Comunicação dos atos processuais - Aula - TJ/SP

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Comunicação dos atos processuais
DISPOSIÇÕES GERAIS (arts. 233 a 237 do CPC/15)
O tema da comunicação dos atos processuais abrange tanto a COMUNICAÇÃO
ENTRE OS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS, como a comunicação ENTRE ÓRGÃO
JURISDICIONAL E AS PARTES OU TERCEIROS.
Quando for necessária a PRÁTICA DE ATOS processuais FORA DOS LIMITES
TERRITORIAIS do juízo do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção
judiciárias, será expedida uma das CARTAS previstas no processo civil OU
haverá a prática do ato por meio de VIDEOCONFERÊNCIA OU OUTRO
RECURSO TECNOLÓGICO de transmissão de sons e imagens em tempo real. O
tema das cartas será tratado em capítulo específico abaixo.
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DA CITAÇÃO (arts. 238 a 259 do CPC/15)
a) CONCEITO E FINALIDADE DA CITAÇÃO
A lei define a citação como o ATO pelo qual são CONVOCADOS O RÉU, O
EXECUTADO OU O INTERESSADO PARA INTEGRAR A RELAÇÃO PROCESSUAL.
Com isso fica claro que a principal finalidade da citação é dar ciência àquele
que figurará no polo passivo a respeito do ajuizamento da demanda. Além
disso, também serve como meio de OPORTUNIZAÇÃO DE REAÇÃO, de
manifestação às alegações trazidas pelo autor na petição inicial. Em síntese, a
citação POSSIBILITA O EXERCÍCIO DO CONTRADITÓRIO.
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b) A NECESSIDADE DE CITAÇÃO COMO REQUISITO DE
VALIDADE DO PROCESSO
Em regra, PARA que o PROCESSO seja VÁLIDO, mostra‐se
INDISPENSÁVEL A CITAÇÃO DO RÉU OU DO EXECUTADO.
Porém, tal regra comporta algumas EXCEÇÕES as quais
passam a ser destacadas:
I – NO CASO DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
II – NO CASO DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
III – COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO DO CITANDO
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C) EFEITOS DA CITAÇÃO
Realizada a citação do réu, desde que válida (preenchendo os requisitos legais), MESMO QUE tenha sido
ORDENADA POR JUIZ INCOMPETENTE alguns efeitos ocorrem, são eles: I) INDUÇÃO DE LITISPENDÊNCIA, ou
seja, com a formação da triangularização processual, já é possível afirmar que existe demanda em
tramitação, ou seja, pendente de julgamento. Tal efeito mostra‐se importante pelo fato de que se
posteriormente for ajuizada ação idêntica a esta, a mais nova terá que ser extinta, em razão da
litispendência; II) TORNA LITIGIOSA A COISA, ou seja, a partir da citação o objeto pretendido pelo autor
está sub judice, havendo tal fato cria‐se uma dúvida sobre sua titularidade. Isso é muito importante, já que
quando alguém adquire um bem litigioso corre o risco de perde‐lo, em razão de decisão judicial proferida
no processo; III) CONSTITUIÇÃO EM MORA DO DEVEDOR, ou seja, a partir deste momento formalmente o
devedor está em atraso. Por tal razão é muito comum o juiz fixar os juros de mora a partir do momento da
citação. A CITAÇÃO NÃO SERVIRÁ PARA CONSTITUIR O DEVEDOR EMMORA EM DUAS HIPÓTESES:
QUANDO DEVEDOR ATRASA OBRIGAÇÃO POSITIVA (pagar, fazer ou entregar), E LÍQUIDA (com valor
determinado) NO SEU TERMO (no prazo), O INADIMPLEMENTO JÁ O CONSTITUI EMMORA.
Quando o DEVEDOR PRÁTICA ATO ILÍCITO, ELE ESTARÁ EM MORA DESDE O MOMENTO DA PRÁTICA DO ATO
ILÍCITO.
