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Resumo Aula 01 a 05 Língua Portuguesa

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AULA 01 - LINGUAGEM COLOQUIAL E NORMA CULTA 
 
Tela 05 - Tipos de linguagem 
 
Existem dois tipos de linguagens: 
- verbal (Aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas 
escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria 
língua portuguesa); 
- não verbal (Aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa 
linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da 
música etc). 
 
Tela 13 - Ambiente formal e informal 
 
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo 
registro segue o que está prescrito na gramática normativa. Trata-se de um 
padrão de linguagem adequado a situações como uma entrevista de emprego, 
uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. 
 
Já o ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem coloquial, que 
dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a 
situações como uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos 
para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens 
nas redes sociais. 
 
Tela 16 a 21- Variação linguística 
 
A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e 
a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas. 
 
Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o 
que não ocorre na língua escrita, na qual a comunicação acontece, geralmente, 
na ausência de um dos participantes. 
 
Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não 
aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. 
Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, 
retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se 
apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
 
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de uma mesma 
língua. Ela pode ser: 
- Regional (Os regionalismos manifestam-se, principalmente, pelo sotaque e por 
palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região); 
- De registro (A formalidade ou a informalidade da situação comunicativa 
determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e 
informal); 
- Social (As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, 
a faixa etária de determinado conjunto de pessoas). 
 
Tela 24 - Norma culta 
 
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a todos os exemplos 
que acabamos de ver. No entanto, independente das diferenças citadas, há uma 
variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em 
determinadas situações comunicativas: a norma culta. 
 
Aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que 
podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada 
variante padrão. Essa norma é tão valorizada socialmente que, quando estão em 
um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram 
monitorar sua fala. 
 
Tela 25 e 26 - Forma marcada da língua 
 
Uma das formas em variação no português brasileiro contempla a oposição das 
estruturas a gente x nós. 
 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada em ambientes 
informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS – prescrito pela gramática 
normativa –, em ambientes formais. 
 
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que aqueles que 
nos ouvem nos definam como parte de um grupo com baixo nível de 
escolaridade. 
 
Tela 28 a 32 - Fala X escrita 
 
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. Mas será que 
essas modalidades da língua possuem as mesmas características? 
 
Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para não levar para a escrita 
aspectos da fala. 
 
Mesmo que utilizemos a norma culta para falar e para escrever, fala e escrita 
são modalidades diferentes de uma mesma língua. 
 
Não escrevemos como falamos nem falamos como escrevemos. 
 
Vamos entender, então, a diversidade entre tais modalidades linguísticas. 
 
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer algumas 
diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. Vejamos: 
- Fala (contextualizada, implícita, não planejada, pouco elaborada, 
predominância de frases curtas, simples ou coordenadas); 
- Escrita (descontextualizada, explícita, planejada, elaborada, predominância de 
frases complexas, com subordinação abundante). 
 
Tela 33 - Norma-padrão X Coloquialismo 
 
Agora que você já entendeu a diversidade entre fala e escrita, vamos nos ater 
às diferenças entre os registros coloquial e culto da língua. 
 
Alguns fenômenos são típicos da escrita e merecem um pouco mais de cuidado 
por parte de quem escreve – principalmente em ambientes de maior formalidade. 
 
Tela 35 - Onde X Aonde 
 
Aonde nós vamos? 
 
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento, como o verbo IR, por 
exemplo, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo 
ESTAR, o correto seria: Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo 
ESTAR não indica movimento. 
 
Tela 36 a 38 - Há X A 
 
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito ao uso de HÁ 
e A. 
Mas saná-la é algo bem simples! 
 
Há = flexão do verbo haver, que pode ser usada no sentido de: 
- Existir (há dez alunos fazendo prova/ para ela, só há no mundo o neto/ quando 
há paixão, não raro o ciúme surge); 
- Tempo decorrido ou passado (nós chegamos há duas horas/ há cinco anos, 
deixei de fumar/ vivo nesta casa há dez anos). 
 
Atenção! 
Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por 
exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado 
como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar 
“HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”. 
 
Usamos A nas seguintes situações: 
- Artigo definido (a aluna não devolveu o trabalho corrigido/ não podemos nos 
esquecer de que a universidade forma profissionais); 
- Tempo futuro (ela chegará daqui a 10 minutos/ daqui a pouco, veremos o 
resultado). 
 
 
Tela 40 a 42 - Mau X Mal 
 
Para não se equivocar quanto ao uso de MAU e MAL, lembre-se: 
 
MAL é o oposto de BEM. MAU é o oposto de BOM. 
 
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas podemos 
compreender os motivos do emprego de cada termo em determinadas 
sentenças. 
 
Vamos entender melhor... 
 
1. O garoto mau ofendeu sua tia. 
 
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao substantivo GAROTO. 
Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, no lugar dele, usássemos o vocábulo 
GAROTA? Teríamos a seguinte oração: 
 
• A garota má ofendeu sua tia. 
• Afinal, os adjetivos podem variar em gênero e em número. 
 
2. O garoto está passando mal. 
 
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. Vamos 
testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e verifique se haverá 
mudança de gênero do vocábulo destacado: 
 
• A garota está passando mal! 
 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios são 
invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo GAROTA, mas 
modifica a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
 
Atenção! 
A palavra MAL também pode ser um substantivo. 
 
Exemplo: Este é um mal necessário. 
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo 
indefinido UM. 
 
Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo 
definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar emnúmero. 
 
Exemplo: Os males da vida são muitos. 
 
Tela 43 - Menos X Menas 
 
Por fim, para acabar com suas dúvidas – e de muitos – quanto ao uso de alguns 
termos, de antemão, lembre-se: 
 
MENAS não existe na Língua Portuguesa. 
 
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – 
nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, como já vimos, advérbios são 
invariáveis! 
 
AULA 02 - VERBO 
 
Tela 06 a 08 - Tipos de gramática 
 
Há várias formas de definirmos gramática, mas vamos apresentar aqui somente 
duas classificações. São elas: 
- Gramática internalizada (É o conjunto de regras que a criança internaliza 
durante o processo de aquisição da linguagem); 
- Gramática normativa (É um conjunto de regras gramaticais que estabelece um 
padrão de linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais de 
uso da língua. Na verdade, essa gramática indica a formalidade de uso da 
língua). 
 
Tela 10 - Gramática normativa 
 
O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro partes, quais sejam: 
- Fonologia (trata dos fonemas); 
- Morfologia (trata das classes de palavras); 
- Sintaxe (trata das funções e das relações das palavras nas sentenças); 
- Semântica (trata dos significados das palavras). 
 
Tela 13 - Tipos de frase 
 
A FRASE é um enunciado que possui sentido completo. Há dois tipos de frase: 
- Frase nominal (aquela que não apresenta verbo); 
- Frase verbal (também chamada de oração, trata-se daquela que possui verbo). 
 
Tela 14 a 16 - Modo e tempos verbais 
 
VERBO é a unidade que significa ação ou processo organizado para expressar 
o modo, o tempo, a pessoa e o número. 
 
Modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) 
 
Tempo (presente, passado ou pretérito, futuro) 
 
Número (singular, plural) 
 
Pessoas do Discurso (1ª pessoa, 2ª pessoa, 3ª pessoa) 
 
 
Número Pessoa Sujeito 
Singular 1ª Eu 
2ª Tu 
3ª Ele, Ela (Você, Senhor) 
Plural 1ª Nós 
2ª Vós 
3ª Eles, Elas (Vocês, Senhores 
 
 
Tela 18 a 22 - Transitividade verbal 
 
A transitividade indica se o verbo necessita ou não de complemento. O 
significado do verbo pode precisar ser completado por uma estrutura, ou seja, 
transitar até seu complemento. 
 
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno linguístico que envolve o 
caso apresentado, mas, provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa 
DE ALGO. Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico sobre 
a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for acrescido de uma sequência 
de ideias que torne seu significado completo, não o entenderemos por si só. 
 
Alguns verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – e outros 
não – os chamados intransitivos. Quanto à transitividade, os verbos podem ser: 
- Transitivos indiretos (Aqueles que exigem complemento preposicionado); 
- Transitivos diretos (Aqueles que exigem complemento sem preposição); 
- Bitransitivos ou transitivos diretos e indiretos (Aqueles que exigem os dois tipos 
de complemento). 
 
Tela 25 a 34 - Regência Verbal 
 
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da relação de 
dependência entre os verbos e seus complementos. Lidamos o tempo todo com 
verbos que precisam ou não de complemento: é tão normal que não nos damos 
conta disso. Agora, parando para refletir, você já pensou que usar ou não uma 
preposição pode alterar o significado de um verbo? Por exemplo, considere que 
um juiz diga as frases a seguir: 
 
 
Eu assisto o jogo. 
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, socorrer”: usa-se 
sem preposição. 
 
Eu assisto ao jogo. 
Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a preposição é 
obrigatória. 
 
Observe os significados do verbo assistir em relação a sua regência: 
- Transitivo direto (prestar assistência, ajudar, acompanhar um doente); 
- Transitivo indireto (presenciar, ver, caber, pertencer); 
- Intransitivo (morar, residir) OBS: pouco utilizado atualmente 
 
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser: 
- Transitivo direto (lembrar algo); 
- Transitivo indireto (lembrar-se de algo). 
 
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas regências. Sendo 
assim, ele pode ser: 
- Transitivo direto (esquecer algo); 
- Transitivo indireto (esquecer-se de algo). 
 
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois objetos. São eles: 
- Objeto direto, sem preposição (aquilo que escolhemos); 
- Objeto indireto, com preposição “a” (aquilo que deixamos em segundo plano). 
 
O verbo “implicar” é transitivo direto com o sentido de “acarretar”, “ocasionar”, e 
seu complemento – um objeto direto – não deve ser introduzido por preposição. 
 
 
 
 
Tela 37 - Regência nominal 
 
Assim como acontece com os verbos, os nomes também podem ser transitivos, 
ou seja, podem necessitar de complementos para que apresentem significação 
completa. 
 
Tela 38 - Uso das preposições: casos especiais 
 
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso das 
preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta aula. 
 
1. A expressão correta é EM NÍVEL 
Exemplo: Essa questão será resolvida em nível federal. 
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado. 
 
2 . DELE ou DE ELE? 
DELE quando corresponde a um pronome possessivo. 
Exemplo: A paciência dele acabou, e ele saiu da sala. 
 
DELE quando corresponde à combinação da preposição de com o pronome 
pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto 
Exemplo: Ana gosta muito dele, mas prefere ficar em silêncio. 
 
