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Direito Penal I - Casos concretos aulas 1 ao 11

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Caso concreto - Aula 01
Luana, Vanessa e Isabela, jovens de 22 e 23 anos, após terem sido demitidas da empresa de propaganda na qual trabalhavam resolveram alugar um imóvel e dividir as despesas do mesmo. Passados alguns meses sem que conseguissem novo emprego, decidiram trabalhar por um tempo como “garotas de programa” para seu sustento. A fim de evitar chamar a atenção de amigos e familiares resolveram utilizar a sua própria residência como local dos encontros. Para tanto, acordaram que Luana ficaria responsável pela “administração” do local, recebendo parte do dinheiro obtido por suas colegas com o serviço sexual, utilizando-o no pagamento do aluguel, anúncios, empregada e outras despesas necessárias à mantença do local. No mais, as próprias colegas agendavam e negociavam os programas que realizavam. Passados alguns meses do início das “atividades”, após diversas notificações às jovens reclamando sobre o excessivo movimento de “estranhos” no edifício, o síndico, desconfiado das atividades lá realizadas, notifica os fatos à autoridade pública, bem como a ocorrência de pequenos delitos no local. Após detalhada verificação de todos os fatos, inclusive através de interceptações telefônicas deferidas judicialmente, restou demonstrada a habitualidade das condutas de Luana, Vanessa e Isabela. 
Dos fatos, as jovens restaram denunciadas pela prática da conduta descrita no art.229, do Código Penal (Casa de prostituição. Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa). 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre as missões do Direito Penal e suas características, responda de forma objetiva e fundamentada: quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas por Luana, Vanessa e Isabela?
Não há ilícito penal praticado pelas jovens, visto que não há exploração sexual, pois as próprias exercem prostituição sem intervenção de terceiros.
Deve-se invocar os princípios da intervenção mínima, fragmentariedade e adequação social das condutas excluindo qualquer ilícito penal.
Questão objetiva. 
O Direito Penal é uma ferramenta de controle social, na medida que visa coibir condutas lesivas. Porém, num Estado Democrático de Direito, ainda que em um olhar Garantista a análise do bem jurídico é de suma importância critério limitador do poder punitivo do Estado. Assim, analisando a função do Direito Penal, marque a opção correta:
d) Em razão da gravidade da pena, o Direito Penal só deve ser aplicado nos casos de grave violação nos bens jurídicos de maior relevância
Caso concreto - 02
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Plenário do Supremo julgará caso de furto de chinelo de R$ 16 
Homem foi condenado a um ano de prisão, mas ministro suspendeu punição. 
Mariana Oliveira 
Do G1, em Brasília, 05/08/2014, disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/08/plenario-do-supremo-julgara-caso-de-furto-de-chinelo-de-r-16.html 
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, em data a ser definida, um processo no qual um homem foi condenado a um ano de prisão e dez dias-multa pelo furto de um par de chinelos avaliado em R$ 16. Como era reincidente, a Justiça de Minas Gerais determinou que a punição deveria ser cumprida em regime semiaberto, pelo qual o preso pode deixar o presídio para trabalhar durante o dia. 
Com base nos estudos realizados sobre os princípios norteadores, limitadores e garantidores de Direito Penal, responda de forma objetiva e fundamentada: quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas? 
A tese de defesa a ser apresentada é a aplicação do princípio da insignificancia ou bagatela, afastando a intervenção do Direito Penal. 
No caso foi mínma a lesão ao bem jurídico, não há reprovabilidade social e ausente, qualquer grau de periculosidade do agente. Portanto, estão presentes todos os requisitos de aplicação de tal princípio, que atenua o rigor do Direito Penal.