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D) PESSOALIDADE DA CITAÇÃO
Em REGRA, a citação será feita NA PESSOA DO CITANDO (aquele que será citado), ou seja, a citação será
pessoal. PORÉM, poderá ser feita na PESSOA DO REPRESENTANTE LEGAL OU PROCURADOR DO CITANDO,
DESDE QUE com PODERES ESPECÍFICOS para receber citação.
Importante tratar da POSSIBILIDADE da citação na PESSOA DO MANDATÁRIO (aquele que firmou contrato
de mandado com o citando, ou seja, seu procurador), ADMINISTRADOR, PREPOSTO OU GERENTE. Tal
possibilidade ocorre quando o CITANDO ESTÁ AUSENTE E A AÇÃO SE ORIGINAR DE PRATICADOS POR ESTES.
Por fim, duas REGRAS ESPECIAIS merecem destaque. A primeira delas é aquela em que o LOCADOR SE
AUSENTA DO BRASIL SEM INFORMAR O LOCATÁRIO A RESPEITO DE PROCURADOR COM PODERES
ESPECIAIS PARA RECEBER CITAÇÃO. Neste caso, O ADMINISTRADOR DO IMÓVEL (aquele que é
RESPONSÁVEL POR RECEBER O VALOR DOS ALUGUÉIS) terá poderes para receber citação em nome do
locador, REPRESENTANDO ESTE EM JUÍZO.
A segunda trata da CITAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA (União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
Autarquias e Fundações de Direito Público) que será realizada PERANTE O ÓRGÃO DE ADVOCACIA PÚBLICA
responsável por sua representação judicial. (Ex.: citação da União, na pessoa do advogado da União).
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E) LOCAL DA CITAÇÃO
A citação poderá ser feita em QUALQUER LUGAR EM QUE SE
ENCONTRE O CITANDO. Portanto, diferentemente do que
alguns pensam, não há impedimento para a citação no local
de trabalho.
No caso do MILITAR EM SERVIÇO ATIVO, CASO NÃO SEJA
CONHECIDA SUA RESIDÊNCIA OU NESTA NÃO SEJA
ENCONTRADO, será citado NA UNIDADE EM QUE ESTIVER
SERVINDO.
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F) IMPEDIMENTOS PARA A CITAÇÃO
O presente tópico busca trazer as hipóteses em que não será feita a citação
do réu ou do executado, SALVO SE HOUVER RISCO AO PERECIMENTO DO
DIREITO. Por tal razão, prevê a lei que não será feita a citação: I ‐ DE QUEM
ESTIVER PARTICIPANDO DE ATO DE CULTO RELIGIOSO; II ‐ DE CÔNJUGE, DE
COMPANHEIRO OU DE QUALQUER PARENTE DO MORTO, CONSANGUÍNEO OU
AFIM, EM LINHA RETA OU NA LINHA COLATERAL EM SEGUNDO GRAU
(LEMBRAR QUE OS PARENTES COLATERAIS EM SEGUNDO GRAU SÃO OS
IRMÃOS E CUNHADOS), NO DIA DO FALECIMENTO E NOS 7 (SETE) DIAS
SEGUINTES; III ‐ DE NOIVOS, NOS 3 (TRÊS) PRIMEIROS DIAS SEGUINTES AO
CASAMENTO; IV ‐ DE DOENTE, ENQUANTO GRAVE O SEU ESTADO (aqui o que
importa é o estado da pessoa e não a gravidade da doença. O objetivo é
evitar que a citação possa agravar o estado de saúde da pessoa).
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Além destas hipóteses de impedimentos para a citação há REGRA ESPECIAL quando o
oficial de justiça perceber a IMPOSSIBILIDADE DO CITANDO DE RECEBER O ATO CITATÓRIO.
Imagine que o oficial de justiça ao se deparar com o citando, percebe que este está
confuso, desorientado, sem as menores condições de entender a importância de tal ato
processual.