DE ELE = preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa combinação só 
pode ser usada quando ele for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo. 
Exemplos: Conversamos sobre isso de ele sair. (= de que ele saísse) 
Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa. 
 
O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE quando houver 
esse verbo. 
Exemplo: Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso. 
Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: 
PREPOSIÇÃO + ARTIGO: 
Exemplo: As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o 
golpe. 
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO: 
Exemplo: O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não 
garantir a troca. 
 
3. A forma prescrita é TEM DE. 
Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores 
considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a 
forma “tem de”. 
Exemplo: A família tem de pagar todas as dívidas. 
 
4. PARA MIM ou PARA EU? 
Devemos observar que: 
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito; 
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de 
sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, 
“entre mim”, “para mim”, “por mim” etc. 
 
Exemplos: 
Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito) 
Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito) 
 
No primeiro caso, há duas orações: 
“Ana trouxe o livro” = oração principal 
“para EU ler” = oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse) 
 
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), porque este 
exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (LER). 
 
Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não 
de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome. 
 
Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes 
pessoais retos.Isso ocorrerá com qualquer preposição. 
 
Exemplos: 
Minha irmã saiu da festa antes DE MIM. 
Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar. 
Nossos professores fizeram isso POR MIM. 
Mariana fez isso POR EU estar cansada. 
 
Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula: 
PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas finanças. 
PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista. 
 
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do infinitivo (SAIR). 
 
Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA MIM está deslocado. Nesse 
caso, devemos usar o pronome oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo 
VENDER. 
 
5. Não há nada ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ? 
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode 
ser usado na função de sujeito: 
- Com verbo no infinitivo (Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa); 
- Sem verbo no infinitivo (Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ). 
 
6. A QUEM 
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar 
o pronome “quem”. 
Exemplo: Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho. 
 
 
 
7. DE QUE, DE QUEM ou DO QUAL? 
Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe. 
(= o escritório dispõe DOS PROCESSOS) 
 
Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe. 
(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS) 
 
ATENÇÃO! 
O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de 
preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, 
“perante”, “sobre” etc.). 
 
Exemplos: 
Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem. 
Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto. 
 
8. CUJO 
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse. 
 
Exemplos: 
Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. 
A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”. 
 
Este é o autor A CUJA obra eu me referi. 
 A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”. 
 
Aquele é o filósofo COM CUJAS ideias eu não concordo. 
A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”. 
 
Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. 
(= eu li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS) 
 
Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. 
(= A OBRA foi premiada -> sem preposição) 
 
ATENÇÃO! 
Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo. 
Exemplo: Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno inventou o novo 
chip. 
 
9. Pronomes relativos 
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos 
que acompanham são regidos por preposições. 
 
Exemplos: 
Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto. 
O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou. 
Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam. 
 
10. Pronome QUE 
O pronome “que” pode aparecer: 
- Com ou sem preposição (quando substituir coisa); 
- Sem preposição (quando substituir pessoa) (equivale a QUEM); 
 
Exemplos: 
Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido. 
Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram. 
As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas. 
As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram. 
 
 
 
AULA 03 - CONCORDÂNCIA 
 
Tela 15 a 31 - Dúvidas frequentes de concordância verbal 
 
Para evitar equívocos de concordância verbal, existe uma regra geral que deve 
ser sempre considerada: 
 
O verbo concorda com o núcleo do sujeito a que se refere em número – singular 
ou plural – e em pessoa – 1ª, 2ª ou 3ª. 
 
Palavra principal que compõe o sujeito da oração – aquela que rege a 
concordância. Geralmente, esse vocábulo é um substantivo, mas também pode 
ser um pronome. 
 
1) Sujeito colocado depois do verbo 
Quando o sujeito aparece posposto ao verbo – isto é, depois dele –, costuma-se 
cometer erros. Observe: 
- INCORRETO (Parece que não existe mais pessoas interessadas neste 
assunto); 
- ESTRATÉGIA (Substituir o sujeito por um pronome = ELAS 
Parece que elas não existem mais); 
- CORRETO (Parece que não existem mais pessoas interessadas nesse 
assunto). 
 
2) Em frases em que o sujeito é muito extenso ou em que o núcleo do sujeito 
está distante do verbo, também se cometem alguns erros. 
Você já deve ter percebido que, às vezes, o sujeito é tão longo que perdemos o 
fio da meada não só quanto ao sentido da sentença como também quanto à 
gramática. Observe: 
- INCORRETO (O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um 
assaltante podem nos intimidar); 
- ESTRATÉGIA (Pergunte-se: O que “pode nos intimidar”? 
Resposta: “O perigo” = ELE); 
- CORRETO (O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um 
assaltante pode nos intimidar). 
3) Contaminação do verbo com a palavra mais próxima, sem concordar com o 
núcleo do sujeito de fato: 
Outro erro muito comum ocorre quando o verbo é contaminado pela palavra mais 
próxima e deixa de concordar com o núcleo do sujeito de fato. Esse engano é 
corriqueiro em situações em que a expressão antes do verbo está no plural e o 
núcleo do sujeito, no singular ou vice-versa. Observe: 
- INCORRETO (Será que a incompetência por parte de diversos profissionais 
não poderiam ser evitados?); 
- ESTRATÉGIA (Pergunte-se: O que “poderia ser evitado(a)”? 
Resposta: “a incompetência”); 
- CORRETO (Será que a incompetência por parte de diversos profissionais não 
poderia ser evitada?). 
 