Caso concreto - 03
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Embriaguez ao volante causa morte em União da Vitória 
10 de janeiro de 2017 , disponível em: http://www.vvale.com.br/seguranca/embriaguez-ao-volante-causa-morte-em-uniao-da-vitoria/ 
Na madrugada desta terça-feira-, 10, por volta das 2h30 a equipe da Polícia Militar registrou um acidente de trânsito na Rua Wilkys Amazonas Correia, bairro São Braz de União da Vitória, para prestar atendimento a um acidente de trânsito do tipo atropelamento. No local a equipe constatou uma vítima, identificada como José Batista de Oliveira, 40 anos, conhecido “Tatu”. A equipe do Corpo De Bombeiros prestou o atendimento inicial conduzindo a vítima para hospital. Segundo as informações da Policia Militar o condutor do veículo Fiat Palio envolvido no acidente estava no local e relatou que a vítima lançou-se embaixo do seu veículo sem que o mesmo tivesse tempo de reação para desviar e evitar o atropelamento. Entretanto o condutor apresentava alguns sintomas de embriagues e foi submetido ao teste etilométrico o qual acusou a quantia de 0,39 mg/l de álcool, que configura embriaguez. Diante dos fatos o condutor e o veículo foram conduzidos até a 4ª SDP para as providências cabíveis. A vítima acabou vindo a óbito no Hospital. 
A partir da premissa de que o condutor do veículo restou denunciado pelos crimes de embriaguez ao volante e homicídio culposo e que houve o denominado conflito aparente de normas, responda às seguintes questões: 
1. O que se entende por conflito aparente de normas e quais princípios são adotados para solucioná-lo? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Entende-se pro conflito aparente de norma, a hipótese em que para um único fato parece incedir mais de uma norma penal. Porém, no Direito penal ninguém pode ser responsabilizado 2 vezes pelo mesmo fato. Sendo assim, no conflito aparente de normas penais uma das normas deve ser afastada para incluir apenas a outra.
Os princípios adotados - existem princípios que auxiliam na solução de tal conflito, são eles: especialidade, subsidiaridade e absorção ou consunção.
2. Identifique os princípios a serem utilizados para a solução do referido conflito. Responda de forma objetiva e fundamentada indicando a correta capitulação, bem como se serão adotadas as figuras típicas do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (CTB. Lei n.9503/1997). 
A tese a ser adotada no caso é a aplicação do princípio da subsidiariedade. Tal relação se estabelece entre o crime de dano de homicídio e o crime de perigo da embriagues. O crime de embriagues funciona como norma acessória, subsidiária, se aplicando apenas quando não afetar a norma principal.
Questão objetiva. 
Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no princípio da: 
e) consunção.
No caso em tela, o dolo de Henrique era de MATAR. Em assim sendo, Henrique deverá responder por homicídio consumado. Todas as condutas que são consideradas como “meio” para alcançar esta finalidade ficam ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo princípio da consunção.
Caso concreto - 04
No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentoscausados pelos disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, responda às questões formuladas: (Questão de Concurso Público ? MODIFICADA) 
a) Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Código Penal ou do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei n.8069/1990)? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Será responsabilizado pela conduta de acordo com o ECA. No momento que Felipe realizou o crime, ele era menor de 18 anos. Sendo assim, mesmo o resultado sendo a morte do Fernando após algum tempo e Felipe tendo agora maioridade, ele não vai responder pelo crime de acordo com a lei penal e sim pelo ECA, a lei penal não retroage.
O código civil adotou a teoria da atividade, no momento da ação o agente era menor de 18 anos.
b) Identifique e explique as teorias adotas no caso concreto sobre tempo e lugar do crime. 
Para tempo do crime - teoria adotada, foi da atividade, art. 4, CP.
Sobre lugar do crime - a teoria adotada foi da Ubiquidade.
Questão objetiva. 
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de: 
D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.
Considerando que esta Lei já entrou em vigor com PRAZO CERTO para vigorar, temos o que se chama de lei temporária. Em relação às leis temporárias aplica-se a ultratividade gravosa, ou seja, elas continuam a reger os fatos praticados durante sua vigência, mesmo após expirado o prazo de sua validade (não é necessário que o agente seja processado, condenado e punido dentro do prazo de validade da Lei).