Nessa hipótese, O OFICIAL DE JUSTIÇA DESCREVERÁ E CERTIFICARÁ MINUCIOSAMENTE A
OCORRÊNCIA, situação em que o JUIZ NOMEARÁ MÉDICO (NÃO HAVERÁ ESTA
NOMEAÇÃO SE PESSOA DA FAMÍLIA APRESENTAR DECLARAÇÃO DE MÉDICO ATESTANDO A
INCAPACIDADE DO CITANDO), que apresentará LAUDO NO PRAZO DE 5 DIAS, a respeito do
estado do citando. Ficando atestada (reconhecida) a impossibilidade de receber a citação,
O JUIZ NOMEARÁ CURADOR AO CITANDO QUE REPRESENTARÁ A PARTE NESTE FEITO,
RECEBENDO INCLUSIVE A CITAÇÃO NO PROCESSO. Este curador terá a incumbência de
defender os interesses da parte, como por exemplo, contratar advogado para defender a
parte.
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G) MODALIDADES DE CITAÇÃO
I – CORREIO: a REGRA da citação no direito processual civil brasileiro é que ela se dê pelo correio, PARA QUALQUER LOCAL DO PAÍS.
A lei prevê situações em que A CITAÇÃO NÃO PODERÁ SER REALIZADA PELO CORREIO, são elas:
A) NAS AÇÕES DE ESTADO (ex.: ação de divórcio);
B) QUANDO O CITANDO FOR INCAPAZ;
C) QUANDO O CITANDO FOR PESSOA DE DIREITO PÚBLICO;
D) QUANDO O CITANDO RESIDIR EM LOCAL NÃO ATENDIDO PELA ENTREGA DOMICILIAR DE CORRESPONDÊNCIA;
E) QUANDO O AUTOR, JUSTIFICADAMENTE, A REQUERER DE OUTRA FORMA.
Na citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de SECRETARIA REMETERÁ ao citando CÓPIAS da petição INICIAL e do DESPACHO DO
JUIZ e comunicará o PRAZO PARA RESPOSTA, o ENDEREÇO DO JUÍZO E O RESPECTIVO CARTÓRIO. A CARTA SERÁ REGISTRADA para
entrega ao citando, exigindo‐lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o CITANDO PESSOA JURÍDICA, será
VÁLIDA a entrega a PESSOA COM PODERES DE GERÊNCIA GERAL OU DE ADMINISTRAÇÃO OU, ainda, a FUNCIONÁRIO RESPONSÁVEL
PELO RECEBIMENTO DE CORRESPONDÊNCIAS.
No caso de CITAÇÃO DE PESSOA RESIDENTE EM CONDOMÍNIOS EDILÍCIOS OU NOS LOTEAMENTOS COM CONTROLE DE ACESSO, será
VÁLIDA A ENTREGA A FUNCIONÁRIODA PORTARIA RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA, que, entretanto,
poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, que o destinatário da correspondência está ausente. Salienta‐se que após o
retorno do A.R. (aviso de recebimento) devidamente assinado pelo citando ou por quem a lei autorizar, ele será juntado aos autos.
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II – OFICIAL DE JUSTIÇA: a citação por oficial de justiça será feita nas HIPÓTESES PREVISTAS LEI, ou quando FRUSTRADA A CITAÇÃO PELO CORREIO. Além disso,
em todas as situações em que não é possível a citação pelo correio, será feita pelo oficial.
Esta modalidade ocorre por meio de cumprimento do MANDADO DE CITAÇÃO o qual possui alguns REQUISITOS:
a) os NOMES do autor e do citando e seus respectivos DOMICÍLIOS OU RESIDÊNCIAS;
b) a FINALIDADE DA CITAÇÃO, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a MENÇÃO DO PRAZO PARA CONTESTAR, sob pena de
revelia, ou para embargar a execução;
c) a APLICAÇÃO DE SANÇÃO para o caso de descumprimento da ordem, SE HOUVER;
d) SE FOR O CASO, A INTIMAÇÃO DO CITANDO PARA COMPARECER, ACOMPANHADO DE ADVOGADO OU DE DEFENSOR PÚBLICO, À AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
e) a CÓPIA DA PETIÇÃO INICIAL, DO DESPACHO OU DA DECISÃO que deferir tutela provisória;
f) a ASSINATURA DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA E A DECLARAÇÃO DE QUE O SUBSCREVE POR ORDEM DO JUIZ.