4) Muito CUIDADO com a concordância que envolve um pronome: O, OS, A, AS. 
Observe como deduzimos a concordância adequada nesse tipo de construção: 
- INCORRETO (Todas aquelas promessas a fez esquecer a traição); 
- ESTRATÉGIA (Pergunte-se: O que “a fez esquecer a traição”? 
Resposta: “Todas aquelas promessas”); 
- CORRETO (Todas aquelas promessas a fizeram esquecer a traição). 
 
5) Núcleos ligados pela conjunção OU 
Quando aparecem nas sentenças núcleos ligados pela conjunção “ou”, devemos 
considerar duas situações – aquelas em que: 
 
a) Há ideia de exclusão ou de retificação 
 
Nesse caso, a ação ou o fato só pode ser atribuído a um dos núcleos. O verbo 
fica, então, no singular ou concorda com o núcleo do sujeito mais próximo. 
 
Exemplos: 
Felipe Massa ou Lewis Hamilton será o piloto vencedor. (Ideia de exclusão) 
 
 
Escultura ou pinturas eram do século XVIII. 
(Ideia de exclusão) 
 
O professor ou os professores elaboraram as questões. (Ideia de retificação) 
 
b) Não há ideia de exclusão 
 
Nesse caso, a ação ou o fato podem ser atribuídos a ambos os núcleos. O verbo 
vai, então, para o plural na pessoa gramatical predominante. 
 
Exemplos: 
O álcool ou o cigarro são prejudiciais à saúde. 
Você ou a mãe dela serão sempre odiadas por todos. 
 
 
6) Uso de expressões específicas 
Vamos, agora, aos casos de concordância a partir de usos de expressões 
específicas. São elas: 
 
a) UM DOS QUE e UMA DAS QUE 
Se você usar tais expressões, o verbo poderá ficar no singular ou no plural. 
 
Exemplo: 
O segurança foi um dos que pediu/pediram demissão. 
 
b) A MAIORIA DE, GRANDE PARTE DE, PARTE DE e A MAIOR PARTE DE 
Se você usar tais expressões partitivas e equivalentes, o verbo poderá ficar no 
singular ou no plural. 
 
Exemplo: 
A maioria das revistas não comentou/comentaram o caso. 
 
Grande parte dos espectadores perdeu/perderam a estreia da nova novela. 
 
c) MAIS DE UM 
Se você usar esta expressão, o verbo ficará no singular – a não ser que ela 
esteja repetida ou indique reciprocidade.Exemplo: 
Mais de um funcionário foi demitido. 
 
Mais de uma escolha, mais de uma ação teriam de ser feitas. (Expressão 
repetida) 
 
Mais de um convidado deram-se as mãos. (Ideia de reciprocidade) 
 
7) Pronomes relativos QUE e QUEM 
Veja, agora, como ocorre a concordância quando o sujeito é formado pelos 
seguintes pronomes relativos: 
 
a) QUE 
Nesse caso, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente do 
pronome. 
 
Exemplos: 
Fui eu que liguei o aparelho. 
Foram eles que ligaram o aparelho. 
 
b) QUEM 
Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. 
 
Exemplos: 
Não sou eu quem paga o serviço. 
Fui eu quem pagou a serviço. 
 
8) Verbos impessoais 
Alguns casos de concordância com verbos impessoais são alvo de dúvidas por 
parte de muitos brasileiros. Aqueles que não podem ser flexionados em outras 
pessoas, mas sempre permanecem na 3ª pessoa do singular, pois não possuem 
sujeito. Você conhece esses verbos? São eles: 
 
a) HAVER 
Este verbo não varia quanto apresenta os seguintes sentidos: 
- Tempo decorrido 
Exemplos: 
Não nos vemos há muito tempo. 
Havia cinco anos que planejávamos essa viagem. 
Não os vejo há três meses. 
 
- Existir 
Exemplo: 
Havia 10 alunos na sala. 
 
b) FAZER 
Este verbo não varia quando indica tempo. 
Exemplos: 
Faz muitos anos que não nos vemos. 
Faz dois anos que viajamos à Espanha. 
 
c) CHOVER, GEAR, etc. 
Estes verbos, que indicam fenômenos da natureza, não variam e formam 
orações sem sujeito. 
Exemplos: 
Chove muito lá fora. 
Chovia muito quando chegamos ao aeroporto. 
 
Atenção: Quando usados em sentido figurado, os verbos que exprimem 
fenômenos da natureza DEIXAM de ser impessoais. 
Exemplos: Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico) 
 
9) Partícula SE 
Veja, agora, como ocorre a concordância de verbos acompanhados da partícula 
SE: 
 
Partícula apassivadora SE 
 
Neste caso (SE + VERBO TRANSITIVO DIRETO), o verbo normalmente 
concorda com o sujeito, porque a partícula SE torna a frase passiva, ou seja, o 
sujeito é quem sofre a ação do verbo. 
 
Exemplos: 
Vende-se casa nova. - Casa nova é vendida. 
Vendem-se casas novas. - Casas novas são vendidas. 
 
Nesses exemplos, as expressões “casa nova” e “casas novas” ocupam a função 
de sujeito e, por isso, os verbos concordam com elas, ficando, respectivamente, 
no singular e no plural. 
 
Índice de indeterminação do sujeito 
A partícula SE tem a função de indeterminar o sujeito da oração quando aparece 
acompanhada dos seguintes verbos: 
- Verbo intransitivo (vive-se feliz naquela cidade); 
- Verbo transitivo indireto (precisa-se de ajudantes); 
- Verbo de ligação (permanece-se feliz naquela casa). 
 