Caso concreto - 05
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
No dia 10 de janeiro do corrente ano, por volta das 03h20min, na Avenida Nossa Senhora Aparecida, n. 10, Vila Aparecida, em Alvorada/RS, o denunciado portava arma de fogo de uso permitido, consistente em uma pistola, marca Taurus, calibre .380, numeração suprimida, municiada com 11 (onze) munições de mesmo calibre, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Na ocasião, o acusado dispensou no chão arma de fogo, após perceber a presença de viatura da Brigada Militar, os quais efetuavam patrulhamento de rotina na região. Posteriormente, foi localizada a arma de fogo acima referida sendo apreendida e submetida à perícia preliminar de exame de eficácia, a qual constatou estar a mesma em condições normais de uso e funcionamento. 
Dos fatos, o agente restou denunciado pela conduta prevista no art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/03 - Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito( Estatuto do Desarmamento). 
Com base nos estudos realizados sobre a classificação dos delitos, indaga-se: 
a) Qual a distinção entre crimes de dano e perigo? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Dano - Só vão se consumar com a efetiva lesão ao bem jurídico.
Perigo - Basta um risco de lesão ao bem jurídico, para se caracterizar. 
b) No caso concreto, qual a correta classificação do delito previsto no art.16, da Lei n.10826/2003? 
Crime comum. 
Trata de um crime de perigo, uma vez q traz risco de dano ao bem jurídico, qual seja, a segurança pública.
Questão objetiva. 
Segundo a qualificação doutrinária dos crimes, assinale a alternativa incorreta: 
a) Ocorre delito putativo por erro de proibição quando o agente supõe estar infringindo uma norma penal que na realidade não existe. Já no delito putativo por erro de tipo o agente se equivoca quanto a existência das elementares do tipo. Um exemplo do primeiro poderia ser o da mulher que supondo estar grávida (quando não está na verdade) ingere substância abortiva;
Caso Concreto - 06
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
'Pena já foi a morte', diz delegado sobre pai que esqueceu filho em carro 
Menino de dois anos morreu após passar 5 horas trancado em carro em MT. 
Causa da morte foi asfixia por confinamento, segundo laudo do IML. 
28/01/2016 18h18 - Atualizado em 28/01/2016 18h24 
Disponível em http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/01/pena-ja-foi-morte-diz-delegado-sobre-pai-que-esqueceu-filho-em-carro.html 
A Polícia Civil acredita que a Justiça deverá aplicar o perdão judicial após o envio do inquérito que apura a morte de uma criança de dois anos que foi esquecida dentro de um carro em Cuiabá. Frederico era filho do delegado Geraldo Gezoni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e morreu na última terça-feira (26). O caso será investigado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). Segundo o delegado Eduardo Botelho, o procedimento de investigação é comum na polícia e, após o fim da apuração do caso, o inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário. 
O delegado disse que aguarda apenas o encaminhamento do expediente por parte da DHPP, que atendeu o caso, e o resultado do exame de necropsia da criança para realizar a abertura do inquérito. 
A partir da situação narrada e dos estudos realizados sobre as teorias da conduta, responda às questões formuladas: 
a) Qual a distinção entre as condutas comissivas e omissivas? 
Nos crimes comissivos o agente realiza a conduta através de um fazer, o agente faz o que a lei proibe.
Já nos crimes omissivos o agente realiza conduta através de uma inação, o agente se omite diante de uma ordem.
b) Qual o fundamento para a responsabilização penal do denominado agente garantidor? 
Para ser garantidor a pessoa deve se enquadrar em uma das situações do art,13, parágrafo 2º,CP. A pessoa vira garantidor por lei, por vontade (contrato) ou com seu comportamento anterior,
Questão objetiva. 
A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada crime comissivo por omissão), é correto afirmar que 
a) um dos critérios apontados pela doutrina para diferenciar a omissão própria da omissão imprópria é o tipológico, segundo o qual, havendo norma expressa criminalizando a omissão, estar-se-ia diante de uma omissão imprópria. 
b) nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de impedir o resultado, apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.c) a ingerência, denominação dada à posição de garantidor decorrente de um comportamento anterior que gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática. 
d) o crime praticado por omissão, segundo o Código Penal, é apenado de forma atenuada ao crime praticado por ação. 
e) segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo.
