que a gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as quais evidenciam: pensar criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto oralmente, como por escrito; empregar a aritmética e as estatísticas para resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para a prática da cidadania responsável. Portanto, o processo de gestão escolar deve estar voltado para garantir que os alunos aprendam sobreo seu mundo e sobre si mesmos em relação a esse mundo, adquiram conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com informações de complexidades gradativas e contraditórias da realidade social, econômica, política e científica, como condição para o exercício da cidadania. (LÜCK, p. 07, 2000). Democracia: ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico. 
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição, de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia. A gestão democrática do ensino público está prevista em lei, desde a promulgação da Constituição da República de 1988, que é a nossa lei maior e, como consequência, também está entre os princípios da educação brasileira na lei de diretrizes e bases da educação nacional nº 9.394/96. Se compararmos a educação brasileira de alguns anos atrás, ficava claro que não havia gestão democrática do ensino, principalmente em uma época que a escola pública, se dizia de qualidade, porém não era acessível a todos os cidadãos brasileiros, principalmente aos das classes populares. Atualmente, diante do conceito de gestão democrática da escola pública, a classe popular também está nesta escola, porém ainda tem que se investir na qualidade deste ensino, que cabe também às pessoas que estão envolvidas no processo de ensino e aprendizagem participarem da promoção desta qualidade de ensino nas instituições escolares. A gestão democrática requer mudanças na dinâmica das escolas, dentre as mudanças ocorridas na educação com o advento da gestão democrática, temos a participação efetiva dos envolvidos no processo de aprendizagem. Com isso, os problemas não são somente da gestão, mas sim de todo o grupo, que envolve a gestão, a equipe técnica escolar, os professores, os funcionários, os pais e os próprios alunos, que devem estar no cerne das questões da escola.
A gestão democrática tem como princípios: a descentralização, a participação e a transparência.

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