Atenção: 
Nessas situações, o verbo fica, OBRIGATORIAMENTE, na 3ª pessoa do 
singular. 
 
10) Verbo SER 
Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais 
comum é que o verbo SER concorde com o sujeito. 
 
Exemplos: 
Ele era muito feliz. 
Eles eram muito felizes. 
 
No entanto, esse verbo adéqua-se à flexão do predicativo nos seguintes caso 
do quadro. Quando usamos um verbo de ligação, completamos o sentido da 
frase com um predicativo do sujeito, como em: 
 
A menina é/anda/permanece triste. 
 
A palavra “triste” completa o sentido do sujeito “A menina”, e o verbo de ligação 
funciona como uma ponte de sentido entre o sujeito e sua característica: o 
predicativo, que, na maioria das vezes, é um adjetivo. 
 
a) Quando o substantivo ou pronome designa pessoa. 
 
Exemplos: 
Seu maior orgulho eram os alunos. 
O grande merecedor foste tu. 
 
b) Quando o predicativo é o pronome demonstrativo “o”. 
 
Nesse caso, o verbo SER fica no singular. 
 
Exemplo: 
Problemas é o que não lhe falta. 
 
 
c) Quando o predicativo é neutro, ou seja, quando se relaciona a horas, 
distâncias e datas. 
 
Exemplos: 
É uma hora. 
São dez horas. 
Hoje é primeiro de maio. 
Hoje são 30 de maio. 
Daqui à praia, será um quilômetro. 
Daqui à praia, serão dois quilômetros. 
 
d) Quando o sujeito é um dos pronomes – QUE, QUEM e O QUE. 
 
Nesse caso, o verbo SER concorda, obrigatoriamente, com o predicativo. 
 
Exemplos: 
Que são homônimos? 
Quem foram os vencedores do campeonato? 
 
e) Quando o sujeito é um dos pronomes – TUDO, ISSO, AQUILO, ISTO, 
NINGUÉM, NENHUM – ou expressão do tipo O RESTO, O MAIS etc. 
 
Nesse caso, o verbo SER concorda, preferencialmente, com o predicativo. 
 
Exemplos: 
Tudo são flores no início da relação. 
Isto são fenômenos da natureza. 
 
 
 
 
f) Quando usamos as expressões É MUITO, É POUCO, É BASTANTE. 
 
Nesse caso, o verbo SER ficará no singular se indicar quantidade, distância, 
medida. 
 
Exemplos: 
Quatro reais é pouco para irmos ao cinema. 
Seis quilos de feijão é mais do que pedi. 
 
Tela 34 - Regras especiais 
 
Além do princípio básico apresentado anteriormente quanto à concordância 
nominal, temos de considerar algumas regras especiais importantes em nosso 
dia a dia, que envolvem o uso dos seguintes termos: 
 
a) ANEXO, APENSO, INCLUSO, JUNTO, SEPARADO 
odas estas palavras são adjetivos e concordam em gênero e número com o 
substantivo ao qual se referem. 
 
Exemplos: 
Seguem anexas às cartas as contas de telefone. 
Anexo ao e-mail coloquei o arquivo de que você precisava. 
Está incluso ao processo seu pedido. 
Elas estão separadas há muito tempo. 
As planilhas de custo estão apensas aos documentos. 
 
A expressão EM ANEXO é invariável 
 
 
 
 
 
b) O(S) MAIS POSSÍVEL(IS) e O(S) MENOS POSSÍVEL(IS) 
Quando empregar uma destas formas, basta ficar atento ao artigo: 
 
Se ele estiver no singular, o adjetivo “possível” também ficará no singular; 
Se ele estiver no plural, o adjetivo “possível” também ficará no plural. 
 
Exemplos: 
Deixou o filho o mais pobre possível. 
Deixou os parentes os mais pobres possíveis. 
 
c) MESMO 
- Depois de um pronome reto 
Neste caso, a palavra concorda com o pronome ou com a pessoa a quem se 
refere, reforçando a expressão. 
 
Exemplos: 
Ela mesma disse isso. 
Eles mesmos fizeram a pesquisa. 
 
- = DE FATO ou REALMENTE 
Neste caso, a palavra NÃO varia. 
 
Exemplos: 
Ela disse isso mesmo? Ela disse isso de fato? 
Eles fizeram mesmo a pesquisa. Eles fizeram realmente a pesquisa. 
 
- O(S) MESMO(S), A(S) MESMA(S) 
NÃO use estas expressões para substituir pronome ou substantivo! 
 
 
 
Exemplos: 
O professor preparou a prova, e “o mesmo” vai aplicá-la. 
 
Correção: O professor preparou a prova, e ele mesmo vai aplicá-la. 
 
d) É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO 
Estas expressões concordarão, obrigatoriamente, com o substantivo a que se 
referem quando este for precedido de artigo. Caso contrário, elas serão 
invariáveis. 
 
Exemplos: 
É necessário ter paciência. 
A paciência é necessária ao homem. 
 
AULA 04 - O USO DA VÍRGULA 
 
Tela 13 
 
Veja alguns casos em que devemos usar a vírgula: 
 
1º Enumerações 
Analise o exemplo a seguir: 
Cléo Pires, Fábio Jr. e mais aparecem em 1º trailer de ‘Qualquer gato vira-lata 2’ 
 
Você sabe por que há vírgula entre “Cléo Pires” e “Fábio Júnior”? 
Simples: porque sempre devemos usá-la para separar elementos listados. 
 