Caso Concreto -07
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
No dia 10 de agosto de 2012, por volta das 02h30min, na Unidade de Pronto Atendimento de determinada Unidade de Saúde, Geraldo, com inobservância de regra técnica de profissão, deu causa à morte da vítima A.M., com 09 (nove) meses de idade, em consequência de insuficiência respiratória aguda por pneumonite consecutiva a aspiração de conteúdo gástrico, conforme Auto de Exumação, fl. 231 do InquéritoPolicial. Na oportunidade, Geraldo, médico anestesiologista, aplicava na vítima doses de determinado sedativo ministrado anteriormente, momento em que a vítima vomitou um líquido acastanhado. Ato contínuo, o médico iniciou o procedimento de entubação traqueal, por duas vezes, todavia, por imperícia, não conseguiu realizá-lo. Diante disso, a vítima aspirou o conteúdo gástrico, dando causa à insuficiência respiratória aguda por pneumonite, o que a levou a óbito. Cabe salientar que o paciente deveria ter sido submetido à uma avaliação anestésica pré-operatória, o que não ocorreu, vez que Geraldo, apenas, conversou, via telefone, na noite anterior com a genitora da vítima.” (fls. 02/04). 
Diante da situação hipotética apresentada, com base nas teorias sobre os tipos dolosos e culposos, responda às questões formuladas: 
a) A partir da teoria finalista da ação, diferencie as condutas dolosas e culposas e apresente seus elementos caracterizadores. Responda de forma objetiva e fundamentada.
Na Dolosa o agente quer um resultado ou assume o risco de produzi-lo.
Na Culpa o agente produz um resultado sem desejá-lo ou assumi-lo. Por inobservância de um dever de cuidado (imprudência, negligencia e imperícia).
b) No caso concreto ora narrado, a conduta do médico foi dolosa ou culposa? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
O que foi imperito a conduta do médico foi culposa.
Questão objetiva. 
Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi -lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível por imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que: 
a) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias; 
b) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade; 
c) no crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a negligência, por um comportamento positivo; 
d) o crime culposo admite como regra a forma tentada; 
e) na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se importa.
Caso Concreto - 08
Leia à notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: 
Acidentes sucessivos atingem carro da PSP em Braga. 
Acidentes de viação sucessivos envolveram, esta tarde de sexta-feira, em Braga, quatro viaturas, entre as quais a carrinha da Esquadra de Trânsito da PSP, que regularizava o primeiro embate. A circulação na variante à Estrada Nacional 14 (Braga - Porto) e que dá acesso à A3 e à A11 esteve interrompida durante cerca de uma hora, por questões de segurança. Tudo sucedeu a meio da tarde, quando Armindo Castro, de 59 anos, residente em Guimarães, embateu com o seu Mercedes 250 D no separador central em betão daquela variante, ao seguir no sentido Norte - Sul. O condutor fugiu do local para a berma, deixando de ser visto nas imediações, pelo que a primeira viatura da PSP de Braga a chegar ao local não só colocou um triângulo sinalizador, como colocou carrinha policial mais à frente, para reforçar a visibilidade do Mercedes despistado a ocupar a faixa esquerda logo a seguir à curva que dá acesso à A11. Entretanto, a condutora de outro carro, da marca e modelo VW Golf, arrastou o triângulo da PSP e embateu nas traseiras da carrinha policial. Dois agentes da PSP só tiveram tempo de saltar para a outra faixa para não serem atropelados pelo VW Golf que, entretanto, bateu no lado esquerdo de um caminhão da transportadora Isaac Pedroso, de Amares, que seguia pela faixa direita. Dada a sucessão de acidentes e os despojos que se encontravam espalhados pela estrada, a PSP teve que interromper a circulação enquanto os veículos eram sucessivamente retirados e os Bombeiros Sapadores de Braga limpavam a via. A circulação foi reposta cerca de uma hora depois do primeiro embate, regularizando uma fila de trânsito parado com centena de metros. 