Em relação ao PROCEDIMENTO, incumbe ao OFICIAL DE JUSTIÇA PROCURAR o citando e, onde o encontrar, CITÁ‐LO LENDO‐LHE O MANDADO E ENTREGANDO‐
LHE A CONTRAFÉ (CÓPIA DA PETIÇÃO INICIAL), CERTIFICAR SE ACEITOU OU RECUSOU SEU RECEBIMENTO, ALÉM DE COLHER A ASSINATURA DO CITANDO, OU
CERTIFICAR QUE ESTE RECUSOU‐SE A FIRMAR O MANDADO. Após isso, o mandado é devolvido à serventia judicial e é juntado aos autos.
Detalhe importante é que o OFICIAL ATUA NOS LIMITES DA COMARCA, SEÇÃO OU SUBSEÇÃO JUDICIÁRIAS, ou seja, não pode o Oficial de Justiça vinculado à
uma vara cível de São Paulo realizar uma citação no Rio de Janeiro. Neste caso, seria necessária a expedição de carta precatória. Porém, EXCEÇÃO a esta regra
ocorre nos casos de CITAÇÃO, INTIMAÇÃO, NOTIFICAÇÃO, PENHORA OU QUALQUER OUTRO ATO EXECUTIVO EM COMARCAS CONTÍGUAS (VIZINHAS) EM QUE O
ACESSO SEJA FÁCIL, OU AQUELAS LOCALIZADAS DENTRO DA MESMA REGIÃO METROPOLITANA. Nestes casos, o oficial de justiça poderá se deslocar até a outra
localidade para realizar tais atos, independente de expedição de carta precatória.
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Para finalizar a citação por oficial de justiça, cumpre o destaque a respeito da CITAÇÃO POR HORA CERTA. Para que esta seja possível há a necessidade de que o oficial tenha TENTADO DUAS VEZES a citação,
sem ter encontrado o citando. Além disso, faz‐se necessária a SUSPEITA DE OCULTAÇÃO do réu ou executado. Neste caso, O OFICIAL DE JUSTIÇA deverá INTIMAR QUALQUER PESSOA DA FAMÍLIA OU, EM SUA
FALTA, QUALQUER VIZINHO OU O FUNCIONÁRIO RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA (em se tratando de condomínio edilício ou loteamento com controle de acesso) de que, no DIA
ÚTIL IMEDIATO, VOLTARÁ A FIM DE EFETUAR A CITAÇÃO, NA HORA QUE DESIGNAR.
Então, no dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência. (Note‐se que este
procedimento é autorizado ao oficial por força de lei, não havendo necessidade de determinação judicial neste sentido)
Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar‐se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção
judiciárias. Em resumo, a citação será aperfeiçoada sem a presença do citando, hipótese clássica em que há uma presunção de que a citação foi realizada, por isso, esta modalidade é chamada de CITAÇÃO
FICTA OU PRESUMIDA.
Salienta‐se que a citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se
recusar a receber o mandado. Da certidão da ocorrência, o OFICIAL DE JUSTIÇA DEIXARÁ CONTRAFÉ (cópia da petição inicial) com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando‐lhe o
nome. Aqui, não há a necessidade de que o familiar ou o vizinho tenha sido o mesmo intimado da primeira vez em que o oficial alertou sobre a citação.
Neste tipo de citação, caso o réu ou executado não compareçam (revelia) ao processo, SERÁ NOMEADO UM CURADOR ESPECIAL, ou seja, defensor público (preferencialmente) ou advogado que fará a defesa
da parte. Esta possibilidade de nomeação do curador especial deverá estar prevista no mandado da citação realizada por hora certa.