2º Apostos explicativos 
A vírgula deve ser usada para separar explicações que estão no meio da frase 
– aquelas que interrompem o pensamento, chamadas de apostos explicativos(termos ou expressões que se referem a um substantivo para ampliar seu 
significado. Esse tipo de aposto pode ser retirado da frase sem causar prejuízo 
a sua significação como um todo). 
 
O trecho a seguir, retirado de uma notícia, apresenta exemplos dessa 
particularidade da língua: 
 
A nova princesa da Inglaterra, filha da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, 
e do príncipe William, nasceu às 8h 34m deste sábado (2) em Londres (4h 34m) 
de Brasília, segundo o Palácio de Kensington, sua residência oficial. A menina e 
a mãe passam bem. 
 
Nesse caso, os apostos explicativos – “filha da Duquesa de Cambridge’” e “Kate 
Middleton” – devem ficar entre vírgulas. 
 
3º Adjunto adverbial antecipado 
A vírgula deve ser usada para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no 
início da frase – aquilo a que chamamos de adjunto adverbial antecipado, como 
mostra o exemplo a seguir: 
 
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes. 
TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo. 
 
4º Vocativo e anacoluto 
Como tratamos do padrão frasal, aproveite a dica: se há vocativo na sentença, 
devemos usar a vírgula. O mesmo vale para os anacolutos (figuras de linguagem 
que representam quebras de padrão frasal. Exemplo: Saúde, quem não precisa 
dela?). 
 
5º Incisos explicativos, retificativos ou continuativos 
Analise o exemplo a seguir: 
Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos 
alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, 
um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador 
Vilfredo Schurmann. 
 
 
 
Como explicar o uso da vírgula em: “Aliás, um desses submarinos [...]”? 
 
Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, 
retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou 
antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso. 
 
6º Supressão do verbo 
A vírgula também pode ser usada para marcar a supressão do verbo. 
 
Exemplos: 
Você traz o café e eu, o pão. (trago) 
Ele não nos entende nem nós, a ele. (entendemos) 
 
7º Isolamento de datas 
A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas, como 
mostra o exemplo a seguir: 
 
Após o tumulto causado pela paralisação por duas horas das linhas 1 e 2 do 
Metrô, nesta terça-feira, (23/07/2014), o presidente da Rio Eventos, da Prefeitura 
do Rio, Leonardo Maciel, declarou ao Bom Dia Rio desta quarta-feira, que a 
quebra do metrô causa um impacto ruim na cidade, no entanto, “é uma limitação 
de infraestrutura que a gente tem na cidade”. 
 
Tela 14 a 18 - Orações coordenadas 
 
São aquelas sintaticamente equivalentes, que não mantêm, entre si, uma 
relação gramatical. 
 
Não dependem uma da outra para fazer sentido. 
 
A norma padrão da Língua Portuguesa classifica essas orações como orações 
independentes ou coordenadas. 
 
 
Há dois tipos de orações coordenadas, quais sejam: 
- Assindética (aquela que não apresenta conjunção); 
- Sindética (aquela que apresenta conjunção). 
 
A vírgula deve ser usada para separar as orações coordenadas assindéticas. 
 
Atenção! 
Há, ainda, a oração que chamamos de intercalada ou interferente – aquela que 
representa um comentário do autor do texto, como podemos observar no 
exemplo a seguir: 
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes. 
TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo. 
 
Essas orações independem da estrutura sintática do período. Usamos vírgulas 
para separá-las, mas também é possível empregar o travessão duplo. 
 
Como vimos anteriormente, as orações coordenadas sindéticas são aquelas que 
apresentam conjunção. 
 
Entre outras classificações, elas podem ser: 
 
a) Adversativas 
Atente para o uso da vírgula no seguinte trecho: 
Compro muitos livros pela internet, mas nada substitui a livraria, onde você pode 
procurar novidades nas estantes, não nos sites, onde jazem escondidas em 
profundos sepulcros. 
 
Sempre usamos vírgula antes de conjunções adversativas - mas, porém, 
contudo, todavia, entretanto. Se o trecho tivesse sido redigido com a conjunção 
adversativa deslocada, a conjunção deveria aparecer entre vírgulas. Veja: 
 
Compro muitos livros pela internet; nada substitui, no entanto, livraria onde você 
pode procurar novidades nas estantes, não nos sites, onde jazem em profundos 
sepulcros. 
b) Conclusivas 
Sempre usamos vírgula antes de conjunções conclusivas - logo, portanto, por 
isso, por conseguinte. Veja um exemplo: 
 
Ele estudou bastante, portanto será aprovado. 
 
Além disso, a mesma regra anterior vale para a conjunção conclusiva deslocada, 
que deve aparecer entre vírgulas. Veja: 
 
Ele estudou bastante, será, portanto, aprovado. 
 