Ante a situação fática narrada, com base nos estudos realizados sobre a relação de causalidade, responda de forma objetiva e fundamentada: 
Suponha que a condutora do carro VW Golf tenha perdido o controle sobre a direção quando avistou o triângulo sinalizador e, em decorrência, tenha arrastado o triângulo da PSP e colidido nas traseiras da carrinha policial vindo a atropelar e lesionar os agentes da PSP. Nesta situação hipotética, poderia Armindo Castro, condutor do veículo Mercedes 250 D, ser responsabilizado pelas referidas lesões?
Arlindo não responderá porque houve uma causa relativamente independente superveniente que por si só produziu resultado. Respondendo portanto a 2ª condutora aplica-se o art. 13, parágrafo 1º, CP. 
Questão objetiva. 
Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital público mais próximo, apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos projéteis, não resistiu e veio a falecer. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, consistente na demora no atendimento médico a Luiz, o que implica que Pablo somente responderá pelas lesões corporais causadas. 
b) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de tratamento médico imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. 
c) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que impede a responsabilização de Pablo pelo resultado morte. 
d) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, que responderá pelo resultado produzido.
Caso concreto - 09
Leia à notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: 
VILHENA E CONE SUL 
Homem é flagrado em loja com pé de cabra em tentativa de furto em RO 
PM foi chamada, pois alguém teria quebrado vidro do estabelecimento. Suspeito tem condenação por furto e foi levado para Ressocialização. 
Um homem de 25 anos foi preso em flagrante por tentativa de furto em uma loja de móveis e eletrodomésticos na madrugada deste domingo (3). A Polícia Militar (PM) foi chamada a comparecer no estabelecimento, no bairro Cristo Rei, em Vilhenax (RO), pois alguém teria quebrado o vidro do local. No endereço, os policiais flagraram o suspeito com um pé de cabra. 
Conforme a PM, ao ver a viatura, o homem tentou se desfazer da ferramenta, jogando-a no lixo. Na loja foram encontrados uma bolsa, uma chave de roda de caminhão e outro objeto utilizado para estourar cadeados. Ele foi levado para o Centro de Ressocialização Cone Sul, pois já tem condenação por furto. 
Diante da situação fática narrada e dos estudos sobre o iter criminis, responda de forma objetiva e fundamentada às questões formuladas: 
a) A partir da análise do iter criminis, identifique em que fase o agente se encontrava. 
Execução
b) Ainda, a partir da premissa de que o agente tentou se desfazer da ferramenta, jogando-a no lixo, sua conduta configuraria tentativa ou desistência voluntária? Quais seus consectários penais? 
O caso é de tentativa porque já tinha iniciado a execução do crime que não se consumou por circunstancia alheia a vontade (art. 14, II, CP).
Questão objetiva. 
No trajeto do transporte de dois presos para o foro criminal por agentes penitenciários um deles saca de um instrumento perfurante e desfere diversos golpes contra o outro preso. Os agentes da lei presenciaram a ação desde o início e permaneceram inertes. Na condutados agentes 
a) há amparo pela excludente de ilicitude do exercício regular do direito, deixando de agir por exposição do risco às próprias vidas. 
b) a omissão é penalmente irrelevante porque a causalidade é fática. 
c) não há punição porque o Estado criou o risco da ocorrência do resultado. 
d) a omissão é penalmente relevante porque a causalidade é normativa. 
e) a omissão é penalmente relevante porque a causalidade é fática-normativa.