OCORRIDA A CITAÇÃO COM HORA CERTA, o ESCRIVÃO OU CHEFE DE SECRETARIA ENVIARÁ AO RÉU, EXECUTADO OU INTERESSADO, NO PRAZO DE 10 DIAS, CONTADO DA DATA DA JUNTADA DO MANDADO
AOS AUTOS, CARTA, TELEGRAMA OU CORRESPONDÊNCIA ELETRÔNICA, DANDO‐LHE DE TUDO CIÊNCIA. A ideia aqui é tentar por mais uma vez informar à parte que houve sua citação. Salienta‐se que ainda
que esta correspondência não seja recebida pelo citando, não haverá nulidade da citação por hora certa, uma vez que esta carta não serve para perfectibilizar a citação por hora certa, mas apenas informar
que esta foi realizada.
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III – ESCRIVÃO OU CHEFE DE SECRETARIA:
esta modalidade de citação é a mais rara e
pouco usual, já que somente ocorrerá se o
citando comparece na serventia judicial.
Neste caso, o escrivão ou chefe de
secretaria documenta a citação nos
próprios autos.
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IV – EDITAL: a citação por edital se aperfeiçoa por meio da PUBLICAÇÃO DO EDITAL, no intuito de que o citando tome conhecimento
da existência do processo, a partir da publicidade dada ao edital. Um primeiro aspecto importante desta modalidade de citação é
identificar as HIPÓTESES em que a lei a autoriza. São elas:
a) CITANDO DESCONHECIDO OU INCERTO, aqui a parte autora não tem certeza de quem é o réu ou o executado.
b) IGNORADO, INCERTO OU INACESSÍVEL O LUGAR EM QUE SE ENCONTRAR O CITANDO. Aqui, sabe‐se quem é o citando, o
problema está na dificuldade de sua localização. A ignorância ou incerteza sobre o paradeiro do citando somente será verificada se
INFRUTÍFERAS AS TENTATIVAS DE LOCALIZAÇÃO DO CITANDO, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre
endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos. Já a inacessibilidade do local pode ser física
(não há como se chegar a localidade) ou jurídica. Esta aparece, segundo a lei, no caso de PAÍS QUE RECUSA O CUMPRIMENTO DE
CARTA ROGATÓRIA.
c) NOS CASOS EXPRESSOS EM LEI, tais como: ação de usucapião de imóvel (nesta ação os vizinhos do imóvel objeto de usucapião
serão citados pessoalmente, salvo se o imóvel em questão for unidade autônoma em condomínio edilício, ou seja, um apartamento
em um prédio), ação de recuperação ou substituição de título ao portador e em qualquer ação em que seja necessária, por
determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
O segundo aspecto importante da citação por edital é a análise de seu PROCEDIMENTO. A lei prevê que o edital terá um PRAZO DE
DURAÇÃO QUE VARIA DE 20 A 60 DIAS, a critério do juiz. Expirado este prazo, considera‐se realizada a citação. Este prazo será
CONTADO DA DATA DA PRIMEIRA PUBLICAÇÃO do edital que ocorrerá na REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, no SÍTIO DO
RESPECTIVO TRIBUNAL E NA PLATAFORMA DE EDITAIS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, devendo haver certificação nos autos
de tais publicações.
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A fim de ampliar a publicidade, PODE O JUIZ DETERMINAR QUE A PUBLICAÇÃO DO EDITAL
SEJA FEITA TAMBÉM EM JORNAL LOCAL DE AMPLA CIRCULAÇÃOOU POR OUTROS MEIOS,
CONSIDERANDO AS PECULIARIDADES DA COMARCA, DA SEÇÃO OU DA SUBSEÇÃO
JUDICIÁRIAS. (Ex.: imagine que em dada comarca a festa da igreja seja frequentada por
todos os moradores da cidade. Neste caso, mostra‐se interessante a publicação do edital
neste recinto). Destaca‐se ainda que no CASO DE SER INACESSÍVEL O LUGAR EM QUE SE
ENCONTRAR O RÉU, A NOTÍCIA DE SUA CITAÇÃO SERÁ DIVULGADA TAMBÉM PELO RÁDIO,
SE NA COMARCA HOUVER EMISSORA DE RADIODIFUSÃO.