Atenção! 
A conjunção POIS com valor conclusivo deve ficar entre vírgulas. 
Exemplo: 
Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois, promovido. (= portanto) 
 
Já a conjunção POIS com valor explicativo ou casual pode ou não vir antecedida 
de vírgula. 
Exemplo: 
Ele deverá ser promovido, pois se dedica à empresa. (= porque) 
 
Tela 19 - Conjunção E 
 
Geralmente, não usamos vírgula com a conjunção E. No entanto, há algumas 
exceções. Como mostra Silva (2013), devemos empregá-la: 
- Antes da conjunção E com valor ADVERSATIVO 
Exemplo: 
Já são dez horas, e a reunião ainda não terminou. (= mas) 
 
- Quando o conectivo E liga orações com sujeitos diferentes 
Exemplo: 
Os funcionários reclamavam, e a direção atendeu. 
 
-Quando o conectivo E tem valor consecutivo ou enfático 
Exemplo: 
Os trabalhadores se reuniram, discutiram, e decidiram como agir. 
Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente. 
 
Tela 20 - Orações subordinadas adverbiais 
 
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de 
adjunto adverbial. 
A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada 
adverbial – causal, concessiva, condicional, final, temporal. 
 
Quando essa oração subordinada estiver 
deslocada ou for reduzida, a vírgula será obrigatória, como na fala de Paulo 
Freire: 
"[Quando a educação não é libertadora], o sonho do oprimido é ser o opressor." 
(oração subordinada adverbial temporal) 
 
A vírgula não seria necessária nesse caso se a ordem do período fosse a 
seguinte: 
O sonho do oprimido é ser o opressor quando a educação não é libertadora. 
 
Tela 22 - Orações subordinadas adjetivas 
 
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que possuem valor e função de 
adjetivo. 
 
De acordo com a gramática normativa, as orações subordinadas adjetivas 
podem ser: 
- Explicativa (Há uma informação já conhecida, algo que faz parte do senso 
comum); 
- Restritiva (Há uma informação nova que não pode ser retirada sem prejuízo da 
significação da sentença). 
Analise os exemplos fornecidos por Silva (2012): 
 
Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ganhar mais. 
(Entre vírgulas -> Oração explicativa = “Todos se dedicaram e serão 
aumentados”.) 
 
Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ganhar mais. 
(Sem vírgula -> Oração restritiva = “Só os que se dedicaram devem ser 
aumentados”.) 
 
Tela 27 a 29 - Ponto e vírgula 
 
Bechara (2000, p. 611) afirma que o ponto e vírgula serve de intermediário entre 
o ponto final e a vírgula. 
 
O emprego do ponto e vírgula depende do contexto, mas há algumas regras 
básicas para seu uso. Vejamos algumas delas (MUNDO, 2007): 
 
1. Quandoa vírgula marca a omissão de um verbo 
Neste caso, pode haver, antes do sujeito desse verbo, uma pausa representada 
pelo ponto e vírgula ou pelo ponto simples. 
 
Exemplo: 
O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre. (temiam) 
 
2. Em enumerações 
Geralmente, observamos este caso em textos jurídicos – leis, artigos, decretos 
etc. – e em livros didáticos. Usamos o ponto e vírgula principalmente se os 
elementos enumerados forem relativamente extensos e numerosos. 
 
 
 
Veja o exemplo a seguir, em que cada elemento que faz parte da enumeração é 
um período composto, ou seja, um período com mais de uma oração: 
 
“Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade violenta: 
morava em uma região muito violenta, na qual tiros e facadas eram algo comum; 
nunca teve acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições 
econômicas básicas para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos 
de idade; etc.”. 
 
3. Com conjunções intercaladas 
Quando optamos por colocar estes conectivos entre vírgulas – em posição não 
inicial na oração –, o ponto e vírgula é uma ótima opção para marcar a pausa 
entre as orações. 
 
Exemplo: 
Jonas tem muito dinheiro; não pode, porém, desfrutar suas vantagens. 
 
AULA 05 - NOÇÕES DE ORTOGRAFIA 
 
Tela 05 e 06 - Regras de acentuação 
 
Quando nos referimos à acentuação de uma palavra, significa que vamos marcar 
determinada sílaba tônica com um acento – seja este agudo (´), seja circunflexo 
(^). A sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade. 
 
Mas, para entendermos um pouco as regras de acentuação, será necessário 
verificarmos que, na Língua Portuguesa, há somente três posições para a sílaba 
tônica. 
 
 
 
 
 
 
São elas: 
- Oxítona - Última sílaba (café, papel, também); 
Quando a sílaba tônica for a última e a palavra terminar em -a, -e, -o e -em, 
seguidos ou não de -s, o vocábulo será acentuado. 
Exemplos: 
cajá, café, cipó, também. 
 
- Paroxítona - Penúltima sílaba (janela, mesa, salário); 
Em português, o grupo de palavras cuja sílaba tônica é a penúltima é muito 
grande. Por isso, há muito mais regras para a acentuação de paroxítonas. 
 
Acentuamos aquelas que NÃO terminam em -a, -e, -o, -em e seus plurais – 
exatamente o oposto do que vimos anteriormente. 
Exemplos: sabia x sabiá; atlas x atrás; xale x chalé; maio x maiô; mentem x 
mantém. 
 
Mas isso serve para todos os casos? 
O vocábulo “gaúcho” ,por exemplo, leva acento. Você sabe por quê? 
 
Apesar de ser uma palavra paroxítona terminada em -o, esta é uma exceção da 
Língua Portuguesa: o “u” tônico forma um hiato e está sozinho na sílaba (ga – ú 
– cho). Por isso, o termo requer acentuação. 
 
As palavras paroxítonas cujas vogais tônicas “i” e “u” são precedidas de ditongo 
decrescente NÃO são acentuadas. 
Exemplos: feiura, baiuca. 
 