Caso concreto - 10
Leia à situação hipotética narrada abaixo e responda às questões formuladas: 
Liu Xia, no período de março de 2011 a agosto de 2014, em horários diversos, exercia a atividade de Acupuntura Chinesa em sua residência. Após diversas reclamações de vizinhos pela excessiva circulação de pessoas no prédio, o síndico ofereceu noticia crime na delegacia e Luana veio a ser denunciada posteriormente, em processo-crime, pela prática do crime de exercício ilegal da medicina, previsto no art.282, do Código Penal, sob o argumento de que a atividade de Acupuntura é considerada uma especialidade médica segundo Resolução do Conselho Federal de Medicina n° 1973/11. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a norma penal, tipo penal e tipicidade, responda às questões formuladas: 
a) É correto afirmar que a figura típica prevista no art.282, do Código Penal, configura norma penal do mandato em branco? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Sim, cuida-se de norma penal em branco porque o preceito primário precisa de um complemento, qual seja a definição em outro ato normativo, das atividades privativas do médico.
b) Com base nos estudos realizados sobre tipo penal e tipicidade, apresente as teses defensivas a serem utilizadas para exclusão da responsabilidade penal. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
A tese de defesa é a de que por se tratar de norma penal em branco precisa de um complemento, no caso, especificando quais são as atividades exclusivas de médico. Tais normas complementadoras são: a lei 3268/57 e decreto 20.931/32, que não preveem acumpultura como atividade exclusiva de médico. Portanto, a conduta é atípica.
Questão objetiva. 
Sobre tipicidade, considere as afirmações abaixo. 
I - Os princípios da insignificância penal e da adequação social se identificam, ambos caracterizados pela ausência de preenchimento formal do tipo penal. 
II - Tipicidade legal é a individualização que a lei faz da conduta, mediante o conjunto dos elementos descritivos e valorativos (normativos) de que se vale o tipo legal. 
III - A tipicidade conglobante é um corretivo da tipicidade legal, posto que pode excluir do âmbito do típico aquelas condutas que apenas aparentemente estão proibidas. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II.
Caso Concreto - 11
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
Jonas e Tenório, que exercem a mesma função, estão trabalhando dentro de um armazém localizado no Porto de Salvador, quando se inicia um incêndio no local em razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma pequena porta que permite a saída dos trabalhadores do armazém, mas em razão da rapidez com que o fogo se espalha, apenas dá tempo para que um dos trabalhadores saia sem se queimar. Quando Jonas, que estava mais próximo da porta, vai sair, Tenório, desesperado por ver que se queimaria se esperasse a saída do companheiro, dá um soco na cabeça do colega de trabalho e passa à sua frente, deixando o armazém. Jonas sofre uma queda, tem parte do corpo queimada, mas também consegue sair vivo do local. Em razão do ocorrido, Jonas ficou com debilidade permanente de membro.Dos fatos narrados, Tenório restou denunciado em processo-crime pela conduta de crime de lesão corporal grave, sendo o fato típico, ilícito e culpável (art.129, §1º, III, do Código Penal). (Questão de Concurso Público -MODIFICADA) 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre ilicitude e causas excludentes, responda de forma objetiva e fundamentada: qual a tese defensiva a ser apresentada por Tenório? 
A tese defensiva é de que o fato não é ilicito pois acobertado por uma causa de justificação qual seja o estado de necessidade, uma vez que presentes todos os requisitos do art. 24, CP:
Questão objetiva. 
Carlos e seu filho de dez anos caminhavam por uma rua com pouco movimento e bastante escura, já de madrugada, quando são surpreendidos com a vinda de um cão direção deles. Quando o animal iniciou o ataque contra a criança, Carlos, que estava armado e tinha autorização para assim se encontrar, efetuou um disparo na direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a bala em uma pedra e acabando por atingir o dono do animal, Leandro, que chegava correndo em sua busca, pois notou que ele fugira clandestinamente da casa. A vítima atingida veio a falecer, ficando constatado que Carlos não teria outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu filho, não sendo sua conduta tachada de descuidada. Diante desse quadro, assinale a opção que apresenta a situação jurídica de Carlos: 
a) Carlos atuou em legítima defesa de seu filho, devendo responder, porém, pela morte de Leandro. 
b) Carlos atuou em estado de devendo responder, porém, pela morte de Leandro. 
c) Carlos atuou em estado de necessidade e não deve responder pela morte de Leandro. 
d) Carlos atuou em estado de necessidade putativo, razão pela qual não deve responder pela morte de Leandro.

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