Sobre o procedimento, frisa‐se que no edital publicado DEVERÁ CONSTAR A
ADVERTÊNCIA DE QUE SERÁ NOMEADO CURADOR ESPECIAL EM CASO DE REVELIA, já que
a citação por edital, assim como a citação por hora certa, é modalidade de CITAÇÃO FICTA
OU PRESUMIDA.
Por fim, importante tratar da punição à parte que requer a citação por edital alegando
dolosamente alguma das hipóteses que autorizam tal modalidade citatória. Prevê o
CPC/15 que a parte que assim agir, incorrerá em multa de 5 vezes o salário‐mínimo,
sendo revertida em benefício do citando.
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V – MEIO ELETRÔNICO: a citação por meio eletrônico será
realizada somente nos casos em que o CITANDO ESTÁ
PREVIAMENTE CADASTRADO no sistema de processo
eletrônico com a finalidade de ser citado. Com a finalidade
de ampliar o uso da citação eletrônica determina a lei que,
COM EXCEÇÃO DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE, AS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS, A
UNIÃO, OS ESTADOS, O DF E OS MUNICÍPIOS SÃO
OBRIGADAS A MANTER CADASTRO NOS SISTEMAS DE
PROCESSO EM AUTOS ELETRÔNICOS, justamente para que
seja possível a realização de citação na forma eletrônica.
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DAS INTIMAÇÕES (Arts. 269 a 275 do CPC/15)
a) NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A intimação aparece como mais uma modalidade de comunicação dos atos processuais. A FUNÇÃO DA
INTIMAÇÃO É CIENTIFICAR ALGUÉM DOS ATOS E TERMOS DO PROCESSO. Este ato de comunicação
processual será determinada de ofício pelo juiz, ou seja, sem necessidade de requerimento das partes,
salvo disposição legal específica em sentido contrário.
TODAS AS MODALIDADES DE CITAÇÃO TAMBÉM PODEM SER UTILIZADAS PARA A INTIMAÇÃO.
NO CASO DE INTIMAÇÃO PELO CORREIO, SÃO CONSIDERADAS VÁLIDAS AQUELAS ENVIADAS PARA OS
ENDEREÇOS CONSTANTES DO PROCESSO, AINDA QUE ESTEJAM DESATUALIZADOS. Por tal razão, é
necessário que a parte informe eventuais mudanças de endereço.
Abaixo discorre‐se sobre as principais peculiaridades das modalidades de intimação.
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b) INTIMAÇÃO PELO PRÓPRIO ADVOGADO
Uma das formas de intimação ocorre pelo
advogado da parte, a qual poderá ser realizada
pelo advogado contrário, POR MEIO DO CORREIO,
COM A JUNTADA AOS AUTOS DE CÓPIA DO OFÍCIO
DE INTIMAÇÃO (o qual deverá ser instruído com
cópia do ato judicial a que se quer dar ciência, ou
seja, do despacho, da decisão ou da sentença) E
DO AVISO DE RECEBIMENTO.
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c) INTIMAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA
A intimação da União, dos Estados, do DF, dos
Municípios e das suas respectivas autarquias e
fundações de direito público será realizada
PERANTE O ÓRGÃO DE ADVOCACIA PÚBLICA
RESPONSÁVEL POR SUA REPRESENTAÇÃO
JUDICIAL. (ex.: intimação do Estado do Paraná
será realizada na pessoa dos procuradores do
Estado do Paraná)
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d) INTIMAÇÃO ELETRÔNICA
A lei prevê que sempre que possível as
intimações sejam realizadas de forma
eletrônica, via sistemas de processo
eletrônico.
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e) INTIMAÇÃO POR MEIO DE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO DA JUSTIÇA
O CPC/15 prevê que QUANDO NÃO REALIZADAS POR MEIO ELETRÔNICO, consideram‐se feitas as
intimações pela publicação dos atos no órgão oficial. Não havendo órgão oficial na localidade, o escrivão
ou chefe de secretaria poderá valer‐se das outras formas previstas para citação.