- Proparoxítona - Antepenúltima sílaba (paralelepípedo, xícara, pássaro). 
Todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima são acentuadas. 
 
 
 
 
Tela 08 a 11 - Crase 
 
É o resultado da união de duas vogais idênticas: 
 
PREPOSIÇÃO “A” + ARTIGO “A” 
 
Tal união é marcada por aquilo que chamamos de acento grave – e não de crase. 
 
O uso do acento indicativo de crase é mais importante do que possa parecer, 
pois nos auxilia na depreensão correta dos sentidos de uma frase. 
 
Usamos a crase antes de substantivo feminino e depois de palavra que exige a 
preposição “a” em seu complemento. 
 
Mas como saber se existe preposição nas sentenças? 
 
Simples: substituímos o que está no feminino pelo masculino. 
 
Exemplos: 
Todos chegaram à cidade. 
Todos chegaram ao bairro. 
 
Assistimos à novela ontem na sala. 
Assistimos ao filme ontem na sala. 
 
 
 
 
 
 
 
Veja, agora, alguns exemplos importantes quanto ao uso da crase apresentados 
por Piacentini (2014): 
 
1) Anexar 
Analise os exemplos a seguir com o verbo “anexar”: 
Favor, anexar à folha o mapa estatístico. 
Favor, anexar a folha ao mapa estatístico. 
 
Esse verbo é bitransitivo e tem o sentido de “juntar, incorporar” um objeto ou 
alguém a outro. 
 
Logo, necessita de um complemento direto (sem preposição) e um indireto (com 
preposição). 
 
Na primeira frase, o mapa deve ser unido à folha. Já na segunda, solicita-se o 
oposto: a folha tem de fazer parte do mapa. 
 
2) Sugerir 
O verbo “sugerir” pode ter duas regências: sugerimos algo a alguém – com dois 
complementos (direto e indireto) – ou, simplesmente, sugerimos algo. 
Analise os exemplos a seguir: 
Sugeriu à diretoria a concentração de esforços nas fábricas e no campo. 
Sugeriu a diretoria que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo. 
 
Na primeira frase, a sugestão é dada à diretoria. Disso resulta o uso da crase. 
Lembra-se da regra de substituição da palavra do gênero feminino para o 
masculino? Se mudarmos “diretoria” por “donos”, teremos: 
Sugeriu aos donos a concentração de esforços nas fábricas e no campo. 
 
Nesse caso, há, portanto, acento indicativo de crase. Já na segunda frase, “a 
diretoria” é o sujeito da oração principal, e a sugestão é dada por ela. Se 
colocarmos a frase na ordem direta, teremos: 
 
A diretoria sugeriu que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo. 
Tela 16 - Ortografia 
 
Listamos, aqui, alguns termos e algumas expressões em português que muitos 
empregam de maneira equivocada. 
Veja como é possível fugir de erros simples: 
 
1) Por isso 
Esta locução explicativa deve SEMPRE ser grafada separadamente. 
Exemplo: Fomos à festa. Por isso, conseguimos comer o bolo. 
 
2) De repente 
Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente. 
Exemplo: Chegamos cedo e, de repente, apareceu o chefe. 
 
3) Porquês 
Existem vários porquês na Língua Portuguesa. 
Saiba em que casos devemos usar cada um deles: 
 
- POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta 
Exemplo: Por que ela não veio à festa? 
 
- POR QUE = pelo(a) qual 
Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta. 
 
- POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta 
Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê? 
 
- PORQUE = pois 
Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada. 
 
- PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão 
Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo. 
 
4) Eminente X Iminente 
Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: 
 
EMINENTE = elevado, nobre 
 
IMINENTE = próximo, imediato 
 
Exemplos 
• O eminente líder apresentou suas ideias. 
• Perigo iminente! 
 
5) Mas X Mais 
Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: 
 
MAIS = ideia de quantidade 
MAS = ideia de oposição (porém, contudo, entretanto, todavia) 
 
Exemplo: Você sempre gasta mais do que deve, mas consegue juntar dinheiro 
mesmo assim. 
 
6) Ascender X Acender 
Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: 
 
ASCENDER = subir 
ACENDER = pôr fogo, incendiar 
 
Exemplos 
• O débito da empresa ascendeu a R$ 20 milhões. 
• O mordomo acendeu a lareira para a madame. 
7) Afim X A fim 
Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe: 
 
AFIM = semelhante 
A FIM = finalidade 
 
Exemplos 
• Os irmãos possuem temperamentos afins. 
• Estamos aqui, a fim de estudar. 
 
Tela 17 - Novo Acordo Ortográfico 
 
Fruto de um documento assinadopor representantes dos países falantes de 
português, com o intuito de unificar a ortografia da língua. 
 
Os responsáveis por essa reforma pretendiam que pudéssemos construir um 
sistema ortográfico comum, mas não houve alterações na gramática da língua. 
 
Veja, na tabela a seguir, algumas mudanças originadas desse Novo Acordo. 
 
ANTES DEPOIS 
idéia, heroico, platéia ideia, heroico, plateia 
feiúra feiura 
lêem, crêem leem, creem 
vôo, enjôo, perdôo voo, enjoo, perdoo 
com trema sem trema (exceto palavras 
estrangeiras) 
sem k, y, w com k, y, w 
para, pólo, pêra para, polo, pera

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