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Parasitologia Contaminação parasitária em alimentos

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Nas últimas décadas, a alimentação tem sido motivo de preocupação geral nos países. Um grande desafio é adequar a produção de alimentos à busca crescente da população mundial, já que existem milhões de indivíduos repletos de fome nos países subdesenvolvidos.
A Organização Mundial da Saúde tem alertado para a necessidade de cessar a contaminação de alimentos por agentes biológicos com potencial de causar danos à saúde, já que, os criadores estão usando antimicrobianos para auxiliar na engorda de aves e suínos para consumo humano. Esse procedimento, apesar de ser vantajoso no ponto de vista econômico, está sendo o responsável pelo aumento do número de bactérias patogênicas resistentes, como é o caso de Campylobacter jejuni e Salmonella typhimurium.
Muitas das matérias-primas utilizadas pelas indústrias alimentícias dos países desenvolvidos são importadas de outros países, estes em que o controle de qualidade da produção de alimentos nem sempre obedece a critérios rigorosos, como por exemplo a soja, tão consumida nos Estados Unidos. Além disso, a poluição ambiental em várias partes do planeta tem contaminado alimentos e rebanhos. Na China, outro exemplo, a água de rios poluídos por esgotos é utilizada na irrigação de áreas de cultivo, contaminando também os alimentos. 
Um dos grandes motivos, que também podem ser considerados causadores da contaminação por parasitas e demais agentes biológicos é o empobrecimento gradual da população dos países subdesenvolvidos que fez proliferar o consumo de alimentos preparados e vendidos nas ruas. Com o aumento do desemprego, a venda de comida de rua tornou-se a única oportunidade de trabalho para muitos indivíduos, e com a rotina estressante os consumidores consideram a comida de rua como a melhor forma de se alimentar enquanto estão fora de suas casas, principalmente pelo preço reduzido dos alimentos. Mas este é um fator preocupante, pois os limitados hábitos de higiene da maioria dos vendedores ambulantes, a ausência de água potável e de refrigeração dos alimentos, a falta de áreas adequadas para descarte do lixo e de sanitários públicos nos locais de venda, favorecem a contaminação e deterioração dos alimentos comercializados.
Outro fator de contaminação alimentar hoje presente na economia globalizada é a facilidade de distribuição de alimentos industrializados, o que inclui a livre importação, possibilitando uma rápida e extensa proliferação dos agentes contaminantes. Em 1999, os americanos registraram uma epidemia de 207 casos confirmados de diarreia pela ingestão de suco de laranja não pasteurizado. Em apenas um mês, centenas de habitantes de 15 estados americanos e de duas províncias canadenses haviam consumido a bebida contaminada com Salmonella sp. Isto obrigou as autoridades governamentais de saúde a realizar uma extensa ação emergencial para notificação dos casos e recolhimento do produto disponível nos supermercados e restaurantes dos dois países. Considerando apenas os agentes biológicos patogênicos para o homem, que são bactérias, vírus, protozoários, parasitas e toxinas naturais, percebe-se que um grande número é transmitido através da água e dos alimentos, provocando o quadro de gastroenterocolite aguda, também conhecida como GECA. 
Anualmente, estimou-se que ocorra 1,5 bilhões de episódios de GECA em todo o mundo, dos quais 70% são causados pela ingestão de alimentos contaminados. O resultado final é trágico, uma vez que a diarreia é causa de óbito de 3 milhões de crianças menores de 5 anos, a cada ano. Porém, a GECA não é exclusividade das zonas pobres do planeta, nos Estados Unidos, há cerca de 33 milhões de casos por ano de toxinfecções alimentares e, no Reino Unido, ocorrem 35.000 internações hospitalares por ano para tratamento. 
Outro causador de epidemias é a Listeria monocytogenes que tem sido responsável por vários casos de diarreia nos EUA. A Listeria sp é encontrada no meio ambiente e
multiplica-se nos alimentos, mesmo nas temperaturas habitualmente empregadas na refrigeração. A maior parte dos casos de diarreia em humanos é causada por Campylobacter jejuni e E.coli, o problema tem-se mostrado mais significativo pelo aumento de resistência destas bactérias aos antibióticos, o Campylobacter sp resistente, nos EUA, cresceu de 1,3% em 1992 para 10,2% em 1998. Já a Salmonella enteritidis é encontrada em cerca de 1% dos ovos comercializados na Europa e EUA, enquanto a E. coli foi detectada nas fezes de 15% do gado bovino inglês. Por essa razão, o consumo de ovos crus e carne bovina mal passada propicia a transmissão destas bactérias para o homem, tanto a Salmonella quanto a E. coli podem se tornar resistentes a acidez gástrica. 
Um dos alimentos que merecem uma atenção especial é o leite de vaca, já que é altamente perecível e largamente consumido pela população, principalmente pelas crianças. As infecções podem resultar da ingestão do leite in natura contaminado por bactérias ou pode haver contaminação posterior: durante o transporte até as usinas de pasteurização, após a pasteurização ou durante a manipulação pelo próprio consumidor. Os derivados do leite também podem sofrer contaminação durante seu processo de fabricação. A causa disso é que muitas fazendas de gado leiteiro apresentam condições precárias de higiene, nem sempre fazem antissepsia adequada dos úberes das vacas antes da ordenha e ainda empregam a ordenha manual, há falhas na refrigeração do leite nos caminhões a caminho das usinas e os processos de beneficiamento e armazenamento nas indústrias ocorrem em locais em que os cuidados sanitários são insatisfatórios.
Em relação a carne, nos estabelecimentos comerciais de varejo, a contaminação da carne bovina e derivados pode ser observada de norte a sul do Brasil. Foram colhidas 30 amostras de carne bovina moída, de supermercados, açougues e feiras de São Luís- MA, todas continham coliformes, sendo que 90% tinham coliformes fecais e 40% E. coli. A maior proporção de amostras contaminadas era a das feiras livres e a menor, dos supermercados. 
Em hortaliças, no interior do estado de São Paulo foi descoberto que das 129 hortas existentes duas eram irrigadas a partir da captação da água de córregos, o que é proibido por lei. Na água de um desses córregos encontraram elevada contaminação por coliformes fecais, indicando que ali era lançado esgoto doméstico sem tratamento prévio, isso originava a contaminação dos vegetais aí produzidos. Pode-se ressaltar que muitas hortas brasileiras não só são irrigadas com água contaminada por pesticidas e matéria fecal, mas até adubadas com dejetos humanos. Por isso, o consumo de verduras
cruas é um importante meio de transmissão de doenças infecciosas e parasitárias na população. Encontraram-se parasitas e protozoários tais como: Strongyloides sp, Ascaris sp, Entamoeba sp, Giardia sp e Hymenolepis nana.
A contaminação biológica de alimentos é um problema de saúde pública no Brasil, assim como afeta o mundo todo. No país existe um controle sanitário, mas ainda falta a fiscalização efetiva e permanente da produção, conservação e comercialização de alimentos pelos serviços estaduais e municipais de vigilância sanitária, aos quais é delegado o poder de inspecionar e punir os infratores. As camadas menos favorecidas da população são as mais afetadas pela contaminação alimentar, pelos hábitos culturais da alimentação e necessidade de optar por produtos com menor preço, geralmente de pior qualidade e maior contaminação.
REFERÊNCIAS:
www.scielo.br 
http://www.fao.org/brasil/pt/ 
http://www.ead.hemocentro.fmrp.usp.br/joomla/index.php/noticias/adoteempauta/520-higiene-dos-alimentos

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