Na intimação via diário da justiça, OS ADVOGADOS PODERÃO REQUERER QUE, NA INTIMAÇÃO A ELES
DIRIGIDA, FIGURE APENAS O NOME DA SOCIEDADE A QUE PERTENÇAM, desde que devidamente registrada
na Ordem dos Advogados do Brasil.
A intimação via diário da justiça necessita respeitar ALGUMAS REGRAS, abaixo expostas:
I ‐ sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os NOMES DAS PARTES E DE SEUS
ADVOGADOS, COM O RESPECTIVO NÚMERO DE INSCRIÇÃO NA OAB, OU, SE ASSIM REQUERIDO, DA
SOCIEDADE DE ADVOGADOS.
II ‐ a grafia dos nomes das partes NÃO DEVE CONTER ABREVIATURAS.
III ‐ a GRAFIA DOS NOMES DOS ADVOGADOS DEVE CORRESPONDER AO NOME COMPLETO E SER A MESMA
QUE CONSTAR DA PROCURAÇÃO OU QUE ESTIVER REGISTRADA NA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
IV ‐ constando dos autos PEDIDO EXPRESSO para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas
EM NOME DOS ADVOGADOS INDICADOS, O SEU DESATENDIMENTO IMPLICARÁ NULIDADE. (Esta regra
também vale para os processos eletrônicos)
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f) INTIMAÇÃO POR MEIO DE CARGA DOS AUTOS
Quando se tratar de autos físicos, a carga dos autos faz com
que haja a intimação da parte. Para que haja a intimação por
meio da carga dos autos, há a necessidade de que sua
retirada do cartório ou secretaria seja feita PELO
ADVOGADO, POR PESSOA CREDENCIADA A PEDIDO DO
ADVOGADO OU DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS, PELA
ADVOCACIA PÚBLICA, PELA DEFENSORIA PÚBLICA OU PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO. Esta INTIMAÇÃO, ABRANGE
QUALQUER DECISÃO CONTIDA NO PROCESSO RETIRADO,
ainda que pendente de publicação no diário oficial.
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g) ARGUIÇÃO DE NULIDADE
A PARTE ARGUIRÁ A NULIDADE DA INTIMAÇÃO EM CAPÍTULO PRELIMINAR DO PRÓPRIO
ATO QUE LHE CAIBA PRATICAR (ex.: se for recorrer de uma sentença e quiser arguir a
nulidade da intimação da sentença, deverá argui‐la em preliminar do recurso de
apelação), O QUAL SERÁ TIDO POR TEMPESTIVO SE O VÍCIO FOR RECONHECIDO.
Porém, em algumas situações a parte, devido à nulidade de intimação, não pode praticar
determinado ato, já que NECESSITA DE ACESSO PRÉVIO AOS AUTOS. NESTE CASO, A PARTE
LIMITAR‐SE‐Á A ARGUIR A NULIDADE DA INTIMAÇÃO, CASO EM QUE O PRAZO SERÁ
CONTADO DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO QUE A RECONHEÇA. (ex.: a parte descobre que foi
proferida sentença em seu desfavor, sem ter sido intimada. Quando toma conhecimento
de que foi proferida a sentença, tenta acessar os autos, porém, sem êxito, já que foram
remetidos em carga à parte contrária. Neste caso, a parte arguirá a nulidade e quando
reconhecida pelo juiz, a parte deverá ser novamente intimada e poderá realizar o ato que
não teve condições de realizar).
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DAS CARTAS (arts. 260 a 268 do CPC/15)
a) ESPÉCIES DE CARTAS
As espécies de carta previstas no CPC/15 variam de
acordo com a situação, sendo que será expedida carta:
I ‐ DE ORDEM
II ‐ ROGATÓRIA
III – PRECATÓRIA
IV – ARBITRAL
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b) REQUISITOS DAS CARTAS
O CPC/15 prevê requisitos gerais para as cartas precatória, rogatória e de ordem, dispondo que é
necessário:
I ‐ A INDICAÇÃO DOS JUÍZES DE ORIGEM E DE CUMPRIMENTO DO ATO;
II ‐ O INTEIRO TEOR DA PETIÇÃO, DO DESPACHO JUDICIAL E DO INSTRUMENTO DO MANDATO
(PROCURAÇÃO) CONFERIDO AO ADVOGADO;
III ‐ A MENÇÃO DO ATO PROCESSUAL QUE LHE CONSTITUI O OBJETO;
IV ‐ O ENCERRAMENTO COM A ASSINATURA DO JUIZ.
Além de tais requisitos, o juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí‐la
com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, na diligência, pelas
partes, pelos peritos ou pelas testemunhas.
Alguns requisitos específicos merecem destaque. NO CASO DE CARTA QUE TENHA POR OBJETO A
REALIZAÇÃO DE EXAME PERICIAL SOBRE DOCUMENTO, ESTE SERÁ REMETIDO EM ORIGINAL, FICANDO NOS
AUTOS REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA.
Em relação à CARTA ARBITRAL, devem ser observados os mesmos requisitos, naquilo que couber, sendo
AINDA INSTRUÍDA COM A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM (documento que comprova a opção das partes
pela arbitragem) E COM AS PROVAS DANOMEAÇÃO DO ÁRBITRO E DE SUA ACEITAÇÃO DA FUNÇÃO.
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c) PROCEDIMENTO DAS CARTAS
Ao serem expedidas as cartas O JUIZ FIXARÁ O PRAZO PARA CUMPRIMENTO, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza
da diligência. Ainda, AS PARTES DEVERÃO SER INTIMADAS PELO JUIZ DO ATO DE EXPEDIÇÃO DA CARTA. Expedida a carta, as partes
acompanharão o cumprimento da diligência perante o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de comunicação. Este
acompanhamento, normalmente ocorre por meio dos advogados das partes.
Aspecto importante das cartas é o seu CARÁTER ITINERANTE, ou seja, poderá, antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento,
ser encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato. ESTE ENCAMINHAMENTO DA CARTA A OUTRO JUÍZO
SERÁ IMEDIATAMENTE COMUNICADO AO ÓRGÃO EXPEDIDOR, QUE INTIMARÁ AS PARTES.
Em relação à forma de sua EXPEDIÇÃO, ELA SERÁ FEITA PREFERENCIALMENTE POR MEIO ELETRÔNICO, COM A ASSINATURA DO JUIZ
DA MESMA FORMA. É POSSÍVEL O USO DE TELEFONE E TELEGRAMA NA EXPEDIÇÃO DE CARTAS DE ORDEM E PRECATÓRIA, tanto
que a lei prevê que nestes casos haverá um resumo do ato, com a descrição dos requisitos mencionados. No caso de carta por
telefone, dispõe o CPC/15 que o secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do juízo deprecante transmitirá ao juízo
em que houver de se cumprir o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de
um ofício ou de uma vara, observando‐se os requisitos mencionados. Após isso, o escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia
ou no dia útil imediato, telefonará ou enviará mensagem eletrônica ao secretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria
do juízo deprecante, lendo‐lhe os termos da carta e solicitando‐lhe que os confirme. Havendo confirmação, o escrivão ou o chefe de
secretaria submeterá a carta a análise judicial para que seja proferido despacho de determinando o cumprimento da carta.
HAVENDO O CUMPRIMENTO DA CARTA, ESTA SERÁ DEVOLVIDA AO JUÍZO DE ORIGEM NO PRAZO DE 10 DIAS, independentemente
de traslado, pagas as custas pela parte.
Porém É LÍCITA A RECUSA AO CUMPRIMENTO DE CARTA PRECATÓRIA OU ARBITRAL, desde que MEDIANTE DECISÃO
FUNDAMENTADA, quando FALTAR OS REQUISITOS LEGAIS, FALTAR COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU DA HIERARQUIA AO
JUIZ, OU HOUVER DÚVIDA A RESPEITO DA AUTENTICIDADE DA CARTA.